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História Like Air - It's not a relationship anymore? Part I


Escrita por: adcstefania

Capítulo 12 - It's not a relationship anymore? Part I



     Meu corpo começou a tremer com o frio daquela madrugada, quando então me dei conta de onde estava dormindo, e apenas enrolada numa toalha, ainda com o celular na mão. Não consegui mais falar com Lexa, e eu estava bastante frustada comigo mesma, queria acabar logo com essas gravações e voar de volta para a faculdade. Correr para casa dela e apenas poder senti-la. 
     Levantei e decidir ligar para Kane. 
- Alô?
- Oi, Kane, sou eu. 
- Clarke? Está tudo bem? São duas da manhã. - ele disse com a voz sonolenta. 
- Me desculpe por isso. Eles já disseram alguma coisa? 
- Ah, não. Ainda não. Mas já sabe como é. Eu não me preocuparia com isso. - Kane parecia confiante. - Tenho certeza de que fez o seu melhor, Clarke. Agora vá deitar e tenta dormir. 
- Não, Kane, espera! Espera. - falei antes que ele desligasse o celular. - Me faça um favor... Er, eu preciso de você para me marcar uma reunião com os executivos. Nem que seja apenas um deles, por apenas cinco minutos. Acho que poderia lhes dar um empurrão. - soltei as palavras apressada. - Por favor?!
- Clarke, não vou conseguir nada antes da primeira semana de Janeiro se tivermos sorte.
- Tudo bem, não importa o tempo.
- Mas você não tem que voltar para a faculdade no dia 3 ou algo assim? 
- Não se preocupe com isso. Vou dar um jeito. 
- Tudo bem... Te ligo amanhã. 

Quando Kane desligou, me joguei na cama, e me enrolei com as cobertas. Eu sei que precisaria estar de volta na faculdade no dia 3, tinha uns últimos trabalhos recentes para finalizar o semestre. E tinha Lexa, que iria me matar por não estar com ela por todo esse tempo. Mas eu queria acabar logo com isso, e ter certeza de que seria escalada para o papel ou não.  

Como o celular de Lexa ainda estava caindo apenas na caixa de mensagens, resolvi deixar um recado, "Ei Lex, sou eu. Isso tudo aqui vai demorar um pouco mais do que eu pensava. Provavelmente não vou estar de volta antes do dia 10, pelo menos. Só queria saber se ainda vai poder ir me buscar no aeroporto, quero dizer, eu realmente gostaria que fosse. Estou com saudades, tchau." , quando terminei ouvi o bip e deixei o celular de lado. Dando espaço para que o sono voltasse a me dominar. 

[...]
     - Aqui está! - Coloquei o script em cima da mesa do Kane. Ele me olhava espantado. 
- Jesus... Clarke, o que você fez com o script? Por que fez isso? - Kane quis saber o motivo do script estar cheios de anotações com bloquinhos coloridos e falas marcadas com lápis permanente.
- Li? 
- Entende que temos que devolver isso, tipo, agora para o roteirista, certo?
- Kane, sabe o que são essas anotações e marcações? - perguntei para ele. 
- Estudos... método de atuação... coisas???
- Não. É a convergência de cognição e sensação. - Sabia que o ensino de Lexa para minha dissertação iria me ajudar em mais alguma coisa. - Vou preencher os espaços em branco, mostrar para eles alguma coisa a mais. Apontar para lá.
- Para onde? - Kane parecia confuso. 
- Olhe, a realidade é que tudo o que fiz até agora foi criar uma série chamada Sky people. Não tenho um grande recorde de bilheteria para oferecer... O que tenho é um conhecimento da personagem, que nenhum outro ator tem. E isso é o que o publico está esperando.

Agora, quando eles olham para essa "imagem ambígua", eles pensam em preencher os espaços em branco com algum idiota... cujo filme custou um bilhão de dólares no verão passado. Eu quero ensinar para eles que a minha visão é a que se encaixa melhor nesse quadro. Sou parte integrante da audiência no conjunto de percepção, quando se trata do meu personagem.
     Uma espécie de predisposição mental para uma personagem que já amou. Quero que eles sintam que eles precisam de minha experiência mais do que apenas um grande personagem na estreia do fim de semana. Minha personagem cresceu, mas reinventa-la será um erro.  
     Kane me olhava boquiaberto quando terminei de falar. 
- Entendeu o que quero dizer? - perguntei, e antes que ele pudesse responder, o seu telefone de mesa toca, fazendo-o mudar sua atenção. 
- Ok, Clarke. Então vamos fazer isso! - Disse uns trinta segundos depois que atendeu o telefone.
- O que? 
- Acho que você deu sorte. Um dos executivos está livre, vou te levar até lá. - Sorri animadamente para Kane. - Conjunto de percepção... Não consigo acreditar que esteja realmente estudando na faculdade. 
Rimos juntos saindo de sua sala.

[...]
     Consegui mostrar tudo que havia mostrado pro Kane para esse executivo, ele me ouviu com bastante atenção, mas não recebi resposta de imediato. 

Felizmente, Kane me liberou para voltar para a faculdade no dia seguinte. O que me deixou bastante animada, não perdi tempo em arrumar minhas coisas e comprar a passagem. Ainda não havia conseguido falar com Lexa, ela não retornou o meu recado, então com certeza ela não iria me buscar no aeroporto.

A viajem foi tranquila, quando desci do avião já era manhã, ainda estava cedinho, comprei um café em uma lanchonete ali perto, e peguei um táxi para ir me deixar direto ao dormitório. Chegando lá me deparei com um aviso na minha porta. "CARO ESTUDANTE. FALTOU AO ENCONTRO DE QUARTA-FEIRA. SERÁ REPROVADO EM PSY 110, A MENOS QUE COMPLETE O TRABALHO DE PESQUISA ANTES DO FIM DO SEMESTRE." Merda! Era só o que me faltava. Arranquei o papel da porta com força e o joguei na cestinha de lixo dentro do meu quarto. Deixei a mala próxima a cama, e fui procurar por Octavia. 
- Ei meninas! - Falei quando avistei Octavia e Raven vindo em minha direção no campus.
- Te vejo mais tarde. - Raven falou para Octavia, se afastando sem ao menos me olhar na cara. Qual o problema dessa garota?
- Octavia, olha, realmente sinto muito por ter faltado ao encontro. Vocês estão bem?
- Não se preocupe com isso Clarke. Encontramos outra pessoa para te substituir. - Octavia disse secamente. - Agora tenho que ir para a aula. 

Observei Octavia se afastar também, e segui meu caminho para a biblioteca, precisava de um lugar calmo para pensar em tudo aquilo que estava acontecendo. Será que eu sou realmente a culpada para tudo isso? Que droga. 

Decidi não assistir as aulas naquele dia, queria apenas ficar sozinha. Encosto minha cabeça na mesa onde eu estava na biblioteca, quando sinto meu celular vibrando. Antes de atender, vejo que ainda era quatro horas da tarde.
- Alô? - falei 
- Clarke! - Era Kane
- Kane, aconteceu alguma coisa? Já tem novidades? - ajeitei minha postura na cadeira onde estava sentada. 
- Sim, você conseguiu... Eles querem você! 
- Está falando sério???? Ai meu Deus!
- Sim! E, olha, terá uma festa hoje a noite, acho que deveria ir. É do executivo da produção. Vai ter muita gente lá, acho que deveria ir conhecer essas pessoas. 
- Quer que eu volte para L.A?
- Não, não. É próximo dai. Na cidade.
- Fica umas duas horas de carro, eu acho.
- Vou te mandar o endereço por email. 
- Kane, na verdade não tenho um carro. 
- Escuta, eles estão contando com você. E mais uma vez parabéns, garota! - Kane parecia mais feliz do que eu mesma. 
- Obrigada Kane. 
- Quebre a perna! - Desligou. E agora como eu iria para a tal festa? Só tinha uma pessoa que poderia ir comigo. 

Corri para meu quarto, tomei um banho e coloquei um vestido cinza simples, prendi meu cabelo em um coque de lado e fiz uma maquiagem básica, até por que não sou muito boa com isso. Já pronta, peguei minha bolsa e sai. 

Não demorei muito para ser atendida. 
     - Oi. - falei tímida. 
- O que faz aqui? Achei que não chegaria antes do dia 10.
- Felizmente fui liberada ontem, e como consegui falar com você por telefone...
- Meu celular, bom... Eu não sei onde ele está. - Lexa olhou ao redor mostrando que realmente o perdera. 
- Posso entrar?
- Entra. - Lexa não parecia ter nenhuma expressão no seu rosto, apenas estava séria como sempre. - Vai sair? - Ela quis saber me olhando de cima a baixo.
- Na verdade, vamos. - abri um pequeno sorriso para ela. 
- Como assim, vamos? - Ela ergueu uma sobrancelha. 
- Preciso de uma carona para a cidade, é uma pequena festa com a equipe... - falei olhando para ela. - Pensei que pudesse ir comigo. 
- Clarke, eu...
- Eu sei, você provavelmente está muito chateada comigo, e com razão, mas eu não tenho mais ninguém aqui que possa me dar uma carona. 

Lexa demorou um pouco para responder, apenas foi em direção a escada, mencionando que iria subir, respirou fundo e disse. 
- É algo simples? 
- Sim, sim. Com certeza. - disse apressada. 
- Está bem, te levo até lá. Mas...
- Mas?
- Quero que você me explique o motivo de ter falado comigo ao telefone daquele jeito outro dia. 
- Explicarei tudo, eu prometo. Aliás, desculpe por isso.
- Desço em um instante. - ela disse ignorando minha ultima fala, subindo as escadas com pressa. 

Passamos as exatas duas horas dentro do carro em silêncio, Lexa não mencionara uma só palavra para mim, e eu não sabia bem ao certo o que dizer para ela. Chegando ao endereço que Kane havia me passado por email, ela estacionou seu carro em uma vaga próxima a casa onde estava acontecendo uma pequena festa. 
- Se quiser posso dirigir na volta para casa, caso esteja cansada. - Falei tirando o sinto de segurança. 
- como é que vai me apresentar? - Ela finalmente me olhou nos olhos.
- Como minha amiga... da faculdade. 
- Amiga da faculdade? - Lexa revirou os olhos e saiu do carro, batendo a porta. 

Seguimos em direção a porta de entrada da casa, e uma mulher estava posta na porta, parecia estar me esperando. 
- Olá, bem vinda. - Disse a morena com simpatia.
- Oi, sou a Clarke. 
- Sim, já esperávamos por você Clarke. 
- Esta é minha amiga, Lexa Woods. 
- Muito prazer senhorita Woods. - Disse a mulher apertando a mão de Lexa, que forçou um pequeno sorriso. 
- O prazer é todo meu. 
- Clarke! Estou tão contente por ter vindo! Kane não tinha certeza que viria. - Roan me abordou com um abraço. Percebi o olhar de Lexa sobre Roan. 
- Ah, Roan, ei! Ele insistiu. - Tentei me soltar dos seus braços fortes. 
- Vem cá, ali tem algumas pessoas que quero que conheça. - Roan me puxou pelo braço, ignorando totalmente que Lexa estava ali. 

Roan não me deu a chance de sair do circulo de pessoas, e de longe vi Lexa perto do balcão com uma taça de vinho na mão, me fuzilando com seu olhar. Droga, isso só estava piorando as coisas. 

 A festa ainda iria durar por muitas horas, mas eu me despedi do pessoal, e de Roan, que não saiu do meu pé um só instante, e vim dirigindo o carro de Lexa. Voltamos o caminho todo da mesma forma que fomos. 
- Obrigada por ter me levado. - Falei me sentando em sua cama, enquanto ela entrava no banheiro. 
- De nada. 
- Espero que não seja do tipo que fica com ciúmes, já que o Kane me disse que minha personagem terá algumas intrigas amorosas. - Falei observando Lexa desarrumar seu cabelo e retirar sua maquiagem. - E deve ser com o Roan, o cara que eu fiz audição.
- Você acha que ele tem alguma quedinha por você? - Ela perguntou secamente
- Provavelmente. Viu que ele não me largou lá na festa... Ei, não está realmente com ciúmes não é? Estava brincando.
- Porque iria ficar com ciúmes, Clarke?
- Clarke?
- Não é o seu nome?
- Por que está agindo assim? Eu sei que pisei na bola com você, mas pensei que estava feliz por mim. 
- Sério? Porque se importa com o que eu penso? - Ela cruzou os braços. - Não é com isso que você vai se importar quando for embora de qualquer maneira. 
- O que... O que quer dizer com isso?
- O que é que você acha que eu quero dizer?
- Eu acho que quer acabar com a nossa relação. - falei com lágrimas que ameaçavam a cair - Apenas porque irei trabalhar em outro lugar? Tenho certeza de que nós não somos o único casal do planeta a ter um relacionamento a distância, Lexa.
- Que lindo! Então agora somos um casal? - Ela disse em tom de ironia, e meu coração se quebrou com suas palavras. 
- Isso é uma merda! - liberei as lágrimas e olhei para ela, que baixou a cabeça em reprovação pelo que tinha dito. 
- Desculpa. Eu não queria... Podemos apenas... - Ela respirou fundo, - Será que poderíamos falar sobre isso amanhã de manhã?
- Não! Eu quero falar sobre isso agora Lexa! - Eu chorava desesperadamente, o ar faltando em meus pulmões. - Primeiramente, precisa me fazer a porra da gentileza, de pelo menos admitir que temos uma relação. Segundo, me dê uma explicação descente do motivo que quer acabar com tudo entre nós.
- Clarke, pense em termos práticos! - Ela ignorou que eu estava chorando e apenas aumentou seu tom de voz. - A califórnia fica do outro lado do país. Quantas vezes pensa que vai pegar um avião para voar até aqui para me ver? 
- Muitas vezes Lexa, sempre que tiver um tempo livre. - falei baixinho. 
- Ok, ótimo. Digamos que fará isso, o que vamos fazer quando você chegar aqui?
- Não sei! - Estourei - As mesmas coisas que sempre fizemos! 
- E depois se encontrarmos alguém que você conhece? Vai dizer mais uma vez que somos colegas de faculdade? E como vai justificar tantas vezes que voa até aqui, só para ver uma amiga. - Vi as lágrimas de Lexa cair sobre seu rosto, e eu baixei minha guarda.
- Perceba que é isso que está te preocupando, estou de acordo com você, Lex... Estou plenamente de acordo com você. - Me aproximei dela e continuei - Não estou dizendo que seria capaz de tornar este assunto intimo, publico. Por que não posso. Mas posso prometer que isso nunca será a razão para terminarmos. Mesmo que haja especulações em artigos, fotografias, o que quer que seja. Estou disposta a lidar com isso, porque acho que você vale a pena. 
- Talvez eu não queira tornar isso publico, Clarke. 
- Concordo, vamos esperar pelo momento certo. 
- Não Clarke. Você não entende? Não há momento certo ou errado. Não posso arriscar perder tudo que conquistei na faculdade por isso. Talvez eu só não acho que isso vale a pena. 

Não acreditei no que estava ouvindo, e não pude acreditar que mesmo ela chorando, mesmo depois de tudo que eu disse, ela foi fria, e apenas pensou nela mesma.

Não disse mais nada, saí de sua casa as pressas, enxugando as lagrimas que ainda insistiam em cair.


Notas Finais


NÃO ME MATEM! hahah
A parte 2 vai vim logo logo.
Deixem seus comentários, me digam o que estão achando.
Bjs <3


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