História Ligações Perigosas - Mistakes

"Os erros que cometemos sempre voltam para assombrar de uma maneira ou de outra..."

VII

Um mês depois…

A Rainha Astoria passeava pelos jardins do seu Castelo, com uma boa disposição bem visível, passava suas mãos enluvadas pelas rosas do jardim, ficando bem animada ao notar o odor primaveril que elas exalavam.

Abaixara-se para sentir o cheiro e sentira subitamente uma vontade de ir ter com seu marido, mas sabia que não podia ou melhor não sabia aonde, ela queria aproveitar aquele bom humor , durante o dia mal podia parar para respirar, mas as noites se viam sempre , sem contar que faziam de tudo, menos dormir, eles davam-se bem .

Ela aprendera a gostar do lado dominante e sarcástico que ele possuía, afinal encontrara anuência no seu lado calmo e temperado que aguentava esse lado.

Eles tinham uma vida ativa e cumplicidade, no mais básico do casamento, não iria dizer que o amava com loucura, mas aprendera a gostar dele.

E ela só queria prolongar a sua lua-de-mel.

Só havia uma sombra que ensombrava a sua recém- adquirida felicidade.

Seus dias eram regrados, marcados pelo protocolo e com todas as exigências que lhe eram incumbiveis, auxiliava seu marido Draco em algumas reuniões.

Como prometido no acordo nupcial, ele estava metendo em marcha o seu exército para evadir a Inglaterra, ela precisava com urgência resgatar o seu povo, havia chegando-lhe relatos cada dia que passava mais escabrosos, sobre o que seu primo andava fazendo.

Qualquer mínimo som de revolta, ele abafa com mostras de crueldade e terror, as pessoas tinham medo da sua própria sombra, desconfiavam de amigos e familiares, o ambiente estava sem dúvida, horrível, sem contar que não podia haver uma menção ao nome dela em qualquer lugar a pessoa era enforcada em praça pública ou então decapitada em caso de um nobre, o último membro que havia sido decapitado, havia sido Lucien Rosier, avô materno de Draco, embaixador da Noruega, em Inglaterra..

Ela não conseguia acreditar que aquilo estaria acontecendo. Seu olhar desviara para Draco seriamente, ao que ele retornara o mesmo olhar e sempre aquele olhar fechado que ela não conseguia decifrar.

Na realidade, ele era um completo mistério para ela, tirando poucas coisas que ela sabia.

Mas seus pensamentos esfumaram-se ao ver ao longe vir completamente desnorteada, Hermione que parecia que não estava completamente bem, parecia que ia aos tropeços da perturbada que encontrava-se.

—Hermione…

A castanha erguera o seu olhar para ela, completamente assombrada e aterrorizada, como se vê-la fosse um completo horror naquele momento. Isso assustara-a, tentara caminhar na direcção , mas ela afastara-se rapidamente para outro local.

Logo atrás, dela vinha Pansy, que ao vê-la fora na sua direcção, ao que ela apressara-se a chegar perto de sua dama de companhia.

—Que aconteceu com Hermione?

O sorriso amarelo que Pansy lançava-lhe, ela sabia que era pronúncio de mau agoiro, isso começara a preocupar,além da medida.

—Alguma notícia de Inglaterra que a tenha deixado mal?

—A do costume, que vosso primo faz questão…Astoria…mas não é isso…são outras coisas que só ela pode -te contar…

—Por Deus, que está acontecendo, Pansy?

—Por favor, deixe que ela vos conte…

O olhar de tristeza que a morena lhe lançava a conseguira apavorar de vez, virara-se na direcção que Hermione tinha seguido, ela estava sumindo da sua vista, ficando um ponto cada vez mais desfocado á medida que fugia, sem desviar o olhar, Astoria falara.

—Tenho alguma …coisa para fazer agora?

—Não…

—Eu vou lá…

—Melhor esperar, Astoria…

Nesse momento, voltara o olhar para sua melhor amiga e dama de companhia, que ao ver o olhar determinado de sua soberana, somente limitara-se a suspirar e deixara que ela prosseguisse seu caminho, o olhar da morena desviara-se na direcção de uma janela ornamentada e baixa, perto de onde elas estavam e de lá via Blaise com um olhar grave e sério e com um gesto de mão chamara-a.

Pansy acorrera aonde estava Blaise, chegando relativamente rápido, este olhava para ela com uma expressão bem grave e séria, não dissera nada a mais do que uma frase em modo de pergunta.

—Ela tem certeza?

—Sim…

—Por Deus, isso é grave…

—Nem imagina, o quanto…- Blaise via o olhar sofrido que a sua amante e amor fazia, aproximara-se dela, pegando suas mãos entre as suas, aquecendo-as, ao que Pansy sorrira de leve, mesmo que ainda desanimada, ele levara suas mãos a seus lábios, beijando-as e contornando em seguida, sua cintura roubara-lhe um beijo.

—Tenho outra noticia a dar-vos…

—Por Deus, que noticia?

—Vosso avó está na Corte…junte-se á noticia da morte do avó de Draco...

Agora que a expressão de Pansy ensombrara e não fora despercebido por Blaise, que olhava para ela esperando que ela falasse, sem retirar as mãos de sua cintura e mantendo-se atento as alterações subtis que surgiram em seu corpo, ela ficara rígida e de expressão ausente.

—Não pode ser…- E realmente, ela esperava que fosse brincadeira irónica que ele tivesse tendo com ela, porque aquilo não podia acontecer.

O Conde Terrance Crabbe não tinha com toda a certeza , bons motivos  e intenção ao estar ali na Corte Norueguesa, ele era claro apoiante do Rei Tom RIddle Jr. , apoiava o seu reinado de terror.

—Draco já estava a espera de uma manobra dessas de Tom…você está segura aqui…

—Estarei?

Blaise olhava nos olhos dela, alisando seus cabelos, puxando-a para seus lábios novamente, dera-lhe um beijo profundo e ao mesmo tempo que calasse de vez todas as duvidas que ela pudesse ter de que estaria protegida enquanto estivesse perto dele.

Pansy olhava no fundo dos olhos de Blaise, sorrindo de leve, algo lhe dava confiança e segurança de que ele a protegeria das arbitrariedades de sua família que havia-lhe renegado quando ela não abandonara a lealdade a sua amiga de infância e melhor amiga Astoria Greengrass, tendo ficado com a família desta e ao seu abrigo.

Mas, ela sabia melhor que ninguém o que sua família era capaz de fazer e não podia evitar sentir medo.

—Agora, quanto ao assunto…de Hermione…

Aquela mudança de assunto não melhorou a tensão, que fizera Pansy suspirar fortemente, olhando para Blaise que simplesmente coçava a cabeça pensativo.

—Quer um conselho, meu querido?- Usara de seu tom mais doce, ao que Blaise limitara-se a assentir.- Deixe que Hermione resolva isto da melhor forma, ela …pretende…bem que não se saiba…melhor deixarmos que ela resolva…acho que isto foi o baque, que ela precisava na sua vida, para acordar do degredo que andava-se afundando…

—E como ficara Astoria no meio de tudo isto? Ela irá mentir para ela?

Essa era a maior preocupação de Pansy que não sabia que fazer, de um lado devia lealdade a sua amiga que também viu crescer, Hermione e do outro lado, tinha também a mesma lealdade além de respeito á sua soberana, isto estava-lhe deixando numa situação nada confortável, além de agoniante.

—Eu simplesmente não sei …só sei que quando isso vier á tona…não irá correr bem.

Blaise limitara-se a assentir, pensando também na reacção de Draco quando soubesse, mas como Pansy e ele pensavam não era segredo deles para contar, só esperavam que Hermione resolve-se da melhor forma.

***

Hermione encontrava-se sozinha num canto daquele pequeno bosque, junto do Castelo, digeria a ultima carta que havia recebido, por meios anónimos como sempre, de Tom que lhe fazia questão de mostrar o quão atormentava a sua mãe, a única parente que ainda tinha viva, pois aquele monstro havia morto toda a sua família, sem contar o seu marido e os seus filhos .

Lembrar dos filhos, fizera com que mais lágrimas caíssem por seu alvo rosto, era uma dor demasiado grande e desesperante para ela aguentar sóbria, ela só queria esquecer-se ou morrer.

Mas agora, vinha aquela noticia…ela mal conseguia acreditar no seu mal fadado destino, ela encontrava-se totalmente aturdida com a confirmação do diagnóstico que a curandeira do Castelo havia –lhe dito, aquilo não podia estar acontecendo em sua miserável vida.

—Hermione…

OH, não …ela não , por amor de todos os santos, logo a pessoa que ela não conseguia encarar, ela não podia encarar, não merecia isso, ela só queria enterrar-se chão a dentro.

Que espécie de amiga, ela era e que tamanha traição cometera…

—Hermione?

Ela voltara-lhe a chamar novamente, ela não tivera opção a não ser encará-la e não aguentara muito mais, sentira o movimento do longo vestido, descer ao chão ao que Astoria olhava para Hermione cada vez mais preocupada.

—Por favor, fala comigo…que tens?

—Astoria… só preciso ficar sozinha…

—Não , isso não te faz bem…nunca fez e pensas sempre em fazer asneiras sozinha…não posso fazer isso…

O desespero subira rapidamente, ela só conseguia encarar o solo, á medida que sentia o abraço dela e isso fazia-lhe sentir cada vez pior e não reconfortava.

—Astoria…

—Shiuuu, está tudo bem…

—Nao, não está…

—Herm…

Ela não chegara a terminar de dizer o nome, o que ela dissera de uma vez, deixara-a em choque.

— Estou grávida.