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História Like a rollercoaster - A pior das traições vem daqueles em quem mais se confia


Escrita por: HellHeir

Notas do Autor


Oi, galerinha <3 Como é que ceis tão pós Enem? Espero que todos bem, recuperados e prontos pra dar uma relaxadinha com esse capítulo aqui <3
*Divirtam-se*

Capítulo 2 - A pior das traições vem daqueles em quem mais se confia


– Felipe, você tá maluco? – Astrid gritou, empurrando o garoto e tentando livrar seu braço. 

– Agora vai me dizer que não quer isso? – Felipe riu e Astrid sentiu o estômago revirar com o cheiro de álcool vindo dele. 

– Você namora uma das minhas melhores amigas, nem mesmo se eu quisesse algo com você eu tentaria alguma coisa – ela conseguiu soltar seu braço e o empurrou para longe de si. – Sai da minha frente. 

– Ah, nada disso, princesa, nós ainda nem começamos – ele a puxou quando Astrid tentou passar por ele e a menina gritou, começando a se contorcer enquanto Felipe apertava mais os braços envolta dela. Astrid pensou rápido e pisou o mais forte possível com seu salto no pé do menino, ouvindo-o gritar e sentindo seu corpo livre. Ela começou a sair dali, mas ele tentou novamente segurar seu braço e quando deu por si, Astrid já havia socado o nariz dele e segurava a própria mão, não pensando duas vezes antes de correr para dentro, a procura de Leo ou qualquer outro rosto amigo. Por sorte, viu o amigo ali perto e pegou de volta sua bolsa, desconversando e dizendo que estava realmente com muito sono. Enquanto saia, viu César no meio do caminho e disse que já estava indo, que tinha uma emergência familiar. Ele sorriu e esperou com ela do lado de fora até seu táxi chegar, o que deixou Astrid internamente muito mais calma. Desejou-lhe boa noite e foi embora, respirando fundo enquanto olhava para seu celular e pensava se devia falar com a amiga o mais rápido possível. 

*** 

Juntando todo o restante do que lhe sobrava de coragem, Astrid foi para a última semana de aula. Claro, ela só tinha de ir pelos próximos dois dias, já que só precisava entregar alguns trabalhos e fazer as últimas provas. Ela se trocou e esperou pelo irmão no carro. Ficou em silêncio quando ele perguntou o que havia de errado e Sírius deve ter entendido que ela não queria conversar, indo até a escola sem perguntar mais nada. Quando chegou, as meninas ainda não estavam por lá, apenas algumas pessoas da sala com quem Astrid não tinha tanta intimidade, então só aumentou sua música e se deitou na carteira, só levantando quando Leo cutucou seu ombro e disse que a prova já ia começar. Ela viu Vanessa e Gabi conversando nas carteiras da frente. Escreveu um bilhete para elas e pediu que ficassem na sala durante o intervalo, que precisavam conversar.  

– Vou pegar um lanche, quer alguma coisa? – Leo perguntou, mas Astrid negou com a cabeça, esperando todo mundo sair até que só as três estivessem sozinhas. 

– Tem uma coisa que você precisa saber, Gabi – Astrid resolveu ser direta, aquilo não seria fácil de qualquer maneira. 

– O que? Que você deu em cima do meu namorado na festa ou que tentou acabar com o namoro de Vanessa quando ela lhe pediu ajuda? – Gabi cruzou os braços e Vanessa repetiu a ação. – Nós sempre soubemos que você tinha inveja dos nossos relacionamentos, mas isso, Astrid... 

– O que é que você disse? – Astrid não conseguiu mais manter a calma e ficou de pé. – Inveja? Sério? Daqueles dois imprestáveis que vocês duas insistem em chamar de namorados? Daqueles dois que tratam vocês como lixo, mas as duas sempre acabam voltando com eles depois de vir chorar pra cima de mim? – Astrid viu as duas se entreolharem. – A pior parte é que eu nem estou surpresa de ouvir uma coisa dessas. 

– Astrid... 

– Eu só quero saber uma coisa – Astrid cortou Vanessa. – Vocês realmente acreditam nas desculpas deles pras coisas que aconteceram ou só estão se fazendo de burras mesmo? 

– Como você pode... 

– Como eu posso o que? Não acreditar que minhas duas melhores amigas decidiram me esfaquear pelas costas dois dias antes do fim das aulas? Não acreditar que vou embora do Rio brigada com duas das pessoas em quem eu mais confiava? Me desculpem se não era a recepção que vocês estavam esperando – ela ironizou. – Quer saber? Eu desisto – ela disse mais para si mesma e começou a arrumar seus materiais, guardando tudo de qualquer jeito, coisa que ela odiava fazer. 

– Como assim você vai embora?  

– Por que não contou pra gente? 

– Estava esperando essa semana passar – Astrid respondeu e então riu. – Ah, espera, eu não devo satisfação nenhuma a vocês – ela colocou a bolsa nas costas e começou a sair da sala. 

– Astrid... 

– Vão a merda, vocês duas! – Ela gritou e quase trombou com Leo quando fechou a porta. 

– Ei, ei, o que houve? – ele perguntou, preocupado. 

– Preciso sair daqui. 

– Me encontre na saída em dois minutos – Astrid assentiu e disse a secretária que estava com dor de cabeça e já estava esperando a mãe para ir embora. Por sorte, eles nunca foram muito severos naquela escola e Astrid já sabia que a desculpa iria funcionar, então saiu e esperou Leo na esquina, andando ao seu lado até a cafeteria perto do colégio onde costumavam ir. – E então? Acha que pode me explicar o que houve? 

Astrid respirou fundo e, assim que fizeram seus pedidos, ela contou todo o episódio, desde o dia em que saíra com as meninas atrás de roupas. Ela também mencionou sua ida para São Paulo dali algum tempo. 

– Não acredito que elas fizeram isso. 

– A pior parte é que eu acredito – Astrid respondeu. – Mas eu sempre tive esperanças de que elas se dessem conta sozinhas de onde estavam se metendo. 

– E o que pensa em fazer? 

– Eu devo fazer alguma coisa? – Leo a olhou e Astrid revirou os olhos sem ele nem mesmo responder. O olhar de "sério, loira?" já era marca registrada dos dois. – Leo, eu vou embora daqui e não vou vê-las nunca mais, não acho que... 

– Astrid, eu não estou dizendo pra você botar fogo na casa de uma delas. 

– E o que você sugere, ó poderoso líder? 

– Você vai fazer um discurso amanhã, não vai? 

– Droga, eu nem me lembrava disso – ela se encostou no banco. 

– Use isso ao seu favor, loirinha – Leo continuou. – Eu sei que você já deve ter deixado tudo pronto, – ela assentiu – mas não acha que pode mudar uma coisinha ou outra pra deixar uma mensagem pra elas? 

– Eu não sei – Astrid se sentou e pegou o celular. – Não acho que elas merecem que eu gaste meu tempo mudando isso. Dá uma olhada – ela entregou o celular para ele e Leo ficou em silêncio alguns minutos enquanto lia o que a menina havia escrito. Ele devolveu o aparelho e Astrid esperou. – E então? 

– Olhe algumas vezes para onde as duas estiverem enquanto fala o final que elas vão entender o recado – Leo sorriu. – Sério, Astrid, você escreve muito bem. 

– Obrigada – ela agradeceu envergonhada e os dois continuaram falando sobre outras coisas até a hora de ir embora. Astrid ligou para o irmão e pediu para ele busca-la na cafeteria, explicando para ele o que havia acontecido no caminho para casa. 

– E você tá bem? 

– Estou sim. Vai contar? 

– Você sabe que não – Astrid sorriu e agradeceu, indo para o quarto assim que chegou. Ela respirou fundo e, determinada a sair daquela escola por cima, decidiu deixar suas coisas todas prontas para o dia seguinte. A começar por suas adoradas roupas que, com licença da palavra, poderiam deixar qualquer um de queixo caído e qualquer ex amiga com um enorme arrependimento por causa de certas brigas. 

*** 

Astrid subiu no pequeno palco do anfiteatro do colégio sentindo as mãos tremerem. Ela já tinha praticado seu discurso antes, várias vezes, mas aquilo não a impediria de ficar nervosa mesmo assim. Ela viu Leo sentado na fileira da frente com alguns de seus outros amigos, o irmão na última aos fundos e as amigas numa das pontas, evitando olhar para frente, já que sabiam que ela iria discursar dali a pouco. O diretor da escola disse algumas palavras e chamou por Astrid, que deixou sua folha em cima do palanque do microfone e se acalmou um pouco antes de começar. 

– Bom dia a todos – Astrid começou, respirando fundo. – Bem, alguns meses atrás, minha sala recebeu uma tarefa de escrever um pouco sobre o cotidiano de cada um. Eu acho que acabei me empolgando um pouco demais porque quando percebi já tinha escrito três páginas e ainda não havia acabado. Mas não pensem que eu escrevi sobre mim nesse trabalho. Se tivesse, acho que a professora ficaria um pouco entediada ao ler cinco páginas sobre o shopping, a Netflix e os livros que ela mesma um dia já recomendou – Astrid viu algumas pessoas sorrindo. – Eu escrevi sobre meu irmão – ela disse e viu Sírius erguer uma sobrancelha, assim como viu alguns amigos dele olharem para ele com o mesmo olhar. – E, assim como vocês, ele só está sabendo disso agora. Eu escrevi sobre o que eu observava da rotina de estudos dele, todo esse último ano e como ele o dedicou aos estudos pra poder passar na faculdade que queria. Escrevi sobre algumas coisas bastante pessoais que eu vi, alguns momentos em que vi meu irmão parecer não saber o que fazer, outros em que o vi não se alimentar ou dormir direito por vários dias até meus pais intervirem, alguns em que ele realmente sentiu necessidade de sair de casa pra parar de ver livros na frente ou, como ele mesmo diria, atira-los na próxima alma que passasse. Mas eu também reparei em outra coisa durante esse tempo todo. Esses momentos que presenciei foram todos em minha casa, quando ele estava sozinho. E não digo isso por ninguém lá dentro dar atenção a ele, mas por ele mesmo ficar sozinho para estudar por horas e horas. Mas sempre que eu o via chegando na escola ou ficando junto dos amigos, as coisas mudavam. Ele sorria como quando estava conversando comigo ou como quando brincava com nossa irmã mais nova. Ele parecia se esquecer das apostilas, como quando eu conseguia tira-lo do quarto só pra conversar comigo porque eu tinha algum problema menos importante, mas que conseguia aumentar só pra passar algum tempo com ele – Astrid viu o irmão rir e se sentiu um pouco mais aliviada. – Ele parecia feliz como quando nossos pais resolviam sair em família e nós passávamos a noite toda fora. E eu sei o motivo disso acontecer: ele também estava com sua família quando estava com os amigos e sabia que, depois desse ano, não seria mais a mesma coisa. É claro que, pra alguém que ainda vai pro segundo ano, eu não tenha nenhuma experiência com essa sensação de tudo acabando como meu irmão acabou de passar, mas eu acho que posso afirmar com completa certeza de que seus amigos são seus maiores torcedores num momento como esse. Mais do que seus pais, seus irmãos, sua família no geral, porque eles sabem todo o estresse, nervoso, ansiedade e medo que você está sentindo, afinal eles estão no mesmo barco. E eu acho que, o motivo de terem pedido para que eu fizesse uma versão resumida daquele texto foi pra deixar essa última mensagem para aqueles que estão saindo, aqueles que estão começando a passar por isso e para aqueles que ainda vão passar: união. Fiquem perto de quem cuida de vocês e também de quem mais precisa de cuidados no momento. Cada um aqui vive um conflito interno que só nós mesmos sabemos, não custa nada pensar no outro e, mesmo não sabendo do que se trata, só estender a mão para oferecer algum conforto. Muito obrigada. 

Astrid saiu dali e ouviu os aplausos das pessoas, se lembrando de respirar enquanto sorria e voltava para seu lugar ao lado de Leo, que segurou seu braço e a parabenizou baixinho. A menina sorriu e eles ouviram o diretor dizendo algumas últimas palavras e os dispensando para as férias. 

– Então a senhorita escreveu sobre mim? – Sírius disse enquanto os dois andavam até o carro. 

– Ficou bravo por isso? 

– Claro que não. Fiquei surpreso – ele abriu a porta do carro para ela.  

– Eu não tinha intenção de fazer esse discurso, se quer saber – eles entraram no carro e Sírius saiu do estacionamento. – Mas minha professora insistiu e o diretor pareceu adorar a ideia. 

– Foi bom que você tenha feito, disse muitas verdades. E meus amigos também gostaram bastante. 

– Ainda bem. Já encontrou um lugar pra morar? 

Os dois foram discutindo sobre a moradia de Sírius em São Paulo enquanto iam embora. Quando chegaram em casa, encontraram os pais escolhendo móveis para a casa nova e Astrid se empolgou um pouco até demais enquanto os ajudava. Escolheu os móveis do próprio quarto, de Alaska, de Sírius (já que a casa tinha outros dois quartos a mais) e dos outros cômodos todos. Então a noite, depois de juntar todas as suas coisas de escola e separar o que iria guardar e o que iria dar embora, ela foi dormir, já pensando na festa de formatura do irmão dali alguns dias.  

*** 

– Por que isso é tão difícil? – Astrid ouviu a voz do irmão e riu enquanto o via entrar em seu quarto, puxando a gravata. 

– Não é difícil, ok? Alguns tutoriais no Youtube de madrugada e você consegue – ela disse para Alaska não mover um músculo e ajeitou a gravata do irmão. – Eu uso meu tempo livre muito bem, obrigada. 

– E isso não tem nada a ver com quando você se vestia de Mia e tinha de prender a gravata? – Sírius cruzou os braços e Astrid o fuzilou com os olhos, voltando a ajeitar os cabelos de Alaska. – Devo admitir, as estrelinhas na testa eram sempre adoráveis, ao meu ponto de vista, mas as meias no braço... 

– Sai do meu quarto, Sírius – ela gritou e chamou pela mãe, dizendo que o irmão a estava irritando. 

Algum tempo depois, quando ela e Alaska estavam prontas, desceram ao ouvirem os pais as chamando, vendo a mãe com a máquina fotográfica nas mãos.  

Depois da pequena sessão em casa, os cinco foram para o salão e procuraram por sua mesa. Sírius foi para junto dos amigos e Astrid explicou mais uma vez para Alaska o que elas iriam fazer. 

– Então você entendeu? 

– Sim – ela respondeu bastante entusiasmada e deu a mão para Sírius quando ele a estendeu, levando seu bichinho de pelúcia (que os pais não haviam conseguido deixar em casa) e chamando por Astrid, que segurou o outro braço de Sírius. 

– Nervoso? – ela perguntou quando os nomes dos formandos começaram a ser chamados. 

– Não – ele deu de ombros. – Acredita em mim, depois de tudo que você passa com vestibulares, provas e planejamentos, andar na frente de uma multidão é a menor de suas preocupações. Além do mais, quem vai prestar atenção em mim quando Alaska deu um jeito de roubar a cena toda pra ela? – Astrid riu e os três entraram quando o nome de Sírius foi chamado. 

As duas voltaram para a mesa e assistiram o restante da cerimônia, com Alaska reclamando vez ou outra sobre estar com fome. Depois do discurso, os formandos foram convidados para uma rápida valsa e, depois de rirem entre si, eles se posicionaram por ali para dançar. 

– Trid, quem é aquela com o Sí? – Alaska perguntou no ouvido da irmã e Astrid reconheceu o rosto da menina, sorrindo.  

– Aquela é Capitolina, amiga dele – ela viu os dois rindo e conversando baixinho enquanto dançavam, lembrando-se do nome dela por adorá-lo completamente. Agradeça a Machado de Assis e a loba Lupa por isso, querida. Virou o rosto para a irmã e a chamou mais perto. – Pode fazer um favor pra mim? 

Alaska assentiu e Astrid disse rapidamente o que ela tinha de fazer. A dança acabou e Sírius voltou para a mesa, então Alaska ficou em pé na cadeira ao seu lado e cochichou em seu ouvido enquanto Astrid fingia se distrair com sua taça vazia. 

– Não, Astrid, eu não estou apaixonado por Capitu – Sírius disse e ela nem tentou disfarçar o desapontamento. 

– Tem certeza? – ela apontou para Capitu, que os observava de sua própria mesa, bem perto da deles. Sírius sorriu ao ver a menina e pensou um pouco antes de responder a irmã.  

– Não, não tenho – sem nem mesmo olhar para trás, Sírius saiu de novo e Astrid sentiu sua missão completa naquela noite.  

Pouco depois de o jantar ser servido – e de Astrid e Alaska terem se adiantado pra comer primeiro – a loira sentiu uma mão em seu ombro e se virou, vendo Leo ali, chamando-a para dançar. Quando Astrid estava quase chorando por ter de ir embora, Leo resolveu dar a notícia de que também não moraria mais ali. 

– Meus pais resolveram mudar de cidade de novo – ele disse. – Mas não pense que eu vou dar um jeito de visita-la algum dia, loira. Ainda vai me apresentar São Paulo como se deve. 

– É claro que vou – ela sorriu e os dois voltaram a dançar, parando poucas vezes até Sírius resolver ir embora, já que os pais da menina haviam ido antes com uma Alaska bastante adormecida no colo. 

Eles estavam em silêncio no começo, mas Sírius podia ver que Astrid estava se segurando para não perguntar nada. Ela mordia a boca e segurava os dedos uns aos outros, então ele respirou fundo e resolveu deixar que ela perguntasse. 

– Eu sei que você quer perguntar, então seja rápida. 

– Como você sabe que eu... – ele a olhou de soslaio e Astrid entendeu. – Ok. Onde você estava quando sumiu? 

– Estava com Capitu – ele disse e Astrid sabia que estava fazendo de propósito. 

– Estava conversando com Capitu? 

– De certa forma. 

–Sírius, você podia me ajudar aqui – Astrid reclamou e o menino riu. 

– É, eu estava beijando ela. Nos sofás. Quando não tinha ninguém por perto. Ajudou? 

– Muito – Astrid sorriu e Sírius terminou de estacionar o carro na garagem, desligando-o. – Desde quando acha que gosta dela? 

– Astrid, eu já disse que... – ela o olhou com a mesma expressão que ele havia usado a pouco tempo. – Um mês, talvez dois. Nós começamos a nos dar melhor que antes e talvez eu gostasse dela e não sabia ou me negava a saber. Um, por estar namorando, dois, por ela também estar namorando, e três, por nós dois sermos amigos e eu não querer estragar aquilo. 

– Entendi. E pra onde é que ela vai? – os dois desceram do carro e entraram em silêncio em casa. 

– Lembra dos outros dois amigos que passaram na mesma faculdade que eu? – Astrid assentiu e chegou à conclusão sozinha, abrindo a boca. 

– E ela vai pra São Paulo? 

– Ainda está decidindo com os pais, mas há boas chances – ele sorriu e trancou a porta, seguindo Astrid para o andar de cima. 

– Isso é ótimo, Sí – Astrid disse, parando em frente à sua porta. – Não é? 

– Acho que sim – ele sorriu. – Boa noite, Trid. 

– Boa noite. 

***  

Faltava uma semana para as aulas de Astrid voltarem definitivamente. Havia aproveitado ao máximo seu tempo com Leo e os outros amigos (até Vanessa e Gabi), mas então eles tiveram mesmo de se mudar para São Paulo, já que Sírius também tinha que ir. Quando chegaram no aeroporto e tiveram de tomar táxis separados, Alaska percebeu tudo sozinha e se agarrou ao irmão. 

– Al, eu prometo que volto pra ler uma história pra você a noite, tudo bem? – ele entregou a pequena para a mãe. 

– Promete mesmo? 

– É claro que sim – ele respondeu e se despediu de todos, dizendo que ia ver se estava tudo certo com o pequeno apartamento onde iria morar e depois iria ver a casa nova. 

Astrid foi conversando com Alaska e tentando acalma-la, dizendo que as duas se divertiriam muito ainda naquela nova cidade. Aos poucos – e depois de Astrid dizer que as duas iriam para o shopping algum dia – Alaska pareceu esquecer de que estava triste e seguiu mais feliz até pararem em frente a uma gigantesca casa num bairro dali. 

– Uau – Astrid disse e desceu com a irmã no colo, observando a casa. Como era dentro de um condomínio, não havia portão algum ali, a calçada dava diretamente no gramado, que ia até a varanda. Ela esperou a mãe abrir a porta e se impressionou com o lugar já todo decorado: a sala de TV (uma das surpresas dali), a cozinha, o quarto de hóspedes, a sala de jantar e a de estar. Até os fundos, que tinham uma piscina e uma área para churrasco também já estavam montados e prontos pra uso. 

Enquanto subia as escadas para o segundo andar, Astrid se lembrou dos dois dias que os pais passaram fora e haviam vindo para São Paulo apenas para ajeitar as coisas novas por ali. Como ela queria que fosse tudo uma surpresa, ficou para trás, para ver o processo todo pronto. E não teve desapontamento nenhum. Viu que o quarto dos pais, de Sírius e de Alaska estavam prontos e ajeitados, então andou com sua mala pelo corredor até a única porta fechada, parando por um bom tempo enquanto absorvia o lugar todo. Viu os itens que escolhera: sua cama, sua penteadeira nova e até a estante na parede, mas nada podia tê-la preparado para não ver seu guarda-roupa ali e sim, como se seus maiores sonhos tivessem virado realidade, um closet de tamanho médio pronto para uso e abuso de sua parte. 

– É sério isso? – ela perguntou, gritando, para os pais e os abraçou quando eles assentiram. – Obrigada, obrigada, obrigada – ela disse várias vezes e os ouviu rir antes de deixarem-na sozinha. 

Astrid voltou para o quarto e se deitou na cama, não acreditando naquilo e pensando se a mudança toda havia sido tão má ideia assim. Sorriu, chegando à conclusão que tudo estava saindo melhor que o planejado. 


Notas Finais


Mais um pouco de white people problem pra vocês, amores <3
Espero que tenham gostado.
Beijinhos.
- A


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