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História Lifeline - Before the End - Despedidas


Escrita por: DixBarchester

Notas do Autor


Olha quem finalmente chegou depois de quase 2 dias de atraso!!!!
Foi mal mesmo gente, eu viajei e só voltei hoje, então sentei aqui e disse que só ia levantar depois que postasse, são 3 da manhã e o cap está quentinho, espero que gostem ^^

Eu disse no cap passado que esse seria narrado pelo Daryl, porém não deu certo e ele está narrado pela bochechudinha mais amor do mundo das fics, eu espero que gostem.

Agradecimentos especiais as maravilhosas leitoras comentárias do cap passado, minhas divas, princesas, eu nunca vou cansar de agradecer vocês meninas, obrigada meeeesssmoooo vocês são a alegria do meu dia a dia.

E sem mais demoras...
Boa leitura:

Capítulo 20 - Despedidas


Fanfic / Fanfiction Lifeline - Before the End - Despedidas

 

• NATALIE COOPER •

Freud disse uma vez que se quiséssemos suportar a vida, teríamos que estar prontos para aceitar a morte, e tudo que eu conseguia fazer, naquela tarde ensolarada de segunda, era pensar se Freud já tinha visto alguém morrer na frente dele. Nos braços dele...

Fechei os olhos e tentei não reviver a cena, enquanto o cheiro de algo que me pai fazia no fogão me embrulhava o estômago.

Havíamos chegado do hospital há pouco. Não tinha entendido o motivo de minha alta demorar tanto, e o porquê do meu pai ter sumido grande parte do tempo. Ele estava abatido, parecia cansado e tinha olheiras fundas. Eu estava com aquela impressão estranha de que havia algo errado, mas honestamente não conseguia me importar com isso.

Eu não conseguia me importar com nada...

Parecia mergulhada em um estado de letargia, como se eu estivesse em uma bola e nada pudesse me atingir de fato, como se eu visse minha vida de fora. Uma simples espectadora, que havia parado naquele canal apenas por um segundo e que não ligava realmente para o que via.

— Vou subir. — Avisei, me levantando do sofá, no qual eu estivera jogada desde que coloquei os pés em casa.

Eu tinha levado pontos no braço e na cabeça, mas a dor me afetava muito pouco. Talvez eu estivesse anestesiada pelo luto.

— Já estou terminando suas panquecas. — Meu pai tentou comentar de forma natural, mas havia um tanto de decepção em sua voz, talvez por não ter conseguido me animar.

Ele, depois de passar os primeiros vinte minutos posteriores a nossa chegada, me olhando sem conseguir dizer nada, tinha resolvido fazer panquecas, uma pilha enorme delas, pelo que eu tinha visto.

Mas a última coisa que eu queria naquele momento era comer.

— Estou sem fome. — Dei de ombros, subindo para o meu quarto antes que ele dissesse mais alguma coisa.

Quando empurrei a porta senti meu mundo todo afundar, meu quarto estava exatamente como eu tinha deixado antes de sair: a cama bagunçada, o carregador do celular na tomada e o meu diário jogado por ali, aberto em uma das páginas. Parecia uma outra realidade. Uma realidade onde eu me lamentava pela ausência de Daryl Dixon com a minha amiga Shannon.

Então de repente Daryl estava de volta e a Shannon... Bom, a Shannon tinha partido. E ela não iria voltar repentinamente como o Daryl.

Era estranho e injusto. Ter Daryl de volta era o que eu mais queria, então ele estava ali no hospital, como um milagre caído dos céus e eu sei que devia estar radiante por isso, afinal foi o que eu desejei por dias, mas naquele instante parecia tão injusto sentir felicidade por qualquer coisa.

Como eu podia ficar feliz pela volta de Daryl, se uma amiga tinha sido assassinada?

Eu só conseguia me sentir mal. Ele estava lá, era real, eu podia ver algo de diferente nele, havia tanta preocupação e cuidado em cada toque, era como um raio de esperança no meio da escuridão. O problema é que sentir essa esperança me parecia errado.

Shannon não teve nenhum raio de esperança, a vida arrancada dela por um homem sem escrúpulos. Como eu poderia me sentir feliz quando ela estava morta? Simplesmente não dava.

Não teria me importado de nunca mais ver Daryl Dixon na vida, se ela pudesse ter ficado viva. Mas esse tipo de troca não era possível, uma coisa em nada tinha a ver com a outra.

Daryl estava de volta e Shannon estava morta, essa era a realidade que eu tinha que enfrentar.

Entrei no banho, ignorando os curativos, que a enfermeira tinha avisado para não molhar. A ardência dos ferimentos em contado com a água, principalmente o do braço, pareceu me tirar um pouco daquele estado de letargia.

O corpo de Shannon ainda estava no necrotério, alguém precisava avisar a família dela, para que eles pudessem cuidar do enterro e essas coisas, mas Shannon nunca tinha me falado nada da família.

Escorreguei pela parede do banheiro e apenas fiquei ali um tempo, tentando colocar minha cabeça no lugar, pensar no próximo passo, mas tudo que eu consegui foi entrar em um crise de choro. Minha mente insistia em apontar todas as coisas que eu podia ter feito pra evitar aquela tragédia. Demorei alguns minutos pra controlar aquilo.

Eu tinha que fazer alguma coisa, qualquer coisa, pra me sentir um pouco útil. Vesti uma roupa qualquer e desci as escadas decidida.

— Que bom que voltou. Terminei as panquecas. — Meu pai sorriu ao me ver.

— O que sabe da família da Shannon? — Perguntei, sem dar importâncias às panquecas sobre a mesa.

— Não muito, a mãe dela saiu da cidade faz tempo, com um cara qualquer e eu nunca ouvi falar do pai, nem de outros parentes.

— Precisamos falar com eles. O corpo da Shannon ainda está no hospital e...

— Natalie. — Peter segurou meus ombros com carinho, me impedindo de terminar. — O hospital pode cuidar disso, não é algo com que você tenha que se preocupar, não é sua responsabilidade.

O encarei um tanto frustrada, eu podia entender que a preocupação principal dele era comigo, mas eu não podia simplesmente fechar os olhos ao que estava acontecendo a minha volta.

— A Shannon morreu nos meus braços, pai. Talvez não se trate de responsabilidade, mas de empatia. O hospital tem muitas coisas em mente, eles vão fazer umas ligações e só, eu tenho que me certificar que a família receba a notícia da melhor forma, tenho que ir ao enterro e... — Respirei fundo antes que eu começasse a chorar novamente. — Eu só tenho que ter certeza que fiz tudo que eu posso. Entende?

Meu pai assentiu brevemente, me puxando para um abraço e beijando o topo da minha cabeça.

— Eu vou cuidar disso, okay? Você está ferida e abalada, eu vou até o hospital e vou fazer tudo que eu puder. Você fica e come. Podemos fazer esse acordo?

Acenei positivamente, mesmo que não estivesse muito feliz com isso. Eu mesma queria cuidar de tudo, mas percebi que Peter Cooper não me deixaria colocar o pé pra fora.

Ele pegou as chaves do carro e me deu outro beijo.

— Vou passar no Daryl e pedir pra ele vir te fazer companhia. — Avisou, abrindo a porta da frente.

— Não. — Me apressei em responder. Meu pai parou onde estava e me encarou um tanto confuso.

— Você não quer vê-lo?

— Quero ficar sozinha um pouco...

Ele manteve os olhos em mim por um instante, medindo minhas reações, antes de assentir desconfiado e se despedir, fechando a porta atrás de si.

Eu não tinha tanta certeza assim se queria mesmo ficar sozinha, mas eu ainda sentia que era injusto me preocupar com "coisas do Daryl" quando era a Shannon que merecia atenção. Parecia egoísmo da minha parte.

Fiquei ali parada no meio da cozinha, ouvindo o carro do meu pai se afastar e me sentindo totalmente vazia. Não, eu não queria ficar sozinha.

Inevitavelmente me lembrei do momento em que vi Daryl no hospital, de ter ouvido a voz dele e pensado ser um sonho, pra então avistá-lo ali de pé. Senti que alguma coisa se encaixava, como se meu mundo voltasse para o eixo. Eu só queria abraçá-lo e apagar totalmente os últimos vinte e oito dias.

Talvez outra pessoa tivesse feito milhares de perguntas, mas eu não me importava. Questionamentos não funcionavam com Daryl, as coisas tinham que ser no tempo dele. A única coisa que eu podia fazer era aceitar que ele estava de volta, sem críticas ou cobranças. De toda a forma, eu não podia negar que estava esperando por ele o tempo todo, mesmo que toda a situação com Shannon me fizesse não querer pensar no assunto, pelo menos não naquele momento.

Fiz uma careta para as panquecas que eu deveria comer e as ignorei, rumando para o sofá e ficando ali, me remexendo inquieta sem saber bem o que fazer.

Alcancei o telefone e liguei para o hospital. Sabia que não me dariam nenhuma informação específica sobre a Shannon, mas eu podia me informar sobre os procedimentos necessários para retirar o corpo. Sim, eu sabia que meu pai provavelmente cuidaria disso, mas eu tinha que me ocupar.

Era como se sentisse que não podia descansar enquanto ela não "descansasse".

A moça do outro lado da linha não foi muito amigável, mas me deu uma pequena lista de informações que eu anotei compulsivamente.

Desliguei o telefone e continuei parada no mesmo lugar, olhando a lista de coisas e pensando em todos os momentos que eu tinha passado com Shannon, em todas as vezes que ela havia me feito sorrir.

Ela não foi minha amiga por muito tempo, mas tinha sido a pessoa com quem eu mais me identifiquei, o que era curioso, não só pela nossa diferença de idade, mas por todas as coisas que nos faziam opostas.

Não impedi as lágrimas que rolavam. Percebi que o portão estava sendo aberto, e sequei o rosto, eu sequer havia ouvido o barulho de carro. Estranhei. Meu pai devia ter esquecido alguma coisa, só isso explicaria ele voltando tão rápido.

Observei a porta da sala, esperando que ele a abrisse, mas quem passou por ela não foi meu pai.

Os olhos de Daryl encontraram os meus e ele pareceu sem jeito.

— Er... Cooper passou lá em casa agora e me deu a chave. — Explicou, balançando o chaveiro nas mãos e fechando a porta atrás de si.

— Eu disse que ele não precisava te incomodar. — Encarei a lista sobre a mesinha de centro e me senti mal por meu coração estar batendo tão rápido. — Eu vou ficar legal sozinha.

— Tanto faz, eu nem queria ficar em casa de todo o jeito. — Daryl deu de ombros, dando um passo na minha direção.

— Você voltou de viagem e foi direto para o hospital, precisa dormir, se alimentar, essas coisas... — Argumentei, tentando não aparentar tanto desânimo.

— Você precisa fazer essas coisas também. Principalmente a parte do "se alimentar".

Nos encaramos por um momento e eu apenas assenti, sem vontade de dizer nada.

Daryl foi até a cozinha e voltou com o prato enorme de panquecas que meu pai tinha feito. Imaginei as várias exigências que Peter devia ter feito, quando passou na casa do Daryl e percebi o quanto os dois estavam se esforçando.

Eu podia entender meu pai fazendo aquilo, mas era meio estranho ver a mesma atitude no Daryl, principalmente depois que ele foi embora.

Serviu uma das panquecas pra mim e outra pra ele. Enfiou a dele inteira na boca, enquanto eu demorava um tempo longo demais pra apenas cortar a minha, vi Daryl se servir da segunda, enquanto eu sequer tinha colocado o primeiro pedaço na boca.

— Não ouvi sua caminhonete... — Comentei, cutucando minha comida.

— Eu não vim com ela. — Explicou entre uma bocada e outra.

Meneei a cabeça algumas vezes, como se aquele fosse um assunto muito interessante, porque, honestamente, qualquer coisa me parecia mais interessante que o que estava no meu prato.

E pensar que eu adorava panquecas...

— Você falou com o Merle? — Perguntei, parando o garfo no ar.

— Falei ontem, ele desligou o telefone na minha cara e eu não consigo contato desde então. — Respondeu, me observando colocar o garfo, com o pedaço de panqueca intocado, de volta no prato.

Fiquei encarando o nada, pensando em como seriam as coisas se Daryl e Merle não tivessem partido, e sabendo que tal coisa não teria acontecido se eu nunca houvesse contado sobre meus sentimentos para o Daryl. De um jeito ou de outro a culpa ainda recaia sobre mim.

— O que você está pensando, Bochechas? — Daryl questionou e um mundo de lembranças veio junto com aquela frase e o apelido

Me senti infinitamente mal por ter visto aquela ponta de esperança de novo. Meu estômago revirou e eu larguei o garfo, a imagem de Shannon morta nos meus braços assombrando meu pensamento. Neguei algumas vezes, antes de responder:

— Nada...

— Ninguém consegue pensar em nada. — Daryl repetiu uma frase minha e eu abaixei a cabeça sentindo meu peito doer e vendo uma lágrima minha cair sobre o prato.

Não respondi. Não encarei Daryl. Foi como ficar parada naquele momento, sem saber o que fazer, tentando não desmoronar por mil motivos que eu sequer conseguiria listar.

— Você não está comendo. — Ele constatou depois de longos minutos.

— Não consigo. — Respondi, passando a mão esquerda no rosto para conter as lágrimas.

Vi Daryl remexer o próprio garfo no prato e então esfregar a calça jeans impacientemente. Eu continuei calada e de cabeça baixa. Eu não queria falar ou comer, eu não queria nada, mas, mesmo assim, era como se eu quisesse algo que eu não conseguia colocar em palavras.

— O que sabe da família da Shannon? — Perguntei, porque percebi que o silêncio era sufocante.

— Não muito... Ela não sabia quem era o pai e não falava da mãe. Esse assunto nunca me importou. — Daryl respondeu, colocando o prato sobre a mesinha de centro.

Me ajeitei no sofá e descansei minha cabeça no encosto enquanto o observava. Desejei apenas poder deixar aquele raio de esperança me inundar, sem me sentir culpada por isso. Mas eu simplesmente não conseguia.

— Devia comer... — Sugeri, sem deixar de olhá-lo.

Daryl se moveu no sofá de modo a ficar de frente pra mim.

— Você também devia.

Olhei as panquecas e meu estômago revirou novamente, voltei os olhos para Daryl e quis mais que tudo poder mergulhar naquelas íris azuis.

— Eu estou feliz que tenha voltado... — Comecei, um tanto melancólica, mesmo sabendo que as verdades costumavam afastar Daryl. — E isso é terrível, porque eu me sinto péssima por pensar em ficar feliz em uma hora dessas. Uma mulher foi assassinada, e um idiota ainda está solto por aí. Não é certo eu ficar feliz agora, não posso...

Ele passou a roer o polegar, assentiu, claramente decepcionado.

— Entendo... — Respondeu sem convicção.

Ficamos inertes por mais um tempo. Vários minutos, apenas encostados no sofá olhando um para o outro. Eu só queria que ele se aproximasse e me abraçasse como no hospital, e ao mesmo tempo eu queria que ele fosse embora, porque machucava sentir tudo aquilo.

— Jason foi preso ontem, você não sabia? — Perguntou, como se precisasse de um assunto pra que aquele momento não se estendesse.

— Não. — Devolvi realmente surpresa. — Como sabe disso?

Daryl se levantou desconfortável e se afastou, como se escondesse algo.

— Sabe como é, cidade pequena, as notícias correm. — Deu de ombros, pegando os pratos da mesinha.

Realmente tinha algo que ele estava escondendo, mas não tive tempo de pensar nisso, pois ouvi o barulho do meu pai chegando.

As notícias que ele trouxe não foram nada boas. Shannon realmente não tinha pai no registro, ninguém sabia quem ele era, e pra piorar... A mãe dela estava morta.

Eu nunca tinha pensado muito sobre velórios, sobre a burocracia e despesas por trás deles. Alguém sem família, como a Shannon, acabaria jogada em uma vala comum como se não fosse ninguém. Eu não podia deixar que isso acontecesse.

Eu não deixaria que acontecesse.

— Precisamos fazer um velório pra ela. — Decidi de imediato.

Claro que não foi fácil convencer meu pai, não era só a burocracia de tirar um corpo do necrotério, eram todos os gastos envolvidos.

Foi a única vez, em todo aquele tempo em Dawsonville, que o dinheiro da minha mãe fez falta, eu não queria pedir algo assim para o meu pai, eu entendia bem qual era a situação financeira dele. Não nos faltava nada, mas não era como se sobrasse para aquele tipo de gasto, principalmente depois de um mês ruim na oficina.

Pensei em usar o cartão de crédito, eu duvidava muito que minha mãe tivesse cancelado, porém ela certamente viria me buscar no mesmo instante e eu ouviria um sermão de dias, mas Shannon merecia o sacrifício.

Não precisei fazer isso. Meu pai cobriria os gastos com uma reserva que tinha no banco, porque, pra ele, envolver minha mãe nisso, não era uma opção.

Ficamos combinados que eu arcaria com metade de tudo, ficando sem parte do salário por um tempo, coisa que achei bastante justa.

➷•➷•➷•➷•➷

Foi simples, nada de velório na igreja, já que Shannon não era católica. Apenas um enterro, com meia dúzia de pessoas: Joe e alguns clientes do bar, eu, meu pai e Daryl. Era um dia ensolarado. Ninguém parecia se importar em parar sua vida pra prestar homenagem para uma garçonete morta.

Nada de chuva, guarda-chuvas negros e carrões, como nos filmes. Ninguém disse palavras bonitas, antes do coveiro começar a jogar terra sobre o caixão. Não era justo. Era como se a Shannon não significasse nada, como se tivesse passado por essa vida sem deixar nenhuma marca.

— A Shannon foi a primeira pessoa que eu conheci em Dawsonville. — Comecei, vendo que ninguém parecia muito decidido a isso.

O senhor com a pá não pareceu satisfeito com a decisão e todos os olhares se voltaram para mim.

— A primeira coisa que eu pensei, foi que ela era uma figura bastante peculiar. — Ri sem humor, tentando impedir o choro contido de atrapalhar minha voz. — Mas Shannon era mais que isso, ela não era apenas uma garçonete que sabia tudo sobre essa cidade, ela era uma batalhadora. Poucas pessoas conseguiram ver o quão incrível ela era. Acho que eu mesma não tinha inteira noção disso, mesmo quando ela me fazia rir, ou quando ela me apoiava.

Parei de tentar impedir as lágrimas e deixei elas rolarem por alguns segundos. Daryl, que estava parado do lado oposto da cova, me lançou um olhar intenso de apoio e meu pai, que estava ao meu lado, acariciou minhas costas.

— Eu nunca tive muitos amigos... E certamente nunca tive uma amiga tão especial como a Shannon. — Prossegui, respirando profundamente para reunir coragem. — Ela não era só uma estatística, ou alguém sem importância. Ela era uma mulher, uma guerreira e uma amiga. Ela era única. Foi por isso que eu escolhi essas palavras para estarem gravadas na lápide dela. — Apontei a pedra, que eu havia encomendado de última hora. — Adeus Shannon, eu vou sentir sua falta...

Assenti para o coveiro e ele voltou a jogar terra sobre o caixão. Não era uma cena fácil de ver.

Ficamos ali até o fim, até que a lápide fosse fixada sobre a cova. As pessoas não pareciam realmente tristes, apenas respeitosas, como se aquilo não as atingisse realmente. Mesmo Daryl e meu pai tinham essa postura. Eu não sabia bem se ficava chateada com eles, ou se simplesmente entendia que a morte da Shannon não os afetava como afetava a mim.

Recebi os pêsames de todos, como se eu fosse realmente da família e ainda fiquei lá por um tempo.

Peter me conduziu até o carro e me acolheu em seus braços antes de entrarmos.

— Foi muito bonito o que você fez. — Comentou, beijando o topo da minha cabeça. Não respondi, eu ainda estava esperando pelo sentimento de conclusão que simplesmente não aparecia.

Daryl parou perto nós, as mãos no bolso e os olhos em mim.

— Melhor irmos. — Meu pai decidiu, abrindo a porta para mim. — Até mais Daryl.

Deu a volta para entrar no lugar do motorista, mas Daryl permaneceu parado ali me encarando.

— Obrigada por ter vindo. — Tentei um meio sorriso e ele concordou.

Olhou a caminhonete estacionada a alguns metros e pareceu decepcionado, como se partir fosse tudo que ele menos queria.

— Eu... — Começou sem conseguir dar um fim a frase. — A gente... — Tirou as mãos dos bolsos e olhou para o chão, se remexendo inquieto.

Seus olhos azuis focaram em mim de novo e eu percebi que estava agarrada a porta do carro. Meu pai me chamou pra ir, ligando o motor.

Mas aquele não foi único barulho de motor que eu ouvi, uma moto bastante conhecida apareceu no meu campo de visão no mesmo instante: Merle.

Ele mal nos dirigiu o olhar, caminhando diretamente para o local onde a lápide estava. Usava preto, mas nada de terno, apenas uma camiseta e uma calça escura, os olhos escondidos pelo óculos de sol, seus passos trôpegos não negam o quanto estava chapado.

Daryl negou, desapontado, eu não entendi porquê, afinal cada um lidava com aquele tipo de dor como podia, e Merle estava lidando com a dele. Daryl talvez não visse isso, mas Merle estar ali era um grande passo.

— Eu cuido disso. — Avisou, soltando um longo suspiro e indo na direção em que o irmão estava.

Eu o detive quase no mesmo instante. Daryl e o meu pai estavam vendo a situação de fora, eles não entendiam, mas eu e Merle parecíamos estar bem no meio do furacão. Tínhamos mais em comum naquele momento do que em qualquer outro.

— Eu vou. — Afirmei, ainda com a mão no antebraço de Daryl.

Deixei meu pai e ele lá e caminhei de volta para o túmulo, Merle dizia alguns impropérios que eu não consegui entender bem, pois assim que me viu ele se calou, ajeitando a postura.

Simplesmente parei ao lado dele e encarei a lápide perfeitamente colocada sobre a terra recém revirada.

Aqui jaz uma mulher extraordinária
e uma amiga insubstituível.

Shannon Smith
1970 — 2002 

"Nenhum ato vil ficará impune
Nenhuma boa alma será esquecida."

— Você que escolheu isso, não foi? — Merle perguntou em um tom de desdém. Eu assenti levemente. — Aquela idiota sentimentalista teria gostado...

— Você ter vindo até aqui, também é algo que ela teria gostado. — Comentei e Merle deu de ombros como se não desse a mínima.

Merle era o tipo de pessoa que agia como se não se importasse com nada, mas só o fato dele estar ali dizia o contrário. Isso tornava tudo ainda mais triste, ele se importava com a Shannon, talvez até sentisse algo verdadeiro por ela, e por conta de besteiras, os dois não tinham ficado juntos e nunca mais poderiam...

Ficamos em silêncio, ambos olhando a lápide no chão, como se aquilo pudesse mudar o passado. Passei meu braço pelo de Merle e encostei minha cabeça no ombro dele.

— A Darlyna vai ter um surto de ciúmes de te ver tão perto de mim. — Ele tentou debochar.

— Ele supera... — Continuei na mesma posição e voltamos a ficar em silêncio.

Eu não conhecia Merle tão bem, mas sabia que ele estava triste e frustrado, era exatamente assim que eu estava, a diferença é que havia muito mais raiva na dor dele do que na minha.

Dor é sempre dor, o que muda é a forma como cada um lida com a sua.

— Aquela maldita não podia ter escolhido as companhias melhor? — Xingou bufando. — Pelo menos aquele merdinha está preso. — Merle finalmente se recompôs, soltando o braço do meu.

Concordei, mesmo sabendo que aquilo não duraria nada, tinha passado minha vida toda entre advogados, eu sabia muito bem que homens como Jason não ficavam na cadeia por muito tempo, a lei era falha e a justiça era injusta.

E foi exatamente o que aconteceu.

Menos de três dias depois Jason estava solto. Era o primeiro dia em que a oficina estava aberta depois de tudo, mesmo que eu não tivesse aparecido por lá. Na verdade, só fiquei sabendo da notícia, quando Merle chegou gritando pra Deus e o mundo.

— Você devia ter matado aquele filho da puta! — O ouvi acusar, mesmo que eu ainda estivesse dentro de casa. — Você ficou frouxo, Peter!

Fechei os olhos e respirei fundo, eu já esperava que Jason fosse solto, eu sempre soube. Mas ver aquele pesadelo virar realidade era um baque muito grande. Vi tudo rodar por um segundo e me sentei na escada, antes de acabar caindo.

Na oficina Merle continuava gritando, a voz dele se misturava com a de Daryl vez ou outra.

Eu mal tinha visto os Dixons naqueles três dias, na verdade, eu mal tinha visto qualquer um, meu pai vinha se esforçando ao máximo para, pelo menos, me alimentar e confesso que das poucas vezes que eu comia era por causa dele.

Daryl tinha vindo me ver, Peter fez questão de dizer, mas eu não o vi nenhuma das vezes, não que eu tivesse deixado de gostar daquele caipira complicado, era bem o contrário, mas eu sentia que precisava de um tempo comigo mesma.

Até a notícia de que ele voltaria para a oficina, não me tirou do meu estado apático. Algumas coisas levavam tempo e eu resolvi que não forçaria ou apressaria nada. Tentar apressar as coisas não tinha dado certo pra mim.

Sei que eu devia ter saído e tentando acalmar os ânimos na oficina, mas apenas voltei para o meu quarto. Aquela péssima notícia não tinha ajudado em nada.

Me joguei na cama e fiquei encarando o teto. Ouvi a moto de Merle cantando pneu um tempo depois e presumi que ele tinha ido embora. Não dava pra imaginar o que ele devia estar sentindo naquele momento.

Eu havia pensando que depois que Shannon fosse enterrada as coisas voltariam aos seus devidos lugares, pensei que aquela sensação de não ter feito o bastante passaria. Mas ainda doía. Era um saco.

Minha vida se resumia a horas sozinha e muitos banhos. Três dias longos e exaustivos... Eu não conseguia dormir. Deixar a água quente cair sobre minha pele era o único alivio que encontrava.

Foi o que eu fiz novamente. Liguei o chuveiro e deixei a água escorrer pelas minhas costas, enquanto eu me sentava no chão e tentava achar novos padrões nos azulejos que eu conhecia de cor.

Murmurei pra mim mesma que tinha acabado. Não havia mais nada que eu pudesse fazer, Shannon não voltaria e eu não podia deixar minha vida minguar, afundar naquele abismo.

Eu sabia que tinha que seguir em frente, mas saber e realmente agir eram coisas diferentes.

Me lembrei que minha mãe sempre disse que eu não sabia lidar com a morte, que eu não entendia que a vida acaba. Dentre todos os erros que eu adorava apontar nela, talvez Deborah Spelman estivesse certa sobre isso. Eu não sabia lidar com a morte.

Saí do banheiro enrolada em um roupão e ainda sem respostas. Vesti um shorts e uma camiseta qualquer, respirando fundo enquanto alguém batia na porta e eu alcançava uma toalha pra secar o cabelo.

Com certeza era meu pai, em uma das suas mil tentativas de me fazer comer.

— 'Tá aberta. — Avisei, sem me importar realmente. Ele nunca entrava, simplesmente ficava gritando através da porta todas as vezes.

Mas daquela vez ouvi a porta ser aberta, mesmo que eu não estivesse olhando, porque eu tinha a toalha sobe a cabeça e rosto.

— Estou sem fome, pai. — Declarei, antes que ele dissesse alguma coisa, mas quando abaixei a toalha percebi que não era o meu pai.

Daryl me encarava totalmente envergonhado, na verdade eu podia jurar que ele estava vermelho.

— Seu pai me falou pra subir. Eu não sabia que você... Eu posso sair se você quiser... — Ele se embolou nas palavras e eu tive que dar uma olhada em mim mesma pra ver se eu estava indecente ou algo assim. E não, eu não estava.

— Pode ficar. — Falei naturalmente, jogando a toalha na cama e passando os dedos no cabelo.

— Ele achou que eu teria mais sucesso em te convencer a descer e comer. Você tem que se alimentar, Bochechas...

— Meu pai é meio dramático, você sabe. — Desconversei.

Daryl continuou me observando totalmente calado, parado no batente da minha porta. Era como se os olhos dele pudessem me queimar.

— Seu irmão já foi? — Perguntei, sentido necessidade de dizer qualquer coisa que fosse.

— Você ouviu?

— Acho que o quarteirão inteiro ouviu... — Dei de ombros.

— Eu sempre soube que a polícia de Dawsonville era incompetente, mas dessa vez eles ultrapassaram os limites. — Daryl resmungou frustrado, eu entendia bem aquele sentimento.

Caminhei para perto dele, encostando do lado oposto ao que ele estava.

— O dia que a lei parar de favorecer homens brancos de classe média e alta, vai acontecer um apocalipse. — Tentei ser sarcástica. Não funcionou muito bem.

Ele voltou a me encarar do mesmo jeito de antes e eu apenas desejei que o mundo fosse um lugar perfeito, onde as coisas fossem simples.

— Eu pensei que passaria... Pensei que as coisas voltariam a se encaixar depois que eu fizesse tudo que eu podia pela Shannon, não passou. — Confidenciei, tirando meus olhos dele.

Ainda me parecia errado me concentrar no que Daryl representava pra mim.

— Você precisa de tempo. Vai passar. — Ele devolveu, dando um passo na minha direção.

— Eu pensei assim também, mas faz três dias que estou trancada nesse quarto sozinha e nada mudou. Acho que estou cansada de ficar sozinha, Baby Dix. — Suspirei, voltando meus olhos pra ele por um momento.

Daryl me encarava de um jeito bem estranho.

— O que? — Tive que perguntar, porque ele nunca me encarara daquela forma e aquele olhar fazia algo formigar dentro do meu peito.

— Você não me chamou assim desde que eu voltei. — Ele se aproximou ainda mais de mim, como se fosse atraído por uma força magnética.

— Achei que não gostasse desse apelido. — Respondi, dando um passo pra frente, totalmente imersa no clima que tinha se formado ao nosso redor.

Daryl sempre seria a minha luz e eu sempre seria a libélula estúpida.

— Eu também achei...

Mais um passo. Os nossos olhos estavam presos um no outro e eu já podia sentir o calor que o corpo dele emitia. Respirávamos o mesmo ar. Aquele olhar de anjo desceu para os meus lábios e todo meu corpo tremeu.

Ele era tudo que eu queria, mas naquele momento parecia muito errado querer.

Daryl ergueu a mão para tocar meu rosto e mil coisas se confundiram na minha cabeça. Todos os nossos momentos. Minha tentativa fracassada de beijo. Minha promessa. A dor de saber que Daryl tinha partido. Shannon... Tudo ao mesmo tempo, rápido demais pra que eu não questionasse a realidade e a minha capacidade de ler os sinais.

Eu já podia sentir a ponta dos dedos dele na base do meu pescoço quando dei um passo pra trás por instinto e me choquei com a parede nas minhas costas.

As íris azuis me encararam um tanto assustadas, como se tivessem saído de um transe, ou talvez fossem apenas minhas próprias emoções refletidas nos olhos dele.

— Nós devíamos... — Apontei a saída, me esquivando um pouco.

— Devíamos descer, seu pai está esperando. — Completou e saiu na frente, descendo os degraus de dois em dois, como se estivesse fugindo.

Demorei alguns segundos pra assimilar o que tinha acontecido, ou melhor, pra imaginar o que poderia ter acontecido... Ou talvez eu estivesse louca, delirando pelos acontecimentos dos últimos dias.

Quando cheguei na cozinha meu pai realmente estava esperando com um prato enorme de comida. Daryl acabou ficando depois de muita insistência, mas o fez sem me olhar em momento algum.

Resolvi bloquear aquele acontecimento enquanto comíamos calados. Eu não queria fugir ou negar nada, eu apenas sabia que não era o momento pra lidar com aquilo. Talvez eu tivesse entendido tudo errado — não seria a primeira vez — ou não... Nesse caso, restava saber se Daryl tinha dado aquele passo pelo motivo certo. Seja lá o que fosse decidi que deixaria o tempo cuidar de colocar aquilo no lugar. Apressar as coisas nunca resultou em nada naquele relacionamento estranho que tínhamos.

Melhor passos de tartaruga para frente, do que passos de lebre para trás.

Ouvimos alguém chegar e nem precisou de muito pra saber que era o Merle. Ele entrou sem bater ou avisar e parou em frente a porta, olhando para nós três na mesa por um momento. Tinha algo bastante diferente dele, eu percebi de imediato.

— Olha, Merle, eu... — Meu pai começou, se levantando, como se estivesse prevendo outro escândalo, mas Merle ergueu uma das mãos o interrompendo.

— Eu estou dando o fora, não sei quando volto. — Avisou, diretamente para Daryl, que franziu as sobrancelhas.

— Você nunca avisa ou se despede, o que mudou? — O mais novo perguntou desconfiado.

— Nada, porra! Anda, Cooper, vamos levar um papo. — Respondeu rude e apontou para o meu pai. 

Os dois saíram para conversar em particular e daquela vez não houveram gritos ou brigas.

Encarei Daryl por um momento e ele parecia tenso e preocupado, esquecido do nosso momento no quarto. Coloquei minha mão sobre a dele que estava fechada em punho sobre a mesa e ele voltou os olhos pra mim.

— Merle vai fazer uma burrada, ele sempre faz... — Murmurou e eu apertei um pouco mais a mão dele.

Eu não entendia muito bem o vínculo de irmãos, aquele amor fraternal que podia superar e ultrapassar tudo, mas eu podia ver aquilo em Daryl e Merle, eles se amavam, mesmo que não dissessem ou demonstrassem.

Meu pai voltou pouco depois e Daryl tirou a mão da minha, saindo atrás de Merle.

— Ele disse que tem que passar um tempo fora... — Peter revelou um tanto desgostoso. — Eu tentei convencê-lo do contrário, mas Merle Dixon é teimoso como uma porta. Espero que Daryl tenha mais sorte, mas acho que não vai ter.

Vi nos olhos do meu pai que a conversa tinha rendido mais do que ele estava contando, mas eu não perguntei. Se não fosse um assunto particular ele teria dito.

A conversa de Daryl com o irmão não foi amena, eu podia ouvir os palavrões de onde eu estava. Um tempo depois meu pai acabou indo acalmar os ânimos e eu fui até a oficina a tempo de ver Daryl emburrar em um canto e Merle subir na moto, nos encarando por um tempo.

Tinha um clima pesado de despedida no olhar dele. Foi naquele momento que eu liguei os pontos, Merle estava saindo da cidade ao mesmo tempo em que Jason foi solto... Isso não era coincidência. Aquele cretino assassino morava em Atlanta e não me surpreenderia nada se o destino do Dixon mais velho fosse exatamente aquela cidade.

Homens como Merle não admitiam se sentir impotentes, ele podia até nunca dizer em voz alta, mas se importava com a Shannon e caçaria o Jason até o inferno se preciso fosse, apenas pra sentir que fez alguma coisa.

Aquela atitude dele me dava medo. E enquanto uma parte minha não aprovava justiça com as próprias mãos, principalmente por saber que um homem como Merle não se daria bem nisso, outra entendia perfeitamente que o sistema judiciário era falho, cheio de brechas das quais homens como Jason se beneficiavam.

Mas eu sabia que ninguém seria capaz de fazer Merle Dixon ficar, ele tinha uma visão deturbada de honra e responsabilidade, não entendia o que era criar raízes e tinha coragem demais pra simplesmente deixar o tempo resolver tudo. Sim, Merle podia ser um cretino, mas era um cretino muito corajoso.

— Se cuida Darlyna, não ferra tudo sendo um maricas e resolve logo essa bosta de vida. — Olhou de Daryl pra mim, como se aquilo fosse uma indireta. — Algumas coisas você tem que agarrar antes que escapem através dos seus dedos.

Daryl não respondeu, mas assentiu brevemente. Nada precisava ser dito, eu sabia que ele amava o irmão mais que tudo e que não concordava com aquela partida.

Merle me encarou e sorriu, esticando um dos braços para que eu me aproximasse, eu o abracei e ele riu alto, como se nada pudesse afetá-lo. Desejei mais que tudo, que ele não fizesse nada do que se arrependesse depois.

— Você devia ficar, seu lugar é aqui. — Pedi, mesmo sabendo que meu pai e Daryl já haviam tentando.

— Eu volto. Eu sempre volto. — Ele continuou rindo, enquanto se ajeitava na moto. — Até lá você cuida das coisas e do meu irmãozinho pra mim, cunhadinha.

Meneei a cabeça em um suspiro e vi Daryl chutar o chão sem jeito.

— Você sabe que eu não sou sua cunhadinha, não é, Merle?

— Você vai sempre ser minha cunhadinha. — Ele afirmou, antes de acelerar e se afastar rumo a estrada.

Era mesmo uma despedida. E por algum motivo que eu jamais seria capaz de explicar, me passou pela cabeça que talvez eu nunca mais veria Merle Dixon outra vez...

 

 


Notas Finais


Rip Shannon definitivamente, foi muito triste escrever tudo isso.

A Natalie está passando por um momento difícil, ele já seria difícil se a Shannon fosse só uma amiga que morreu, mas é ainda pior já que a nossa garçonete preferida foi assassinada na frente da Natalie.

E o Daryl ainda está meio confuso com tudo isso, seria o momento errado pra eles se envolverem, porque a Natalie está frágil e triste.

Mas claro que eu tinha que dar uma torturada básica com um quase beijo, porque eu amo quase beijos uahsaushaush

Merle deu tchau, embora ele faça uma participação no próximo, assim como uma certa mamãe que só foi citada até então... ai ai ai uashauhsaushaush

Bjss e até.


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