História Lifetale (2 temporada: "A volta da magia ao mundo") - "Alguém novo"

Pov Johnny:

                Eu saí durante a tarde junto de Frisk e Toriel. Nós fomos até a cidade grande fazer as compras do mês e passear um pouco por lá. A tarde estava agradável, tinham poucas nuvens no céu, a temperatura estava amena, as flores nas arvores estavam desabrochando, era uma tarde perfeita para um passeio de bicicleta ou para um piquenique no parque. Mesmo com os olhares desagradáveis de muitos integrantes da associação anti-monstros, nós procuramos ignora-los e continuar nosso caminho. O número de simpatizantes com a associação tinha crescido bastante nas últimas semanas, deixando não só nós, mas todos os habitantes de Ebott e outros monstros que decidiram viver fora da cidade muito preocupados.

                Enquanto nós andávamos para ir para um supermercado, um grupo de pessoas encapuzadas simpatizantes com a associação começaram a nos encarar e a fazer comentários desagradáveis a nosso respeito, deixando Toriel e Frisk desconfortáveis.

-Johnny: Não liguem pra eles, se a gente mostrar que o que eles fazem nos incomoda, vai ser aí que eles vão continuar fazendo isso – eu tentei acalma-las.

-Toriel: Eu sei querido, é só... ruim você ver que há várias pessoas ao seu redor te evitando, ou olhando feio pra você...

-Johnny: Eles são só um bando de idiotas preconceituosos. Eles nem sequer sabem tudo que a gente já passou.

                Nós continuamos seguindo nosso caminho, ignorando aqueles idiotas, e então entramos no supermercado. Toriel estava certa em relação a uma coisa. Realmente era muito chato você entrar em algum lugar e ser recebido com olhares estranhos de todos, comentários desagradáveis e passar a ser evitado. Não preciso nem comentar o que os outros clientes do estabelecimento faziam quando nós entravamos em algum corredor. E claro que para completar nosso constrangimento, tinha que ter mais um grupo de encapuzados da associação anti-monstros.

-???: Seria uma pena se os monstros perdessem sua rainha não é mesmo? – Um dos encapuzados falou alto e em tom de deboche.

-???: Hehe, verdade, iria ser uma grande perda pra aquelas coisas – outro respondeu também em tom de deboche.

-Toriel: A-acho melhor a gente ir pro outro c-corredor – Ela cochichou pra mim e pra Frisk, já tomando rumo pra sair de lá. Toriel tinha ficado bem assustada com o comentário daqueles imbecis.

-Johnny: Não, você não vai sair daqui por causa deles – Eu a segurei pelo braço, impedindo que ela pudesse continuar a andar – Seria uma pena se eu tivesse que esquartejar alguns otários que gostam de fazer comentários idiotas a respeito de pessoas que eles nem sequer conhecem direito – Eu disse na mesma altura que eles tinham feito os comentários, os calando na hora.

-Frisk: Johnny! Você pode acabar comprando uma briga feia desse jeito! – Frisk me advertiu, mas eu não me importava se o que eu tinha dito iria resultar em uma briga ou não.

-Johnny: E daí? A culpa não é minha se aqueles retardados ficam incomodando minha família – Eu disse novamente em bom tom, para que eles escutassem. No fundo, eu queria que eles viessem tirar satisfação comigo. Mas eles apenas saíram daquela sessão do supermercado, nos deixando em paz.

                Pelo menos, na hora de pagar as compras, a moça do caixa foi bem educada e atenciosa conosco, “salvando” nossas compras.

                No caminho de volta para casa, aconteceu algo bem inesperado. Enquanto nós estávamos passando por um beco entre dois prédios, Frisk disse ter escutado algo parecido com sussurros, similares a alguém chorando.

-Frisk: Vocês estão escutando?

-Toriel: O que minha criança?

-Frisk: Parece que... tem alguém chorando, ouçam – ela disse prestando atenção aos sons baixos, mas que se destacavam diante aos outros sons da cidade.

-Johnny: Parece vir de dentro do beco – eu falei já adentrando o local.

                Para nossa surpresa, dentro do beco tinha um garoto, o qual eu julguei ter uns 13 ou 14 anos no máximo. Ele estava sozinho encolhido em um canto, abraçando as próprias pernas e chorando. Toriel com seu coração bondoso de mãe logo se aproximou do garoto:

-Toriel: Olá minha criança, está tudo bem com você? – Ela perguntou com sua voz doce e suave. O garoto quando seu deu conta de nossa presença apenas se assustou e saiu correndo – Não, espere! Nós não vamos lhe fazer nenhum mal! – ela começou a andar atrás do garoto.

-Frisk: Espere mamãe, assim só iremos assusta-lo mais. Vamos com calma.

                O garoto tinha seguido por um caminho sem saída do beco, o que possibilitou a nossa aproximação dele.

-Garoto: O-o que vocês querem de mim!? – ele perguntou assustado assim que nos viu nos aproximando.

-Frisk: Hei, não precisa ficar com medo da gente, não queremos fazer nenhum mal a você...

-Garoto: ...

-Toriel: Qual o seu nome, minha criança? – Ela disse se aproximando cautelosamente do garoto, e se agachando ao lado dele.

- Garoto: ...Izaac...

-Toriel: “Izaac”? É um nome muito bonito...

-Johnny: Hei, tá tudo bem com você? Você está chorando...

                Foi um pouco demorado para que o garoto confiasse plenamente em nós. Ele estava bem assustado, e não respondia nada do que perguntávamos. Depois de um tempo tentando acalma-lo, ele começou a nos contar sua história: Os pais dele tinham morrido em um acidente de carro, e como ele não tinha nenhum outro parente próximo que cuidasse dele, ele seria mandado para um orfanato. Entretanto, ele disse que não queria viver preso em um lugar esperando que algum desconhecido o adotasse para sua família. Por isso ele estava sozinho na rua, ele tinha fugido antes de ser transferido para um orfanato, e ele estava chorando por saudades dos pais biológicos.

-Frisk: Nossa... e-eu sinto muito Izaac. Eu sei que é bem difícil conviver com esse sentimento. Eu nunca cheguei a conhecer meus pais biológicos, e vivi durante 10 anos em um orfanato...

-Izaac: S-sério? – ele pareceu impressionado com o fato de Frisk nunca ter conhecido os pais biológicos dela.

-Frisk: Sim... mas depois de uma longa jornada minha, eu acabei sendo atotada por uma família de monstros muito gentis e bondosos. Eles me acolheram e me amaram como se eu fosse um filho biológico deles...

-Johnny: Eu sei como você se sente Izaac. Sabe, eu também perdi meus pais quando eu era mais jovem. Mas no fim das contas eu também acabei sendo adotado pela mesma família de Frisk, a gente pode te contar a história inteira depois.

                Ficamos em silêncio por um tempo. Toriel, Frisk e eu nos entreolhamos por uns segundos, nós já sabíamos o que era melhor para ajudar aquele pobre garoto.

-Toriel: Izaac, você gostaria de viver conosco? – Ela perguntou alisando o cabelo do garoto.

-Izaac: O-O QUE!? V-vocês r-realmente... me adotariam? – Os olhos de Izaac começaram a se encher de lágrimas – E-eu não causaria... nenhum pr-problema pra v-vocês?

-Frisk: O problema seria se nós apenas te deixássemos sozinho aqui...

                Izaac voltou a chorar, e nos abraçou, agradecendo por nós termos o acolhido. Ele estava bem sujo, e parecia estar com muita fome também, então eu criei um portal que dava direto acesso até o castelo, para que pudéssemos cuidar melhor de Izaac.

                Continua...