1. Spirit Fanfics >
  2. Ligados pelo Destino >
  3. O Violinista

História Ligados pelo Destino - O Violinista


Escrita por: pleine_lune

Notas do Autor


Amores, essa eh a imagem de Benjamin.
Nao encontrei os olhos coloridos mas imaginem o esquerdo cor de mel.

Capítulo 38 - O Violinista


Fanfic / Fanfiction Ligados pelo Destino - O Violinista

 

O trem adentrava a cidade luz, como era conhecida Paris. Pena que ainda era dia e ele teria que esperar para contemplar a beleza daquela cidade a noite. Ao chegarem na estação, os alunos que viajaram da Sweet  Amoris  Amboise  sob a supervisão do diretor do colégio, o maestro e alguns monitores, logo se agruparam a fim de entrar no ônibus privativo que os conduziria até o colégio principal.

Eram cerca de 40 alunos, sendo que metade compunha a Orquestra de Câmara da cidade, onde para orgulho de Nina e Lysandre, Benjamin tinha um posto de destaque que consistia em uma apresentação solo em todas as exibições da orquestra. Seu instrumento era o violino e o seu talento fora notado desde muito cedo ainda. Era certo que se  Amboise não fosse uma cidade tão pequena, este jovem já teria sido notado por algum grande maestro e provavelmente sua carreira profissional já haveria iniciado.

Ao chegarem ao Colégio, foram todos recebidos pelos diretores locais e as atividades foram informadas através de folhetos, porém, logo mais à noite, haveria uma grande reunião de boas-vindas no salão principal onde os três colégios estariam presentes e tudo seria devidamente explicado: roteiro das atividades culturais, esportivas e recreativas.

Era um momento para interação das escolas e ao mesmo tempo, aquelas que tinham algum destaque cultural, teria oportunidade de apresentar aos demais os seus talentos internos, e é claro, ninguém queria ficar para trás, a Sweet Amoris Paris apresentaria seu corpo de balé, a Sweet Amoris Village Sucre, um recital de poesia e por fim, a Village Sucre Amboise com uma apresentação de sua orquestra de câmara.

 

xxx

 

Anya acomodava-se no quarto que iria dividir com outras três amigas na ala feminina de dormitórios das alunas dos cursos superiores, que naquela semana, estariam em recesso. Todas estavam eufóricas com a possibilidade de conhecerem outros rapazes, exceto Anya. Não que ela não estivesse na idade de namorar ou não sentisse atração por rapazes, mas era muito tímida e não teria coragem de tomar a iniciativa nem mesmo de um simples bate papo. Seu jeito falante e as vezes brincalhão só era conhecido pelos seus amigos mais íntimos e sua família, e, com isto, passava sem querer, uma imagem de alguém muito séria e inalcançável.

Enfim chegou a noite e todos já estavam no salão principal em seus lugares, ainda separados por escola.

- Meu Deus, quanto homem bonito junto gente! – Dizia Raissa, a mais atirada das outras três.

- Você se comporte viu Raissa, não quero passar vergonha por favor! – Bradou Anya.

- Não deveria ficar tão na defensiva assim miga, quem sabe você não desencalha! – Falou Rafaela fazendo as outras rirem.

- Agradeço a preocupação mas vou declinar de sua sugestão. De que me serviria um namorado que não mora na mesma cidade que eu?

- Bom, isso temos que concordar com ela – Ponderou Marcela

- Ah Marcela, você só está puxando o saco porque acredita na sua cabeça insana que o tio Lys um dia vai te notar e você finalmente vai pegar ele – Gargalhou Raissa, recebendo um olhar mortal de Marcela e fazendo Anya se arrepender de ter sentado com as três. Já bastava aguenta-las no quarto e todos os dias de sua vida, já que eram suas grandes amigas.

 “Que belas amigas fui arranjar” - pensou ela -  “uma galinha, uma sonsa e uma que vive de olho em meu pai! ”

Do outro lado do salão, Benjamin conversava com seus amigos a respeito da apresentação que fariam no dia seguinte. Todos estavam bastante ansiosos pois o evento prometia “casa cheia”, todos os alunos, professores, e vários convidados especiais iriam assistir a noite cultural. Tudo teria que ser perfeito e aqueles rapazes não estavam habituados a uma plateia tão grande.

A atenção de todos foi solicitada e a luz do ambiente foi enfraquecida para que todos pudessem ter suas atenções voltadas ao diretor do Colégio que iniciaria a explanação de toda a atividade a ser desenvolvida ao longo daqueles 7 dias.

Após todas as explicações, alunos e professores se encaminharam para o grande refeitório que havia na ala do segundo grau a fim de jantarem e posteriormente se recolherem aos seus devidos quartos.

 

xxx

 

O dia seguinte amanheceu agitado, uma movimentação intensa acontecia nos corredores e Anya mal se lembrava onde estava, apenas sabia que ainda era muito cedo para um ser humano normal estar acordado se não teria aulas!

- Gente, anda logo, todo mundo está se apressando para o café da manhã porque as 09:30 vai ter competição na piscina. Polo aquático. Nosso colégio contra o de Amboise – Falou Rafaela entrando pela porta quase que correndo.

As meninas se arrumaram depressa e desceram para o refeitório, enquanto Anya com toda calma vitoriana herdada do pai parecia não ter a menor pressa, e, como de costume, tomou seu banho antes de iniciar o dia.

Vários alunos estavam assistindo à competição empolgados torcendo para suas escolas, outros formavam pequenos grupinhos de bate papo espalhados pelo gramado do jardim de Sweet Amoris, dentre estes, Benjamin, que escorado em uma arvore apenas observava a movimentação enquanto seus dois amigos pareciam se divertir em uma espécie de desafio de flautas.

Anya assistia à competição, mas estava um pouco incomodada com o sol que já estava forte aquele horário e decidiu que iria dar uma volta, “ buscar uma sombra para não fritar o juízo” disse ela às amigas.

Avistou vários jovens em grupos pelo jardim e teve vontade de se aproximar de algum deles, mas a inibição sempre a atrapalhava. Um grupo em especial chamou sua atenção: eram três rapazes, dois deles tocavam flauta e o terceiro, encostado em uma arvore, parecia no mundo da lua! Possivelmente os dois com o instrumento de sopro pertenciam a Orquestra de Amboise, mas, e o terceiro? Com aquele ar tão desligado, não deveria tocar nem sino! Certamente esqueceria as notas musicais. Riu sozinha do seu próprio pensamento quando se assustou com Rafaela que tapou seus olhos com as mãos.

- Advinha quem é miga?

- Jura Rafa? Miga? Como você quer surpreender assim hein? Falou Anya sorrindo

- Sua chata. Está admirando o quê, tão compenetrada assim?

- Nada, só achei diferentes aqueles três rapazes ali...

Quando se virou para mostrar a amiga, eles já não estavam mais lá.

- Eu hein, tomou sol demais mesmo, está até vendo coisa!

O dia transcorreu cheio de divertimento e os alunos estavam começando a se entrosar. Aos poucos os grupos já se misturavam entre si e os colégios agora pareciam um.

Ao chegar a noite, os rapazes da orquestra ajeitavam seus ternos negros extremamente bem alinhados, sapatos devidamente lustrados, enfim, um visual impecável que demonstrava elegância com discrição.

No banheiro do quarto das meninas iniciava-se uma pequena, porem intensa, batalha por um lugar ao espelho! Após troca de ameaças , chantagens e segredos expostos, finalmente elas conseguiram se organizar entre si e desceram para o salão. Desnecessário dizer que Anya já estava há tempos sentada na primeira fila guardando o lugar das “combatentes da guerra do batom“. Bem verdade que estavam todas lindas; Marcela era a mais alta, tinha o cabelo castanho claro e chamava atenção pelo corpo bonito, Rafaela era a mais delicada, tinha a pele clara e os cabelos loiros e lisos, seu jeito era meigo e manso, Raissa também era loira mas tinha os cabelos cacheados até a cintura e expressivos olhos azuis, era a baixinha da turma. Cada uma tinha um estilo diferente, mas em meio a toda aquela confusão de temperamentos, havia uma amizade iniciada ainda no primário que se sustentava até hoje.

O grande salão estava lindamente decorado e a altura de uma noite festiva. Em poucos minutos as luzes se apagaram e foram iniciadas as apresentações da noite.

O primeiro a se apresentar foi o Colégio anfitrião. O corpo de bale da Sweet Amoris Paris executou com perfeição trechos do Bale A Bela Adormecida. A plateia retribuiu calorosamente aplaudindo durante vários minutos. Em seguida foi a vez de Village Sucre exibir seu recital de poesia autoral, que para surpresa de muitos que não esperavam tanto, foi surpreendente pela emoção com o qual foi recitado e pela beleza das composições.

Após um pequeno intervalo, chegava a vez de Amboise com a Orqustra de Câmara. Era o momento mais aguardado da noite. As luzes novamente foram enfraquecidas para a entrada daqueles jovens de porte elegante que se posicionavam pouco a pouco em seus devidos lugares. Podia-se ouvir alguns gritinhos das mais atiradas até que as luzes se apagaram por completo iluminando apenas o palco onde a orquestra regida pelo Maestro Pierre Deneux iniciou suas primeiras notas.

Para ganhar os jovens menos interessados na música clássica, a Orquestra inovou iniciando a apresentação com o tema de abertura da série GOT, onde prevalecem o violoncelo e o violino. Foi uma surpresa para todos, já que não esperavam por isso e, portanto, ficaram extasiados.

A apresentação se seguiu com um tema mais erudito, porém conhecido do grande público que já estava entregue àquela combinação de instrumentos e notas que se harmonizavam perfeitamente.

Ao final da segunda música, um som de cordas solitário pôde ser ouvido saindo da terceira fileira indo em direção ao centro do palco. Um jovem sustentava um violino de maneira tão elegante e natural que fazia parecer fácil extrair do instrumento aquelas notas delicadas que “conversavam” com quem as escutasse.

Anya se impressionou de imediato com aquela melodia que era de certa forma triste, porem bela. Alguns segundos depois ela reconheceu que era o mesmo rapaz que estava no jardim com ar perdido que ela havia julgado não saber tocar nem mesmo um sino, e, sem que ela própria percebesse, já estava assim como os demais, hipnotizada por aquela música. Enquanto tocava, Benjamin mantinha os olhos fechados e era impossível não associar sua imagem quase angelical à melodia que envolvia todo o salão naquele momento.

Ele tocou perfeitamente. Lindamente. Somente ao final da última nota abriu os olhos para agradecer a uma plateia que aplaudia de pé. Bem em sua frente estava uma garota que chorava de emoção sem saber o porquê e no momento em que seus olhares se cruzaram, ela via pela primeira vez em outro alguém, os olhos de seu pai.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Eh tao bom quando voces comentam...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...