História Like Air - And action!

Voltar para L.A não estava em meus planos mas seria algo legal, porém agora voltar para L.A para uma audição e voltar a atuar, isso sim não estava realmente em meus planos. 

Quando estava saindo do aeroporto procuro logo por um táxi para me deixar no hotel que iria ficar hospedada. Precisava me arrumar para ir me encontrar com o Kane ainda essa tarde. A falta que eu já estava sentindo de Lexa era enorme, eu prometi que ligaria sempre para ela, e que ela não se preocupasse comigo. Me apertava o coração saber que ela passaria o natal sozinha, e eu sabia que isso a deixara bastante triste. 

Já no quarto do hotel, voei para o banheiro para poder tomar um banho, e vestir uma roupa adequada, peguei minha blusa azul, e uma calça jeans. e prendi meu cabelo em um coque bagunçado. Antes de sair do quarto de hotel, peguei meu celular e liguei para Lexa, mas a ligação caiu na caixa de mensagem. Um pouco triste, decidi tentar ligar mais tarde, quando chegasse do encontro com o Kane. 

- Como se sente de volta à L.A? - Kane perguntou sem desgrudar os olhos da tela do seu computador. Estávamos em seu escritório, e o dia em L.A realmente estava lindo, a vista da janela de sua sala era incrível.
- Ótima, acho. - Sorri para ele tirando meus olhos de sua janela para encará-lo.
- Vamos lá Clarke, confesse que é mais fácil memorizar umas linhas de texto do roteiro, do que algumas matérias de suas aulas. 
- Bom, felizmente eu estou contente por conseguir fazer as duas coisas. - Fui séria. 
- Muito bem. - Disse Kane mudando o assunto - Tenho informações sobre a sua audição de amanhã. 

Kane me entregou um papel que acabara de imprimir, contendo algumas informações que a produção enviou. 
- Querem que você leia junto com um novo cara. Um novato promissor que eles querem para o papel masculino. - Enquanto Kane falava eu lia o papel em mãos. - E aqui... Está seu script. - QUE? O script era enorme, era uma pilha enorme de papéis, quanto tempo eles queriam que eu ficasse em L.A? Era apenas uma audição... Que droga. Reclamei mentalmente enquanto pegava o script. 
- Ah, outra coisa Clarke, eles querem esse script de volta. 
- Claro, obrigada. - Levantei da cadeira já indo em direção a porta. 
- Sempre soube que iria voltar. - Kane disse agora com um sorriso enorme em seu rosto. - Você gosta muito disso Clarke. 
- Não me agoreie. Ainda não consegui o papel. - Falei e saí da sala. 

O sol já estava se pondo no grande céu de L.A, não vou mentir para eu mesma, eu estava sentindo muita falta dessa cidade, o ar, os prédios, as ruas, as pessoas... Andei um pouco pelas calçadas quando sai do escritório de Kane, desejando que Lexa estivesse aqui comigo. Sinto meu celular vibrar tirando minha concentração dos meus pensamentos. Olhei no visor, era ela.

- Lexa! - Falei animada
- Ei pandinha! Por que não ligou?
- Não consegui. Desculpe. 
- Tudo bem, me conta, como está aí em L.A? - Lexa parecia sincera, nada de ironia ou chateamento em seu tom de voz. Contei tudo para ela e o quanto eu queria que ela estivesse aqui comigo, Lexa desejava o mesmo. Ficamos na linha por mais ou menos uma hora, até que cheguei no hotel onde estava hospedada, e disse que iria desligar pois precisava dormir para estar bem para a audição amanhã. Antes de ir dormir, precisava dar uma olhada no script, e para minha surpresa, a cena que eu iria fazer o teste com um novo cara, era uma cena que eu já havia feito. Só tinha algumas mudanças de falas, mas isso não seria problema. 
     [...]

Chegou o dia! Acordei bem cedo, estava ansiosa. Fiz toda minha higiene matinal, pedi o café da manhã no quarto, e não demoraram para entregar, felizmente. Assim que terminei de me aprontar, peguei um táxi e segui em direção ao estúdio onde eu iria fazer a audição. 

Quando cheguei ao local, me veio aquela sensação de nostalgia, lembrei de quando eu era uma criança feliz quando trabalhava atuando.

Logo avistei Kane, e ele veio me cumprimentar com um abraço caloroso, me entregou a roupa para a cena que eu iria gravar, e eu segui para o camarim.

- E GRAVANDO! - Gritou o diretor da cena. Entrei no personagem e comecei a minha cena.
-Tenho tudo sob controle, pai. Não se preocupe com isso. Ajuste a velocidade da hélice para mim, ok?
- Cuidado! - Gritei
- Isso nunca teria acontecido, se tivesse feito o que lhe disse para fazer em primeiro lugar!
- Desculpe minha senhora.
- Isso não aconteceria se não fosse a sua primeira missão, não é?
- Não, nunca tinha recebido ordens de uma garota antes.
- Esse não é seu maior problema, e eu não posso ajudá-lo com isso. DROGA LÁ VEM ELES DE NOVO...

 - CORTA! - O diretor gritou assim que uma lâmpada que estava na nossa nave cinematográfica quebrou do nada, estragando a nossa cena.  
- Isso faz parte da audição? - Perguntou o meu colega de cena na qual ainda não sabia seu nome.
- Não sei. - Sorri para ele. - E definitivamente não é a primeira vez que isso acontece. 
- Desculpem por isso, pessoal. Já estamos resolvendo o problema. - Kane disse atrás das câmeras. - Só vai levar alguns minutos.
- Sem problemas Kane. - Falei para ele. 
- Me chamo Roan, a propósito. - O cara estendeu sua mão para que eu pudesse apertar. - Prazer em lhe conhecer. É um verdadeiro privilégio estar fazendo testes com você, senhorita Griffin. 
- Senhorita Griffin? Você está me assustando com essa formalidade. - sorri
- Desculpa. Mas então, vocês gravavam a série nesse estúdio? - Roan mudou o assunto. 
- Não exatamente, foram dois andares abaixo desse aqui. - Falei observando o local. Adoro o cheiro de um estúdio. 
- Nunca reparei nisso. 
- Sério? 
- Estão prontos para continuar? - O diretor interrompeu nosso diálogo. 
- Estamos prontos. - Falamos juntos, e eu sorri de canto para Roan, ele fez o mesmo. 
- Ok, a partir do começo, e... Ação!
- Tenho tudo sob controle pai, não se preocupe com isso!           
     
     [...]

O resto das gravações levou todo o dia, Roan me deu carona até meu hotel, eu falei que não precisava porém ele insistiu. Quando cheguei de volta ao meu quarto de hotel, já eram quase 21h00, e eu estava bastante cansada.

Tomei o banho mais lento de todos o tempos, e quando terminei, fui me deitar. O dia seguinte ia ser tão longo e cansativo quanto hoje. E ter que acordar mais cedo do que meu habitual estava realmente me matando. 

Por baixo do sono, senti meu celular vibrando, mas eu não estava em condições de levantar e atende-lo.

Quem quer que fosse que estivesse me ligando, iria ter que esperar para quando eu acordasse.