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História Lifeline - Before the End - Além da casca


Escrita por: DixBarchester

Notas do Autor


Oieee

Chegamos com o cap 6 e eu não podia estar mais feliz com os números subindo aos poucos, cada acompanhamento, favorito e comentário faz meu dia mais feliz. Vc são demais, obrigada por isso!


Esse cap é mais calmo, ainda não é o "encontro" mas tem algumas informações importantes para os dois plots principais das fics.
Espero que gostem *-*

Boa leitura.

Capítulo 6 - Além da casca


Fanfic / Fanfiction Lifeline - Before the End - Além da casca

 

 

• NATALIE COOPER •

Minha aposta com Daryl deixou o humor dele péssimo, quer dizer, mais do que já era normalmente. Claro que quando apostei eu já imagina que algo assim aconteceria, mas caramba, aquele caipira marrento conseguia se superar no quesito "tratamento do silêncio". Era manhã de quarta-feira e eu podia contar nos dedos quantas palavras ele tinha dirigido a mim desde o dia da floresta.

Ele trabalhava em um carro qualquer, do qual eu não lembrava a marca, e meu pai tinha saído para um compromisso pessoal e na volta pegaria algumas peças necessárias na cidade vizinha.

Eu estava sentada em cima de um grande balcão de madeira onde ficavam guardadas as ferramentas, com o diário e a caneta nas mãos escrevendo sobre a minha abstinência sexual de quase três meses, um recorde desde que eu tinha perdido a virgindade aos quinze anos.

Me chame de libertina, ou vadia se quiser, não me importo. Nunca liguei para essas coisas de "sexo só depois do casamento" ou "nada de sexo no primeiro encontro". Pode parecer irresponsável, mas a verdade é que meu corpo era a única coisa que realmente me pertencia e sobre a qual eu tinha total controle, então sexo era uma expressão de liberdade pra mim. Sempre amei sexo, desde o primeiro momento em que o descobri.

Ergui meu rosto e passei a observar Daryl. Tinha algo de muito sensual no modo como ele trabalhava concentrado, no modo como as sobrancelhas dele franziam, enquanto os músculos do braços se destacavam quando ele movia uma ferramenta qualquer. Ele mordia um palito de dente e tenho quase certeza que não fazia ideia do quanto aquilo era erótico.

Daryl Dixon era, sem dúvida, um cara muito sexy, mesmo que no momento estivesse coberto de suor por causa do calor infernal que fazia.

Ou será que aquele suor era exatamente o que o deixava mais sexy...?

Ainda o encarava quanto ele ergueu os olhos, como se soubesse que estava sendo observado. Meu lábio inferior estava entre meus dentes e eu tenho quase certeza que ofeguei quando as íris azuis me tocaram.

Daryl levou um segundo pra tirar os olhos de mim, sacudindo a cabeça.

— Sabe o que eu acho? — Falei, pulando do balcão, me aproximando e debruçando sobre o capô onde ele trabalhava. Foi totalmente ignorada, mas não me importei com isso. — Acho que devíamos abaixar aquela porta e fazer sexo loucamente em cima de cada um daqueles carros.

Ele engasgou com o palitinho e quase teve uma síncope. Quando ergueu os olhos para me encarar, totalmente chocado, eu pude jurar que seu rosto estava corado.

Não me aguentei e ri abertamente.

— Mas eu sei que você diria: "Você é louca, Bochechas, eu não gosto de você, você é muito nova..." e blá blá blá. — Imitei o sotaque e o jeito rude dele, enquanto fazia o movimento de falação com a mão esquerda. — Então... Já que eu não posso mesmo beber leite, vou lá fazer um suco...

Dei um tapinha nas costas dele como se tivesse acabado de falar do tempo e saí saltitando depois de pegar meu diário em cima do balcão.

Me diverti imaginando que Daryl tinha ficado lá parado, com a expressão mais chocada possível, por causa das minhas palavras.

➷•➷•➷•➷•➷

Pouco depois voltei com uma jarra de suco de laranja trincando de tão gelado e dois copos. Daryl sequer ergueu o olhar. Coloquei a bandeja no mesmo balcão de antes, enchi os copos, caminhei até Daryl e coloquei um deles praticamente na cara dele.

— O que e isso? — Perguntou, ainda sem erguer os olhos.

— Suco, ué! Eu não disse que ia fazer suco?

Finalmente Daryl olhou pra mim e então para o copo e então para mim de novo, a expressão dele era uma que eu ainda não tinha visto antes, como se estivesse entendido alguma coisa e se sentisse idiota por isso. De repente me dei conta do que era e caí na gargalhada.

— Espera! Espera! Você achou que "vou fazer um suco" fosse alguma gíria pra eu dizer que ia me mast...

— Não seja estúpida! — Retrucou rapidamente, me impedindo de dizer a última palavra. — E, eu não quero suco nenhum.

Então Daryl Dixon pensou mesmo que eu tinha deixado ele lá enquanto entrava pra "tocar um solo". A ideia teria me feito corar, se eu fosse o tipo de garota que corava, é claro, mas não, eu não era. Principalmente em se tratando de uma coisa tão banal quanto masturbação.

— Qual é, Baby Dix. É só um suco, eu não envenenei, nem fiz um feitiço nele, não se preocupe, tomar não significa aceitar um pedido de casamento, ou cometer suicido. Um suco gelado ainda é só um suco gelado, sem truques, prometo. Oferta de paz. — Estendi o copo novamente.

— Vai parar de me chamar por esse apelido ridículo? — Perguntou, ainda sem pegar o copo.

— Vai parar de me chamar de Bochechas?

— Não. — Declarou categórico, tirando o copo da minha mão.

Considerei aquilo uma pequena vitória, mas não me atrevi a comemorar, apenas peguei meu próprio suco e tomei um gole. Estava ótimo.

Vi Daryl virar metade do copo e então encarar o conteúdo um tanto surpreso. Voltou os olhos pra mim e novamente para o copo.

— O que? — Perguntei, sem entender a reação dele. — Olha eu cozinho mal pra caramba, mas qualquer um sabe fazer um suco de laranja, nem vem...

— Você colocou açúcar... — Ele constatou devagar e pareceu constrangido com aquilo

Mordi a ponta da língua xingando internamente. Eu e a minha maldita mania do açúcar no suco de laranja. Ninguém que eu conhecia gostava, minha mãe abominava e até meu pai achou que era "chover no molhado"...

"Laranja já é doce o suficiente" todo mundo sempre diz. Bom eu não acho, só pra constar.

— Desculpa... Eu esqueço que nem todo mundo acha a vida tão amarga a ponto de colocar açúcar até no suco de laranja.

Ótimo a primeira vez que eu tinha dado uma dentro com o gato, eu dei um fora daqueles. Parabéns, Natalie! Você é burra.

— Eu coloco... — Murmurou, tão baixo que eu mal ouvi.

Daquela vez quem o encarou surpresa fui eu, não estava esperando que tivéssemos justo aquilo em comum e, pelo visto, Daryl também não estava.

— Merle diz que é um desperdício de açúcar... E de laranja. — Deu de ombros virando o resto do copo.

— Minha mãe diz que é um desperdício de açúcar, de laranja, da minha saúde e que se eu não diminuir meu consumo de açúcar nenhum homem vai me querer... "Quando você engordar e ficar uma baranga horrorosa, não diga que eu não avisei, Natalie" — Imitei minha mãe enquanto revirava os olhos.

Observei Daryl me encarar diferente pela primeira vez. Era como se ele estivesse me vendo de verdade, a "eu" real, a que estava escondida nas palavras do diário e não a rebelde que eu escancarava para o mundo.

Aquilo me intimidou. Me senti exposta. Não era como estar nua, afinal eu não me importava em ficar nua na frente dos outros. Era como não ter mais defesas, como se Daryl Dixon pudesse me enxergar como eu era realmente, com todos os medos e todas as fraquezas.

Dei um sorriso um tanto sem-graça e empurrei a jarra pelo balcão, para que ele se servisse da mais suco.

Daryl continuou me encarando e eu, pela primeira vez, desviei os olhos. Segurei uma mexa do meu cabelo e a enrolei no dedo, sentindo o silêncio cair sobre nós como se pesasse uma tonelada.

— Mas, pelo menos, o meu pai só disse que colocar açúcar no suco de laranja é como chover no molhada, mas se eu gosto, então posso comer quanto açúcar eu quiser... — Comentei dando de ombros, apenas porque não estava mais suportando o silêncio.

Daryl assentiu brevemente, colocou o copo vazio no balcão, murmurou um agradecimento qualquer e voltou ao trabalho.

Percebi que eu nunca seria capaz de entendê-lo, talvez Daryl fosse bibolar, ou talvez ele só se escondesse atrás de muitas barreiras...

Levei tudo para dento e voltei momentos depois com o meu diário. Abri uma parte qualquer e rabisquei a primeira coisa que me veio na cabeça:

"Você me olhou tão fundo.
E eu tive medo.
Ninguém nunca me enxergou além da casca.
A garota de dentro não é tão forte como a de fora."

Fechei o diário e suspirei. Me senti impaciente. Aquele olhar ainda estava na minha mente...

— Então onde vamos na sexta? — Tentei voltar ao tom normal.

Quando Daryl ergueu um pouco a cabeça, fiquei feliz de ver aquela expressão mal-humorada de volta. Sorri.

O Daryl Dixon mal-humorado era fácil. e até divertido, de lidar. Mas o Daryl Dixon de olhares profundos... Bom, eu não estava preparada pra essa versão dele.

— Sem pressão, é só pra saber o que eu devia vestir. — Dei de ombros como se não fosse nada.

— Tanto faz o que você vai vestir. E eu não sei onde vamos, falei que não conheço lugares "legais". Maldita hora em que eu fiz aquela maldita aposta com você. — Retrucou, usando o tom rude habitual e eu respirei aliviada por estar de volta a normalidade.

➷•➷•➷•➷•➷

Era quase noite, Daryl tinha fechado a oficina e ido embora e eu estava jogada no sofá, me entupindo de pipoca, enquanto passava pelos canais da TV sem realmente estar interessada em nada.

Nunca fui o tipo de garota que perdia tempo vendo televisão, mas, naquele momento, não era como se eu tivesse algo melhor pra fazer.

As cenas de um filme clichê qualquer me lembraram dos meus amigos, eu sentia falta deles, quer dizer, não que todas aquelas pessoas fossem realmente minhas amigas, mas éramos uma turma grande, que sempre saía junto e isso nunca me deixava sozinha.

Não era como nos filmes, onde as amizades eram verdadeiras e duradouras, prova disso foi que eu simplesmente deixei a cidade sem olhar pra trás. Mas, ainda assim, era uma turma animada.

Conexões nunca foram meu forte, eu era muito boa em me enturmar, mas era aí que acabava. Eu não compartilhava segredos, era apenas diversão e eu nunca vi nada errado nisso.

Mas naquele início de noite, senti que me faltavam amizades de verdade, me senti sozinha... Talvez fosse o maldito tédio ou talvez fosse aquele olhar que Daryl Dixon  me lançou a tarde. Aquilo tinha mesmo mexido comigo.

Olhei os antigos contatos do meu celular. Eu havia mudado de número, mas os contatos ainda estavam ali. Encontrei o nome Aimee logo no topo. Ela era o mais próximo de uma amiga de verdade que eu tinha, mas estava viajando pelo país depois da formatura, Aimee e Austin, tinham juntado dinheiro durante todo o ensino médio pra isso.

Eu gostava deles, eram loucos, tinham um relacionamento ultramoderno, onde todo mundo podia pegar todo mundo. O tipo de gente animada que eu estava precisando.

Claro que, eu sabia, os dois nunca apareceriam em Dawsonville, mas precisava conversar com alguém ou ficaria louca. Principalmente porque me peguei apostando todas as fichas em Daryl e isso não era muito saudável. Era pra ser só mais um dos meus interesses básicos, mas eu pensava no cara o dia todo. E, não, eu não estava apaixonada por Daryl Dixon.

Ele era só um cara com quem eu queria ficar e ponto, era pra ser uma coisa divertida e não meu objetivo principal da vida. Era só pra ser um lance e nada mais. Eu não devia estar tão obcecada, escrevendo sobre ele e pensando em quem ele era por trás daquela cara de mau.

Definitivamente eu precisava focar em outras coisas. Não que eu fosse desistir da aposta ou da nossa sexta à noite. Longe disso, eu ainda queria que a gente fosse amigo e ainda queria, sem dúvida, das uns pegas nele. Mas eu precisava de outras coisas pra ocupar meu pensamento durante o dia.

Por isso digitei uma mensagem para Aimee, pedindo pra ela gravar meu novo número e me contar da viagem. A resposta não veio e na verdade eu nem esperava que ela me respondesse logo de cara.

Uns dez minutos depois, meu pai chegou finalmente e eu pude passar meu tempo com ele, ajudando-o a guardar as peças que comprara e conversando sobre coisas banais.

— Trouxe isso pra você. — Me entregou uma sacola, quando terminamos, que era, claramente, de uma loja de roupas.

— Um presente? — Dei um pulinho de empolgação.

Abri o embrulho sem nem pensar, afinal quem não ama presente e, ainda por cima, aquele era o primeiro presente que eu ganhava do meu pai.

Era um shorts preto, de paetê, curto, muito moderno e, eu chequei, exatamente do meu tamanho.

— Bom, é que você vai nessa coisa de aposta com o Daryl... E eu vi você usando uma porção de shorts esses dias... E a menina da loja disse que é isso que os jovens tem comprado e... Bom, se você não gostar, você pode trocar é claro. Acho que na verdade eu devia ter deixado você ir escolher...

— Pai? — Chamei, vendo que ela estava totalmente atrapalhado com as palavras. — Se eu tivesse escolhido não seria um presente e eu amei, de verdade. Muito obrigada.

O abracei dando um beijo estralado em sua bochecha.

— Sério?

— Claro! Eu estava mesmo pensando no que eu iria usar, já que não trouxe metade das minhas roupas. E esse shorts, senhor Peter Cooper... — Dei um sorriso de canto. — Eu mesma não teria escolhido melhor. Daryl Dixon vai babar!

Meu pai me encarou por meio segundo e assentiu.

— Então você está mesmo interessada nele? Pensei que fosse uma brincadeira.

Senti minhas bochechas esquentarem. Que merda! Era tão fácil falar com Peter, que às vezes eu esquecia que ele era eu pai. Eu tinha acabado de dar o maior fora.

— Bom acho que é o que dizem não é? "Toda brincadeira tem um pouco de verdade". — Ele continuou e sentou no sofá, alcançando o pote de pipocas que eu havia deixado na mesa de centro.

— Foi só um jeito de falar... — Desconversei, sentando também. — Você não gosta dele? Do Daryl, eu quero dizer.

— Se eu dissesse que não gosto, faria diferença?

Pensei naquilo por um momento. Se minha mãe dissesse que não gostava de um cara, eu, provavelmente, sairia com esse cara só pra contrariá-la. Mas e meu pai? Se ele dissesse que não gostava do Daryl, como eu reagiria?

— Faria. — Afirmei. — Não sei se pra bem ou pra mal, mas faria diferença, sim.

Ele colocou o pote de pipoca de volta na mesa e me encarou.

— Eu conheço os Dixon. Todos eles. Já tive minha parcela de diversão com Merle, éramos amigos, parceiros, trabalhávamos juntos... — Parou por um momento e eu soube que ele estava decidindo se me contava ou não. — Eu era traficante, eu e o Merle. Eu não me importava com nada e não tinha nada a perder, e Merle era um louco. Daryl andava com a gente, ele tinhas uns quinze ou dezesseis anos, talvez menos... O que eu quero dizer é que: Os Dixons são uma família complicada, não são as melhores pessoas do mundo, mas o Daryl... Eu olhava pra ele e pensava "caramba, esse garoto não se encaixa, ele não serve pra essa vida"...

Comeu algumas pipocas, como se estivesse perdido nas próprias lembranças, antes de continuar:

— Ele tentava, sabe? Tentava muito. Mas ele simplesmente não era aquele tipo de garoto. Daryl Dixon não é como a família, ele é bom, eu não sei como ele encontrou bondade naquela vida ferrada, eu não sei se ele, sequer, desconfia que é bom, mas ele é. Foi por isso que eu convidei ele pra trabalhar aqui.

Me vi totalmente envolvida na história, eu queria saber mais, queria saber tudo, senti que aquela era uma das peças tortas do quebra-cabeça.

— Eu saí daquela vida, não me orgulho daquela época. — Prosseguiu, mas não me encarou dessa vez. — Algo aconteceu e eu vi as coisas de outro jeito. Eu quis parar de fazer mal às pessoas, mesmo que indiretamente. Essa coisa com drogas... Você destrói sua própria vida, destrói a vida das pessoas pra quem vende e acaba destruindo a vida de todo mundo que está ligado com essas pessoas ou com você, mesmo que indiretamente. Demorei toda uma existência pra ver isso...

Parou. Brincou com uma pipoca um tempo. Era um assunto bem delicado, eu percebi.

— Mas foi só quando você bateu na minha porta que eu percebi que também precisava fazer o bem. Eu tinha que compensar as coisas... — Confidenciou de cabeça baixa. — É por isso que Daryl está aqui, eu sinto que o prejudiquei de alguma forma e eu estou tentando compensar, dando a ele uma oportunidade, mesmo que não seja a melhor de todas. Ele tem um péssimo pai, não tem amigos e é praticamente sozinho, porque o irmão está sempre ausente. Daryl me faz lembrar de mim mesmo. Então... Sim, eu quero ajudá-lo, eu quero que ele tenha uma boa vida, e talvez, nesses termos, eu até goste dele. Mas se fosse uma escolha minha, eu diria pra você não se envolver com ele... — Voltou a me fitar e eu não soube o que dizer.

Eu não me senti ofendida, era estranho ter essa reação, ou melhor, não tem reação nenhuma logo depois de alguém contrariar uma ideia minha.

— Quando eu conheci sua mãe, ela brilhava, ela era um anjo. Eu me apaixonei por ela, e a fiz se apaixonar por mim. E então, eu parti o coração dela, isso a mudou pra sempre. É minha culpa Deborah ter se tornado a mulher que é hoje, e olha só que ironia, minha própria filha paga pelos meus erros. Por isso, eu temo que você e o Daryl se envolvam, os Dixons tem PhD em estragar tudo, e eu sei que ele vai acabar partindo o seu coração. — Contou um tanto nostálgico, mantendo os olhos em mim.

Respirei fundo e engoli em seco, aquela história tinha me atingido em cheio, Não por causa do Daryl, mas porque era a minha história, a história dos meus pais. Era um pouco surpreendente ouvir aquilo. Precisei de um segundo pra me recompor.

Quanto ao Daryl: as preocupações do meu pai eram um tanto exageradas e eu tive que rir disso.

— Eu e o Daryl vamos só sair e dançar, talvez umas outras coisas, mas acredite, ninguém vai se apaixonar, o máximo que vai sair disso é uma amizade torta. Nós não vamos viver uma história de amor, namorar ou casar, nem muito menos ter filhos. Pode ficar bem tranquilo que eu sei muito bem como me proteger disso. — Declarei convicta, aquilo estava totalmente fora de cogitação, eu não era o tipo de garota que me apaixonava, então Daryl Dixon nunca iria conseguir partir meu coração.

— Se você diz... — Meu pai sorriu. — Vá e divirta-se. Eu não tenho que cobrar responsabilidade de você, você está grandinha, saudável e sem nenhum filho. Acho que você é responsável o bastante e sabe o que é certo e errado. Sua mãe te criou bem, não podemos negar isso. Eu confio em você.

Preferi não responder, ver meu pai defendendo a minha mãe era estranho, principalmente porque ela nunca o defendia, muito pelo contrário, fazia o possível pra falar mal dele em qualquer oportunidade.

Mas era maravilhoso receber um voto de confiança.

— Obrigada pai. Por tudo. — Declarei, tocando a mão dele. — Eu te amo. E você está errado, não foi sua culpa.

Ele me abraçou. Era a primeira vez que eu dizia que o amava, era a primeira vez que eu dizia que amava qualquer pessoa.

— Eu te amo, Natalie. Não sei se isso conta agora, mas eu sempre amei. — Beijou minha testa e eu sorri, sentindo uma vontade imensa de chorar. — E, desculpe, mas você está errada, quando alguém parte seu coração, essa pessoa é diretamente responsável por tudo que você se torna depois disso...

Aquelas palavras ficaram ecoando na minha mente, como um tipo de mau agouro.


Notas Finais


A primeira coisa em comum que eles tem é suco de laranja, simples e nem tão especial assim, afinal muita gente prefere com açúcar, mas foi um pouco mais que isso, pq o Daryl viu que ela tem alguns problemas familiares, coisa que ele tem aos montes.

Peter assumindo a culpa por muitas coisas e dizendo o que acha de Daryl x Natalie (ainda não pensei em um nome pro shipp, aceito sugestões) Será que ele está profetizando? Esperamos que não...

E o que vcs acham que foi essa "algo" que o fez repensar a vida e mudar?

O próximo é sobre o ponto de vista do Daryl e tem uma primeira vista desse "encontro"
Apareçam nos coments pra serem paparicadas, eu não mordo não kkkk

Logo nos vemos.
Bjss


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