1. Spirit Fanfics >
  2. Lifetale (2 temporada: "A volta da magia ao mundo") >
  3. "A culpa"

História Lifetale (2 temporada: "A volta da magia ao mundo") - "A culpa"


Escrita por: johnny_Ether

Notas do Autor


HoIII gente!!! VOLTEI!!!!!
Minhas recuperações acabaram, e se deus quiser eu vou ter passado em contabilidade.
Então, agora a gente vai voltar com nossa programação normal, tendo um capítulo (ou dois) nos fins de semana, e um capítulo (esse não é certeza) durante o meio da semana. Bem, esse foi um capítulo bem demorado de escrever, teve bastante revelação aqui, principalmente sobre um pouco da história do Johnny, Nesse capítulo eu respondi todas as pontas soltas que eu deixei sobre ele e sobre a família dele ao decorrer da primeira e dessa segunda temporada da fic
Bem, fiquem com o capítulo, boa leitura :3

Capítulo 7 - "A culpa"


Fanfic / Fanfiction Lifetale (2 temporada: "A volta da magia ao mundo") - "A culpa"

Frisk pov

                Faz quase 1 mês que Johnny começou a mudar fisicamente. As mudanças começaram no final de fevereiro, e agora estamos no final de março. Antes o cabelo dele era castanho achocolatado, parecido com a cor do meu cabelo. Agora, são poucas as mechas castanhas. Ele está praticamente todo platinado, em uma mistura de um loiro bem claro, branco e prata. Os olhos dele antes eram um de cor castanho escuro, e outro um pouco mais claro. Agora, ambos os olhos dele são azuis. Ainda há algumas faixas na cor castanha no olho dele. A cor da pele dele também mudou, está mais pálida. Confesso que ele está mais atraente agora, não que eu não o achasse atraente antes.

                Mas... não foi só o físico dele que mudou, o sentimental também. Por algum motivo, ele está mais fechado, não conversa nem sorri tanto como antes, como se as mudanças, os novos poderes, tudo o preocupasse. Eu gostaria de saber o que tanto está o preocupando, mas sempre que alguém pergunta, ele tenta ao máximo desviar o assunto... O que há de errado Johnny? Por que você está assim?? O que te incomoda tanto???

                A boa notícia é que daqui alguns dias, será aniversário de 11 anos dele. Na verdade, ele e Asriel fazem aniversário em abril, Johnny no dia 13, e Azzy no dia 17, mas como a aniversário dos dois vai cair em dia de semana, faremos a festa dos dois no mesmo dia, num domingo, dia 19. Talvez eu consiga perguntar algo pra ele nesse dia, e quem sabe ele não me responda?

                Quebra do tempo: Dia 18 de abril.

                Narrador pov

                Na manhã daquele dia, Toriel saiu com Chara, Frisk, Asriel e Johnny para fazer compras na cidade, para a festa do dia seguinte.

-Toriel: Bem crianças, só falta comprar alguns enfeites, copos, pratos e talheres descartáveis e algumas guloseimas e petiscos. Quando já tivermos comprado tudo, eu vou ligar pro Sans nos buscar.

-Johnny: Toriel, por que a gente teve que vir pra cá comprar essas coisas? Dava pra comprar isso tudo em Ebott – Apesar da rabugice, era verdade.

-Toriel: Eu sei Johnny, mas eu já estava dando uma olhada em alguns lugares por aqui, e vi umas coisas interessantes aqui que não tem em Ebott.

-Johnny: Ok então – Ele cruzou os braços, emburrado.

-Asriel: Vai ser legal Johnny, a gente vai conhecer melhor a cidade!

-Johnny: Asriel... eu morava aqui.

-Asriel: Ah, é verdade... mas olha pelo lado bom, você nunca andou pela cidade com a gente, vai ser divertido do mesmo jeito – Ele tentou melhorar o humor do irmão.

                Eles andaram por algumas ruas, até chegarem em uma avenida com várias lojas de decoração e enfeites, papelarias etc. Compraram alguns descartáveis, enfeites, fitas para decoração. Faltavam os petiscos e guloseimas.

-Toriel: Certo, agora faltam as guloseimas.

-Frisk: Eu conheço uma confeitaria que vende doces muito gostosos, a gente podia passar por lá.

-Toriel: Parece uma boa ideia, qual é o nome dessa confeitaria?

-Frisk: “Algo tão Doce”, mas o “T” é escrito de forma que ele pareça um “D”, então também pode ser “Algodão Doce” – Ela falava entusiasmada, a confeitaria realmente era muito boa e conhecida (e cara).

-Johnny: Eu conheço essa confeitaria. Lá tem uns doces muito bons mesmo, e ela não fica muito longe daqui.

-Toriel: Perfeito, vocês me mostram o caminho?

-Johnny e Frisk: Claro.

                Eles andaram por mais alguns quarteirões, até chegarem em uma rua movimentada. A confeitaria ficava em uma esquina, do outro lado da rua onde os cinco estavam. Eles esperaram até que o farol de pedestres ficasse aberto, para poderem atravessar. Entretanto, quando o farol abril e eles começaram a atravessar, vinha um carro em alta velocidade, o qual nenhum dos cinco e as demais pessoas que atravessavam, não viram se aproximar. No momento em que todos se deram conta do veículo, era tarde demais para eles saírem da rua, ou para o motorista frear o carro. Era tarde demais para qualquer atitude ser tomada.

                Porém, como um milagre, algo aconteceu. Um enorme portal tinha se criado na rua, fazendo com que o veículo passasse direto pela faixa de pedestre, sem acertar ninguém. O autor daquela magia... foi Johnny. Ele tinha descoberto mais um poder. Por um reflexo, ele conseguiu criar um portal antes da faixa de pedestre, e outro do outro lado dela, fazendo o carro passar direto por todos que atravessavam a rua.

-Todos: ...?

-Frisk: Johnny... você... – Ele estava paralisado, com os olhos fechados e com as mão protegendo o corpo.

-Johnny: ... O que... aconteceu? – Ele ainda mantinha a posição.

-Toriel: Minhas crianças, vocês estão bem? – Ela falava desesperada, com lágrimas nos olhos, preocupada com o que poderia ter acontecido – ...Johnny, você... – Ela analisava bem os portais que tinham se formado dos dois lados da faixa de pedestre, tentando entender o que tinha acontecido.

-Johnny: Eu... criei um... portal? – Ele disse abrindo os olhos, lentamente.

                Algumas pessoas que estavam na calçada, e as próprias pessoas que atravessavam o local no momento do incidente, vinham curiosas perguntar como tal milagre tinha acontecido. Johnny depois de se acalmar, desfez a magia dos portais trazendo o fluxo normal de volta ao local. Depois de um bom tempo tentando explicar às outras pessoas o que tinha acontecido, os cinco finalmente conseguem fugir da multidão que tinha se formado no local, podendo finalmente chegar ao destino final deles daquele dia. Não demorou muito, eles compraram o que faltava, e ligaram para Sans os buscarem. Apesar do susto, todos estavam bem.

Sans: ...Então quer dizer que você descobriu um novo poder pirralho? Uau, que SANSacional – Sans ajudava Toriel a guardar na cozinha os doces que ela tinha comprado junto das crianças.

-Johnny: Por favor Sans, hoje quase todos fomos atropelados, e sim, além de congelar as coisas contra minha própria vontade, poder ver as almas dos outros, eu também posso criar portais – Conforme a magia de Johnny crescia, ele acabou perdendo parte do controle sobre ela, o que acabou fazendo com que ele congelasse tudo o que tocasse.

-Sans: Olhe pelo lado bom muleque, você descobriu um novo poder e salvou um monte de gente de ser atropelada!

-Johnny: É... – Ele ainda não parecia muito animado.

-Sans: Bem... você pode gelar esse refri pra mim? – Sans jogava uma lata de refrigerante para Johnny.

-Johnny: Claro – No momento em que ele ia usar sua magia para gelar a lata, ele acabou a congelando – Opa...

-Sans: Hey garoto, acho que você conGELOU demais a lata, hehe.

-Toriel: Pfffff...

-Johnny: Sans, pelo amor de Deus!

-Toriel: Querido, não seja tão FRIO com Sans, hahahah.

-Sans: Boa Tori.

-Johnny*-_-*: Pra mim já deu – Ele disse se levantando da cadeira da mesa da cozinha e ficando em pé, de braços cruzados.

-Sans: O que foi pirralho, qual o problema? – Ele disse com o sorriso sarcástico de sempre.

-Johnny: Hun, tô te dando... um GELO – TUNR IT DOWN FOR WHAT CHFJAFNJHFSNDKJSVYSID.

-Toriel PFFF HAHAHAHAHAHA, esse é o meu garoto, hahahaha!

-Sans: Garoto, você acabou de iniciar a Terceira Guerra Mundial.

-Johnny: Acho que seria mais adequado dizer que começamos uma nova... GUERRA FRIA, eeeeyyy - ;).

-Toriel: HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA – Ela não aguentou as piadas ruins do garoto e acabou caindo na gargalhada.

-Johnny: Heheh, mas, sério, eu vou ir pro meu quarto... – quando ele foi sair da cozinha, uma forte dor de cabeça o pegou - Arghh.

-Toriel: O que foi querido? Está se sentindo mal?

-Johnny: E-eu tô bem! – Ele disse de imediato - Foi s-só uma... uma tontura – Sem que Toriel pudesse dizer qualquer outra coisa, o garoto saiu correndo da cozinha, deixando ela e o esqueleto sozinhos no local.

-Toriel: ...Eu estou começando a ficar muito preocupada com o Johnny – O tom de preocupação era notável em sua voz.

-Sans: Relaxa Tori, o garoto daqui a pouco já vai entrar na adolescência, você sabe como são os adolescentes, eles são um tanto... ABORRECENTES, heheh.

-Toriel: Hahah, eu sei, mas... com ele é diferente, é como se ele estivesse escondendo alguma coisa da gente, como se algo estivesse o sufocando. Você reparou como ele mudou desde que os poderes dele começaram a crescer? Ele parece mais triste, mais incomodado, sempre com medo de alguma coisa... você acha que aconteceu alguma coisa com ele?

-Sans: Eu não sei Tori, mas eu acho que ele realmente está escondendo alguma coisa.

                Johnny pov

                “Arghh, droga” - Eu resmunguei depois de fechar a porta de meu quarto, deixando meu corpo desabar no chão - “Eu não aguento mais, eu não aguento mais... meus poderes...” -  Desde que eles começaram a aumentar, outra coisa também começou a crescer dentro de mim. Um vasto sentimento de culpa pelo que aconteceu com minha família também crescia. Não só culpa, mas medo também. E esses sentimentos contribuíam para que eu não conseguisse controlar meus poderes, ME controlar. Conforme eles foram crescendo, eu fui perdendo o controle sobre eles, aumentando as chances de machucar as últimas pessoas que tenho ao meu lado...  - “Eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes, EU NÃO VOU!”

                Eu simplesmente deixo de resistir, eu deixo meu corpo cair sobre o assoalho frio do quarto, e permito que tudo a minha volta seja congelado. Como eu disse, conforme meus poderes cresceram, eu perdi controle sobre eles. Isso chegou a um ponto que tudo que esteja a minha volta seja congelado, sem que eu queira. Por isso eu faço do meu corpo uma gaiola para prender meus poderes. Isso dói, dói muito. Eu não aguento mais. A dor é muita. Por isso, enquanto eu estou sozinho, eu deixo de resistir. Tudo a minha volta é instantaneamente congelado. Eu deixei meus poderes fluírem, congelando tudo dentro de meu quarto. Algumas vezes, eu não consigo conte-los, o que faz de mim uma bomba relógio, podendo explodir a qualquer momento, aumentando mais ainda a chance de machuca-los. Os outros não podem saber. Eu tenho que ser forte. Tenho que conter meus medos, meus pecados, minha culpa. Eu tenho que ser forte. Eles não podem saber. Eu não posso machuca-los, eu não quero machuca-los, eu não vou machuca-los. Não posso machucar ninguém de novo.

Eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes.

                Narrador pov

                No dia seguinte, o dia da festa, Johnny acordou mais uma vez com seu quarto completamente congelado. Enquanto ele dormia, ele não conseguia manter controle sobre os poderes.

-Johnny: Ótimo, ter que descongelar tudo mais uma vez. Isso já tá ficando irritante.

                Como já tinha sido planejado com antecedência, Mettaton iria levar Johnny e Asriel para fazer compras nas lojas da marca MTT. Aquele seria o presente de aniversário de Mettaton para os dois. As 10:00 em ponto, como havia sido marcado, Mettaton passou na casa dos Dreemurrs para levar os dois às compras.

-Mettaton*chegando de limusine rosa da marca MTT*: Então queridos, prontos comprar o que quiserem? – Mettaton abria a porta da limusine para que os dois pudessem entrar no carro.

-Asriel: Claro que sim! Esse presente foi demais Mettaton!

-Mettaton: Que bom querido! E quanto a você Johnny? Você parece meio abatido – Ele reparava na expressão desanimada de Johnny.

-Johnny: Hã, eu? Ah, não é nada MTT, eu só não consegui dormir direito hoje, só isso.

-Mettaton: Pois prepare-se, porque hoje vai ser um dia que você não vai poder ficar com sono!

                Depois disso, o robô saiu com os dois para as compras. Enquanto os meninos iam se divertir, o resto das pessoas da casa ficariam arrumando tudo para a festa, que estava marcada para começar as 18:00.

                Quebra do tempo: 17:50

                Os meninos acabavam de chegar do passeio com Mettaton. Tudo já estava pronto, por mais que a festa só fosse começar as 18:00. Eles acabaram comprando várias roupas e objetos da marca MTT, na verdade, Asriel comprou várias roupas e objetos. Johnny Não tinha comprado muita coisa. Ele carregava apenas uma sacola com uma camiseta preta lisa, uma blusa de frio, e um globo de neve da lojinha de lembranças MTT.

-Toriel: Olha só minhas crianças! Como foi o dia de vocês? Se divertiram bastante? – Ela falou recebendo os dois.

-Asriel: Sim! Foi muito legal fazer compras com o Mettaton, a gente comprou um monte de coisa mãe, olha! – Asriel ficava facilmente empolgado, era bom ver que ele ainda podia ser “ele” depois dos acontecimentos do subsolo.

-Johnny: É, foi legal sim, mas eu comprei pouca coisa.

-Mettaton: Se eu não tivesse insistido, nem o globo de neve ele teria comprado – Ele advertia.

-Johnny: Mas é claro! Pra que eu vou comprar um globo de neve quando eu mesmo posso transformar Ebott inteira em um globo de neve?

-Frisk: Vocês finalmente chegaram!!! – Frisk vinha correndo para dar um abraço em Johnny e em Asriel – parabéns pra vocês!!!

-Johnny: Frisk, você já me deu parabéns dia 13, haha.

-Frisk: E daí? Não posso te dar parabéns de novo?

-Johnny: Não é isso, é claro que você pode me dar parabéns – ele ficou visivelmente corado.

-Asriel: E a Chara? Cadê ela?

-Frisk: Ela ficou lá atrás se entupindo de chocolate.

-Johnny: Hah, bem típico dela.

-Asriel: Já era de se esperar.

                A festa estava acontecendo no quintal dos fundos da casa. Várias mesas estavam organizadas no espaço, cheias de salgados, petiscos, doces, bebidas, e todas muito bem decoradas. Asgore estava junto de Gaster fritando alguns hambúrgueres, Undyne e Alphys estavam sentadas um pouco afastadas dos outros, conversando timidamente. Sans estava sentado em um canto tomando ketchup, enquanto enchia o saco de Papyrus com suas piadas e trocadilhos ruins. Napstablook era o DJ da festa. Chara estava roubando vários chocolates da mesa de doces.

-Chara: Hum, Vocês chegaram – ela falava com dificuldade, já que estava com a boca cheia de chocolate – Parabéns gente – Ela saiu de perto da mesa e foi dar um abraço nos dois.

                Depois de todos cumprimentar os garotos, a festa efetivamente começou. Tudo estava correndo bem, todos se divertindo, comendo, conversando, até Johnny começar a passar mal.

-Frisk: ...Então até que foi legal ficar arrumando as coisas aqui – Ela e Johnny conversavam sentados em uma mesa.

-Johnny: Hum, que bom. Sabe, eu não gostei muito assim de ter saído só com o Asriel e com o Mettaton, tipo, foi legal ter saído com eles, mas eu acho que teria sido mais legal se todos estivessem juntos.

-Frisk: Imagino. Em quais lojas vocês passaram?

-Johnny: Um monte de loja, a maioria da marca MTT, claro, mas muitas a gente acabou só dando uma passada e nem compramos nada... Argh, droga - *De novo essa dor não...*.

-Frisk: O que foi? Você tá bem? – Ela colocou a mão sobre o ombro do garoto, mas ele a retirou rapidamente.

-Johnny: Eu tô! É só... mais uma tontura... já vai passar... – Era visível que ele estava mentindo.

-Frisk: Johnny, você tá tendo essas tonturas já faz um tempo, tem certeza que você tá bem?

-Johnny: EU DISSE QUE TÔ BEM! – O seu tom de voz foi o suficiente para chamar a atenção de todos - ...Desculpa.

                Johnny rapidamente se levantou para sair do quintal da casa. Ele sabia que o que aquela dor significava, e sabia que não conseguiria se controlar por muito tempo.

-Frisk: Eu é que peço desculpas, eu não queria...

-Johnny: Não tem problema, e-eu já volto – Quando ele se virou para sair do local o mais rápido possível, Toriel apareceu bloqueando o caminho.

-Johnny: *Droga Toriel, sai da minha frente!*

-Toriel: Querido, está tudo bem?

-Johnny: Eu tô bem, já falei!

-Undyne: Hey, punk, o que tá pegando?

-Sans: O que foi? O muleque não tá se sentindo bem?

-Papyrus: HUMANO, VOCÊ NÃO ESTÁ SE SENTINDO BEM? TEM ALGO QUE EU, O GRANDE PAPYRUS, POSSA FAZER POR VOCÊ? – Quanto mais todos se aproximavam, mais Johnny se desesperava. Se ele perdesse o controle da magia, todos poderiam ficar gravemente feridos ali.

-Asgore: Está tudo certo Johnny?

-Gaster: Algum problema Johnny?

-Chara: Hey, tá tudo bem?

-Asriel: Johhny, certeza que você tá bem?

-Johnny: EU FICARIA MELHOR SE VOCÊS NÃO BLOQUEASSEM MEU CAMINHO! – O tom de voz dele surpreendeu a todos, ninguém esperava tal reação dele.

                Vendo que todos continuavam imóveis, tentando entender o que estava acontecendo, o garoto usando sua nova magia de portais, fez um portal em sua frente, e outro atrás de todos, para que ele pudesse passar. Ele sabia que em poucos momentos, ele perderia o controle. Enquanto ele tentava correr para longe, ele sentiu uma magia deixar sua alma azul. Era Sans, que o puxava de volta até perto de todos.

-Johnny: NÃO! Vocês não entendem! – Ele se desesperava.

-Sans: Para de correr pivete, a gente só quer entender o que tá acontecendo – Ele ia se aproximar de Johnny, que tinha caído no chão, mas o garoto fez uma barreira impedindo o esqueleto de se aproximar.

-Johnny: FIQUE LONGE! – Com o descontrole da magia, ao invés de uma barreira comum, o que ele havia feito eram vários espinhos de gelo que bloqueavam o caminho, e que quase acertaram Sans.

                Ele tinha mais uma chance para poder correr, fugir dali, tentar impedir com que todos vissem o que ele estava escondendo, mas já era tarde, tarde demais. Ele não conseguiu resistir, não tinha mais o que ser feito. Uma aura azul se formou em volta dele, então tudo a sua volta começou a congelar. A quantidade de magia liberada foi tão intensa que fez uma enorme corrente de vento soprar ao redor do garoto. Pequenos cristais de gelo se formavam no ar, e eram carregados pelos ventos, e com a velocidade deles, esses cristais se transformavam em pequenas laminas extremamente afiadas, capazes de perfurar e cortar qualquer coisa que elas tocassem. Por sorte, Sans conseguiu fazer uma barreira de ossos que protegeu a todos.

                Quando Sans desfez a barreira, depois de toda a magia de Johnny ser liberada, todos puderam ver o que tinha acontecido. Todo o quintal estava congelado, e parcialmente destruído. Johnny estava ajoelhado no chão, com as mãos cobrindo o rosto, chorando.

-Johnny: eu não queria... *sniff* que vocês... vissem isso... *sniff*. Eu não queria machucar vocês... eu não queria machucar mais ninguém! – Ele chorava muito, tinha medo de ter machucado alguém.

-Sans: Hey... calma, você não machucou ninguém...

-Johnny: MAS SE NÃO FOSSE POR VOCÊ EU PODERIA TER MATADO A TODOS! – Ele ainda chorava – Vocês não fazem ideia do quanto isso dói... Saber que eu poderia ter machucado vocês...

-Toriel: Querido, calma... por que você não nos contou sobre isso? – Ela queria entender por que ele não tinha dito nado sobre aquilo.

-Johnny: Eu não contei porque eu tive medo. Sabem, quando eu percebi que meus poderes estavam começando a crescer demais, eu já tinha percebido que eu estava perdendo o controle sobre eles. E essa falta de controle me fez ter medo de machucar vocês.

-Chara: Johnny, uma vez um passarinho me contou que por mais que você já tenha machucado alguém, sempre existiriam amigos para perdoar nossos erros – Ela fazia uma referência ao próprio garoto.

-Johnny: Heh, esperto esse passarinho que te disse isso. Mas não é esse o maior problema, eu sei que se eu machucasse algum de vocês, vocês me perdoariam, e é por isso que eu amo vocês, e também é por isso que eu tenho medo de machucar vocês, porque todos vocês são maravilhosos, e vocês me perdoariam. Mas EU não conseguiria me perdoar, eu não conseguiria saber que cometi um mesmo erro duas vezes... machucar pessoas que eu amava...

-Frisk: Como assim, o mesmo erro duas vezes?

-Johnny: Sabem... Tem uma coisa que eu nunca contei pra vocês sobre minha família... O motivo por meus pais terem se suicidado

-Chara: O que, como assim!? Do que você tá falando!?

-Johnny: ...Bem, eu não era filho único... eu tinha um irmão mais velho. Na semana antes de Frisk cair no subsolo, eu tive um problema com meu irmão. A gente tinha brigado feio, muito feio. Depois da nossa briga, eu só desejava que ele não existisse, que ele morresse. É claro que isso é algo horrível de se pensar, mas eu só desejava a morte dele. Um dia, a gente tava andando perto duma linha de trem, que tem no extremo da cidade. Então, eu deixei cair alguma coisa nos trilhos do trem, só que o lugar que ela tinha caído era um buraco que ficava entre as tábuas do trilho. Eu tentei pegar o objeto, mas meu braço não alcançava. Então eu pedi pro meu irmão tentar pegar. Apesar da gente ainda estar brigados, ele acabou pegando pra mim, mas o braço dele ficou preso no buraco. E-e depois, vinha um trem... os maquinistas não viram meu irmão preso, e-e, eu tentei ajudar ele a sair dali, mas-mas...

-Toriel: Shhh, já chega...

-Johnny: Eu fui correndo, chorando, desesperado pra casa, eu contei pros meus pais o que tinha acontecido. Eles ficaram desesperados, não acreditavam no que eu tinha contado pra eles... A semana seguinte depois de meu irmão ter morrido foi literalmente um inferno pra mim... Mas então, a Frisk, depois de muitos resets, me fazendo reviver aquela mesma semana inúmeras vezes, ela resolveu libertar os monstros para sempre, sem resetar novamente, e ela me encontrou, me contou sobre os resets... eu não tinha contado pra ela o que eu vivi naquela semana, eu só disse que “aquela semana tinha sido um inferno pra mim”. Então eu pedi pra ela resetar mais uma vez, eu pedi pra ela fazer isso porque eu queria simplesmente esquecer dos meus problemas, esquecer da minha vida. Aí ela resetou então eu ajudei ela a salvar o Asriel e a Chara, que foi o que aconteceu nessa linha do tempo... Nós conseguimos fazer isso, mas enquanto eu estava no subsolo, eu não pensei no que poderia acontecer aqui em cima, eu não pensei sobre o que meus pais pensariam com meu desaparecimento repentino. Eles tinham um filho morto, e outro desaparecido, eles não tinham mais motivos pra viver. Foi por isso que eles morreram. Eles se suicidaram. Meu irmão tinha morrido, e eu simplesmente desapareci sem mais nem menos. Eu fui culpado pela morte do meu irmão, e pelo suicídio de meus pais...

-Toriel: Johnny, não diga isso! – ela se ajoelhou no chão de frente para ele, o abraçou com força – A gente não fazia ideia disso.

-Johnny: Eu não contei pra vocês porque eu já sentia a culpa pelo que aconteceu com minha família. Se eu machucasse algum de vocês, eu simplesmente seria incapaz de me perdoar, eu não conseguiria viver com a culpa... Eu não aguento mais esse peso, eu sinto que eu estou me perdendo – Ele começava a chorar novamente.

-Toriel: Shhh, tá tudo bem. Já passou, você não precisa mais se preocupar, a gente vai te ajudar a superar isso. Não precisa mais ter medo.

-Papyrus: É ISSO MESMO JOHNNY, NÓS SEMPRE ESTAREMOS AQUI PARA TE APOIAR! – ele se aproximou e abraçou o garoto.

-Sans: Heh, idem ao Papyrus – Ele também abraçou Johnny.

-Undyne: Não se preocupa com isso pirralho, a gente sempre vai estar aqui para te ajudar, não importa o que aconteça – Ela também abraçou Johnny.

-Alphys: É-é verdade! A gente sempre vai est-tar do seu lado.

-Asgore: Pelo bem da nossa família, sempre iremos te ajudar com o que você precisar.

-Gaster: Nós sempre vamos estar aqui.

-Mettaton: Sempre que você cair na pista de dança, nós estaremos do seu lado para, te ajudar a levantar querido!

-Asriel: Você já me salvou e salvou a Chara também, agora deixa a gente te salvar também!

-Chara: Você não precisa mais sofrer em silencio, deixa a gente te ajudar a carregar esse fardo.

-Frisk: Johnny, você já ajudou todos nós, agora deixa a gente te ajudar, porque independente do que aconteça...

 

-Todos: Estaremos todos aqui com você.

 

Johnny: ... Heh, obrigado gente *sniff*, obrigado...

                Todos Abraçaram Johnny, que ainda estava ajoelhado no gramado do quintal. Ao saber que todos estariam ao lado dele, mesmo com todos os problemas dele, automaticamente fez com que o garoto pudesse acreditar que ele poderia ser capaz de controlar novamente sua magia. Ele sentiu poder recuperar sua estabilidade. Ele podia sentir a área congelada do quintal ficando cada vez menor. Aos poucos, tudo que estava congelado, ai se descongelando, até que não havia mais uma sequer raspa de gelo em lugar algum do quintal. Depois de compreender tudo que Johnny estava passando, eles finalmente puderam voltar a comemorar a festa. Tudo estava bem agora.

 

                Continua...


Notas Finais


Então, o que vocês acharam? gostaram? Deu bastante trabalho pra escrever, espero muito que eu tenha conseguido passar pra vocês todo o desespero e culpa que o Johnny tava sentindo. Bem, nos vemos no próximo capítulo, até lá :3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...