História Ligados pelo Destino - O começo

Nas semanas seguintes, não houve uma única oportunidade em que Ambre não aproveitasse para estar próxima de Castiel, e este nem percebia o jogo que ela estava fazendo, já que estava cego pelo ciúme de Sofia com Lysandre que só aumentava e a raiva de se sentir impotente diante de uma amizade que ele passara a repudiar.    

Os pais de Sofia já haviam retornado a Paris e ela estava certa de que com o tempo sua mãe mudaria de idéia com relação a Castiel, e, por esse motivo, nunca tocou no assunto com ele a respeito das coisas que sua mãe dissera. Não queria aborrecê-lo, já andava mal humorado o suficiente.

Lysandre por sua vez sentia suas esperanças a cada dia renovadas toda vez que ficava sabendo sobre alguma discussão entre Sofia e Castiel sendo ele o principal motivo, pois isto só comprovava que ela não abriria mão dele pelo desejo de Castiel e com isto a amizade que existia entre ele e Castiel, que de fato era sincera de ambas as partes, de desfez por completo no momento em que Sofia entrou em suas vidas.

As semanas se passaram e obviamente Sofia já havia percebido aquela aproximação forçada e repentina por parte de Ambre como se de uma hora pra outra  fosse uma amiga de longa data de Castiel. Aquilo lhe parecia estranho, não se tratava de ciúme pois ela já sofria bastante com isto devido as implicâncias de Castiel, por isso jamais faria o mesmo papel, mas algo não lhe parecia natural e incomodava o fato do namorado não perceber.

Certa tarde em que estavam juntos na casa de Castiel, ela aproveitou o momento a sós para perguntar-lhe:

– Amor não me leve a mal, mas porque a irmã de Nathaniel de repente passou a encontrar um motivo para todos os dias se aproximar de você?

 – Bobagem Sofia, Ambre é meio maluquinha, mas não lhe oferece nenhum risco pode acreditar. Está com ciúmes? – perguntou com um meio sorriso a fim de instigar-lhe.

 – Não é ciúme, é que achei estranho só isso. Namoramos há quase um ano e só agora vejo essa aproximação toda!

 – Não tem “aproximação toda”. Para de pensar besteira e vem aqui me da um beijo, vamos aproveitar que temos a tarde toda pra nós dois...

E assim ele encerrou a conversa julgando não ser importante mencionar o fato de ter se relacionado com Ambre no passado.

 Não poderia ter cometido erro pior.

Xxx

Nina olhava para o relógio a todo instante e andava de um lado para o outro em casa. Ele dissera que passaria as 20:00 h em sua casa, mas já eram 21:15 e nada! Depois da última vez que Lysandre esteve com ela haviam se passado três meses e meio e ele não retornou a procurá-la, atitude que fez com que ela entendesse aquilo como um sinal de que finalmente ele a tinha descartado. Já esperava que isto cedo ou tarde acontecesse, afinal, ele jamais mentiu pra ela, mas naquele fim de tarde havia recebido uma mensagem dele avisando de sua visita sem maiores explicações.

Quando achou que ele não mais viria, a campanhia tocou revelando aquela figura altiva, vestindo camisa e calça pretas contrastando com seus lindos cabelos platinados, que agora estavam quase à altura dos ombros e com seus olhos divinamente coloridos como um demônio que chega para tirar-lhe todo o sentido de razão, de lógica e de amor próprio.

Era assim que Nina se sentia diante dele. Impotente, hipnotizada.

- Não vai me convidar para entrar?

- Não vai sequer me dizer o motivo do seu desaparecimento e súbito reaparecimento? – respondeu ela tentando ser irônica.

- Porque você insiste em fazer de nossos encontros uma relação comum entre namorados? Porque não podemos simplesmente desfrutar da companhia um do outro quando quisermos sem maiores explicações? Onde está aquele sorriso tímido que eu tanto gosto? É assim que você diz ter saudade?

E como sempre, ele conseguia derreter-lhe o coração, fazer tremer-lhe as pernas e Nina simplesmente não conseguia resistir, e então o recebeu com o mais caloroso dos abraços para em seguida ceder aos seus beijos, seus caprichos e fetiches que ela sabia bem como realizar.

Como sempre após algumas horas em sua companhia, Lysandre foi embora sem promessas de voltar ou qualquer satisfação do tipo. Apenas um respeitoso beijo em sua testa e um carinho em sua face.

Por dezenas de vezes ela jurou por um fim naquela história sem sentido onde ela sabia que desempenhava apenas o papel de consolo até que ele recebesse seu “grande premio” .

 Mas ela não sairia daquela história assim, como uma ninguém.  Ele teria uma surpresa, ah se teria!

xxx

Após dormirem nos braços um do outro, Sofia acordou no meio da noite assustada com um sonho ruim. Lembrou-se que não havia informado a sua tia que dormiria na casa de Castiel e foi logo em busca do seu celular, que por sua vez estava completamente descarregado.

“Nossa, Vivian vai me matar”! Pensou, e, para evitar uma confusão desnecessária, resolveu usar o celular de Castiel e após enviar uma mensagem para sua tia, viu que acabara de entrar uma mensagem de Ambre. Sua indecisão entre olhar ou não durou algum tempo até que foi vencida pela curiosidade e ao mesmo tempo chateação, afinal, aquilo já era demais, mandar mensagem à 1 hora da manhã? O que aquela garota está pensando?

Antes que pudesse clicar na mensagem para ver o seu conteúdo, ouviu Castiel chamar-lhe:

- Sofia, o que está fazendo aí de pé parada com meu celular na mão?

- Ah, eu? Err... bom eu, eu estava mandando uma mensagem pra Vivian. Ele deve estar uma fera. – Disse ela completamente sem graça tentando disfarçar.

- Já mandou a mensagem?

- Sim, sim, já mandei sim.

-  Então vem aqui. Estava sonhando com você e quero colocar esse sonho em prática. – disse maliciosamente.

- Amor, desculpa mas estou morta de sono.

Assim ela voltou a deitar ao seu lado, mas sem conseguir dormir durante algum tempo pensando no conteúdo que poderia haver naquela mensagem .

Isso não estava cheirando nada bem. Poderia Castiel estar mentindo pra ela? “ Não, ele não faria isso, não poderia fazer. Eu não iria agüentar” pensou ela já sentido cair a primeira lágrima das muitas que viriam.