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História Lifeline - Before the End - Dawsonville


Escrita por: DixBarchester

Notas do Autor


Hello!

Sim já voltei kkkkkk eu não consegui controlar minha ansiedade kkkkkk
Obrigada pelos favoritos e pelos comentários, vcs são demais, sério mesmo s2

Vamos conhecer a Natalie...
Espero que gostem

Boa leitura

Capítulo 2 - Dawsonville


Fanfic / Fanfiction Lifeline - Before the End - Dawsonville

• NATALIE COOPER •

"Bem-Vindos a Dawsonville." Era o que dizia a placa que eu vi ficar pra trás na estrada.

— População: 2500 habitantes... — Murmurei algo que tinha lido, durante as pesquisas que eu fiz na biblioteca da escola, antes de embarcar naquela viagem maluca.

Era quase irônico que eu, uma garota tão cheia de vida e energia, tivesse fugido de Washington porque me sentia sufocada e, então, fosse parar em uma cidade do tamanho de um ovo.

Abri meu diário e olhei, pela sexta vez, naquela viagem de quase quinze horas, um envelope amarelado onde um endereço ainda estava perfeitamente visível: Stegall Place Nº 118.

A parte boa era que, por ser uma cidade tão pequena, não seria difícil encontrar meu destino. A ruim era que eu estava muito cansada e em meu coração martelava a dúvida.

Peguei minha caneta, que imitava uma longa pena azul e escrevi algumas palavras:

"Vai dar tudo certo?
Acho que não
Mas sonho que sim."

Peguei o celular, o melhor modelo daquele ano, e chequei as horas: 17:01. Minha mãe, Deborah, devia estar na frente da escola uma hora dessas, vendo todos os meus colegas desembarcarem do ônibus que os trouxera de volta da viagem de formatura.

Em instantes ela perceberia que eu, a filha que ela queria que fosse perfeita, mas era sinônimo de imperfeição, não estava com a turma, que nunca embarquei no ônibus e, então, se daria conta de que eu passei o fim de semana inteiro fora, sem avisar.

Mas aquela não era a primeira vez...

Depois de surtar, Deborah tentaria ligar, mas eu, esperta como só uma adolescente de quase dezoito anos, cheia de rebeldias na cabeça, podia ser, já tinha desativado o número do aparelho.

Ela, com certeza, me procuraria por todos os lugares que sempre desaprovou que eu frequentasse. Talvez ela até fosse falar Thomas, meu antigo namorado, com quem eu já não estava há meses. Então minha mãe, furiosa, teria que seguir a minha longa e interminável lista de ficantes.

A ideia me fez rir sozinha.

Enquanto enrolava, despretensiosamente, um fio do meu cabelo castanho escuro nos dedos, me perguntava quanto tempo ela demoraria para se dar conta que eu tinha ido embora pra valer. Que eu, finalmente, cumpri todas aquelas promessas gritadas e fugi das garras opressoras e controladoras dela. Que não teria Yale, Stanford, nem Princeton pra mim. Deborah Spelman não mais poderia me transformar em um robôzinho.

A única coisa que eu não conseguia prever, era quando minha mãe finalmente se daria conta de que a filha única fugiu justo para perto de uma das pessoas que ela, "a mãe perfeita", mais desprezava no mundo: "O pai delinquente da Natalie", como ela adorava dizer.

Toda vez que a ouvia dizer algo assim, eu pensava o quanto era triste que ela dissesse isso de alguém que tinha amado um dia. Nunca soube se minha mãe sempre foi daquele modo, ou se tinha mudado quando se casou com Daniel Spelman, um advogado de muito renome e fortuna razoável.

Mas eu não queria pensar na minha mãe, não naquele momento. Na verdade, minha maior preocupação, enquanto o ônibus finalmente deixava a estrada e entrava na cidade, era que eu, com apenas dezessete anos e meio, tinha fugido de casa e decidido viver com um pai com quem eu apenas mantinha contato esporádico por cartas.

Sim, eu tinha o sobrenome de Peter Cooper, mas não o conhecia realmente, apenas o vi quando era muito pequena e sequer me lembraria de seu rosto, se ele próprio não tivesse enviado uma foto há uns três anos.

Na fotografia, Peter segurava uma menina de dois anos, eu, no caso. Ele era um homem de sorriso simples e olhar cativante, tinha cabelos castanhos escuros, como os meus, e naquele retrato, os usava quase na altura do ombro. Os olhos também eram iguais aos meus, algo que eu sabia mesmo antes de receber a foto, afinal minha mãe adorava reclamar que eu herdara os olhos negros como ônix do meu "pai delinquente", e não os verdes cristalinos que ela possuía.

Quando criança, eu não pensava muito no meu pai, raras vezes respondia suas cartas e nunca tinha me preocupado em ligar. Eu acreditava em tudo que minha mãe dizia, por isso não tinha me afeiçoado ao homem. Eu tinha sido envenenada por toda a infância, acabei percebendo depois...

Mesmo não tendo interesse no meu pai verdadeiro, tampouco conseguia ver em Daniel a figura paterna, algo que sempre causou desgosto na minha mãe.

Mas conforme crescia e via o quando eu era oprimida pelas regras dela, passei a desejar outras coisas e viver com o meu pai não pareceu má ideia naquele momento de desespero.

Eu era uma rebelde, isso não dava pra negar, estava constantemente ultrapassando a linha do moralmente correto e não me importava. Eu desejava ser livre mais que qualquer coisa e sequer pensei que aquela atitude de fugir pudesse ser impulsiva...

Mas tudo mudou quando vi a placa da cidade, eu estava ali de fato e não poderia voltar atrás. Teria que arcar com minhas escolhas e assumir cada uma delas.

Respirei fundo quando o ônibus parou na rodoviária e olhei o envelope mais uma vez. Eu sequer sabia se aquele ainda era o endereço, a carta era de um ano atrás, era um tiro no escuro. Mas, pra mim, qualquer coisa era melhor do que ficar presa a uma vida que eu não suportava.

➷•➷•➷•➷•➷

A cidade era realmente pequena, o cheiro de terra úmida e mato se espalhando por toda parte, o ar puro demais pra alguém que, como eu, cresceu em meio a poluição de Washington. Eu não tinha visto um só prédio desde que desci na rodoviária. Também não encontrei um único táxi, de modo que acabei seguindo a pé, enquanto acendia um cigarro e me guiava por algumas placas que apontavam o centro da cidade.

Traguei com gosto, soprando a fumaça e vendo-a sumir no ar. Lembrei que tinha começado com a coisa dos cigarros apenas por que sabia o quanto minha mãe desaprovava uma mulher fumando. Acabei rindo, quando me dei conta que muitas de minhas rebeldias eram apenas pra chocar Deborah Spelman. Depois acabava tomando gosto, mas não seria tão divertido se a minha mãe não se irritasse tanto a cada passo errado que eu dava.

Para minha surpresa a caminhada não durou vinte minutos e o que chamavam de "centro da cidade" nada mais era que uma única rua com algumas lojas e outras coisas. Sabia que a cidade era pequena, pelo que eu pesquisei, mas não pensei que seria tão pequena.

A vida noturna deve ser nula, imaginei, enquanto revirava os olhos e entrava em um restaurante que mais parecia um bar de quinta categoria.

Dei uma rápida olhada em volta e reparei que o lugar não tinha absolutamente nada que lembrasse os bares de Washington. Não era só a decoração precária e de extremo mau-gosto. Era todo o clima do lugar, o modo como as pessoas viraram o pescoço para me encarar. Acho que cada um dos meus traços e trejeitos deixava claro o quão urbana eu era em comparação aos presentes.

Me senti estranha por ser o centro das atenções, entre os amigos eu sempre fui a mais "comum" nada de litros de silicone, unhas enormes ou saltos gigantes. Eu gostava do simples, embora não tivesse crescido em meio ao simples.

Em casa era muito comum eu me sentir uma intrusa, e mesmo quando andava com os meus amigos menos populares, ainda me sentia um tanto deslocada. Nunca fui o centro de nada, apenas quando fazia algo totalmente fora das regras e comentavam sobre isso nos corredores do colégio.

Puxei um banco no balcão de bebidas e me sentei, olhei novamente a carta dentro do diário. Suspirei. Teria que me informar sobre o endereço, pois não fazia ideia de para onde seguir.

Medi a garçonete que vinha em minha direção pelo lado de dento do balcão. Devia ter por volta dos trinta, os cabelos totalmente encaracolados, de um falso tom de loiro, estavam presos pra cima. Procurei por um crachá, mas desisti quando me dei conta que não sobraria espaço pra um no meio de um decote tão grande.

— E aí, o que vai querer? — A loira perguntou com uma voz anasalada. Ela mascava um chiclete do pior jeito possível, eu podia ver o doce dançando por entre os lábios exageradamente pintados de vermelho dela.

— Pode me dar uma dose de qualquer coisa alcoólica que tiver aí. — Dei de ombros, talvez um pouco de álcool no organismo me fizesse parar de tremer.

Eu não era alguém medrosa, no entanto tinha ansiedade de sobra. "Transtorno de ansiedade", um dos muitos psicólogos em que minha mãe me obrigou a ir disse uma vez. Eu desconfiava que o diagnóstico fosse mentira, mas...

Eu ainda me lembrava dele, um moreno de olhos claros com quem eu dei uns amassos no consultório mesmo. Ri internamente ao lembrar da minha mãe horrorizada ao receber um telefonema do homem dizendo que não mais poderia tratar "a senhorita Cooper".

Deixei aquela lembrança de lado e dei uma olhada na bolsa a procura da minha identidade falsa, que a garçonete provavelmente pediria a qualquer segundo. Mas a loira da boca de neon, simplesmente me serviu a dose sem perguntas.

Peguei o copo ainda confusa. Não tinha como a mulher não ter notado minha idade, não quando eu estava usando aquele shorts jeans e o moletom do colégio.

Talvez o povo daqui não se importe com essa coisa de maioridade, pensei, dando de ombros, feliz com aquela agradável surpresa.

Foi quando percebi um homem me encarando do outro lado do bar. Mas ele não me encarava com a curiosidade dos demais, me olhava como se me conhecesse de algum lugar.

Olhei em volta, pra me certificar que eu era mesmo o alvo do cara e constatei que sim. Não gostava de ser encarada daquela forma, ainda mais quando eu não estava interessada no dono da encarada. Virei a dose de uma vez só, sentindo o álcool queimar minha garganta e me dar um gás a mais de coragem, mantive o olhar no dele, como um desafio.

Eu podia ser muita coisa, mas "medrosa" definitivamente não era uma delas.

O homem tinha um sorriso cínico, que de alguma forma combinava com aquela cara de boxeador aposentado. Os olhos fundos eram de um azul tão limpo que eu pude distinguir a cor mesmo de longe. Tinha duas entradas fundas que denunciavam a calvície que se aproximava.

Ele se levantou e caminhou na minha direção, andava como um malandro, mas algo nele lembrava um soldado que eu tinha visto em um filme qualquer.

— Traz outra dose pra Bonequinha aqui, Shannon! — Chamou a garçonete, que o atendeu prontamente.

— Age Gap não é minha praia. — Eu disse logo de cara.

O homem, que aparentava estar na faixa dos quarenta ergueu uma sobrancelha sem entender.

— Eu não curto gente velha. — Traduzi, fazendo uma meia careta, em seguida virei a dose que a garçonete tinha acabado de servir. — Mas valeu pela bebida.

Não esperei pela resposta. Apenas me levantei, coloquei o diário na mochila e a arrumei no ombro, colocando uma nota de dez dólares no balcão e dando meia volta, enquanto o homem ria.

— O que dizem sobre o sangue ser mais espesso que água, deve ser verdade. — Ainda o ouvi dizer em seu sotaque puxado. — Você pode ter sido criada com os granfinos, Bonequinha, mas tem o temperamento do seu pai.

Parei onde estava e retornei. Era uma informação importante demais pra deixar passar.

— Conhece meu pai? — As palavras saíram da minha boca quase imediatamente e me senti estranha, "meu pai" era algo que eu raramente dizia.

— De que outro modo eu teria visto sua foto na parede daquele cafofo que o Peter chama de casa? — Debochou, virando sua própria bebida.

Se levantou e me estendeu a mão, com aquele sorriso que eu já achava irritante.

— Você deve ser a Natalie Cooper, não é? Eu sou Merle. Merle Dixon.  


Notas Finais


E o primeiro Dixon que a Natalie encontrou não foi o Daryl kkkkkkk

Como eu disse nas notas da fic, a Natalie não é algum muito correta, ela ultrapassa a linha do moralmente correto algumas vezes, então não sigam os exemplos dela kkkkkkk

O próximo saí depois de amanha s2

Bjss e até


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