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História Ligados pelo Destino - Caprichos do Destino


Escrita por: pleine_lune

Notas do Autor


Oi Meus Amores,
Mais um capitulo que espero muito agradar.
Obrigada a todas voces que tem acompanhado a historia.
Boa leitura.

Capítulo 39 - Caprichos do Destino


 

Alice observava o marido perdido em pensamentos na varanda do belo apartamento onde moravam em Paris. Já tinha visto aquela cena outras vezes e sempre quis saber o que se passava em sua cabeça nesses momentos, mas tinha receio de perguntar. Seu instinto feminino dizia sempre para não fazer perguntas que não estivesse preparada para a resposta, e ela não estava.

A verdade era que sempre soube que Castiel por mais que lhe dedicasse o melhor de si, por mais que fosse um pai presente e um marido atencioso, nunca fora apaixonado por ela. Ela sim, o amara desde o primeiro instante, e este amor só cresceu ao longo do tempo. Quando descobriu que estava  gravida preparou-se para o pior, para a possibilidade de que ele não ficasse nem um pouco feliz com a notícia, mas para seu espanto, antes mesmo de contar sobre a gravidez ele a pediu em casamento e quando soube que seria pai sua alegria foi verdadeira e contagiante.

Ricardo havia se aposentado de vez e com o nascimento do neto não queria outra vida a não ser paparicar a criança, ele conseguia ser pior do que a avó Angelina que nunca foi de muitos mimos, apesar de ter mudado bastante por causa do pequeno Derek.  Com isto, Castiel consolidou de vez o seu lugar na presidência da empresa e desenvolveu um excelente trabalho, apesar da pouca idade e das dificuldades que encontrou de início para se impor. Os anos passaram e eles eram felizes, mas algo aconteceu durante o percurso que foi como um divisor de aguas na relação dos dois e Alice pôde sentir isto claramente. Castiel já não era mais tão atento e vez ou outra percebia-o distante, pensativo, e por isso aquela cena que agora via novamente se repetir na varanda era cada vez mais constante.

Flashback on

2 anos atrás...

Castiel se perguntava porque a vida o punia daquela maneira tão cruel, porque o universo tramava contra sua pobre alma? Ninguém deveria receber o fardo de ir as compras as vésperas do Natal, porém lá estava ele: shopping lotado e uma lista de presentes para comprar a pedido de sua mãe. Ai dele se voltasse para casa sem esses presentes.

Ao concluir o que chamou de “ missão suicida”, buscou desesperadamente sair daquele lugar, quando trombou com uma mulher carregada de sacolas, fazendo com que ela derrubasse metade delas no chão.

- Não olha por onde anda não, minha senhora? – Disse ele com seu jeitinho amistoso.

- Escuta aqui seu gross... Castiel?

- Sofia?

Ambos riram da situação e pensaram ao mesmo tempo se o destino continuaria causando aqueles encontros. Saíram do shopping em busca de ar puro sentindo-se merecedores de uma recompensa por concluir aquela tarefa inglória e buscaram uma cafeteria onde pudessem conversar tranquilamente.

Como da vez passada, a conversa parecia um pouco ensaiada. Os lábios falavam o que era correto falar, os olhos percorriam a imagem um do outro da forma que não era correto fazer. Admiravam-se, desejavam-se. Até que o improvável foi dito. E foi dito por ela.

- Eu me arrependo muito do que fiz a você.

- O que quer dizer Sofia?

- Eu julguei você da pior maneira e queria te pedir perdão por isso. Fui tola e covarde. Era mais fácil ser a vítima do que enfrentar a situação e correr o risco de ser verdade.

- Eu enfrentei minha família por você. Enfrentei meu pai. Não tinha como ser verdade Sofia, aquela infeliz com certeza me dopou!

- Será que você vai me perdoar um dia por não ter acreditado em você? Por ter me casado com seu melhor amigo?

- Depende. Você é feliz? Se ao menos for plenamente feliz talvez eu possa perdoar.

- Isso é uma pergunta difícil de responder. Acho que ninguém é plenamente feliz. Você é?

- Teria sido – Respondeu ele olhando fundo em seus olhos.

Nenhum dos dois percebeu em que momento suas mãos se entrelaçaram, assim como não lembravam quem havia tomado a iniciativa. Tudo o que ficou na lembrança daquele último encontro foram os longos beijos apaixonados e as últimas palavras proferidas:

- Eu ainda te amo Sofia

- Eu ainda te amo Castiel

Flashback off

Agora ele estava na varanda relembrando pela milésima vez o encontro que ninguém jamais soube que tiveram.

 

xxx

 

 

As luzes se acenderam e mais que depressa, Anya tratava de enxugar algumas lagrimas decorrentes da emoção que sentira ao ouvi-lo tocar. O garoto loiro de olhos coloridos e sua orquestra eram ovacionados por uma plateia entusiasmada. Eles mal podiam acreditar no que estava acontecendo ali, tamanha a felicidade daqueles jovens que se apresentavam pela primeira vez diante de um público tão grande e seleto, pois não eram somente alunos e professores ali presente, havia membros do Ministério da Educação e Cultura e isso era um motivo a mais para que ninguém quisesse fazer menos que “perfeito”. Pelo visto, eles haviam conseguido.

Mais tarde, já com roupas casuais, Benjamin juntou-se aos demais colegas no pátio do colégio, onde uma agitada musica embalava os mais desinibidos, e isto definitivamente não o incluía.

 Estava como sempre distraído e bebericando um refrigerante quando sentiu tocarem seu ombro, virou surpreso, pois não conhecia a garota que agora falava com ele:

- Oi, você não é o garoto do violino?

- Rs, bom, acho que sim e você é...?

- Meu nome é Raissa, estudo em Village Sucre. Olha, minha amiga ficou muito impressionada quando te ouviu tocar e isso não é comum dela sabe, quando você terminou a música ela estava praticamente chorando acredita? – Disse a garota nada discreta

- Serio? Será que lembrou algo triste? – Perguntou ele e lembrou-se da garota em sua frente ao final da apresentação que o encarava com ar emocionado.

- Porque não vem comigo e te apresento a ela? Assim você pode saber o motivo – Disse a loira toda animada. Aquela havia sido uma boa abordagem já que não queria parecer oferecida, bem verdade que Anya iria matá-la quando soubesse o que ela contou a ele apenas para se aproximar.

-  Claro, vou com você.

Raissa o arrastou pela mão e antes que chegassem até as garotas, piscou para Rafaela que estava boquiaberta sem acreditar que a amiga de fato tinha feito aquilo.

- Conseguiu hein baixinha? – Sussurrou Rafaela.

- Rafa, Marcela, esse é o ...

- Benjamin – Disse ele logo de imediato percebendo que não tinha se apresentado a ela.

- Isso mesmo, Benjamin. A propósito, que nome lindo! – Disse ela com voz doce encarando-o.

Neste mesmo instante, Anya voltava do banheiro, e, ao se aproximar do grupo, deu de cara com Benjamin que virou imediatamente em sua direção e mais uma vez seus olhares se encontraram.

Desta vez a viu com nitidez, pois no momento final da apresentação tudo o que pôde perceber foram seus olhos lacrimosos, mas agora estavam frente a frente e uma sensação boa o invadiu ao fitar aquele rosto delicado de traços perfeitos.

- Anya esse é o Benjamin. Ela é a amiga da qual lhe falei – Disse Raissa voltando-se para ele.

Anya estava completamente sem graça. Aquela infeliz certamente havia dito a ele alguma coisa que não deveria, caso contrário, porque teria dito “amiga da qual lhe falei”? “Ah, Raissa você me paga” pensou Anya lançando um olhar assassino em direção a loira que chegou a ficar com certo receio.

- Muito prazer Anya! – Cumprimentou ele, abrindo um sorriso iluminado e estendendo a mão em sua direção.

-  Oi, er... prazer! – Disse ela colocando sua mão sobre a dele que a levou até os lábios deixando um delicado beijo ali. Benjamin podia ser tímido mas sabia como impressionar quando queria. Aprendera com o melhor: seu pai.

Rafaela e Marcela olharam para Raissa se contendo para não darem risada da cara de inveja que ela fez neste momento.

- Sua amiga Raissa me disse que você se emocionou com a minha música. Não sei se fico feliz ou preocupado – Disse o jovem tentando descontrair percebendo que ela estava um pouco desconsertada.

- Oh, imagina, pode ficar feliz sim. Achei tão linda que realmente me deu vontade de chorar – Falou de maneira espontânea.

-  Espera um instante, você falou minha música? Quer dizer... sua de verdade? – Perguntou Raissa.

- Sim, de verdade. É uma composição minha. Não queria toca-la, mas o maestro insistiu então não tive escolha.

- Que bom que ele insistiu – disse Anya - Não deveria ter dúvidas quanto ao seu talento. Sei apreciar boa música graças ao meu pai que tem um gosto bem... requintado digamos assim rsrs.

 Em questão de minutos os dois já conversavam animadamente e de forma extremamente natural, sequer pareciam estranhos que acabaram de se conhecer. A conversa fluía de tal maneira que aos poucos foram isolando os demais e entraram em uma perfeita bolha onde parecia só existir os dois. Foi inevitável para Raissa ser a piada da noite entre Marcela e Rafa. “ Isso é muito injusto” pensava a loira.

Falaram de suas preferências musicais, de como gostavam de passar o tempo, filmes, livros e terminaram por fim descobrindo muita coisa em comum. Anya queria perguntar sobre seus olhos, saber se era de família, dizer que o pai também tinha olhos assim, lindos em sua opinião, mas lembrou-se de que certa vez Lysandre a confidenciara que quando era criança tinha complexo por causa da heterocromia e que levou muito tempo para se aceitar, por isso ela resolveu não dizer nada, afinal, não queria causar-lhe nenhum desconforto.

A noite avançou e quando perceberam grande parte dos alunos já havia se recolhido. Apenas alguns poucos estavam nos banquinhos do jardim aproveitando para namorar enquanto tinham uma folga dos supervisores do colégio que não permitiam.

-  Nossa, o tempo passou tão rápido que nem percebi – Comentou Anya

- Verdade. Confesso que há muito não passava tanto tempo conversando com uma garota. Não me leve a mal, mas a maioria não parece disposta a conversar e as vezes me sinto na posição contraria.

Ambos riram do jeito engraçado como ele falou. Despediram-se com um beijo no rosto e trocaram os contatos.

Na manhã seguinte ao cruzarem no café da manhã, combinaram de visitar os pontos turísticos da cidade, a tarde seria livre para passeio guiado, mas como Anya tinha familiares em Paris, conseguiu uma liberação especial e saiu por conta própria levando Benjamin para conhecer a cidade.

A tarde foi incrível para Benjamin que pela primeira vez visitou a Torre Eiffel. Passearam no Jardim de Luxemburgo, tomaram café com torta de chocolate nas proximidades do Rio Sena e ao cair da noite voltaram para a escola pensando numa justificativa para não levarem bronca pelo horário, pois havia ultrapassado e muito o permitido.

Assim decorreu toda a semana, desde que se conheceram não se desgrudaram mais. Uma amizade instantânea surgiu entre os dois, o que fez com que as amigas de Anya ficassem até um pouco enciumadas por terem ficado meio de lado aqueles dias.

Anya nunca se sentiu tão à vontade ao lado de um rapaz, pois ele não era do tipo que parecia ter uma segunda intensão; era espontâneo, divertido e ao mesmo tempo educado e culto. Nunca faltava assunto entre eles e Anya por vezes deixou seu lado brincalhão falar mais alto e arrancava gargalhadas de Benjamin toda vez que fazia piada de uma situação diária ou de alguém muito chato.

A sensação dele não era diferente. Sentia como se já a conhecesse a muito tempo e isso fez com que o último dia fosse pesaroso. Ambos voltariam para suas cidades e o contato seria interrompido.

Pouco antes do ônibus de Benjamin sair para leva-los até a estação, ele foi até o alojamento de Anya para se despedir. Ela arrumava ainda sua mala, pois iria para casa dos avós e só retornaria no dia seguinte.

- Oi – Disse ele dando um leve toque na porta entreaberta.

- Ben... entra, senta um pouco. To terminando de organizar minhas coisas.

- Eu não posso demorar, vim me despedir. O ônibus sai em meia hora – Falou ele de cabeça baixa.

- Ah, entendo... caramba, não tinha pensado nisso sabia?

- Nisso o que?

- Que você vai pra uma cidade, eu pra outra e não nos veremos mais – Lamentou ela nitidamente triste.

- Ei, não diga isso – Falou ele caminhando até ela e pegando sua mão – Vamos nos ver sim, nem que eu tenha que ir te ver em Village Sucre! É muito perto de Amboise, meu pai mora lá!

- Serio? Você me falou que seus pais são separados, mas não sabia que ele morava em Village Sucre.

- Na verdade ele viaja muito por conta do trabalho e nunca está no mesmo lugar por muito tempo, mas ele tem um pequeno apartamento lá que serve como uma base sabe? Não costumo ir, na verdade fui um par de vezes quando era criança. Prefiro que ele venha me ver, assim temos mais tempo e não tem nada que lembre trabalho em volta rsrs

- Nossa mais isso é muito bom! Quem sabe você poderá ir mais vezes agora que somos amigos ne?

- Com certeza irei. Você também pode vir a minha casa quando quiser. Tenho certeza que minha mãe vai adorar lhe conhecer. Amboise é linda e quero retribuir o passeio que você fez comigo. Serei seu guia turístico.

Ambos sorriram, abraçaram-se por um longo tempo e foi um abraço feito de uma mistura de afeto puro e inexplicável com uma grande saudade que já se fazia presente.

Já no trem para Amboise, Benjamin revivia em sua memória cada dia daquela que foi a melhor semana de sua vida. Sua melhor apresentação, seu melhor passeio e sua melhor descoberta: Anya.

Durante o jantar com seus avos, Anya relatava os acontecimentos do seu mini intercambio e é claro que Raquel tinha que fazer a pergunta que fazia sempre:

- E então minha neta, finalmente conheceu alguém interessante?

- Interessante? Humm, não vó, não diria isso – falou com o olhar perdido –  Diria que muito além de interessante, eu acho que conheci a minha alma gêmea.

 

 

 


Notas Finais


O que acharam do capitulo?


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