Como prometido, Sírius apareceu para ver a casa nova horas mais tarde, dizendo que ficaria ali até o fim da semana, quando as aulas das meninas começariam. Ele chamou as irmãs em seu quarto (que na verdade só tinha o básico para quando ele fosse dormir ali) e conversou com Alaska com um pouco mais de calma e paciência no sábado à noite antes de sua ida definitiva para o apartamento novo. Explicou-lhe que precisaria morar longe dali, mas que sempre voltaria para vê-la algumas vezes.
– Eu comprei uma coisa pra vocês – ele tirou duas caixinhas do bolso. – Pra que sempre se lembrem de que podem gritar quando precisarem.
Astrid e Alaska abriram suas caixinhas e tiraram anéis de dentro delas, olhando para as inscrições.
– "O inverno está chegando" – Astrid disse e sorriu, observando o anel prata com uma pedra preta em cima.
– O meu é vermelho – Alaska disse e Astrid leu as inscrições dela. "Ouça-me rugir."
– Onde comprou isso?
– No mesmo lugar em que encontrei isso – ele mostrou o próprio anel. "Nossa é a fúria."
– São lindos, Sírius – Astrid disse e abraçou o irmão, se dando conta finalmente de que não morariam mais juntos apenas naquele momento. Ela o apertou mais forte e sentiu Sírius também segura-la com mais firmeza. – Vou sentir sua falta, Sí.
– Eu também vou sentir falta de vocês – ele respondeu e as soltou. – Mas eu sempre vou estar aqui quando precisarem, ok?
Elas assentiram e os três subiram para dormir. Astrid viu Alaska segurar o pescoço do irmão e balançar a cabeça quando ele disse que ela tinha de dormir em seu próprio quarto. Sírius então desistiu e foi para seu próprio quarto, com a pequena ainda presa a seu pescoço. Ele se virou para Astrid enquanto abria a porta e a chamou.
– Tem lugar pra mais uma se quiser – ele disse e Astrid sorriu, pegando seu travesseiro e indo se deitar ao lado do irmão, vendo Alaska deitar em cima do mesmo e, minutos depois, cair no sono, assim como ela própria.
***
No dia seguinte, depois de terem se despedido do irmão – duas vezes – Astrid teve de pensar rápido em algo que deixasse a irmã feliz. Nunca havia visto Alaska tão tristinha como daquele jeito, então, depois de falar com os pais, trocou de roupa, chamou Alaska e chamou um táxi.
– Onde nós estamos indo? – Alaska perguntou.
– Nós duas vamos passar o dia no shopping – Astrid disse e pediu para Alaska não se mexer enquanto prendia seus cabelos em duas tranças.
– Sério? Podemos ir no parque? Podemos tomar sorvete? Podemos comprar brinquedos?
– Ok, Al, vai com calma – Astrid disse e terminou de prender os cabelos dela. – Nós podemos ir ao parque e tomar sorvete, mas não tive permissão para comprar brinquedos pra você – ela viu a irmã fazer um bico. – Mas nós podemos ir ao cinema ver algum desenho – Alaska voltou a sorrir e Astrid pagou o táxi antes de descerem em frente ao shopping.
Astrid pediu alguma informações e passou direto pelo cinema, indo até uma livraria ali do lado.
– Al, eu preciso ver se tem um livro que eu quero aqui – ela apontou para a sessão infantil. – Pode escolher um que você queira por ali e eu te encontro daqui a pouco.
– Tá bom.
– E de preferência, algum livro que você ainda não tenha, ok?
– Ah, ok – a pequena reclamou e foi para onde ficavam os livros infantis, sendo atendida por uma moça que começou a lhe mostrar alguns livros depois de trocar olhares com Astrid, que voltou sua atenção para os livros a sua frente. Ela pegou o título que queria e foi para um dos sofás ali perto, começando a lê-lo para ver se gostaria mesmo.
– Está gostando? – ela ouviu alguém dizer e, quando ergueu a cabeça, teve de pensar seriamente em sua resposta.
Seu livro não estava tão interessante quanto a imagem do garoto a sua frente.
– É, estou sim – ela sorriu envergonhada e lhe mostrou a capa. – Eu acabei de começar, mas várias pessoas já me recomendaram.
– Então é seguro compra-lo?
– Acho que sim – ela sorriu de novo e o garoto retribuiu, o que fez alguma coisa dentro de Astrid tremer ligeiramente. Claro, os olhos castanhos e o cabelo ruivo bagunçado já haviam chamado muita atenção da menina, mas sorrisos sempre haviam sido seu ponto fraco nas pessoas e aquele era, definitivamente, um dos mais adoráveis que tinha visto.
– Posso perguntar o que faz aqui?
– Trouxe minha irmã pra passear – ela olhou pra trás, se lembrando de Alaska e a vendo sentada numa mesinha. – É uma longa história.
– Sorte a minha que tenho tempo – o menino sorriu novamente e Astrid ponderou se deveria contar.
Então pensou: por que não?
Resumiu toda a situação pela qual estavam passando e o motivo de a irmã estar triste.
– Então é por isso que nunca a vi por aqui antes – o menino concluiu.
– É sim – ela respondeu e ouviu Alaska lhe chamar.
– Trid, eu já escolhi – ela disse enquanto ia na direção da irmã mais velha com um livro nas mãos. – Podemos levar esse?
– Claro que sim – então ela se lembrou do que estava fazendo. – Essa é minha irmã, Alaska. Al, este é...
– Rupert. Rupert Rivers – ele estendeu a mão para a pequena e Astrid se sentiu um pouco envergonhada por não ter perguntado o nome dele até aquele momento.
– Que nome legal – a pequena sorriu.
– Obrigado. O seu também é muito bonito. E seu cabelo também.
– Mas é igual ao seu – Astrid sorriu e balançou a cabeça.
– É verdade. Parece que somos dois beijados pelo fogo, não? – Astrid ergueu uma sobrancelha.
– Minha irmã me disse isso uma vez – Alaska olhou para a irmã e ela assentiu. – Trid, vai levar esse pra mim?
– Vou sim. Termine de guardar os que não vai levar enquanto eu pago esses aqui – a pequena assentiu e Astrid ficou de pé, indo até o balcão. – Então o senhor assiste Game of Thrones?
– Então o seu nome é Trid? – ele respondeu e Astrid riu, explicando seu verdadeiro nome enquanto pagava pelos livros. Rupert assentiu e Astrid chamou pela irmã, saindo de mãos dadas com ela da loja.
– Nós vamos ver um filme agora – ela disse. – Gostaria de se juntar a nós ou veio encontrar alguém?
– Na verdade eu vim, mas meu amigo cancelou de última hora e eu ia embora.
– Nesse caso, espero que goste de animações.
– São os meus favoritos – Rupert sorriu e os três foram até o cinema, comprando ingressos para o próximo desenho disponível. Quando eles saíram, Alaska perguntou se poderia ir no parque e Rupert as levou até lá, indicando para Astrid onde comprar bilhetes para a pequena.
– Ok, Al. Nós vamos estar aqui na frente te observando, viu? Quando for mudar de brinquedo, me avise.
– Tá bom – a menina respondeu e correu para o primeiro dos brinquedos enquanto Astrid e Rupert se sentavam num banco. Os dois estavam conversando sobre coisas aleatórias, sobre o Rio, sobre São Paulo e sobre suas famílias. Astrid acabou mencionando o fato de a irmã ser adotada e Rupert disse também ter irmãos adotados, dois na verdade.
– Eles são adoráveis quando você os conhece melhor – eles riram. – O quanto conhece da cidade?
– Não muito. Essa semana nós tivemos de arrumar nossas coisas e terminar de decorar a casa nova, então isso é provavelmente o ponto mais turístico que conheci de São Paulo, se desconsiderarmos as lojas de móveis e decoração.
– Bom, seria um prazer apresentar-lhe a cidade qualquer hora – Rupert sorriu e Astrid retribuiu.
– Seria ótimo – ela ajeitou os cabelos e viu Alaska vir em sua direção.
– Você namora, Astrid? – Rupert perguntou e ela viu que ele olhava para o anel que Sírius havia lhe dado.
– Na verdade, não. Foi um presente de meu irmão – ela respondeu e ia perguntar se ele namorava, mas Alaska foi mais rápida ao pedir para ir embora. – Tem certeza que não quer mais brincar?
– Tenho, eu só quero mais um sorvete.
– Tudo bem – ela tentou não parecer tão decepcionada e ficou de pé em frente a Rupert. – Acho que precisamos ir.
– É, meus pais vão ficar preocupados se eu demorar muito mais.
– Me passa seu número pra, você sabe, quando tiver um tempinho pra me mostrar a cidade – Rupert sorriu e passou o número para Astrid, pegando o dela também.
– Vejo vocês qualquer dia – ele disse e se abaixou até ficar na altura de Alaska. – Foi um prazer conhecê-la, Alaska.
– De nada – ela respondeu sorrindo e Astrid soltou uma pequena exclamação, morrendo de vergonha. Rupert apenas riu, ficando de pé.
– Foi um prazer conhecê-la também, Astrid.
– De nada, Rupert – ela riu e aceitou ao abraço que ele lhe deu, acenando enquanto ia até a sorveteria com a irmã. Tempos depois, quando já estavam em casa, jantando com os pais, a mãe de Astrid perguntou como havia sido o passeio. – Melhor do que você pode imaginar, mãe – ela respondeu, sorrindo para Alaska.
***
– Trid, por que não posso ir com você? – Alaska perguntou enquanto as duas estavam no carro com o pai.
– Porque nós estamos em salas diferentes, Al – Astrid respondeu, virando-se no banco. – Não se preocupe, você vai ficar com a parte divertida da escola.
Então Astrid desceu com a irmã em sua escola e, depois de lhe mostrar o parquinho e a apresentar para outras duas crianças, Alaska parecia ter esquecido de que a irmã e o pai estavam ali, o que foi a deixa perfeita para os dois saírem de fininho.
– E você? Nervosa? – o pai lhe perguntou assim que pararam em frente à escola da menina, poucos quarteirões à frente da de Alaska.
– Um pouquinho – ela respondeu. – Não vai ser a mesma coisa, não conheço ninguém aqui.
– Vai se sair bem, filha – Ruan respondeu e Astrid beijou a bochecha do pai, agradecendo quando ele disse boa sorte para ela.
Então a loira respirou fundo e, tentando parecer o mais confiante possível, caminhou em direção as escadas.
***
Astrid se preparava psicologicamente para ter que dizer seu nome algumas vezes enquanto andava até a secretaria. Uma moça a atendeu e chamou por um garoto que passava, pedindo para ele acompanha-la até a sala. Ele sorriu e respondeu com toda a educação do mundo que levaria a menina até a sala, o que, para Astrid, já foi uma atitude extremamente simpática: se quer conhecer alguém de verdade, observe como a pessoa trata os funcionários ao seu redor.
– Aluna nova? – ele perguntou, indicando o corredor para Astrid.
– Me mudei há pouco tempo – ela respondeu.
– Veio de onde?
– Rio de Janeiro.
– Sério? – ele parecia bastante surpreso. – Sem sotaque nenhum?
– Minha família e eu vivíamos nos mudando, então não consegui ficar tempo suficiente pra pegar sotaque algum – o menino assentiu e abriu a porta para ela.
– Entendi. E qual é seu nome?
– Astrid Foster – ela viu o garoto erguer uma sobrancelha e reparou um pouco mais nele. Cabelos castanhos, olhos extremamente azuis e um sorriso de dar inveja em qualquer um. – E você?
– George Rivers.
– Rivers? – ela juntou as sobrancelhas. – Seu nome não me é estranho.
– O sei também não – George respondeu, cruzando os braços. – Astrid, por um acaso você estava no shopping ontem à tarde junto com uma criança?
– Como é que você... – eles ouviram o barulho da porta e Astrid não podia acreditar em sua sorte, ou no que seus olhos viam.
Ela deixou a bolsa em cima da mesa e, sem se desesperar e correr em direção ao menino, abraçou Rupert assim que o viu, começando a ver um ponto positivo naquilo tudo.
– Por que não me disse que estudaria aqui? – Rupert disse e eles andaram até onde George estava.
– Eu não sabia o nome da escola até hoje de manhã. E ainda não tenho internet em casa, então não podia conversar – ela respondeu, se perguntando se ele havia mandado alguma mensagem desde ontem. – Pelo menos não vou ficar sozinha.
– Nossa, Astrid, obrigado – George respondeu e Rupert revirou os olhos, explicando o que estava acontecendo. George, como Astrid já havia suposto, era um dos irmãos de Rupert e sua gêmea, Charlotte, ainda não havia chegado. Eles continuaram conversando sobre outras coisas até Astrid perceber outras pessoas chegando na sala, cutucando o braço de Rupert e apontando para elas.
– Sua irmã está ali no meio?
Os meninos se entreolharam e começaram a rir, o que deixou Astrid confusa, perguntando o motivo.
– Se conhecesse Charlotte, acredite, você também estaria – Astrid observou as garotas, ainda sem entender o motivo, e perguntou o que eles queriam dizer com aquilo. – Astrid, sabe aquele tipo de pessoa que não tem respeito com os outros a não ser que seja obrigado? Que pisa em cima de qualquer um só por prazer? – ela assentiu. – Charlotte tem um ranço gigantesco desse tipo de gente e, para azar daquelas meninas, elas já tentaram fazer nossa irmã de boba uma vez.
– Entendi – Astrid respondeu, ouvindo a porta se abrir novamente e viu George sair um pouco desesperado de seu lugar, indo até a menina que entrava.
Astrid achava que, mesmo sem a pequena cena que o menino estava fazendo ao abraçar e girar a menina no ar, qualquer um ali teria notado sua presença. O motivo: os incrivelmente coloridos cabelos dela. A loira já havia visto quem pintasse alguma mechas, as pontas e as vezes até a metade, mas nunca havia visto pessoalmente um cabelo rosa tão lindo quanto o dela.
– Acho que posso dizer que sentiram minha falta – ela disse e sorriu para George, indo até Rupert e o abraçando também. – E quem é a novata?
– Angie, essa é Astrid – George as apresentou e Astrid acenou timidamente. – Astrid, nossa melhor amiga, Angie McLean. E não pergunte o nome completo dela porque você provavelmente nunca vai usá-lo a não ser que queira morrer – ele completou e a menina deu uma cotovelada em sua barriga.
– Não liga pra ele, eu sou uma amor de pessoa – ela deixou sua bolsa na frente da de Astrid e se sentou na carteira onde Rupert estava, de frente para ela. – Mas eu realmente não gosto que me chamem de Angélica, então se puder evitar, eu agradeço.
– Sim, senhora.
– E a irmã de vocês? To com saudades dela, mal os vi durante as férias – ela olhou para George e desviou rapidamente.
– Já deve estar chegando – eles ouviram o sinal bater e o restante dos alunos entrar. Junto deles, uma menina extremamente parecida com George passou pela porta com uma cara não muito boa e andou até os quatro.
– Primeiro dia de aula e ela já vem com essa cara pra escola – Angie disse e balançou a cabeça. – Está cada vez mais difícil lhe passar bom humor, Charlotte.
– Eu poderia estar dormindo – ela reclamou e abraçou Angie. – Mas sim, Angie, eu também estava com saudades. Como foi na casa de seus avós?
– Ótimo, como sempre – ela indicou Astrid com a cabeça e Charlotte se virou.
– E essa é?
– Astrid Foster – a loira respondeu e Charlotte ia dizer algo, mas olhou para o irmão e depois novamente para ela, parecendo fazer a ligação sozinha.
– Prazer, Astrid. Se nenhum deles ainda disse, o que eu duvido, meu nome é Charlotte, irmã mais velha desses dois aqui – ela indicou os meninos com a cabeça e cruzou os braços, sorrindo e ficando cada vez mais parecida com o irmão gêmeo. – Se não for perguntar muito, poderia me dizer onde estava ontem à tarde?
– Eu... – o professor entrou na sala e disse para todos irem se sentar.
– Nós terminamos essa conversa depois, ainda estou curiosa – Charlotte se sentou atrás de Astrid e a loira olhou para Rupert, erguendo a sobrancelha, como se perguntasse "falou de mim pra toda sua família?". Ele apenas deu de ombros e Astrid conteve um sorriso, prestando atenção no que o professor dizia.
Durante o recreio, depois de pegarem algo para comer, Angie e Charlotte se encarregaram de falar mas sobre a escola para Astrid. Mostraram-lhe o pátio, a quadra esportiva, a sala de dança ao lado da quadra e o anfiteatro.
– Ah, e nós temos várias atividades extracurriculares aqui – Angie disse e começou a nomeá-las. – Teatro, times de futebol e vôlei, companhia de dança e, é claro, as líderes de torcida, que é basicamente as meninas das aulas de dança, só que cada sala tem sua equipe quando acontecem os jogos entre as classes, mas quando competimos contra outras escolas, a capitã eleita escolhe a equipe oficial.
– Vamos, Angie, nós sabemos que está doida pra convida-la e pra contar quem é a capitã.
– Eu não estou não, tá bom? Mas pra todos os efeitos, eu sou a capitã do time do segundo e do time da escola e você está totalmente convocada para fazer parte da equipe. E espero que não tenha de obrigá-la como ano passado, senhorita Charlotte.
– Droga – Charlotte reclamou. – Achei que com Astrid aqui para distraí-la, ela iria me esquecer dessa vez.
– Esquecer o amor da minha vida? É isso que pensa de mim? – Charlotte revirou os olhos e pediu para Rupert pegar algum doce para ela na cantina. Astrid se ofereceu para ir junto e, ignorando que todos ali os estivessem observando, ela o seguiu até lá.
– E então? Vai participar do time? – ele perguntou.
– Não sei. Eu sou uma escritora, não uma dançarina. Eu até gosto, mas é difícil com tanta gente olhando diretamente pra você.
– Acredite em mim, Angie consegue fazer você se soltar e descobrir a Beyoncé que existe em você – Astrid riu alto e eles começaram a voltar até que Astrid se assustou levemente com a menina que apareceu de repente em frente a eles.
– Rupert! Nossa, que saudade! – ela o abraçou e Astrid deu um passo para trás.
– Sabrina, oi – ele se separou dela e sorriu envergonhado. – O que foi?
– Nada, só estava com saudades mesmo – ela sorriu. – Nem marcamos nada nas férias.
– É – Rupert continuou sorrindo estranho. – Quem sabe na próxima.
– Não irei me esquecer – ela disse antes de acenar e sair dali, nem parecendo notar a presença de Astrid ali. Ela olhou para Rupert com uma sobrancelha erguida.
– Ainda quer uma explicação? – a loira começou a rir de novo.
– Se for mais divertida do que o que eu acabei de ver.
– Talvez Sabrina tenha uma quedinha por mim.
– Talvez?
– Ela não sabe ser muito discreta quanto a isso, embora eu nunca tenha dado a entender que queria algo com ela.
– Bem, boa sorte, ruivo. Vai precisar – ela bateu em seu ombro e os dois voltaram a se sentar.
Então, quando as aulas acabaram e os cinco estavam saindo, George, Charlotte, Rupert e Angie a chamaram para ir em sua casa. Na casa dos Rivers, mais especificamente. A loira aceitou, pediu o endereço deles e o telefonem já que tinha certeza de que a mãe pediria para falar com os pais deles antes de permitir isso. Depois de se despedirem, Astrid voltou para a secretaria para pegar alguns documentos, lendo-os rapidamente enquanto ia até a saída. Então ela sentiu alguém empurrar seu ombro e, quando olhou pra cima, teve certeza de que havia sido mesmo um empurrão.
– Nossa, garota, não olha por onde anda? – a menina, Sabrina, gritou um tanto quanto brava para ela.
– Olha aqui, bonitinha, eu não tenho paciência pra menina sonsa, não – Astrid disse, nervosa. – Vê se desencana de mim porque não tenho tempo pra brigar com neném não.
– Encanada? Eu?
– A própria – Astrid sorriu cínica e viu a menina ficar ainda mais irritada. – Eu já entendi qual é a sua. Você gosta de Rupert e tá se sentindo ameaçada porque nos viu hoje.
– Olha, isso não é... – Astrid cruzou os braços e a menina revirou os olhos. – Ok, talvez seja um pouco verdade.
– Ok, Sabrina – Astrid deixou seus papeis de lado e juntou as mãos. – Eu tenho outras prioridades além de brigar com a primeira menina que vejo na minha frente por causa de macho, então vamos esclarecer tudo aqui, tá bom? Rupert e eu não temos nada que não seja o começo de uma amizade.
– Fiquei sabendo que se abraçaram e tudo hoje de manhã.
– Isso é uma longa história, mas, resumidamente, nos encontramos ontem no shopping e ele me ajudou lá com minha irmã e eu fiquei feliz em ver um rosto um pouco conhecido. Eu vim de outro estado e não conheço, literalmente, ninguém que não seja ele e os amigos dele. Entendeu?
– Acho que sim – ela resolveu dar o braço a torcer. – Não leve pro pessoal, mas é que nós temos um caso meio antigo e eu ainda tenho ciúmes dele.
– Bem, então se resolva com ele e não saia se prestando a esse papel por ai com estranhos – Astrid pegou seus papeis. – Até amanhã.
Sem esperar resposta alguma, Astrid foi para o lado de fora e entrou no carro com a mãe, contando sobre seu primeiro dia de aula mais do que agitado.
– Meus novos amigos me chamaram pra ir até a casa deles – a mãe dela abriu a boca, mas Astrid a interrompeu. – E eu já peguei o telefone deles pra você conversar com os pais deles.
– Espertinha você – Thalia murmurou e disse que iria ver o que faria, mas Astrid já esperava uma resposta positiva. Depois do almoço e de uma ligação bastante longa, Astrid deu alguns pulinhos de alegria ao saber que poderia visitar os novos amigos mesmo.
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