História Light and Darkness - It's time to go back home.

Fazia muito tempo desde a minha fuga daquele galpão.No dia seguinte ao que eu tinha chegado aqui,Rafael apareceu perguntando por mim,mas dona Lúcia,a mulher que me acolheu me escondeu em uma quartinho que havia nos fundos de sua residência e por sorte ele não me procurou ali.
     Provavelmente a polícia já estava atrás de mim,mas eu ainda não tinha condições de voltar para a cidade,Rafael ainda podia estar naquela região.Meus amigos não corriam riscos,já que provavelmente estariam quase todo o tempo junto com a polícia,e isso me deixava mais aliviada.
       Levantei-me cuidadosamente da cama e caminhei em direção à porta.Meu tornozelo ainda doía,mas agora estava enfaixado com uma gaze já velha e algumas ervas que dona Lúcia disse que ajudariam.Embora ela tivesse insistido para eu ir ao hospital,e Manoel ter se oferecido para me levar eu simplesmente neguei.
     Assim que cheguei na cozinha vi que os dois preparavam o café.

              —Bom dia.—falei sentando-me à mesa.

—Bom dia meu bem,como se sente hoje?—perguntou dona Lúcia simpática como sempre.
 

—Me sinto bem melhor graças a vocês.—falei sorrindo.
           

—Ah que é isso.—falou.
 

Manoel não falava muito,mas era um rapaz muito simpático,sempre disposto a ajudar.
   

—Precisamos trocar essa gaze.—falou Manoel pegando no meu tornozelo.
       

 —É,eu também acho.—falei olhando a gaze já meio amarelada.
   

—Eu ainda acho que deveríamos ir até o hospital,afinal você torceu o tornozelo,precisa imobilizar.—falou indo pegar seu quite de primeiros socorros.
 

 —Não posso ir ao hospital ainda.—falei simplesmente quando ele sentou-se á minha frente.
   

 —Okay,vamos cuidar disso aí.—falou pegando meu pé e começou a retirar a gaze.

  O susto tomou conta de mim.Quando a gaze foi retirada por completo percebi que meu tornozelo já ganhava um tom aroxeado,mesmo que as ervas que Dona Lúcia usou tivessem aliviado bastante a dor,o inchaço permanecia.
 

  —Ainda acha que não deve ir ao médico?—perguntou Manoel olhando para mim.
 

  —Eu aguento mais alguns dias.—falei e ele rolou os olhos enfaixando meu tornozelo novamente.
                                        ~||•||~
            Voltei para o meu quarto após o café,na verdade era o quarto de Manoel que ele tinha me oferecido.
        Deitei-me na cama encarando o teto.Pensamentos inundaram minha mente,como será que meus amigos estavam?
     No mesmo dia em que cheguei nessa casa,perguntei se havia como ligar para eles,mas dona Lúcia falou que naquela área não pegava sinal de telefone,e que só conseguiria fazer uma ligação a cerca de dez quilômetros da casa,e eu não podia sair.
        Sou tirada de meus devaneios com batidas calmas na porta.

   —Entra!—falei.
 

Logo dona Lúcia surgiu na porta com seu costumeiro sorriso simpático.
   

—Saudades de casa?—perguntou como se lesse meus pensamentos.
   

—Muita.Preocupada com meus amigos também.—falei sentando na cama e ela sentou ao meu lado

—Dá pra ver nos seus olhos que sente muita falta deles.—falou me olhando.
 

—Verdade.Sinto falta das maluquices da Ally e do Lou,dos sermões da Vick e do Liam,das cantadas sem graça do Harry,da comilança do Niall,e principalmente do meu Zayn.—falei nostálgica.

—Percebi pelo seu olhar que esse Zayn é alguém muito especial.—comentou,as vezes ela parecia ler minha mente.

—É sim,Zayn me ajudou muito com os meus problemas mesmo sem saber.—falei encarando o nada,um sorriso brotando em minha face.

—Seu namorado?—perguntou sorrindo.

—Meu quase namorado.—falei meio incerta e ela riu.

  —Não acha que já deu tempo o suficiente?Não que eu queira que vá embora.—falou cautelosa.
 

—Não sei.—falei sorrindo de leve.

  —Eu vou dar tempo pra você pensar.—falou beijando minha testa e saindo do quarto.

 Talvez dona Lúcia estivesse certa.Talvez Rafael já estivesse longe daqui e eu pudesse finalmente voltar para casa.A verdade é que eu sentia falta de tudo,e imaginar que meus amigos estavam sofrendo me deixava destruída. Como será que as coisas estavam por lá?Já fazia tanto tempo,quase um mês,sim um mês,e eu sem poder avisar nada.
        Provavelmente os policiais já haviam parado de me buscar.Rafael já devia ter voltado para o Canadá...
 

  —É Kaya Scodelario,está na hora de voltar pra casa.—falei para mim mesma e um sorriso desenhou-se em meu rosto involuntariamente.