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História Ligações Perigosas - O baile


Escrita por: marywriter

Notas do Autor


Oi, meus amores!
Estou de volta com um capítulo mais agitado hehehe (leiam e vcs entenderão)
Numa cena, tem a música Wonderwall pelo cover do Ryan Adams (amo!). O link está no final!

Espero que gostem, se estiverem acompanhando, comentem e favoritem porque é um ótimo estímulo para uma escritora hehehe
Beijos no coree

Capítulo 6 - O baile


Fanfic / Fanfiction Ligações Perigosas - O baile

A semana passou rápido e quando percebi, já era sexta-feira.

Nenhum grande acontecimento ocorreu desde meu encontro noturno com Derrick na cozinha. Agora eu já estava um pouco mais habituada com a sua presença e nossos conflitos cessaram. Por enquanto.

Eu coloquei meu vestido branco com um decote em “v” e um cinto dourado delicado. Vesti meus sapatos nude e deixei meus cabelos soltos com leves ondulados na ponta. Não exagerei na maquiagem, apenas uma sombra marrom com um delineador preto fino e um pouco de rímel.

É, serviria para a noite.

Desci as escadas para o primeiro andar onde Derrick e meus pais me aguardavam ansiosos.

Derrick ficou atônito quando me viu no topo da escadaria.

Desci calmamente e ele não tirava os seus olhos de mim.

Quando desci o último degrau, DK deu um passo à frente com as mãos atrás das costas e disse:

— Você está linda... — ele fez uma pausa enquanto me examinava — Srta. Vitter.

Acredito que ele tenha complementado com o pronome de tratamento, pois meus pais estranharam o tom de voz íntimo que ele utilizou.

— Obrigada. Você também não está mal. — respondi.

Derrick definitivamente não estava mal. O smoking encaixava perfeitamente em seu corpo atlético e seus cabelos estavam levemente penteados para trás com um pouco de gel. Pude sentir seu perfume inebriante de homem de onde eu estava e admito que gostei muito. Ele tinha bom gosto. Grandes coisas...

— Está tudo certo para manter a segurança dela no baile? — meu pai perguntou a ele.

— Sim, senhor. Pensei em irmos em carros separados, Anne com o motorista e eu em meu carro, assim não levantaremos suspeitas nos membros do colégio.

Roger expressou não gostar da ideia e, notando, Derrick completou:

— Mas eu estarei dirigindo logo atrás da limusine, o fato de chegarmos separados é apenas uma estratégia para quando já estivermos no Salão da Billiard School.

Meu pai assentiu.

Dei passos em direção à saída da casa e Derrick ofereceu seu braço para que eu segurasse.

— Guarde isso para o baile. Ninguém aqui está olhando. — falei com frieza.

No lado de fora, eu entrei na limusine que seria dirigida por Mike, meu motorista, e Derrick entrou num Audi R8 branco logo em frente. 

Me perguntei se aquele carro era da CIA ou dele. Se fosse dele, meu pai deve estar pagando-o muito bem...

O caminho até o salão da Billiard não durou mais do que vinte minutos e eu desci primeiro da limusine, entregando na entrada um ticket e adentrando, por fim, no salão bem decorado.

Logo vi Jenny e Sophie num canto, bebendo o que eu presumi ser ponche já que no baile só seriam servidos drinques alcóolicos aos professores e demais funcionários.

— Ei, meninas!

— Oi, Anne! Nossa, você está linda! — disse Jenny, me analisando com um sorriso no rosto.

— Mas cadê o gato do Derrick que viria com você? — Sophie questionou, olhando por trás do meu ombro como se estivesse procurando algo.

— Er... Ele deve estar no banheiro, ou algum lugar assim. — respondi, evasiva.

Não demorou alguns minutos e uma voz masculina se pronunciou:

— Boa noite, garotas.

Era ele com as mãos afundadas nos bolsos frontais de seu smoking.

— Boa noite, Sr. James. — as duas responderam quase em coro.

— Se importariam de me emprestar sua amiga por um instante?

Ambas balançaram a cabeça negativamente e distanciaram-se de braços dados em meio a risinhos, com certeza especulando sobre nós dois.

Virei para Derrick com uma expressão hostil.

— Você realmente tinha que expulsar minhas amigas? Este baile já está longe de ser como eu imaginava e agora você acaba com as chances de ser minimamente bom.

Ele ergueu uma sobrancelha, dizendo:

 — Será que você poderia parar de reclamar por um momento e vir comigo?

Ele ofereceu seu braço para que eu segurasse.

Bufei e me dei por vencida. Pior do que estava, impossível, então, por que não?

Segurei em seu braço e senti seus músculos. Ok, ele realmente era forte.

Os olhares do baile nos seguiram e pude sentir os murmúrios se formando. Não que eu me importasse.

Caminhos para a porta dos fundos do salão da Billiard que dava para um enorme jardim.

Passamos pelo segurança que estava impedindo que os demais estudantes atravessassem para aquela parte e ele cumprimentou Derrick. Ok, estranho.

Percebi que ele me guiava para um espaço vazio no pequeno jardim onde tinha um círculo formado por piso branco e notei que havia uma banda próxima, mas em silêncio, como se aguardasse alguma coisa.

— O que é isso? Não coloquei uma banda nesta parte do salão. — indaguei, olhando tudo ao redor enquanto Derrick ainda me guiava até o círculo.

— Eu sei. Fui eu. — respondeu e notei que um breve sorriso se formou em seus lábios.

— Como...?

Estava tão surpresa que mal conseguia formar uma frase.

Paramos de frente um para o outro e, me olhando fixamente, ele respondeu:

— Eu trabalho na Billiard também, esqueceu? 

Olhei para a banda que parecia esperar algum comando e franzi o cenho:

— Eu não entendo...

Derrick olhou para o vocalista e fez um gesto rápido com a mão, e eles começaram a tocar uma música que notei ser a versão de Ryan Adams da música Wonderwall.

Eu estava petrificada, incrédula no que meus olhos viam.

Ele ergueu a mão direita para que eu a segurasse. Desviei o olhar por alguns segundos e acabei cedendo.

Segurei sua mão e a outra ele desceu até minha cintura, me pressionando com leveza contra seu corpo.

Levantei o olhar para encontrar o seu e, no ritmo da música, começamos a dançar de um lado para o outro.

— Eu não entendo. — repeti, sem parar de dançar — Por que fez tudo isso?

— Sei que sua vida está de cabeça para baixo com a minha presença. Sei também que você tinha grandes expectativas com este baile, provavelmente vir com algum garoto e ter um momento parecido com este. Portanto, resolvi arrumá-lo para você. — ele explicou com a voz calma e seus olhar penetrando no meu. Era impossível desviar.

— Na verdade... Eu nem conseguiria imaginar algo como isto. — abaixei levemente a cabeça e chacoalhei-a como se eu quisesse acordar de um sonho — Está tudo perfeito.

Ele apenas sorriu sem mostrar os dentes e ficamos dançando em silêncio.

Eu nunca havia me sentido tão leve em toda a minha vida, era como se eu estivesse flutuando e não existisse mais ninguém por perto.

Levei minhas mãos à sua nuca e ele, à minha cintura.

Encostei minha cabeça em seu peito e nossos movimentos permaneciam ritmados. Ele apertou suas mãos em minha cintura e dançamos mais um pouco assim.

Até que uma ideia surgiu em minha mente.

— Não foi meu pai quem mandou você fazer isso, certo? — olhei para ele com desconfiança.

Derrick riu brevemente e respondeu:

— Não. Na realidade, acho melhor que você nem conte. — fiquei confusa e ele explicou — Acredito que ele não compreenderia minhas intenções.

— Entendo.

O silêncio entre nós retornou e podíamos escutar a melodia sendo perfeitamente executada pela banda.

Ele olhou rapidamente para dentro do salão e voltou o olhar para mim.

Ficamos nos fitando por alguns segundos, eu perdida naqueles olhos azuis profundos, até que ele sussurrou:

— Você vai ter que confiar em mim agora.

Não compreendi, mas acenei positivamente com a cabeça. 

Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

De forma delicada, ele parou de dançar e permaneceu me encarando.

Percebi que ele se inclinava em minha direção, diminuindo a distância entre nós.

Tudo bem, como se respira mesmo? Eu estava esquecendo de respirar!

Meus batimentos cardíacos aceleraram à medida em que a aproximação acontecia.

Pousei minhas mãos sobre seus ombros e agora sua respiração roçava em minha pele.

Nossos narizes se encostaram e eu não me movia. Não conseguia.

A música e todo aquele ambiente estavam me deixando entorpecidas num bom sentido.

Nós dois sabíamos o que se sucederia e queríamos isto.

Derrick encostou seus lábios nos meus suavemente e senti um calor percorrer todo o meu corpo, fechando meus olhos para me entregar ao momento.

Meu sangue pulsava por sentir sua boca na minha e eu percebi que ele apertou minha cintura, me pressionando contra seu corpo definido.

O que eu estava fazendo? Há mais ou menos cinco dias eu não poderia suportar a sua existência e agora eu estava trocando um beijo com ele!

“Faça alguma coisa!”, eu ordenava em pensamento para mim mesma. Mas eu não fazia.

Continuei com os lábios colados no dele por alguns segundos, até que ele se afastou apenas o suficiente para me encarar e, provavelmente, observar minha reação.

Pisquei rapidamente, ainda inebriada com o beijo e o encarei.

— Eu... Eu...

As palavras não saíam e eu nem ao menos sabia o que dizer. Devia estar patética.

Derrick, por outro lado, me encarava com o rosto aflito, o cenho franzido, como se o beijo tivesse sido... dolorido. Achei inusitada a sua reação, mas estava ainda estava anestesiada com o beijo e não comentei sobre.

De forma repentina, ele olhou novamente para o salão e ficou ereto.

Ele pegou em meu braço com força e disse:

— Nós precisamos sair daqui agora.

Antes que eu pudesse perguntar o porquê, ele já estava me puxando entre o jardim onde pisávamos em todas as flores e percorríamos o caminho dos fundos para sair do salão.

A banda havia parado de tocar assim que saímos.

Eu o acompanhava com dificuldade em virtude de estar usando um salto alto que afundava na grama fresca.

As folhas e galhos de árvores chocavam-se contra nós, mas Derrick não parava, me puxava e corria com urgência.

Chegamos à entrada do salão onde Derrick havia deixado seu Audi R8 e ele apertou o controle do alarme que fez o carro acender brevemente.

Ele se colocou em minha frente ao lado do carro e perguntou com seriedade:

— Você sabe dirigir um desses?

— Não. — respondi prontamente com nervosismo — Derrick, o que está acontecendo?

— Não importa. Eu te ensino e te explico no caminho. — ele colocou as chaves em minha mão e abriu a porta do carona, acomodando-se.

Fiquei paralisada por alguns segundos, tentando compreender o que estava acontecendo e o que Derrick tinha visto de tão alarmante no salão.

— Ande! — ele gritou de dentro do carro interrompendo meus pensamentos.

Entrei rapidamente no banco do motorista e arranquei meu salto, jogando-os no banco de trás.

O Audi R8 possuía mais botões do que uma sala de comando, mas pelo menos era automático.

Derrick tirou seu terno e largou-o no banco de trás, soltando o colarinho da camisa branca.

— Dirija em direção à Hamptons. — ele ordenou.

— Hamptons? Mas este não é o caminho para a minha casa!

— Eu sei disso! — esbravejou ele, impaciente — Faça o que eu digo e pare de fazer perguntas!

Assustada, coloquei a chave na ignição e, com as mãos trêmulas, fiz o caminho que Derrick ordenara.

Andamos a 80km/h e alguns minutos depois, ele abriu o porta-luvas e tirou uma pistola.

— Iss... isso é uma arma? — perguntei, com os olhos arregalados.

Ele não me respondeu e apenas colocou cartucho de balas na pistola, destravando-a.

Continuei dirigindo com o pavor estampado em meu rosto, a atenção dividida entre a estrada e Derrick armado.

— Por que está tirando esta arma?! — perguntei com a voz trêmula.

— Porque não estamos sozinhos. — respondeu ele aparentando estar nervoso.

— Mas o que...?

— Olhe para o retrovisor.

E eu olhei. Vi uma Range Rover preta logo atrás de nós com dois caras que pareciam estar vestidos de garçom. Eu os conhecia de algum lugar.

O baile. Eles estavam no baile.

Percebi que eles nos seguiam na mesma velocidade e Derrick estava a postos com a arma pronta para atirar. Ele abaixou o vidro de sua porta e o vento adentrou o carro, bagunçando nossos cabelos.

— O que eles querem? ¬— questionei com a voz trêmula.

— Você.

Olhei brevemente para ele com a face desesperada.

Aqueles caras estavam no baile para me sequestrar. Agora eu finalmente havia entendido o que estava acontecendo e isso não me deixou mais aliviada.

Ouvi um estouro e, em seguida, um estilhaçar de vidros.

Eles tinham atirado contra o carro, mais precisamente, no farol traseiro.

— Droga! Eles querem acertar os pneus. — anunciou Derrick — Comece a dirigir em zigue-zague.

À essa altura, eu apenas executava os comandos dele, temendo por minha vida e pela dele.

Os caras atiraram mais duas vezes e os tiros pegaram no retrovisor de Derrick e outro na traseira do carro.

Eu estava apavorada dirigindo na rodovia para Hamptons que estava vazia – afinal, ninguém iria para lá no meio da noite.

Derrick, então, ficou de costas para o painel do carro e colocou metade do seu corpo para fora da janela, apoiando-se nas beiradas da janela.

Ele apontou a arma para trás e deu três tiros seguidos que acertaram o vidro da Range Rover fazendo toda a vidraça frontal cair.

Os sequestradores revidaram, atirando em seguida e Derrick gemeu de dor, jogando-se rapidamente para dentro do carro.

— Droga! — ele gritou, colocando a mão em seu ombro direito.

Olhei para o lado, agora eu já estava dirigindo em linha reta com o velocímetro marcando 150km/h, e vi a camisa de Derrick banhada por um círculo de sangue.

— Você foi atingido! — falei em desespero, desviando a atenção da estrada.

— Só de raspão, continue olhando para a estrada e não pare! — ele ofegava, parecia cansado.

Largou o seu ferimento, voltando a segurar a arma, agora com a mão ensanguentada.

Derrick colocou-se para fora da janela mais uma vez e depois de disparar mais dois tiros, retornou, dizendo:

— Escute o que eu irei te dizer: acelere o carro ao máximo e deixe que eles nos alcancem, ficando ao nosso lado. Ao meu comando, você vai soltar o pé do acelerador, frear com toda a força e virar o volante para sua esquerda, entendeu? 

Apenas mexi a cabeça em sinal positivo e apertei as mãos no volante.

Afundei meu pé no acelerador e movi o carro alguns centímetros para a esquerda de forma que a Range Rover pudesse ficar ao nosso lado.

Ela finalmente nos alcançou.

Pude olhar brevemente para os caras dirigindo e vi seus olhares de malícia, como se tivessem conseguido o que queriam.

Percebi que aquele que estava no carona apontou a arma para a gente e um frio na barriga me dominou.

Era isso. Era o fim.

— Agora! — gritou Derrick para mim.

Subitamente, eu apertei o freio com toda a força e virei o volante para a esquerda, quase capotando o carro. Apertei meus olhos, se eu fosse morrer agora, não queria ver.

Os suspeitos não notaram que estávamos prestes a entrar numa curva fechada rodeada de árvores  num pequeno barranco e não conseguiram frear a tempo.

A Range Rover bateu com toda a força de aproximadamente 200km/h nas árvores e capotou descendo o morro.

Eu continuava freando, o volante já estava virado para a esquerda em seu ponto máximo, até que, após os pneus pararem de cantar e marcar o asfalto com linhas pretas, o carro parou.

Derrick e eu chacoalhamos com a parada súbita do veículo.

Engoli em seco e permaneci imóvel, ofegante. A adrenalina estava correndo em minhas veias e minha boca tremia.

Nós dois estávamos sem ar, no silêncio completo daquela rodovia que, há alguns minutos, estava preenchida com tiros e o cantar de pneus.

— Agora nós podemos ir para casa. — disse ele com a voz ofegante — Sua casa.

Olhei para Derrick e meus olhos estavam acumulando lágrimas. Eu nem sequer conseguia piscar.

Num impulso, joguei meus braços por cima de seus ombros e o abracei como nunca antes.


Notas Finais


Música: https://www.youtube.com/watch?v=kzZhtrsbJzs
Ok, eu sei que o beijo ficou meio perdido no tempo e espaço, mas no próximo capítulo ele será "explicado"!
Enfim, espero que estejam gostando, escrevo com mt carinho!
Beijos e até a próxima!


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