História Ligados pelo Destino - Hora de Agir

Sofia andava pelo corredor de Sweet Amoris em direção ao seu armário a fim de guardar seu material, havia chegado cedo ao colégio e por isso tinha ainda um tempo antes do início da primeira aula. Ao fechar a porta do armário deu de cara com Rosália se assustando:

– Rosa, mas que susto! Quer me matar?

– Desculpa linda, mas você é que está muito aérea, venho te chamando desde o início do corredor e você nem ouviu.

 – Ah, desculpa eu to mesmo um pouco distraída.

 – Você está estranha, isso sim. Anda vem comigo, vamos sentar ali no pátio e você me conta o que está acontecendo, e nem adianta dizer que não é nada porque está estampado em sua cara que está com problemas.

Rosália então arrastou Sofia quase a contra gosto, pois tudo o que ela queria era ficar sozinha, estava chateada com o episódio da mensagem de madrugada e mais ainda por não ter conseguido ler o que aquela loira oferecida havia escrito para o seu namorado. Ela contou a Rosa sobre suas desconfianças e como estava se sentindo mal por não conseguir se livrar daquele sentimento que ela tanto criticava em Castiel por demonstrar a todo o momento: o ciúme.

Rosália ouviu a amiga pacientemente sem entender porque Castiel omitira o fato de que já havia ficado com Ambre diversas vezes no passado, mas achou melhor não ser ela a pessoa que iria revelar isto, ele deveria ter algum motivo, afinal não era segredo pra ninguém que ele fugia dela como o diabo da cruz e além de tudo ninguém poderia duvidar de sua paixão por Sofia, pois a maior prova disto ele dava a cada dia com sua mudança de comportamento, de bruto a quase lord, quase...

Rosália tentou tirar da cabeça de Sofia essas “preocupações tolas” como disse ela, pois se Castiel estivesse a traindo com certeza não seria com Ambre. Sofia não entendeu muito bem o porquê daquela afirmação, mas tentou afastar o pensamento e se concentrar nas aulas que tinha naquele dia, pois seriam importantes para revisão. As provas estavam chegando e faltava muito pouco para concluir o ano escolar, precisava de foco.

Não muito longe dali, observando as duas amigas conversarem em tom de consolo e a visível chateação de Sofia, Ambre apreciava o primeiro brotar de sua semente do mal a pouco plantada, mas teria que ter paciência caso quisesse garantir a colheita farta porque ainda haveria o plantio final, já que  uma breve desconfiança não era motivo suficiente para separar um casal apaixonado como aquele. Seria necessário investir mais, muito mais e ela já sabia como.

Ao final daquele dia ela correu até Castiel antes que o mesmo pudesse procurar por Sofia perguntando se ele não ouvira sua mensagem.

– ouvi sim Ambre, mas não precisava me mandar uma mensagem de madrugada só pra me lembrar do livro. Não sou esquecido como o Lysandre. – Dito isto o mesmo tirou de sua mochila um livro de aprendizado rápido de violão. Foi a melhor desculpa que ela pôde inventar para mandar-lhe uma mensagem sem tom malicioso, pois sabia que ele repudiaria.

Para azar de Castiel, Sofia chegou no exato momento em que Ambre se despedia surpreendendo-o com um rápido beijo no rosto e olhando de soslaio para ela.

 – Como pensei, cada dia mais íntimos. Agora trocam livrinhos e tem beijinho na despedida?

 – Para Sofi não é nada demais, ela está aprendendo violão e me pediu esse livro e sinceramente não vi motivo para negar-lhe.

 – Assim como não viu motivo para evitar beijinhos aqui e ali.

-  Do que você ta falando amor? Você só pode ta brincando né? Fala que ta brincando, por favor, porque não posso acreditar nisso.

 – Deixa pra lá Castiel, vamos embora.

“ É tenho que reconhecer que ela está conseguindo se fazer notar...” pensou Lysandre  que observava tudo desde o início a certa distância, esboçando  um pequeno sorriso.

 – Pela sua cara está gostando do que vê não é Lys? – Perguntou Rosália se aproximando.

– Não vou mentir pra você Rosália, sabe dos meus sentimentos e é claro que toda essa notória instabilidade que vem surgindo entre os dois me aguça as esperanças.

- Porque acho que você de alguma forma já esperava por isso?

 – Simplesmente porque eu já esperava, não lembra? Disse a você ha algum tempo atrás que Castiel cedo ou tarde pisaria na bola.

 – Não me diga que você acredita que ele tem qualquer coisa com aquela lá! - Perguntou com as maos na cintura.

 – Não se trata do que é verdade minha cara, e sim, do que se pode provar.

Dito isto Lysandre foi embora deixando Rosália pensativa sobre aquelas palavras. Estava na cara que Ambre iria armar alguma coisa, mas será que Lysandre fazia parte disto? Não, isso não. Ela não queria sequer cogitar algo tão leviano por parte do cunhado doce, meigo e verdadeiro que ela sempre conhecera.

 Mas será que conhecera de fato? Porque desde que Lysandre se apaixonou por Sofia não parecia ser mais a mesma pessoa e ela já havia feito esta mesma reflexão algum tempo atrás, mas achou que ele havia enfim resolvido partir pra outra, mas ao que tudo indicava, ele continuava com o mesmo sentimento obsessivo e amedrontador aos olhos da platinada.

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As semanas se passaram e o ano letivo estava chegando ao fim, Lyzandre e Castiel já estavam praticamente aprovados em seus cursos e apenas cumpriam cargas horárias e exames. Após as férias estariam iniciando o terceiro ano de suas faculdades . Rosália e Alex estavam com a cabeça fervilhando pois era certo a recuperação e nenhum dos dois tinha certeza quanto aprovação, para Rosália era uma questão de concluir uma etapa pois gostava mesmo de trabalhar com moda e já tinha se decidido a não fazer faculdade para trabalhar com Leigh em sua loja que por sinal já era uma griffe com certo prestígio na região. O mesmo se passava com Alex, também “respirava moda” como ele mesmo fazia questão de dizer e já havia se escalado há tempos para a loja de Leigh sem ao menos esperar um convite. Esse era Alex!

Sofia  não teve dificuldades em concluir suas provas com êxito, ao final, ter entrado uma semana após o início das aulas não foi o desastre que ela imaginava.

Com toda a movimentação de formatura do terceiro ano e ansiedade pelas férias, houve uma trégua entre ela e Castiel. Um resolveu dar um tempo do assunto “Lysandre” e o outro do assunto “Ambre”, mas esta última estava somente se aquecendo para partir para a guerra.

 – Alô, Lys? - Ligava Ambre 

– Sim, sou eu. O que deseja desta vez Ambre?

– Pra sua sorte o mesmo que você acontece que se pudesse contar um pouquinho só com sua ajuda as coisas andariam mais rápido não acha?

 – Deixe-me pensar... não , não acho. Já lhe disse que estou fora disto, seja lá o que “isto” signifique.

– Ora, não se faça de santo Lysandre que sei que de santo você não tem nada. Tudo o que preciso é somente que confirme uma bobagem, uma bobagenzinha de nada!

– Não sei não, Ambre. Primeiro você me fala exatamente o que pensa fazer e depois eu decido.

Após Ambre explicar-lhe tudo, Lysandre  pediu até o dia seguinte para dar-lhe uma resposta.

 Aquela conversa o tinha deixado agitado, ela estava mesmo investindo nisto e com tanta segurança que não foi fácil pedir para pensar, quando sua verdadeira vontade era de se agarrar àquela possibilidade de um término sem volta pra que ele pudesse fazer o que melhor sabia: ser seu único porto seguro.

Precisava esfriar a mente para decidir o que fazer, e nesse momento lembrou-se de sua melhor distração: Nina Zimmerman.

Não se deu ao trabalho de telefonar, apenas apareceu na casa dela com flores e bombons, não poderia perder o cavalheirismo!

 – Lys? Porque não avisou que vinha? - Perguntou a garota surpresa.

– Quis fazer uma surpresa, não gostou? - Disse ele arqueando a sombrancelha.

-  Se gostei? Eu amei e você sabe disso. - Sorriu-lhe meiga enquanto dava espaço para ele entrar

“ também lhe farei uma surpresa Lys” – pensou Nina enquanto fechava a porta com um sorriso malicioso entregando – se a ele.