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História Lifeline - Destiny Don't Give Up - Sob Pressão


Escrita por: DixBarchester

Notas do Autor


Hello pessoal!

Cheguei para mais um capítulo de Lifeline, esse com muita tensão e fortes emoções, preparem-se porque lidar com Negan nunca é fácil.

Antes de seguirmos para a leitura, queria aproveitar pra agradecer todo mundo que tirou um tempinho pra comentar e favoritar no capitulo passado, fiquei imensamente feliz com o feddback de vocês, senti que realmente valeu a pena adiantar em uma semana a estreia dessa segunda temporada!
Vocês aqui do Spirit bateram todos os records pra um primeiro capitulo meu (e eu posto em 3 plataformas, então...)
Só tenho a agradecer mesmo!!!

E agora vamos nessa.
Boa Leitura!

Capítulo 2 - Sob Pressão


Fanfic / Fanfiction Lifeline - Destiny Don't Give Up - Sob Pressão

 

Cerca de dois anos depois da epidemia mundial.

• NEGAN •

"Poder é toda a chance, seja ela qual for, de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra a relutância dos outros." Um cara qualquer disse isso, a porra de um filósofo, eu acho, e ele estava fodidamente certo. Ri comigo mesmo, sentado na frente de um dos meus muitos carros que voltavam para o meu Santuário.

Antes da porra do fim do mundo, meu poder era limitado, as oportunidades eram escassas. Mas depois que a merda bateu no ventilador, tudo virou a meu favor. Alguns chamariam de sorte, eu chamo de estratégia, lábia e uma dose não tão moderada de intimidação.

"O mundo é dos espertos." Outro alguém disse. Certo outra vez. Infelizmente os idiotas das frases prontas estavam mortos, sobrou para mim, colocar toda aquela porra de filosofia em prática.

Sou esperto pra caralho, sem querer me gabar nem nada, sei aproveitar uma oportunidade foda quando vejo uma. Eu tinha tudo que esse mundo fodido precisava e tirei dele tudo que eu queria.

Homens, mulheres, armas, suprimentos e muito poder; tudo isso era meu. E as coisas que ainda não eram minhas, seriam em breve...

— Parece feliz, Chefe — Simon comentou ao meu lado, enquanto se ocupava da direção.

— Foi um dia muito produtivo, Simon, meu caro. Não acha que tenho motivos para estar feliz e satisfeito?

— Sim, senhor. O povo de Alexandria foi difícil de quebrar, mas acho que o lugar será bastante lucrativo.

— Lucille discorda, ela acha que eles foram bem fáceis de quebrar. — Ri alto, levantando meu taco de basebol envolto em arrame farpado e coberto de sangue e miolos de dois Alexandrinos.

Simon apenas assentiu sem responder, dando uma risada falsa para o meu humor ácido.

Sim, a porra do grupo de Alexandria tinha sido difícil de quebrar. Principalmente por causa daquele líder: Rick Fodido do Caralho Grimes.

Contudo eu já tinha montado toda aquela operação, pois previra que aqueles porra loucas não seriam fáceis. Eles tinham exterminado um dos meus postos avançados, então eu já cheguei preparado.

Infelizmente, para eles, ninguém conseguia estar preparado para mim, o que tornava tudo ainda mais divertido.

Enquanto fazia as devidas apresentações e os devidos discursos de impacto eu analisava quais deles eu teria que matar.

Claro que eu ainda faria o uni-duni-tê, aquilo fazia parte do maldito show, mas antes mesmo de começar eu já sabia exatamente quem seria o escolhido para receber o beijo da minha Lucille.

Era tudo um jogo, tudo estratégia. Todo mundo pode ser derrubado, só é preciso das jogadas certas. E eu era bom pra caralho em jogos.

Primeiro o ruivo presunçoso, depois o japinha emotivo, eu já sabia que mataria os dois, só precisava de uma justificativa para o segundo. Eu iria usar a chica, ela não queria olhar para a minha Lucille, era perfeito, eu já tinha até a frase de impacto: "O que? Minha Lucille não está vestida o bastante pra você?" e pau na cabeça do japa.

Depois eu até podia levar a gostosinha para o meu harém, nem seria tão difícil, nunca era. Elas sempre acabavam cedendo ao meu charme, de um jeito ou de outro. Elas sempre diziam sim. Não que houvesse outra alternativa, mas eu as fazia achar que havia...Tudo se tratava de perspectiva.

Eu disse que sou foda pra caralho? Pois é, eu sou.

Mas que agradável surpresa foi quando o caipira ferido resolveu dar uma de machão pra cima de mim...

Quando se está no jogo há algum tempo, algumas coisas nunca passam desapercebidas, aquele cara era importante para Rick, e ali estava uma oportunidade. Eu sempre amei oportunidades, agarrei aquela com um sorriso no rosto. Adeus japa. Olá caipira.

Domar e subjugar as pessoas sempre foi meu passatempo preferido depois do fim do mundo. Dava um tesão do caralho saber que cedo ou tarde tudo mundo comeria na minha mão.

Assim foi com o maldito líder de Alexandria: ele resistiu de início, mas não há nada mais eficaz para acabar com um homem do que usar a dor do seu próprio filho. Foi bem divertido das uma de Deus: "Corte o braço do seu filho." "Ah, agora não precisa mais."

E fim.

Alexandria era minha. Rick era meu. E o caipira preso na van seria meu em breve, um dos meus melhores homens. Só levaria algum tempo e trabalho, mas todos cediam cedo ou tarde.

Chegamos ao Santuário e eu fiz o de sempre, discurso de vitória, ordens, um pouco mais de pressão. A porra do trabalho nunca acabava afinal.

O caipira, chamado Daryl, estava rendido em um canto, aquela expressão de animal feroz e encurralado nos olhos, tinha culhões enormes aquele puto. Seria divertido.

— Dwight, meu garoto! — Chamei com um sorriso. D era a prova de que cedo ou tarde todos se submetiam. Eu era mesmo um domador de homens e mulheres. — Você vai ficar responsável pelo nosso amigo Daryl, ali. Certifique-se que ele tenha o tratamento apropriado. — Ordenei, rindo cinicamente.

O loiro, de rosto parcialmente desfigurado, assentiu rapidamente, segurando Daryl pelas roupas e o arrastando. Parei perto dos dois um momento.

— É uma merda, não é? — Encarei o caipira como se realmente estivesse penalizado por ele. — Mas eu avisei... Eu sou alguém muito justo, um homem de palavra, siga as regras e seja recompensado, burle-as e será punido. As regras são importantes nesse novo mundo. Da próxima vez me escute... Acho que você não quer ser responsável por outra morte, a do japa já bastou, não é?

Daryl tentou avançar em mim, mas foi detido por Dwight e mais dois dos meus Salvadores. Eu era um rei. Nenhum idiota me atingia. Balancei minha querida Lucille perto do rosto daquele caipira arisco e ele olhou para todo o sangue e pele que a cobria. Havia muita culpa ali... Isso era ótimo!

— Pense pelo lado positivo, Daryl, pelo menos não vai ter que viver sob os olhares acusatórios dos seus amigos, por ter matado o japa... — Debochei, fingindo compaixão

— Ele era coreano! — Cuspiu, como se pudesse me matar com a força do olhar.

Nos encaramos por um momento e o filha da puta nem piscou, eu ri com gosto.

— Agora eu vou terminar esse dia transando com as minhas esposas queridas. E eu acho que sei exatamente qual escolher... — Insinuei, sorrindo descaradamente para Dwight.

Eu estava com a garota dele, Sherry era uma das minhas esposas, e D não podia fazer nada a não ser aceitar, dormir sabendo que eu comia a mulher que ele amava. Isso me dava um baita tesão. Dominação. O mundo estava aos meus pés. E eu sabia que mesmo os que já estavam sob meu comando, podiam ser subjugados um pouco mais.

Deixei-os e rumei para meu harém, sendo reverenciado por onde passava como se eu fosse um deus. Isso era exatamente o que eu era. Todos me seguiam como devotos de uma religião, aqueles que tentavam burlar eram punidos à altura.

Não era minha culpa que fossem burros e aceitassem coisas que só beneficiavam a mim... Alguém tinha que ser o líder, afinal.

Subi as escadas que davam para o meu harém e encontrei dois de meus subordinados ali, exatamente onde eu tinha ordenado que ficassem.

— Espero que tenha corrido tudo bem, senhor. — O moreno de queixo perfeitamente simétrico e barba por fazer, me saudou, reverenciando-me, assim como a gostosa ao seu lado.

Kane Bennet era o tipo de cara que tinha nascido pra ser um Salvador, não era só a postura, o gosto pela violência ou o fato de ter sido a porra de um criminoso por metade da vida; homens como Kane gostavam de fazer parte de algo maior, tinham tesão no desafio e na encrenca. Contudo, essas mesmas qualidades que o tornavam tão bom, também o tornavam instável demais pra ser completamente confiável. O exato oposto do irmão gêmeo. Kelvin era o certinho, o que fingia ter moral elevada, e tinha nascido para seguir ordens era confiável, previsível... A única porra de problema é que Kelvin Bennet estava morto, então eu teria que me contentar com a porcaria da versão mais explosiva.

Todavia, pra ser bem sincero, eu mal olhei para Kane, minha atenção estava na mulher, ainda curvada, que se encontrava ao seu lado.

— Você nunca precisaria ficar ajoelhada assim se aceitasse a minha proposta, Coração — Fiz um sinal para que se levantassem. — Quer dizer quase nunca... — Insinuei, com um sorriso de canto.

— Eu estou satisfeita com o meu trabalho, senhor. — Respondeu de pronto, como se fosse uma frase ensaiada.

Os olhos negros, frios, focados nos meus, enquanto os lábios desenhados se fechavam em uma linha firme. Maldita gostosa do caralho.

— Claro que está, melhor ser uma salvadora do que uma prisioneira. — Retruquei bem-humorado, descendo meus olhos descaradamente para as pernas torneadas escondidas no jeans colado.

Subi os olhos novamente e minha subordinada até tentou, mas não foi rápida o bastante pra esconder aquela postura de desafio que sempre a tinha acompanhado. Domar aquela filha da mãe era uma missão pessoal para mim...

— Natalie, Natalie... — Brinquei com seu nome em meus lábios, como se fosse um doce, dando um passo pra frente e invadindo seu espaço pessoal sem nenhuma cerimônia.

Senti todo seu corpo retrair quando eu toquei-lhe o rosto, o tipo de reação totalmente contraria da que já tínhamos compartilhado um dia.

— Você ainda tem muita coisa o que aprender... — Deixei no ar, era um misto de ameaça e promessa.

O fato de Natalie ser alguém que eu já conhecia antes de tudo, não era o que me impulsionava a quebrá-la sob minhas vontades, ela ter me dado um fora e depois ficar com todo aquele arzinho superior enquanto Lucille morria no hospital, era o verdadeiro motivo para que eu quisesse Natalie Cooper totalmente submissa a mim. Eu a queria na minha cama, atendendo todas as minhas vontades, por mais perversas e sujas que essas vontades fossem.

— Como foram as coisas aqui sem mim, nossa mais nova Salvadora em treinamento se comportou? — Perguntei diretamente para Kane, que ajeitava a jaqueta cor de terra e colocava os braços para trás, focando em um ponto fictício a minha direita.

Eu não tinha ideia se ele se sentia importante se portando daquele jeito, mas eu achava uma babaquice.

— Sim, senhor, tudo correu bem e eu não tirei meus olhos dela, como o senhor ordenou. Cooper não deve escolha a não ser ficar na linha. — Declarou frio, como se a moça não estivesse ali, revirando os olhos para o tom dele.

Não dava para deixar uma mulher como aquela nas mãos de qualquer um, principalmente quando eu ainda tinha planos pra ela. Um outro cara poderia cair nos encantos daqueles olhos negros, ou ceder à tentação das coxas firmes. Não era do meu interesse deixar que alianças fossem criadas debaixo do meu nariz, e seria ainda menos interessante ver minha doce Salvadora nos braços de outro.

Então deixar Kane supervisionando Natalie, era uma decisão puramente estratégica, ela o odiava por ter matado muitos dos amigos dela e ele a odiava por ter matado o irmão dele. Parceria perfeita.

— Ótimo! Tire o restante da noite de folga, foi um dia promissor, temos um novo prisioneiro, mas Dwight vai cuidar dele. — Acenei com a mão, mostrando que o homem estava liberado. Natalie se virou para descer também.

— Você não, Coração, eu ainda preciso dos seus serviços hoje. — Anunciei antes que ela descesse as escadas.

Pude ouvir o profundo suspiro de onde eu estava, antes dela se virar na minha direção. Eu ainda tinha muito que trabalhar naquela educação. Aquilo seria divertido.

Kane lançou um último olhar para nós dois, antes de finalmente voltar a descer as escadas, esboçando reação alguma. Ele não dava a mínima para Natalie, apenas estava tratando do caso dela porque eu ordenei. Ele a mataria se pudesse, mas sabia que matar um dos meus, ou minhas, sem minha permissão, era um grande erro.

Eu o tinha feito tratar de Natalie desde que a trouxera como prisioneira, tinham sido longos meses até ela decidir se tornar uma Salvadora, mas, honestamente, eu pensei que demoraria mais...

Não era segredo pra ninguém que Kane, e muitos outros dos meus homens, achavam que ter Natalie naquela posição não era bom, eles a queriam trabalhando por pontos e era o que eu normalmente faria com qualquer outra pessoa.

Mas ela não era como os outros, trabalhar por pontos, mesmo que fosse no pior dos postos não a afetaria o bastante, ela tiraria aquela merda toda de letra. Não era o bastante que ela me devesse tudo, ela tinha que se autoproclamar Negan, tinha que ceder completamente a mim e depois que visse que não tinha estômago para ser uma salvadora, ela acabaria se deitando na minha cama, afinal, o que mais ela tinha a perder?

— Aqui, Coração, vai cuidar da minha querida Lucille hoje. — Avisei, e as íris negras de lince foram de mim para o bastão, antes dela finalmente erguer a mão, fiz questão de prolongar o contado dos meus dedos com a pele quente o máximo que eu podia.

Abri a porta do meu harém e todos aqueles olhos femininos se voltaram para mim. Medo, submissão e vários pares de seios para serem desfrutados. O que mais um homem poderia querer? Sorri. Domador de homes e mulheres.

— Queridas, cheguei! — Abri os braços, e dei um sorriso imenso. Eu podia sentir a tensão no ar. Todas lindas, gostosas e minhas.

Olhei para um dos cantos e vi Sherry, a amada de Dwight, sentada do lado de Amber, minha esposa mais nova, tanto em idade, quanto em tempo de casamento.

Fiz um sinal com a mão e Sherry se levantou e seguiu até mim, os olhos assustados, porém muito decididos. Sorri de satisfação. Filha da puta gostosa do caramba.

— Como vai, linda esposa? — Perguntei, tocando seu rosto.

Sherry assentiu apenas e disse algo que eu não ouvi, pois minha atenção estava presa nos olhos negros ao meu lado. Natalie não suportava estar ali, eu sabia bem que aquilo, mais do que qualquer outra coisa no meu santuário, era o que mais a incomodava, exatamente por isso eu adorava obrigá-la a passar o maior tempo possível ali.

Acenei para que as duas mulheres me seguissem para os meus aposentos. Sherry se sentou na minha frente, depois de me servir uma bebida e Natalie seguiu para o banheiro com Lucille.

Enquanto bebia, esperei pacientemente até que a mulher voltasse com minha Lucille limpinha, enquanto isso, pensando no melhor jeito de tirar proveito de toda aquela situação.

— Eu me lembrei de você hoje, sabe, Coração? — Comentei, assim que ela voltou com o bastão, fazendo com que ela tivesse que ficar por mais tempo na minha presença.

Não houve resposta de início, mas depois de um olhar mais intenso meu, Natalie pareceu lembrar que eu odiava que não me respondessem quando eu estava falando.

— Sério? Por quê? — Perguntou em um tom casual, que não seria capaz de convencer ninguém.

— Ah sim, o líder deles parecia muito com você, colocou na cabeça que poderia mesmo com a gente... Triste história, duas mortes, um prisioneiro, mas pelo menos ele parou por aí. Acho que não vai ser tão estúpido de tentar uma ofensiva, sabe? Ele tem um filho a perder... — Falei cada palavra com um sorriso enorme no rosto e vi Natalie tremer.

Duvido muito que alguém já tenha sido capaz de criar um jogo tão divertido quanto o meu.

Relaxei minha postura, bebendo um copo do meu drink casualmente, enquanto Sherry olhava de um para o outro sem saber exatamente o que fazer.

— A Natalie aqui já te contou a história dela, querida esposa? — Apontei de uma para a outra, como se eu simplesmente estivesse apresentando duas pessoas.

Sherry ficou totalmente quieta por dois segundos, mas ela sabia que tinha que responder então negou em um movimento rápido de cabeça, lançando um olhar penalizado para Natalie.

Talvez ela não tivesse ouvido a história pela própria protagonista, mas claro que tudo mundo ali comentava sobre o acontecido.

— Uma porra de uma história triste, não é Coração? Mas você aprendeu a lição, não é? — Voltei minha atenção para Natalie novamente, que mantinha os olhos fixos em algum ponto imaginário, como se isso fosse mesmo ajudá-la naquele momento.

— Sim, senhor. — Respondeu, mantendo a voz controlada.

— Mas é claro que sim! — Bati minha mão no encosto do sofá enquanto exclamava, o movimento brusco assustou Sherry.

Fiz um sinal para que minha esposa me servisse mais um drink e percebi Natalie relaxar sutilmente, ela pensou mesmo que tinha acabado?

— Nossa amiga aqui era uma líder, sabe? Quer dizer, ela dizia que não haviam líderes naquela comunidade bonitinha, como era mesmo o nome do lugar, Coração? — Comecei a contar, assim que Sherry se sentou novamente.

Voltei meus olhos para Natalie esperando pela resposta, claro que eu sabia o nome do lugar, mas eu a queria envolvida naquilo o máximo possível.

— Sherwood. — A apatia na voz dela me irritou um pouco, eu provavelmente teria que cavar mais fundo naquela ferida

E isso seria divertido pra caralho!

— Ah sim, uma graça de lugar, parecia até ter saído da porra de um conto de fadas. — Fingi me lembrar, voltando meus olhos para Sherry, como se ainda falasse com ela. — Nós chegamos prontos pra negociar, mas a senhorita Cooper aqui sempre teve a porra de um rei na barriga e dificultou as coisas. De cara tivemos que matar um. — Troquei minhas atenções de foco novamente. — Acho que ele era marido da sua melhor amiga, não era? Aquela que bancava a líder com você, Naomi eu acho... Caramba, aquilo foi uma merda...

Deixei que Natalie se calasse perante aquela pergunta retórica, enquanto eu me fingia de compadecido de sua situação por um instante.

— E ao invés de deixar os portões abertos pra gente, da próxima vez que aparecemos por lá, Natalie convenceu todo mundo a lutar, que decisão fodidamente estúpida pra alguém que devia ser uma líder, tomar. — Encarei Natalie fixamente, medindo sua reação àquela frase e vi que ainda havia remorso ali.

Remorso e culpa eram ótimos parceiros no meu joguinho de quebrar e submeter pessoas.

— Então, acho que você sabe como funciona, certo Sherry? — Voltei a deixar Natalie de fora da conversa, focando apenas na ouvinte a minha frente enquanto contava. — Não podíamos ficar parados esperando matarem a gente, fomos lá e resolvemos o problema, eu não gostei, mas as regras existem por um maldito motivo e eu avisei.

Agir como se a culpa não fosse minha era, provavelmente, uma das minhas jogadas mais hipócritas, deixar que cada um dos meus subordinados cientes de que, estarem sob meu domínio, era culpa deles apenas era bastante eficiente. Embora não houvesse uma fórmula mágica na hora de submeter alguém, deixar claro que eu não fazia parte do resultado final era um ingrediente recorrente.

— Foi um caos, perdemos alguns Salvadores e justiça tinha que ser feita, eu fui obrigado a sentenciar cada homem daquele lugar a morte, isso é, cada homem restante, porque o caos e o fogo já tinham dizimado metade do lugar, e você sabe, querida esposa, eu não gosto de matar mulheres, mas o fogo... Puta merda, o fogo não faz distinção! Deve ser complicado ver a melhor amiga morrer queimada por uma decisão que você tomou... Fodidamente triste. — Pausa dramática. Sherry tinha os olhos assustados e Natalie cerrou o punho da mão esquerda, enquanto com a direita ainda segurava minha Lucille.

Realmente tinha sido a porra de um caos, os cretinos chegaram perto de acabar com os meus homens que estavam ali. Mas no fim eu sempre ganhava, o universo conspirava ao meu favor, só podia ser isso.

— Mas acho que não foi a pior parte... Foi a pior parte, Natalie? — Atenções nela novamente, vi sua garganta se mover quando engoliu em seco.

Aquela era realmente a hora em que eu cutucava a ferida e a deixava em carne viva novamente.

— Não, senhor. — A resposta foi fria e distante. Não era o bastante.

— Qual foi a pior parte? Você devia contar, eu acho que Sherry está curiosa, não está, querida esposa?

— Eu não, eu...— Sherry tentou uma negativa, enquanto Natalie simplesmente não conseguia falar.

— Eu pedi pra você contar a porra da pior parte, Coração, e eu não gosto de ter que pedir nada duas vezes! — Aumentei o tom de voz ameaçadoramente, era como chutar um cachorro moribundo só por diversão.

— Meu filho... ele... — Natalie gaguejou, fez o possível para não tremer. — Ele morreu lá. Foi baleado.

Sherry levou as mãos até a boca, surpresa e penalizada, foi a primeira vez que Natalie realmente colocou os olhos nela, fechando-os em seguida para conter as lágrimas que queriam escapar.

— Ah sim... que triste, um pequeno garotinho, eu me lembro dele, você sabe, de antes... — Não era como se eu realmente quisesse o menino morto, Lucille gostava dele, minha Lucille de verdade, a de antes. Mas tinha acontecido e a única coisa que eu podia fazer era tirar proveito daquilo do melhor jeito possível. — Quantos anos ele tinha mesmo?

Natalie finalmente me encarou, havia um tanto de raiva em seu rosto, aquela ponta de rebeldia que eu ainda estava trabalhando para domar.

— Nove. — Praticamente cuspiu, ela ainda me culpava por tudo aquilo, e eu adorava o desafio de fazê-la mudar de ideia.

— Nove, dez, Kelvin Bennet nunca foi muito bom de contas... Eu o teria punido por essa quebra imperdoável das minhas ordens. Mas suponho que você tenha se vingado quando descarregou a porra de arma toda no peito dele, não é? — Joguei mais uma vez e não obtive qualquer resposta além de um baixar de cabeça.

Ali estava um outro ponto importante sobre ela: Natalie Cooper não era uma assassina, matar pessoas, mesmo que quando necessário, não estava na natureza dela, ela não apreciava violência, e sentia o peso daquilo mais do que a maior parte das pessoas.

Por isso era tão eficiente deixa-la tão perto de Kane, ele era um lembrete constante dos pecados dela.

— Como eu disse, triste história... — Me voltei para Sherry novamente, que já tinha bebido todo seu drink em uma tentativa frustrada de conter suas emoções. — Mas acredita que não acabou por aí? Enquanto Natalie fazia justiça pelo filho, outra mãe também fazia. Lembra da Naomi, a melhor amiga em chamas? Pois então, a mãe dela, Natania, fez uma trégua comigo e me deu a Natalie como garantia, foi assim que ela acabou aqui com a gente. Sorte dela que eu sou generoso com meus antigos amigos.

Não era segredo dentro do meu Santuário que eu e Natalie tínhamos um passado, eu preferi contar aquilo há tempos com minhas próprias palavras, deixar um trunfo daqueles na mão de uma mulher ferida, como Natalie era, seria um erro. Mulheres são traiçoeiras, gostosas, mas fodidamente traiçoeiras.

— E sabe o que é mais engraçado? Essa tal de Natania pegou as meninas que sobraram e deu o fora, sumiu no mundo, ela simplesmente deu a Natalie como escrava e salvou a própria pele. E mesmo assim eu fui generoso pra caralho e não deixei nada de ruim acontecer com ela aqui dentro, ela ainda podia estar naquelas celas, devia estar, depois de tentar fugir na primeira semana, mas eu relevei a instabilidade emocional, afinal perder um filho deve ser devastador. Eu poderia ter colocado essa bela moça pra trabalhar por pontos, podia ter passado a cara dela com o ferro quente, mas eu não fiz nada disso, olha o quão misericordioso eu posso ser. Mas acho que sobre generosidade e misericórdia eu não preciso falar, a Sherry sabe bem disso.

Terminei matando dois coelhos com uma cajadada só, lembrando Natalie Cooper que ela tinha sido abandonada pela própria comunidade e lembrando Sherry de toda sua história.

Claro que o fato de ter uma comunidade inteira de mulheres por aí, longe do meu domínio ainda me incomodava demais, porém contar para Natalie que as cretinas tinham dado no pé, logo depois dela tentar fugir, foi um trunfo e tanto e serviu para que eu a quebrasse o pouquinho que faltava e desse a cartada final pra que ela se juntasse ao meu time. Claro que eu ainda queria que ela se juntasse a minha cama, mas chegaríamos lá em breve.

Natalie desviou o olhar, sua expressão num misto de decepção e raiva, ela estava no limite, só precisava de um pouco mais de pressão pra desabar de vez.

— Presumo que tenha aprendido a lição, não é, Coração? — Coloquei meu copo sobre a mesinha de centro, me levantando e caminhando até ela. — Todos que se colocam contra mim perdem e perdem tudo. Não é um bom negócio me deixar puto.

— Eu aprecio sua misericórdia, senhor. — Natalie se limitou a ser formal, agindo como um soldado. Mas ela não era um soldado, podia fingir o quanto quisesse, ela não aguentaria aquilo por muito tempo.

Dei mais três passos, invadindo seu espaço pessoal e colocando meu rosto a centímetros do dela.

— "Aprecio" — Repeti, brincando com a palavra como se ela fosse algo obsceno e tocando o rosto de Natalie com a ponta dos dedos. — Eu tenho um tesão do caralho em mulheres que falam bonito assim. Puta merda!

Ela não se moveu, não tremeu, apenas me encarou friamente como se aquele toque não significasse nada, ali estava aquela maldita parte que se recusava a admitir que já era minha. A parte que tinha me dado um pé na bunda antes de tudo, como se aquela cretina fosse melhor que eu.

— Obrigado, Coração. Pode ir agora. — Tirei minha Lucille de suas mãos e me afastei alguns passos.

Contei até cinco, dando o tempo necessário para que ela desse as costas e pensasse que podia relaxar e ir embora realmente. Timing era uma parte importante no jogo.

— Natalie, só mais uma coisa... — Chamei e ela se virou, segundos antes de alcançar a porta.

— Sim, senhor?

— Quem é você? — Dei dois passos para frente a espera da resposta.

— Eu sou Negan, senhor. — Respondeu de pronto, mesmo que por obrigação, e eu abri um sorriso satisfeito.

Como eu disse, domador de homens e mulheres, e logo eu domaria Natalie Cooper em todos os outros aspectos também.

 


Notas Finais


Escrever sob o ponto de vista do Negan é um desafio e tanto, muitas vezes eu tive que parar e ir fazer outra coisa de tanto nojo e raiva que me deu da minha própria narrativa...

Natalie no Santuário, Daryl no Santuário, mas claro que nada seria tão simples (quando é que é, aqui em Lifeline?)

Pra quem não pegou as referencias, Natalie era membro do que agora conhecemos como Oceania e a Natania entregou ela para o Negan, apenas pra ter tempo de fugir com resto da comunidade...

Sobre Petter e essa morte, será que eu seria tão cruel assim?? ashuahsush (eu seria, sabemos, mas neh...)

Lembrando que também não sabemos o paradeiro da Luka... Teorias?

No próximo Natalie narra, e eu vou abordar o 7x03 The Cell, será que vai ter reencontro?

Vou tentar postar na semana que vem, porém não vou garantir, porque vou ter um compromisso que eu ainda não sei bem como vai ocupar minha semana.

Bjss e até.


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