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História Ligados pelo Destino - 8 Anos Antes...


Escrita por: pleine_lune

Notas do Autor


Neste capítulo vamos conhecer um pouco mais de Lysandre.
Bjs

Capítulo 16 - 8 Anos Antes...


Fanfic / Fanfiction Ligados pelo Destino - 8 Anos Antes...

Flashback on

“- Marta, seu filho está se tornando realmente um belo rapaz! Onde está o seu caçula?

- Provavelmente no quarto, trancado com um monte de livros ou debruçado na janela olhando pro céu esperando um resgate extra terrestre!

- Nossa Marta, isso é jeito de falar do menino?

- Tereza, não sei mais o que fazer pra esse menino sair dessa concha em que ele vive, não brinca com os demais na escola, não se relaciona com os vizinhos, os outros garotos nem o chamam mais pra jogar bola ou qualquer coisa assim porque já desistiram. Só pensa em desenhar, escrever e ouvir músicas de gente velha que nem eu mesma ouço, como é que pode isso? É completamente diferente do Leigh.

- Que idade eles tem agora?

- Nossa, você realmente é uma madrinha desnaturada, Leigh está com 17 e Lysandre com 12.

- Bom, talvez seja só insegurança da idade, sabe como são os garotos nessa fase de pré-adolescência, são sempre inseguros e ainda tem a heterocromia que o torna naturalmente diferente e nessa idade essas pequenas coisas parecem ser o fim do mundo!

- Não sei Tereza me preocupo com Lysandre, às vezes acho que tem mais dentro daquela cabecinha do que somente insegurança ou um complexo com a cor de seus olhos porque as pessoas dizem que ele é lindo e será ainda mais do que Leigh quando for um homem, mas ele não se vê assim Outro dia, enquanto ele se trocava para a escola, percebi que sempre desviava seu olhar do espelho. Gostaria que ele se abrisse comigo que sou sua mãe, sei que o falecimento do pai deles não ajudou em nada nessa introspecção, mas o Leigh ta aí pra provar que isso não precisa ser um trauma.

- Me desculpe Marta, mas essas comparações entre os irmãos não ajudam muito. Cada um tem sua personalidade e você deve aceitar Lysandre como é e tentar uma aproximação maior a partir das coisas que ele gosta. Esse é meu conselho de madrinha, amiga e professora.

- Obrigada por sua amizade, esteja certa de que não conseguiria superar a morte de Edgar e toda essa situação de criar os filhos sozinha se não fosse pelo seu constante apoio.

- Não tem de quê minha amiga. Quero ver você bem e seus filhos cada dia mais firmes nesse mundo tão competitivo e difícil.”

Flashback off

Atrás da porta da sala, o garoto de olhos coloridos e cabelos ainda escuros ouvia a conversa de sua mãe com a madrinha e antes que elas percebessem retirou-se silenciosamente para o seu quarto.

Estava realmente só naquele mundo. Quem poderia compreendê-lo? Se sua mãe via as coisas de forma tão simplória, como poderia ele  faze-la compreender que seu corpo era juvenil  mas sua alma era antiga?

Ele não pensava como as outras crianças, não gostava ou se encantava com as mesmas coisas que elas, seus anseios de vida iam além de esperar pelas férias escolares para passar mais tempo com os amigos. Ele sequer tinha amigos! Não teria paciência. Dentro dele haviam perguntas a serem respondidas, sua leitura era adulta, gostava de Victor Hugo, Dante Alighieri e poesias de Luis de Camões, pegava os livros na biblioteca da escola dizendo ser para sua mãe que precisava de distração, assim evitava perguntas para as quais ele não tinha resposta, como por exemplo o porquê de um garoto de 12 anos gostar de leituras tão complexas quando deveria estar envolto em meio aos  quadrinhos de super heróis.

Aos doze anos compreendeu que não faria amigos, aos 13 começou a perder a pigmentação de seu cabelo que, segundo diagnóstico do  dermatologista, a causa era stress. Aos 15 anos já com os cabelos completamente brancos  aderiu uma forma peculiar de se vestir para sentir-se cada vez menos partícipe daquela sociedade a qual via com certo desdém, mas que para sobreviver `a ela aprendera a arte da dissimulação.

Era um apreciador das boas maneiras e sua polidez era nata, tinha sempre um sorriso cativante e palavras doces. Tinha o dom de persuadir. Não fazia por mal, mas suas reservas não permitiam que ninguém quebrasse as barreiras erguidas por ele devido ao conceito estabelecido em sua pré adolescência de que jamais faria amigos, jamais seria aceito e compreendido. Não importa o que dissessem, ele seria sempre “o estranho, o esquisito”.

Aos 18 anos já era um dos garotos mais cobiçados da escola e fora dela, pois aonde ia chamava a atenção por sua beleza exótica e suas vestes incomuns, mas que nele caíam perfeitamente bem, porém, apesar de atrair muitas garotas, ele as via com superficialidade, pois logo após o primeiro encontro ficava claro o quanto eram vazias e desprovidas de outros atrativos que não fossem os dotes físicos. As única garotas a quem deu certo espaço foi Rosália, por ser namorada do seu irmão a quem sempre considerou e respeitou muito e além disto, Rosália era alegre e contagiante, e Nina por ter certa ingenuidade que a tornava ligeiramente diferente das demais, porém jamais a iludira quanto a existência de algum sentimento de sua parte, mas era homem e tinha suas “necessidades”, além disto jamais se permitiria deitar-se com uma prostituta, por isso mantinha aquela relação ocasional com a garota.

A outra pessoa a quem deu espaço foi Castiel, por incrível que pareça tanta diferença entre os dois foi aproximada pelo gosto pela música e por ser Castiel alguém com suas reservas e de muito poucos amigos. Viram um no outro um reflexo um pouco distorcido de si mesmos, mas ainda assim, um reflexo, e essa amizade cresceu e se fortificou até o dia em que ela apareceu em suas vidas.

A primeira vez que a viu sentiu uma forte atração. A princípio achou que seria algo puramente físico e tentou não dar tanta importância, mas aquela garota foi ganhando espaço, a cada vez que se encontravam o assunto parecia nunca faltar, a conversa fluía como jamais acontecera antes com quem quer que fosse.

Ela via algo a mais nele, compreendia - o em um olhar, parecia enxergá - lo por dentro e precisar dele, e ele, cada vez mais sentia que necessitava dela, precisava conhecê-la a fundo, decifrar suas entranhas até saber a hora certa de se mostrar por inteiro, pois pela primeira vez na vida estava em contato com aquele sentimento que achou um dia não ser destinado a ele, estava apaixonado.

Sofia, ah Sofia... A única pessoa que o fez sentir-se importante de fato, admirado, não pela fugacidade da beleza física, mas por seu interior. Como queria compartilhar com ela cada instante, cada momento de sua vida tão solitária até então. Mas porque o destino havia feito algo tão cruel quanto dividir o amor daquela jovem entre ele e seu melhor amigo? Sim ela o amava, era evidente, mas Castiel foi mais rápido pois era de sua natureza seguir os instintos, enquanto ele seguia sempre a lógica e a razão e por isso optara por ser cada vez mais necessário na vida dela no intuito de conquistar algo duradouro e não correr o risco de que ela simplesmente perdesse o interesse por ele em algum momento. Por isso a cercava, por isso fazia o papel de pai, amigo, irmão, por isso preenchia todo o espaço vazio que via em sua vida. Mas enquanto isso seu coração foi preenchido por outro. Não, ele não tinha raiva de Castiel, mas era fato de que nada, nada nesse mundo iria impedi-lo de ter aquela que conseguiu acender seu coração frio, iluminar seu olhar cinzento sobre a vida e lhe despertar um desejo febril, quase obsessivo em tê-la unicamente pra si.

Ele só não sabia que tê-la iria desencadear fatos irreparáveis no futuro.

 

 

 


Notas Finais


E então, deu pra entender um pouquinho como funciona a mente de Lysandre?


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