História Like Air - You're the one and only.

Quando desembarquei senti meu corpo completamente exausto, ok que eu não dormi muito bem na noite anterior, e não pude ao menos cochilar durante o voo, tinha uma senhora do meu lado que não parou de ver filmes de comédia, e não parou de rir de todas as cenas possíveis. O que resultou que não pude ao menos fechar os olhos para pensar direito.

Peguei um táxi, e pedi que me deixasse no hotel que eu me hospedava com frequência, ainda não me sentia confortável em estar na casa da minha mãe. Depois daquele dia em que discutimos em plena ação de graça, não havia falado com ela. Nem mesmo uma ligação sequer, absolutamente nada. Eu sentia falta é claro, ela é minha mãe, mas ela me devia um pedido de desculpas. Entretanto eu sei como ela é, o gênio forte, ela não daria o gosto de pedir desculpas, mesmo estando completamente errada. 

Já no meu quarto de hotel, coloquei as minhas coisas por cima da cama e tirei as roupas para um banho rápido. Quando me aproximo da porta do banheiro, escuto meu celular tocando dentro de minha bolsa, mas logo depois ele para e percebo que era alguma mensagem, provavelmente da operadora. Deixei para ver a mensagem depois do banho, e sigo para o chuveiro.

Coloquei uma roupa descente, peguei meu roteiro e minha bolsa, e já ia me direcionando para a saída do quarto quando lembrei de checar a mensagem, e era de Lexa:
De: Lexa Woods
Recebido: 10h00
Clarke, sinto muito por tudo que aconteceu. Eu sinto sua falta também. 

Não sabia se sorria ou se chorava, eu estava mesmo lendo aquela mensagem? Ai Lexa... 
Para: Lexa Woods
Enviado: 10h05
Eu quero consertar as coisas entre nós, e eu vou conseguir fazer com que isso aconteça. Você não imagina a felicidade que foi ler sua mensagem. Posso te ligar depois? Estou de saída para o set de filmagens.
De: Lexa Woods
Recebido: 10h15
Me liga depois que não estiver ocupada. 

Depois de sua última mensagem, sai do hotel e segui para o set de filmagens, respirando fundo já que eu sabia quem iria encontrar lá. Eu precisava falar com Kane antes de gravar qualquer cena, e eu precisava me certificar que Roan ficasse longe de mim, longe do planeta! 
- Clarke! - Falou Kane com entusiasmo quando me viu cruzar a porta do set. 
- Kane, precisamos conversar, eu preciso muito te contar uma coisa que acon... - Ia me aproximando quando percebi que Roan estava bem atrás de Kane com sua cara de pau estampada, que homem horrível! 
- O que dizia? - Perguntou Kane. 
- Podemos conversar a sós? Por favor. - Falei sem ao menos olhar pro lado de Roan. 
- Claro, vamos até ao camarim. - Segui Kane, e tranquei a porta logo após eu ter entrado. - Então, o que é de tão importante? 
- Não posso trabalhar com Roan, não posso e não vou. - joguei as palavras apressada
- O que? Clarke, não estou entendendo, vocês pareciam se dar tão bem. 
- Ótima observação Kane. Nos dávamos bem, mas depois do ocorrido, não o quero nem a dez metros de distância de mim. - cruzei os braços nervosa
- O que aconteceu entre vocês? - Kane me olhava sem entender 
- Ele tentou... Ele me assediou. 
- Clarke. É normal homens dar cantadas em mulheres e você é uma mulher muito bonita. 
- Não Kane, não estou falando de assédio verbal. Ele me tocou, ele me bateu, ele rasgou minha roupa, eu quase fui estuprada, e... - Senti minha mãos tremerem só de lembrar tudo que havia acontecido. Kane me olhava muito preocupado agora - Ele me deixou marcas, físicas e mentais. e eu não quero passar por isso novamente, não quero nem lembrar que passei por isso.
- Clarke, essa é uma acusação muito séria, você tem certeza do que está falando?
- EU SEI O QUE ACONTECEU! - gritei já nervosa e Kane se assustou dando um passo para trás automaticamente. - Desculpa, eu me alterei. Eu sei o que eu estou falando, e eu sei o que Roan fez comigo, e eu não o quero aqui, não o quero nessa série e muito menos nesse país, o quero longe! 

Kane não falou nada por um breve momento e apenas ficou olhando pro chão, absorvendo tudo que eu havia dito. 
- Eu não sei o que posso fazer, Clarke. 
- Sabe! Você pode tirá-lo daqui agora mesmo, pode simplesmente chamar a polícia e...
- Calma, vamos com calma! - ele me interrompeu, mas que merda!
- Calma? Você acha que eu vou conseguir estar em uma sala gravando com aquele filho da puta por pelo menos cinco minutos sem ao menos querer voar na cara dele? Não preciso de calma, preciso que ele seja demitido, que ele perca sua licença pra atuar, o que for necessário! - Vi Kane abrir a porta e sair dali com passos rápidos, gritei - Pra onde você está indo? Mas que merda! 

Continuei dentro do camarim, andando de um lado para o outro, eu estava me sentindo doente, eu queria vomitar, e sentia que poderia vomitar a qualquer momento. Após uns dez minutos que mais pareceram eternidade, Kane entrou no camarim novamente, e logo atrás dele, Roan.
- O que esse imbecil faz aqui? - perguntei 
- Vamos conversar, nós três, e resolver essa situação. 
- Kane! Eu não vou conversar com esse ai. 
- Clarke, eu queria me desculpar. - Roan começou a falar com uma voz mais forçada do mundo - Eu estava bêbado, eu nem lembro direito o que eu tomei, mas eu não queria ter feito aquilo. Não quis que te machucar, me desculpe. 
- Não vou te desculpar, não mesmo! Estar bêbado ou não, não é desculpa para o ato que você cometeu. Você tem ideia do que você me fez? É um absurdo eu ter que me calar e apenas aceitar suas desculpas, para que? Para você depois fazer isso de novo com outra pessoa? - Minhas lagrimas já ameaçavam a cair, mas tentei me manter firme. Eu estava sentindo tanta vergonha daquilo tudo. 
- Não foi tão grave assim...
- Não acabou sendo algo mais grave porque o Bellamy veio me salvar de suas mãos imundas. - interrompi Roan, que por sua vez baixou a guarda e apenas assentiu com a cabeça. - Olha Kane, não estou com cabeça para grava nada hoje. Se me der licença. 
- Clarke, espera. - Kane me puxou pelo braço de leve - Fica, tenta se acalmar, e depois gravamos alguma coisa. Por favor, e você tem entrevistas para fazer. 
- Não Kane. Você não vai me obrigar a nada, e cancele tudo. Não vou ficar aqui mais nenhum minuto, enquanto Roan tiver que estar no mesmo lugar que eu, não vou ser obrigada a ficar. - olhei com nojo para Roan, e sai dali com passos firmes, pude ouvir Kane gritar mais alguma coisas atrás de mim, mas não me dei ao trabalho. 
     

As lagrimas caiam sem medo, e eu comecei a soluçar, ali mesmo no meio das ruas de LA, com as pessoas me olhando e fazendo observações sobre o que poderia estar acontecendo. Peguei meu celular e disquei o número da única pessoa na qual eu queria conversar. Felizmente Lexa atendeu no terceiro toque. 
- E-eu preciso d-de você. - Falei em meio aos soluços
- O que houve? Respira. Onde você está? - percebi a preocupação em sua voz, e foi como se nada entre nós tivesse mudado, como se nada do que aconteceu afetou na nossa relação de certa forma. 
- E-estou, não sei! não s-sei. 
- Clarke, respira fundo e tenta falar devagar. Você está me assustando. - Respirei fundo como ela pediu e tentei falar com um pouco mais de calma. 
- Eu quero te contar tudo, mas preciso que seja pessoalmente. Eu só não posso voltar agora, por mais que eu queira. 
- Eu vou. - ela disse com pressa
- O que? 
- Eu vou pra onde você está. 
- Lexa! Não, você tem suas obrigações. De jeito nenhum quero que você venha para LA apenas para eu te contar algo, eu digo pelo telefone. - Coloquei a mão na cabeça em preocupação, é claro que eu queria Lexa aqui! É claro que eu queria.
- Já está decidido, eu vou pra ai. Me passe as informações de onde você está hospedada, eu vou reservar meu voo agora mesmo.
- Lex...
- Clarke! Não discuta comigo, já está decidido. Agora me passa a droga das informações. - sorri automaticamente por ouvir toda aquela autoridade. A Lexa Woods que eu conhecia. 
- Pronto, te mandei por sms senhoria mandona. 
- Olha só quem já parou de chorar desesperadamente. 
- Efeito Lexa, conhece? - ouvi ela sorrir do outro lado da linha
- Agora, onde você está? 
- No meio de umas ruas, - olhei ao redor - não sei mesmo que ruas são essas, mas acho que fica perto do set de filmagens. 
- Então volta pro set. 
- Não! qualquer lugar, menos aquele. 
- Okay senhorita mistério, então volte pro hotel, em algumas horas eu chego. - E então ela desligou. 

[...]

Cinco horas se passaram e eu ficava cada vez mais impaciente. Eu precisava dela comigo, e agora mais do que nunca. Ouvi as batidas na porta e junto com elas sentir meu coração acelerar, não hesitei nem um segundo sequer em abrir, e lá estava Lexa, com apenas uma bolsa de lado, ela usava uma saia longa rosa e um cropet branco, parecia uma boneca, sorri e me joguei em seus braços. Eu sei que estava tudo ainda delicado entre nós, mas eu queria me sentir segura, e eu precisava dela naquele infortúnio que estava sendo.

Seus braços envolveram minha cintura forte, me abraçando com vontade, senti sua respiração pesar. Seu cheiro tão conhecido por mim, penetrava todo meu ser, como eu senti falta desse abraço, como eu senti falta dela. Minhas lagrimas começaram a cair novamente naquele momento.      

Lexa me olhou com preocupação, me puxando para dentro do quarto e fechando a porta. Ela não falou nada, apenas me deixou chorar, e quando eu finalmente consegui controlar meu choro, ela falou.
- Agora me conta. Me conta tudo, todos os detalhes, não esqueça nada. - Assenti, respirei fundo e soltei tudo de uma vez. 
     

Depois que praticamente terminamos, eu me via sem rumo algum, e sem animo para nada. Me aproximei bastante de Bellamy, ele foi e é um amigo muito querido. Um dia, ele me convidou para uma festa e lá estava Roan, aquele cara que você havia sentido ciumes, que eu provoquei. Me desculpa mesmo por isso. 

Lexa ouvia tudo atentamente, e pediu que eu continuasse. 

Roan não é a pessoa na qual eu achei que ele fosse. Ele me chamou para uma sala, uma biblioteca e me atacou. Tentei empurrá-lo antes que ele tentasse algo, mas suas mãos grandes agarravam meus pulsos com muita força e eu não pude detê-lo, eu não fui forte suficiente para deter ele. Tentei escapar várias vezes, e em momentos de desespero mordi com força seus lábio, o que o fez sentir raiva, e me esbofetear forte na cara, Lexa, eu nunca apanhei de ninguém. Eu me senti tão fraca, tão pequena. Ele pegou com suas mãos imundas em minhas partes intimas, ele estava pronto para me forçar a ter relações com ele, mas Bellamy apareceu e me tirou dali.

Depois do ocorrido, eu só queria correr para sua casa, mas não tive toda a coragem que eu precisava, então apenas tentei te ligar, mas você não me atendia, e em um momento estressante arremessei meu celular contra parede, por isso estou com um celular novo. 

E hoje, contei para Kane o que tinha acontecido, e que não quero ter que trabalhar com Roan, e parece que as coisas não são tão simples assim, e eu não sei mais o que fazer. 
- Eu me sinto tão perdida sem você. - Conclui. Lexa me olhava sem dizer uma única palavra. Ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro.
- Eu vou matar esse filho da puta! - ela pegou sua bolsa e já ia saindo do quarto, mas a segurei pelo braço
- Ei! 
- Me solta Clarke! Me deixa matar ele! - vi lagrimas caindo sobre seu rosto - Como ele pôde fazer isso com você? Como? 
- Eu estou bem, aparentemente. 
- Não, você não está bem, não está nada bem. Eu ouvi pelo telefone a forma que você chorava, e eu posso até imaginar... Imaginar você desesperada pedindo por socorro. Me perdoa! - Lexa se jogou de joelhos no chão e seu choro parecia ser o mais sincero. 
- Você não tem culpa! O único culpado é ele. - me abaixei para poder olhar em seus olhos. - Eu vou conseguir resolver tudo isso.
- Nós vamos. Não vou te deixar sozinha. - Lexa me abraçou com força. - Eu não vou te deixar sozinha de novo, pandinha. 

Me soltei do seu abraço e olhei para ela, quanto tempo eu não ouvia ela me chamar de pandinha? Meu coração vibrou em felicidade, segurei seu rosto, enxuguei suas lagrimas e a beijei. A beijei como se fosse a ultima coisa que eu tinha que fazer no mundo, como seu beijo me fazia falta. Seus lábios eram quentes e tremiam em sincronia com os meus. Pedi passagem com a minha língua e ela permitiu a passagem. Suas mãos estavam agora em minha cintura, me deitando ao chão e se posicionando por cima de mim. 
- Desculpa. - ela disse se levantando, e se encostando na parede, como se quisesse ficar grudada nela para não tocar em mim. 
- Lex...
- Não é certo, não é o momento. 
- Ok, está certa. 
- Eu te quero, muito. Saiba que não há ninguém que eu queira mais do que você. - sorri para ela, e ela continuou. - Vamos jantar fora, tentar distrair um pouco sua mente, o que acha? 
- Tudo bem. 
- Amanhã, é um novo dia, e nós iremos resolver tudo isso. 

[...]
     

Depois que eu e Lexa jantamos em um restaurante que ficava ali perto do hotel, passeamos um pouco em silêncio, mas aquele silêncio que não nos incomodava. Quando já estávamos de volta ao quarto do hotel, Lexa disse que iria tomar banho para poder dormir, e eu falei que iria logo em seguida.      

Mas quando ouvi o barulho da água cair sobre seu corpo, não me contive, e fiquei na porta do banheiro a observando. 
- Vai ficar ai me olhando? - me assustei com sua voz e sorri para ela
- Gosto do que vejo. 
- Não quer sentir? - senti meu corpo enrijecer, eu sei que estava em um momento bem delicado, mas Lexa estava na minha frente, completamente nua, e eu amava cada curva daquele corpo para poder resistir. 
- Posso me juntar ao seu banho? - perguntei 
- Vem. - comecei a tirar minha roupa e me juntei a ela, sentindo meu corpo se arrepiar apenas com seu toque me minhas costas.

Eu ergui meu rosto e nossos olhares se encontram, seus olhos brilham pela luz suave do banheiro. 
- Você não faz ideia de como está atraente, Clarke.
- Vem comigo. - sussurro, desligando o chuveiro e a puxando para a cama do quarto. 

Quando nos aproximamos da cama, ela me puxa de forma inesperada, me fazendo cair em seu colo, ela envolve seus braços ao redor da minha cintura, colocando seu rosto na minha nuca, me fazendo arrepiar ao longo da minha coluna. 
- Por que a gente brigou? - ela sussurrou ainda me fazendo carinho na nuca
- Eu não sei. Porque estamos nos conhecendo melhor, e casais geralmente brigam. - falo ofegante

Lexa puxa minha cabeça de leve para trás, e me beija apressada, solto um gemido em resposta e acaricio seus cabelos. De repente ela se levanta me deitando sobre a cama, suas mãos deslizam sobre minhas pernas, abrindo meus joelhos, ela começa a beijar meus joelhos e vai subindo beijando minhas coxas, solto mais um gemido abafado. Fecho os olhos quando sua boca encontra meu sexo, e ela me beija lá, meu deus! Sua língua começa a fazer movimento circulares em meu clitóris, e eu automaticamente abro mais minhas pernas, me sentindo totalmente entregue a ela, aquele momento. Lexa me segura firme, e sua língua continua seu trabalho, com meu quadril acompanho seu ritmo, aumentando meu prazer. Vou ficando mais excitada à medida que ela acelera, cada vez mais rápido. solto um gemido alto quando ela enfia um dos dedos em mim, continuando o mesmo ritmo que sua língua.
- Ah! Lexa! - Me contorço de prazer, enquanto ela continua me estocando com força. Ela me olha e eu vejo em seus olhos a paixão existente neles. 
- Goza pra mim, Clarke! - ela diz ofegante, e soa tão sexy! Quando ela enfia mais um dedo em mim, aumentando mais ainda seu ritmo, não consigo mais aguentar, e sinto meu líquido escorrer. Lexa retirou seus dedos de dentro de mim, e ficou me olhando sem dizer nada.
- O que foi? - sussurrei
- Eu amo você, Clarke. - abri um sorriso enorme e a puxei para cima de mim, e ela se deitou apoiando a cabeça sobre meu peito. 
- Eu também amo você, Lexa. - respirei fundo e falei - Será que vai ficar tudo bem entre a gente, agora? 
- Não pense nisso agora. 
- Eu sei, desculpe. Eu só não quero te perder de novo. Eu preciso de você. 
- Eu também preciso de você, pandinha. - ela se virou e apoiou o queixo sobre as mãos em meu estomago - Vai ficar tudo bem entre nós. E vai ficar tudo bem sobre qualquer outro problema. Tudo vai se resolver. 
- Promete? 
- Não. - Franzi o cenho e ela começou a rir. - É brincadeira! Eu prometo!