História Ligações Perigosas - The Beautiful Lily not yet Blossomed

IV

" A gente não se esquece do Passado, a gente se perde dele." Velho Chico

***

“ _ Mamãe…a senhora acha que eu serei feliz?

Minha mãe baixava perto de mim, ajeitando a coroa de camomilas na minha cabeça, eu era tão feliz com o seu carinho, sentia-me protegida entre seus braços, minha mãe era incrível.

—Não sei, meu amor, mas é o que eu mais desejo para você…

—Não me abandona, nunca …mamãe eu te amo…

Era bem pequena, abraçara-a perna dela bem apertado, mas ela afastara-me devagar, alisando meu rosto entre suas mãos sempre finas e delicadas, apesar das rugas que a idade tinha colocado ali, ela tinha o rosto sereno e um sorriso tão doce. Minha mãe era iluminada.

—Não posso prometer isso, minha filha…

Meu coração infantil não entendia porque ela dizera aquilo em tão tenra idade, meus olhos começaram marejando ao que ela abarcara novamente entre os braços, alisando meus cabelos, ao que eu sempre fechava os olhos, sentindo o amor e o carinho .

—Mesmo que não esteja aqui, Astoria…nunca esqueça, que sempre estarei no seu coração…”

Amava simplesmente sonhar com ela e com a vida que tinha antigamente, era um modo de evadir o que acontecia na sua vida actualmente, os rumos que a sua vida havia tomado. Astoria não era de todo ingrata, estava viva ainda apesar das previsões de que ela não duraria muito tempo, segundo rumores que vinham de Inglaterra e de seu primo, Tom.

Os sonhos ainda era um mundo inteiramente dela, em que ela podia ir onde quisesse, sem preocupar-se com etiqueta, protocolo e regras rígidas que a apertavam mais que seu espartilho.

—ASTORIA….

Ela afundara-se ainda mais no seu travesseiro, não queria levantar, não queria acordar para o Mundo ainda, queria que a Pansy e Hermione parassem com o coro e deixassem-na dormir, mas elas não pareciam concordar com sua tese, já que a destaparam e a deixaram ao frio congelante, ao que ela encolhera-se e a muita pena , movera seu rosto, dando com elas já vestidas e prontas para o dia longo que teriam .

—Sempre a mesma coisa, Asty…

Hermione reclamava, podia ser verdade mas ela limitara-se a ficar de bico, olhando e levantando-se , abraçando as duas, que relaxaram mais e abraçaram de volta.

—Tenho…sono…

Pansy e Hermione riram do seu rosto ensonado, analisaram seus cabelos bagunçados e a camisola descaia , ao que era o normal nela, acordar um bagaço.

— Sempre tem sono, não é Tory?

Astoria revirara os olhos, ao sentir que elas punham o vestido dela para aquela manhã, sob a cama, ao que lhes valeram um olhar fuzilante da parte dela, elas sabiam que ela odiava que bancassem as suas empregadas, sabia que elas eram como irmãs.

Mas Hermione adiantara-se antes que ela começasse com o discurso, arquejando a sua sobrancelha, cruzando os braços sob a sua anagua.

—Minha querida Asty…está tarde e esta ficando atrasada…

— Que horas são ?

—Quase oito horas e o café da manhã é daqui a meia hora…

E fora assim, que começara correndo pelo quarto, tratando de despachar-se, ate que cairá no meio do chão, ao tropeçar nos próprios sapatos, que lhe valera nodoas negras na pele e bufar de irritação, ao que Pansy e Hermione riram, abanando a cabeça, era uma cena bem comum, todas as manhãs.

***

Draco passava defronte do quarto da sua futura mulher, ouvindo os gritinhos lá dentro e rindo-se por dentro com a cena, já que era observado de todos os cantos.

Ela era mesmo uma alma viva, pena que continha-se bastante como a rainha que era, ele sabia reconhecer o valor de ser-se comedido e quieto, eles como regentes e monárquicos que eram, todo momento era controlados e vigiados, qualquer erro podia ser fatal,.

Mas ele queria conhecer a “sua rainha”, sim porque ela iria recuperar seu trono de volta, fora um dos motivos pelo qual decidira casar com ela, afinal muitos haviam-se acovardado, por causa de Tom, o Sanguinário, mas ele amava um desafio e ele queria o Mundo, podia ser chamado de sonhador uma vez, mas ninguém diria duas vezes, ele tinha uma reputação a zelar.

—Pensando é?... Vão começar pensando que você está doente… ein?

Draco esboçara um sorriso torto, voltando o rosto da direcção de quem lhe falava com aquela petulância, só podia ser seu irmão e melhor amigo, Blaise.

—Acordou bem- disposto, essa manhã…não é mesmo, Blaise…?

—Depois de ouvir o discurso bem- humorado de vossa mãe…só com essa boa disposição mesmo…

Draco esmorecera um pouco o seu sorriso, seu irmão não era de sangue, era filho da amante de seu falecido pai, Lucius, por isso não se davam bem, na realidade davam-se bem mal. Ele e sua mãe Narcissa, na sua frente controlavam-se mas quando ele não estava pela frente, sua mãe fazia de tudo para atormenta-lo, queria poupar seu meio irmão disso, mas ele não podia a toda a hora salvá-lo, do azedume de Narcissa.

Quando ia responder, os risos ameninados eram escutados, ao que ele e Blaise voltaram o olhar para quem estava ali, dando de frente com Astoria e suas damas de companhia, Pansy e Hermione, estas riam-se de algo que conversavam em surdina.

No entanto, a castanha ao vê-lo, só faltara a vontade de encolher-se num canto ou correr dali, ao que ele esforçara-se para conter seu próprio riso, ao recordar das belas coxas e do quanto ela gemera na noite passada, mas distraíra-se dos seus próprios pensamentos, ao notar o suspiro de admiração de seu irmão, que parecia meio enfeitiçado e ao notar a direcção do olhar, vira que ele ficara envidrado em Pansy e no seu belo colo ao descoberto.

Essa parecera notar que era observada e desviara o olhar na direcção de quem a olhava tão fixamente e veemente, ao que ela corara imperceptivelmente ante o olhar de Blaise, ao que ele parecera não notar, já que continuava olhando, tendo que levar um toque discreto dele par acordar para a realidade.

E por último, quem notara a presença deles, fora Astoria , que ao notar o desaparecimento do riso de suas “irmãs”, fixara o olhar neles, recuperando formidavelmente a sua compostura e aquela “máscara” que ele queria fazer sumir.

—Bom dia, miladys…- Os dois fizeram a vénia e elas retribuíram, Draco caminhara para perto de Astoria, ofertando seu braço, ao que ela olhara primeiro o braço dele e depois, entrelaçara seu braço com o dele.

—Bom dia, milords…

Draco sorria com a incrível dignidade e compostura de sua noiva, ela era pequena e perfeita em sua medida, cada vez mais admirava, mas aquele olhar sério dela, o deixava intrigado.

Blaise sorrira animado, aproximando-se das duas damas e esticando ambos seus braços, com seu habitual bom humor.

—Oras, que honra de escoltar as duas belas damas…

Pansy e Hermione sorriram com a afirmação dele, ao que Draco começara a caminhar ao ver que eles passaram na frente e eles mantinham-se no mesmo lugar, sob o olhar atento e meio sem entender de Astoria.

—Tudo bem, milady?

—Tudo, meu senhor…

Ele realmente estava cansado daquela formalidade desnecessária, ao que estava determinado a tirá-la do desquicio, como? Parando ela que queria caminhar para o salão de refeições, já que Blaise havia sumido do corredor com ambas as suas damas de companhia. Mal ele havia travado, mal ela olhara com aquele rosto ainda sério.

—Porque paraste aqui no meio do corredor …meu senhor?

Ele não estava gostando daquela frieza, ao que forçara ela a olhar no seu rosto, arquejando a sobrancelha e ela ficara mais séria ainda e se possível mais alta, do que tanto que se endireitou.

—Não, estou gostando de vosso tom, Astoria…

—Oh, desculpe…tratarei de ser melhor…da próxima…

Se a ironia tornasse-se veneno e enraizasse na alma, a dela estaria condenada.

—Fiz algo que vos desagradou…?

Astoria voltara seu olhar para ele, fixando em seus olhos, ela não conseguia explicar, mas ele a irritava, tudo nele, desde seu olhar trocista e arrogante, ao força-la a sair da calma, seu jeito de falar, seu jeito de agir e achara bem suspeito o olhar da Hermione e dele. Mas preferira manter-se calma e no seu canto, mas não ele tinha que perguntar e querer saber. Porque não podia ser como qualquer homem, normal e ignora-la seria mais fácil suportar toda a situação, não?

—Porque não me deixa em paz, meu senhor? Estou tentando…

—Tentando?

—Lidar com tudo isso…estamos casando por alianças políticas, você não gosta de mim e eu não gosto de você….

Astoria colocara a mão sob a boca, arrependendo-se de ter falado demais, mas ele sorrira imenso , tocando o queixo dela, erguendo seu olhar novamente para ele.

—Oh, é uma verdade, mas há algo que tenho certeza…que nos fará tolerar ao longo de toda uma vida, Astoria…

Ela duvidava seriamente, mas ao sentir ele exigir seus lábios, encostando na parede atrás dela, ao que ela tentara afastar, mas aquele beijo não permitia interrupção e nem que ela parasse, mas elas aos poucos ia parando com a resistência, ele tinha um fogo que lhe queimava e ela nunca admitira em voz alta, mas ela gostava do beijo dele, ao sentir ele subir seu vestido.

Astoria não conseguia pará-lo, só tentara colocar a mão no peito definido dele para respirar, ao que ele olhara intensamente os olhos dela e ela não conseguira conter o gemido que escapara de seus lábios, quando ele apertara a sua coxa sob as saias.

Ele aproximara-se de seus ouvidos, sussurrando bem baixo.

—Você me deseja, tal como te desejo e isso nos fará tolerar um ao outro ao longo da vida…Astoria…se não fossem esperarem-nos, já estaria entre vossas coxas…

Ela quase se descontrolara, mas ele continuara.

—Poupemos hostilidades e minha querida entenda algo, você é minha desde o momento que pisou neste castelo…

Ela engolira em seco, ao ouvi-lo e contivera a vergonha ao vê-lo falar tão frontalmente.

Mas ele não dera espaço para mais conversa, ao que ajudara a ajeitar a sua saia e tinha aquele olhar exigente e irritante, ao que ela apertara excessivamente o braço dele que ela aceitara, ao que ele contivera seu riso, finalmente estava começando a ver a sua futura esposa, debaixo de toda aquela polidez e frieza.

Mal entrara no salão de refeições, dera de caras com sua mãe fuzilando o Blaise, provavelmente não havia reclamado dele na mesa, por causa das damas de companhia que conversavam animadamente com ele, que nem ligava para a presença dela.

Narcisa erguera o olhar ao ver que o filho entrava acompanhado de Astoria, sorrindo mais calmamente ao ver que ela comportava-se como se esperaria dela.

—Meu filho, Lady Astoria…

Astoria fizera a sua vénia, sorrindo meio forçadamente mas fora o melhor que conseguira, sua cabeça ainda não havia sumido do que havia acontecido lá fora. Draco detinha seu habitual sorriso de canto, mas mais demarcado dessa vez ao notar a expressão de sua noiva, mas ele estava determinado em fazer pior.

—Bom dia minha mãe, decidi antecipar meu casamento, para daqui a uma semana, espero que não haja problema…

Narcisa não espantava-se com essa atitude, parecia algo corriqueiro, tal como Blaise.

Já Pansy achava que ele era excêntrico, casamentos reais duravam meses para ser preparados, ele queria em uma semana seria impossível, conseguir preparar todo o necessário a tempo, sem falar das más línguas que correriam contra a sua rainha naquele país fundamentalmente católico e ultra conservador.

Hermione não conseguia ter uma reação, so sentia-se envergonhada e sem coragem de encarar aquele homem, que mal trocara um breve olhar a pouco, ela sentira que ele pensara no mesmo que ela. Astoria nunca iria perdoá-la…ela sabia que não, ela era sua melhor amiga além de sua soberana, mesmo que sem trono, sabia de antemão que ela não lhe perdoaria. Que ela havia feito, pelos Deuses? Como havia feito aquilo? Como lidar com aquela culpa? Com todas essas interrogações rondando sua cabeça, ela tomara um gole de seu vinho, ela precisava.

Astoria ficara completamente em espanto, ele era excêntrico mesmo ou era louco?

Ela olhara nos olhos dele e vira somente aquele fogo que ela optara veemente em ignorar, porque bem no fundo de si, ela sabia que pelo menos uma ponta desse mesmo fogo queimava nela.

Mas novamente aquele olhar entre ele e Hermione a deixara intrigada. Ela tinha que tirar essa história a limpo.