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História Ligados pelo sangue - Você a ama?


Escrita por: NinaLinann

Notas do Autor


HIII BABYS
Cap grandinho, aguenta!

Capítulo 13 - Você a ama?


HOLY PETTERSON

Quando cheguei ao estabelecimento da Tia Nacon, me surpreendi por ver Grayson sentado em uma mesa no fundo do salão. Cadernos, livros, varias canetas, vários marcadores e um copo de água o acompanhava.

- Holy! – Tia Nacon me cumprimentou ao me ver passar pela porta. E seus braços me envolveram em um abraço apertado. – Como você está?

- Estou ótima, Tia. Obrigada. – Falei, ainda a abraçando. – E como à senhora anda?

- Vai indo tudo muito bem. – Ela respondeu, e percebi a tristeza em seu olhar. Não é o momento e nem o lugar para conversar sobre o divórcio. – O que vai querer para hoje?

Nos afastamos, e ela já caminhava para o balcão.

- Por enquanto, nada. – Respondi, sorrindo. – Vou ajudar aquele ali, – apontei para Grayson, concentrado demais para notar minha presença. – pediremos alguma coisa mais tarde.

- Tudo bem, querida. – Ela caminhou na direção de mais um cliente.

Caminhei até Grayson, sentindo a mochila batendo em minhas costas. Assim que ele me viu, sorriu com vergonha. Se levantando ele disse:

- Me desculpe por hoje, Holy. É que eu estou tão acostumado que as pessoas me usem para terem algo de meu irmão que não confio mais em ninguém. Você ganhou minha confiança quando jogou tudo aquilo na minha cara.

Sorri, queria mesmo era gargalhar, mas eu sabia que seria inconveniente.

- Ainda bem, Grayson. – Falei, brincando. – O que você estava lendo aí? – Perguntei me sentando de frente para ele.

- Um livro de história que eu peguei na biblioteca. – Respondeu. – Só que eu não entendo nada de história. Literalmente.

- É, estou vendo que vamos ter que nos esforçar bastante.

Nas horas que se passaram, Grayson se mostrou uma verdadeira pessoa esforçada. Não nada difícil o ensinar alguma coisa, ele apenas precisa de tempo e de muita paciência.

Pedimos para a Tia Nacon batas fritas e refrigerantes para podermos parar por alguns minutos. Arrumamos a mesa para recebermos a comida, e Grayson se debruçou sobre a mesa.

- Está cansado? – Perguntei, rindo.

- Eu nunca estudei tanto em minha vida, sério! – Ele ergueu a cabeça e riu comigo. – Que tal me distrair com algum assunto?

- Que tipo de assunto? – Perguntei, desconfiada.

- Eu não sei nada sobre você. Mas você deve saber algumas coisas sobre mim. – Respondeu, revirando os olhos. - Eu nunca te vi por aqui. De onde você veio?

- Washington. – Respondi.

- Porque escolheu Atlanta?

- Porque preciso estudar muito.

- Agora uma pergunta meio nada a ver. – Ele começou. – Já está caidinha de amor pelo meu irmão?

Quase engasguei com minha própria saliva. Grayson jogou a cabeça para trás rindo alto. E eu sentia meu rosto queimar de tão vermelho.

- Pare com isso, Grayson! – O repreendi – Não pode me perguntar estas coisas. Mas respondendo: Eu era caidinha pelo seu irmão. Antes de o conhecer de verdade.

Grayson parou de rir aos poucos.

- Ah, vejo que já conheceu o lado chato de meu irmão.

- O lado chato? Ele é inteirinho chato!

Grayson assoviou.

- Levei isso na segunda intenção. – Ele disse, tentando segurar a risada.

- Não diga bobagens! Você entendeu o que quis dizer. – Os lanches foram servidos por uma garçonete e tratei de tomar um gole rápido de meu refrigerante. – É melhor você parar de fazer piadinhas.

Grayson levantou as mãos em sinal de trégua.

- Tá bom. Tá bom. – Ele disse, e começou a comer as batatinhas. Segundos depois, ele fez uma cara de nojo ao olhar para a porta. Me virei para ver o que nos esperava, e segurando na mão de Chandler, Brianna o guiava até nós. – Hora de ser falsa, Holy.

Eu teria rido, mas eles chegaram bem na hora. Brianna se sentou ao lado de Grayson, e Chandler se sentou ao meu.

- Estou com fome. Foi mal. – Ela disse, colocando um monte de batatas na boca. – Está muito bom, podemos pedir mais, amor?

Quando ela pronunciou “amor” tive vontade de vomitar. Como ela podia trata-lo assim? Brianna o traí com Zack, e ainda fingi que não há nada de errado. Fervi em raiva. Chandler poderia ser o ignorante que fosse comigo, mas com certeza não merecia isso. Ninguém merece.

- É. Claro. – Chandler falou, hesitando um pouco. Depois tirou algumas notas da carteira e as entregaram para Brianna que, saltou da mesa indo até o balcão.

- Tenho vontade de vomitar. – Grayson comentou, evitando tocar na batata e bebendo seu refrigerante.

Sorri, querendo gargalhar da cara que Chandler fez.

- Olá, Petterson. – Chandler falou, sorrindo para mim.

Revirei meus olhos.

- Oi, Chandler. – Continuei bebendo meu refrigerante. – Então, como anda?

- Melhor impossível. – Ele respondeu, escondendo a tristeza em seu olhar. Assenti, não queria tocar em sua ferida ainda aberta. – O carro ainda está em bom estado? – Ele perguntou, pegando meu refrigerante e tomando um gole.

- Ei. – Exclamei. Ele riu e devolveu o refrigerante. – Claro que está. Agora, se você quiser pegar carona comigo vou te expulsar no meio do caminho para me encontrar com meu namorado.

Chandler chegou perto do meu ouvido, arrepiei de imediato.

- Você não tem namorado, Holy. – Ele literalmente jogou na minha cara. – Ainda. – Acrescentou com um sorriso misterioso. Brianna voltou e se sentou no mesmo lugar.

- Isso sim que é um relacionamento que eu me interesso. – Grayson comentou, olhando diretamente para Chandler.

- De quem? – Brianna perguntou.

- Daqueles cachorros que se odeiam. – Grayson disse, apontando para algum lugar pelo vidro da janela.

- Você é esquisito. – Brianna comentou, sorrindo.

- Você é ridícula. – Grayson rebateu.

Brianna ficou vermelha de raiva, mas tentou disfarçar comendo as batas que ainda restavam. Todos ficaram em silêncio por algum tempo, até Brianna ficar muito entretida no celular. Entretida até demais.

Chandler ficou incomodado de imediato, se remexeu no banco para mostrar para Brianna, mas ela nem prestou atenção. É possível ver a veia de Chandler saltando de sua testa, irritação. Sem pensar duas vezes, segurei a mão de Chandler, entrelaçando nossos dedos. Ele apertou minha mão, mas depois deixou seus olhos caírem sobre nossas mãos.

Meu coração batia tão forte, e bateu mais ainda quando aquela conexão correu novamente por nossas veias. Nossas veias saltaram, e nossos braços se arrepiaram. Chandler não olhou para mim, mas fez carinho com o polegar em minha mão. Era tudo o que eu precisava, de carinho.

- Amor, preciso ir para casa. – Brianna disse, ainda distraída com o celular. E eu soltei nossas mãos, me concentrando novamente em beber meu refrigerante. – Vamos logo.

Eles se levantaram, e como uma forme de adeus, Chandler foi embora sem tirar os olhos de mim, apenas quando saiu pela porta me senti de volta ao mundo normal.

- Não sou burro. Eu vi isso. – Grayson comentou, sorrindo. – Posso dizer que prefiro você com meu irmão.

- Vamos voltar aos estudos? – Desviei o assunto, e logo voltamos a estudar história. Mas em momento algum, deixei de pensar naquele momento. Não deixei de pensar em Chandler.

 

Quando cheguei no apartamento o encontrei vazio. Josh não estava em casa, então certamente estava com Katelyn, ou não. Liguei para o celular dele diversas vezes para saber onde ele estava, mas ele não atendeu.

Quando eu abri a porta do apartamento, para ir procurar Josh seja lá onde ele estiver, me deparei com Chandler de costas para a porta. Ele ouviu a porta se abrindo, e seus olhos pousaram em mim.

Abri minha boca para dizer algo, mas nada saiu.

- Então... – Ele começou. – Eu quero te agradecer por hoje, eu acho.

Era claro que ele não sabia exatamente porque estava aqui. Era claro que ele não veio aqui apenas para me agradecer.

- Pelo que exatamente?

- Por... Aquele momento. – Senti meu rosto começar a ficar vermelho apenas por lembrar de hoje. – Eu iria pular no pescoço de alguém, mas você me ajudou. Obrigado.

Sorri, não sabendo exatamente por que.

- De nada. Que bom que pude ajudar em alguma coisa.

- É. – Ele disse, erguendo os cantos da boca em forma de sorriso.

- É. – Sorri, nem mostrando os dentes, mas querendo.

- Você estava de saída? – Ele perguntou, observando as chaves do carro em minha mão.

- É, eu estava indo procurar o Josh. – Respondi. – Você o viu por aí?

- Era para nos encontrarmos em meia hora na Tia Nacon. – Respondeu, observando o relógio em seu pulso. – Quer vir com a gente?

- Ah, acho que não é uma boa ideia. Não é para ser uma noite de meninos?

Ele riu.

- Não temos essas coisas, chatinha.

Acabaram de soltar as borboletas dentro de minha barriga. Algo em como ele me chama me faz sentir bem, única. Isso é bom, não é?

- Ah, me desculpe. Vocês não são como as meninas de torcida de nossa escola.

Rimos juntos, imaginando como seria uma noite ao lado daquelas meninas incrivelmente irritantes.

- Que tal irmos dar uma volta? – Ele sugeriu, novamente erguendo os cantos da boca.

- A pé? – Perguntei, sentindo a preguiça começar a tomar conta de mim.

- Vamos lá. Não vai ser tão ruim. – Ele me puxou pelo braço e fechou a porta atrás de mim. Dei de ombros, despreocupada. Me sinto segura, apenas isso. Além disse, preciso relaxar. Estou no meio da semana de provas, e dou aleluia que amanhã não terá nenhuma.

Caminhávamos pela calçada, observando as ruas pouco movimentadas. A única coisa ouvida era o barulho das pedrinhas se chocarem com o chão quando eu as chutava. Esta noite é a mais fria desde que vim para cá. E eu deveria ter pego um casaco ao sair, mas é claro, Chandler novamente não me deu tempo nenhum.

- Você não me disse o que estava fazendo com meu irmão. – Ele comentou, desta vez olhando para mim.

- Estou bem mal em história, e o professor Jiltoz irá me dar nota se eu ajudar Grayson. Estou fazendo o que posso.

- Grayson nunca foi de estudar. – Comentou – Hoje ele chegou morrendo em casa. Até pareceu que ele estava jogando por cinco horas.

Rimos do drama de Grayson.

- Eles não se dão bem? – Perguntei.

- Eles quem?

- Brianna e Grayson. – Respondi.

No momento em que toquei no nome de Brianna, Chandler abaixou a cabeça, ficando em silêncio.

- Desculpa. – Paramos de andar. – Eu sou tão burra. Me desculpa mesmo, Chandler.

- Tá tudo bem. – Ele disse, olhando nos meus olhos. – Acho que não vou aguentar continuar este relacionamento, sabendo que... Você sabe.

- Faça o que achar certo, Chandler. Você a ama?

Fiquei com medo da resposta desta pergunta, e rezei para a resposta não me atingir. Eu não poderia estar me importando.

- Já não sei responder esta pergunta.

- Porque não? – Perguntei. – Um sentimento é um sentimento.

- Há alguém. – Ele respondeu, olhando desta vez para seus pés. – Este alguém vem mexendo há algum tempo comigo, mas eu realmente não sei que tipo de sentimento sinto por ela.

Infelizmente, a resposta me atingiu. Deixei que a possibilidade desta pessoa ser eu sumisse de minha cabeça. Não poderia ser eu. Até hoje, tenho medo de que ele sinta repugna de mim. Mas isso foi totalmente descartado hoje na Tia Nacon. Não poderia ser eu, certo?

- Mas você sabe que ainda estou sentindo a traição no meu peito. – Ele continuou.

- Acredito que não vale a pena ficar com uma pessoa, se esta pessoa não fica somente com você.

Chandler pareceu examinar minhas palavras, todas elas.

- É, então acho que vou pensar melhor sobre a outra menina. 

 



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