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História Light and Darkness - Falsa


Escrita por: PsicoPoney

Notas do Autor


Boa leitura

Capítulo 12 - Falsa


- É muito injusto comigo - reclamou

Mesmo sem ser convidada, sentou-se a frente dele, a mesa pequena demais para mante-la longe. Suas vestes não eram as habituais, tinha uma capa de tecido grosso e um vestido do mesmo tecido, ambos na cor vermelha.

- Apreciando os frutos da sua guerra? - perguntou com deboche

LeBlanc riu, pegando a garrafa e dando um gole no próprio gargalo, Talon tentava não olhar para ela, odiava admitir, mas estava linda:

- Não foi o que eu planejei, mas está me rendendo frutos sim

- Swain disse que você não se importa mais com ele, quase chorou e tudo - olhava para o próprio copo, o virou de uma vez

- Ele tem que aprender a voar sozinho

Ela o analisava, sabia que tinha bebido mais do que deveria, no entanto estava sóbrio o suficiente para resistir a si. Tinha a fútil esperança de te-lo novamente, havia algo entre os dois que não foi resolvido, ao menos para ela.

- Sinto sua falta - Disse de forma mansa, fitando Talon, esperando qualquer reação dele

- Teatro manjado - pegou a garrafa da mão dela e encheu o próprio copo

- Você pode não acreditar, mas eu gosto de você

Talon riu desdenhando, durante o tempo que estavam juntos, o Noxiano abriu mão de muitas coisas para tê-lá ao seu lado. Na época, até mesmo chegou a brigar com Katarina, não uma discussão fútil como sempre tem, mas algo sério que fez Talon sumir da mansão DuCouteau por quase três meses. Fez coisas idiotas por estar cego por ela e hoje se odeia por isso.

- Você gosta de mim como alguém gosta de um cachorro - passou o olhar pelo bar - Não é amor, é possessão

- Sei o que quero ter por apenas posse - insistiu - e sei o que sinto por você

- O que diabos você quer de mim? - deu um soco na mesa

LeBlanc não esboçou surpresa tão pouco medo, sua postura era impecável, olhos de víbora, vidrados nele. Talon olhava pra qualquer canto, queria sair dali, mas não tinha o hábito de fugir.

- O que eu quero. Sendo sincera? - passou a ponta dos dedos pela mesa - Quero que você me foda em cima dessa mesa e goze na minha buceta - dizia cada palavra de forma lenta - mas não acho que isso seja do porte de um homem comprometido

“Descobriu rápido” pensou ele, esconder algo dela era algo difícil, beirando ao impossível. LeBlanc tinha clones disfarçados em vários lugares, olhos atentos a tudo que for relevante, não se surpreendia se um desses clones tivesse visto os dois nas ruas de Arcana ou até mesmo Noxus.

- Eu não sei do que você está falando - negou,  esperando o tipo de resposta que poderia vir

- Fico me perguntando se a senhorita Crownguard é tão boa quanto eu - provocou - Você tirou a virgindade dela? Que fofo

Ele a olhou, pela primeira vez naquela conversa incomoda, LeBlanc sorriu, aquele olhar carregado de raiva era ameaçador a muitos, mas a ela sempre foi algo excitante

- Se tocar um dedo nela - Disse entre dentes - vou até o inferno e faço questão de arrancar sua cabeça

- Eu disse que não sou sua inimiga - a ameaça só fez LeBlanc lembrar-se das noites que passavam juntos, Talon era um homem perigoso, era isso que achava atraente nele

- Confiar em você é um erro infeliz

- Sei que errei com você - o noxiano entortou a boca - estou tentando me redimir, lembra?

- Você deve ter coisas mais importantes pra fazer além de me encher o saco - bebeu um gole da cerveja

- Não seja rude - simulou tristeza, mesmo que ele soubesse que aquilo não a afetou - Eu vim por você, de verdade

Voltou a olhá-la, era difícil saber quando era um clone e quando era ela. De fato, das vezes em que estiveram juntos, LeBlanc fazia questão de estar pessoalmente apenas nas vezes que queria transar. Podia pôr a prova tudo aquilo, se enterra-se uma adaga no peito dela, assim veria se era clone ou não. Pensou em como Katarina sonhava em vê-la pessoalmente e furá-la com suas adagas.

- Você mente - Disse Talon

LeBlanc se inclinou sobre a mesa, acolhendo a mão dele sobre a sua, pensou em se desvencilhar do toque, mas lembrou de algo que ela lhe confidenciou há anos;

- Lembra do truque? - os dedos de Talon deslizaram sobre a mão dela, indo até o pulso

Um clone não tinha batimentos cardíacos, sua respiração era simulada, um truque para fazê-los mais reais, no então nada podia sentir no pulso, assim como não sentia seus batimentos cardíacos. Ela contou esse segredo uma noite, foi então que Talon passou a distinguir quando estava realmente ao lado dela. Agora podia sentir a veia em seu pulso, os batimentos rápidos.

- Agora sabe o quanto do que eu disse é verdade? - perguntou séria

- Não importa mais - afastou a mão dela - se é verdade ou não. Não importa.

- Você pode terminar com ela - ele bufou - ora vamos, ela não faz o seu tipo mesmo

- Você não me conhece

- Sabe que conheço. Tão bem ou até melhor que a ruiva - ela odiava Katarina, um ódio recíproco - Passamos muito tempo juntos

- Veio aqui, perdida de amores - ele deu uma pausa, trincou os dentes, respirou fundo - pra me infernizar e-

- Pra dizer que me importo com você - o interrompeu.

Talon estalou os lábios, dando de ombros. Tudo o que ela dizia parecia verdade, mas aprendeu da pior maneira que Leblanc sabia mentir com maestria. Ela estava a sua frente, carne e osso, essa era a única certeza que tinha, contudo mesmo que tudo o que ela disse fosse verdade, Talon ainda tinha Lux em sua mente. Toda aquela conversa, em especial a prepotência dela em dizer que Luxanna não fazia seu tipo, era algo que o irritava.

- Se era isso que queria dizer - fez um gesto apontando apontando porta - Pode seguir seu caminho agora

Leblanc respirou fundo, desviando o olhar. Talon tentava ler o que se passava pela cabeça dela, parecia estranhamente insegura, nervosa talvez, seu coração estava acelerado, pode notar ao sentir seu pulso, porém já teve o desprazer de assistir atuações semelhantes no passado.

- Não vou desistir de você - o ar prepotente voltou a ela - e sei que você será meu

O Noxiano riu: - Não aceita perder. Nunca aceitou

- Não, principalmente algo que me pertence

Talon se inclinou sobre a mesa, se aproximando dela: - Eu já fui seu - sua voz tinha um tom sombrio, não ameaçador, mas algo melancólico que a fez se sentir desconfortável - Fui seu por completo. Você nunca percebeu, não ligava. Agora não resta nada aqui, nada além desprezo

Uma lágrima desceu, os olhos avermelhados, seu rosto tão delicado, uma expressão hipnótica que mesclava tristeza e medo. Apesar disso, ela se aproximou, mantendo os olhos fixo no dele. Talon estava pronto para afastá-la caso houvesse qualquer investida, no entanto ela parou:

- Você mente tão bem quanto eu - sorriu

- Lágrimas de crocodilo - voltou a encostar-se a cadeira

Leblanc limpou a lágrima solitária: - Como um ato benevolente - ela se levantou - Sua princesa segue pra Ionia

Talon pensou nas probabilidades do quanto aquilo poderia ser verdade. Sabia que Ionia era um país que possivelmente poderia fechar algum tipo de aliança bélica com Demacia, visto que ainda tinham contas a acertar com Noxus. Aquilo poderia de fato acontecer, mas tudo vindo de Leblanc soava duvidoso;

- Por que me diz isso? - questionou o moreno

- Apenas um presente

- Vindo de você? - bateu os dedos na mesa, num ritmo apressado

- Não estou mentindo. Não há perigo - ela andou até esta ao lado dele - é sua chance de vê-la

Talon levantou o rosto para olhá-la: - Minha ameaça ainda está de pé  

- Eu sei que está - um sorriso maldoso moldou os lábios negros, não sobrando sombra alguma da mulher insegura que presenciou a segundos atrás

A maga foi embora, deixando Talon remoendo pensamentos e possibilidades, de repente o sabor da cerveja ja não era convidativo. Amaldiçoou Leblanc e seus jogos. Do lado de fora, uma fumaça do subia lentamente enquanto Leblanc tragava o cigarro. Sorriu apreciando o cheiro da nicotina. A lua se sufocava no mar de nuvens cinzentas, logo uma chuva cairia impiedosa. Preferia uma noite mais quente para o que estava por vir, no entanto já tinha planos para a futura chuva. Depois de anos e truques, alguns erros que lhe custaram coisas que jamais terá de volta, Leblanc aprendeu a ter estratégias que transcendem a eventos previsíveis. Talon, no entanto, nunca foi um elemento previsível, tão pouco fácil de se tratar. Sabia de alguns prováveis passos que o moreno poderia tomar, mas nunca teve plena certeza do que ele poderia ser capaz; esse elemento instável que a fazia pensar mais do que o habitual sempre despertou sem interesse. Outra tragada:

- Vamos ver quem você realmente ama

Sabia o próximo passo. Tinha as variáveis e peças postas. Mesmo que Talon não fosse, seu plano ainda estaria em prática. Um corvo pousou na árvore a sua frente. Na pata no animal um papel enrolado. O animal a conhecia, desceu do galho, indo até seu braço. Retirou o papel, um pequeno pergaminho. Sorriu com a notícia que leu: - Ao menos uma felicidade nesta noite intragável

 


Notas Finais


A fic ja esta tomando um rumo que não calculei, espero que eu consiga lidar com essa empolgação toda xD
Espero que estejam gostando <3


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