- Vou sentir sua falta, na próxima semana, Lex. - Disse para Lexa enquanto nós preparávamos o almoço, estava perto do dia de ações de graças e minha mãe queria que eu fosse o mais rápido possível para ficar com a família, entretanto, eu não estava nem um pouco a fim de ir.
- Não tem saudades dos seus pais? - Lexa me perguntou enquanto colocava a lasanha no forno.
- Não mesmo.
- Bem, talvez ele tenham saudades suas, pandinha.
- Acho isso bastante improvável. - Falei cortando a cenoura de uma forma que parecia que eu estava assassinando a coitada.
- Improvável é? - Lexa me olhava de uma forma engraçada, pois percebeu o meu mau jeito para cozinha e seus derivados, - Deixa a cenoura aí, vem, vamos trocar de lugar, prepare o alface.
- Eu estou cortando super bem Lex.
- Claro que está, ouço os gritos de socorro da cenoura daqui. - Rimos juntas da sua piada.
- Sabe, eu quase não via a minha mãe quando eu gravava o show. - Lancei um sorriso triste - Todos os seis anos de duração dessa série.
- Como é que foi isso?
- Ah, não sei. Não lembro realmente como foi. - dei de ombros. - Comecei a discordar do Lincoln, ele era o meu empresário. para evitar a comutação e acho que ele se tornou um arranjinho permanente. E eu acho que a minha ida para a Ação de Graças é uma emboscada.
Ela está tentando compensar o tempo perdido.
- Ela não ia ao set com você? - Questionou
- Não. - Quando dei minha resposta, parei para pensar que nunca entendi o motivo de minha mãe nunca ter me acompanhado ao set uma única vez na vida.
- Isso não te incomodou? - Se tem uma coisa que eu percebi em Lexa, é que ela gosta de ser bem direta em suas perguntas.
- Não... Sei lá, talvez. Lá eu tinha o Lincoln, não precisava de mais ninguém.
- Eu precisaria. - Olhei para ela e lancei mais um sorriso triste.
Conversar com Lexa era tão confortante, e não me importava o fato dela ser sete anos mais velha do que eu, e mais experiente do que eu no quesito vida. Lexa era uma pessoa com um caráter incrível, uma força, e uma beleza incomparável. Enquanto comíamos em silêncio, observei-a um pouco distante.
- Está tudo bem? - Quis saber
- Claro, está sim.
- Estou te achando um pouco distante Lex.
- Não é nada pandinha, fique tranquila.
- Tem certeza? - Eu não ia desistir.
- Ah ta bom! Vou senti sua falta esses dias em que estiver fora, feliz agora? - Vi seu rosto ficar vermelho com sua resposta e não pude deixar de abrir um largo sorriso. - O que foi agora?
- Nada. - continuei olhando-a, solvei o garfo no prato, levantei e me aproximei de sua cadeira, afastando um pouco da mesa para poder sentar em seu colo. - Estava pensando aqui, senhorita Lexa Woods sentirá minha falta?!
- Ah qual é, vai debochar de mim agora? Tenho um coração, de gelo, mas ainda o sinto bater as vezes. - Brincou.
- Se tem uma coisa que eu tenho certeza é que seu coração não é de gelo, e mais - me aproximei mais do seu rosto deixando nossos lábios apenas a alguns centímetros de distância - você não é nada durona, ao menos quando está comigo.
Lexa não respondeu, apenas colou seus lábios aos meus e iniciou um beijo quente e apaixonante, eu podia sentir seu gosto e seu cheiro tão forte e queria mais, ansiava por mais, agora abrindo sua camiseta preta de botoes, notei que ela estava sem sutiã, o que me fez excitar um pouco só de olhar. Lexa puxou meu cabelo de leve fazendo minha cabeça cair para trás e começou a distribuir beijos e mordidas leves em toda área do meu pescoço e ombros.
- Clarke Griffin, você me deixa louca sabia? - sussurrou, eu apenas soltei um gemido baixo e arfado em resposta.
...
Parece que o dia sabia que eu tinha poucas horas antes de viajar e fez questão de apressa-las, não tive tempo de ir a casa de Lexa me despedir, tive que deixar uma mensagem em seu celular.
A viagem foi tranquila de volta pra casa. Minha mãe morava de frente à um lindo lago, e tinha uma ponte lá que eu lembro de que gostava de brincar muito quando era pequena.
Desci do táxi e fui direto falar com minha mãe e seus convidados, ela ia dar um pequeno jantar pela minha chegada, não achei que isso fosse necessário. E para ser sincera eu já não estava me sentindo confortável.
- Onde está a sua nave espacial? - Um garotinho, filho de um dos convidados de minha mãe me perguntou.
- Ah, oi! Vou te contar um segredo, já não tenho mais nenhuma nave. - Brinquei com o garoto
- Então, como você chegou aqui? - O menino estava se referindo a minha personagem, que vivia no espaço. Mais exata, vivia em outro planeta.
- Os meus pais me trouxeram. - Pisquei para ele.
- Todo o caminho? desde o seu planeta?
- Aden, não a incomode, ela está comendo. - Interrompeu uma mulher, que parecia ser a mãe dele.
- Está tudo bem. - Sorri para Aden.
- Clarke, quer mais vinho? - Perguntou agora um homem careca e com uma simpatia não muito boa.
- Pode ser. Obrigada.
- Clarke, o que tem feito todos esses dias? Outra série? - Ah pelo amor de Deus, não vão me deixar comer em paz!
- Não...
- Clarke está na faculdade. - Minha mãe me interrompeu
- É universitária agora? Isso é ótimo! Mas eu realmente acho que devia tentar voltar para aquela série. Eu tenho meu televisor sintonizado todas as noites de quarta as 20h00. - Falou o homem, e eu não estava nada interessada.
- Sky People foi cancelada há anos. - Disse um pouco rude.
- Idiotice! Sempre esteve no ar!
- Isso tem nome, e se chama reprise. - bufei para ele, o que fez minha mãe me olhar de canto.
- Ela cresceu tão rápido! - Falou a mãe do Aden. - Estava tão magnífica quando começou aquele show. Tinha quantos anos naquela época?
- Doze. - Observei minha mãe falar - Ela ganhou o lugar entre mil crianças candidatas.
- Eu tinha onze, e nas audições foram 1.542 crianças. - Encarei minha mãe
- Tinha doze anos quando começou a primeira temporada.
- Sim, mas só tinha onze quando gravei o episódio piloto.
- Para o público, quando começou tinha doze anos.
- O público no caso são todas essas pessoas aqui? - questionei irritada apontado para as pessoas à mesa.
- Eu sei o que estou dizendo. - Minha mãe não parou
- Na verdade, acho que não. Alguma vez realmente, chegou a ver o show, mãe? - Seus convidados me olhavam, admirados com minha atitude talvez.
- Clarke, gostaria de continuar esta conversa em particular. - Disse minha mãe por fim, levantando de sua cadeira e indo para o jardim, fui logo atrás dela.
Antes que ela começasse a falar mais alguma coisa, ela se aproximou de mim e me deu um tapa na cara, no mesmo instante meus olhos ameaçaram a derramar lagrimas mas eu me segurei para que isso não acontecesse na frente dela.
- Nunca mais me desrespeite na frente dos meus amigos, está entendendo?! - Gritou minha mãe
- Porquê? Tem medo que eu possa arruinar a sua reputação de "mãe do ano"?
- Ter que aturar uma filha atuando nesse showzinho me faria ser uma mãe melhor?
- Não era um showzinho! Porque não pode simplesmente admitir isso?
- Por favor, Clarke. Pare! Tentei te mostrar isso mas você me ridicularizou.
- Te ridicularizei? Você não estava me mostrando nada, estava me expondo!
- Precisava de mim para fazer parte do seu clube de fãs? Hã? - bufei com seu tom irônico e rude. - Era isso que queria? Queria que eu vestisse uma camiseta escrito "I love Sky People"?
Ficamos em silencio por uns longos minutos, meu rosto ainda ardia com seu tapa e minha raiva só aumentava naquele momento.
- Estou sendo julgada aqui porque não queria ser uma daquelas mães histéricas? - Minha mãe cortou o silencio agora com o tom de sua voz mais calmo.
- Não.
- Me odeia porque não lhe forcei a ir ás audições?
- Não é isso. - olhei em seus olhos
- As coisas eram uma loucura naquela época, se lembra? Todos aqueles compromissos e a publicidade e mais as pessoas lançando olhares sobre você. - Minha mãe começou a chorar enquanto jogava todas as palavras em mim. - Não poda nem mesmo te levar a um restaurante sem que fosse assediada, Clarke. Eu pensei que queria ser deixada sozinha.
- Por que eu iria querer isso? - Falei irritada.
- Não precisa mais ficar aqui se não quiser. - Minha mãe disse me dando as costas voltando para os amiguinhos.
- Não se preocupe comigo! - gritei em resposta. Peguei meu celular com rapidez e liguei para Lexa. Eu queria sair dali.
...
Não demorou muito até Lexa chegar, o clima estava pesado demais, e eu precisava sentir seus braços ao meu redor. Precisava me sentir segura. Quando avistei o seu carro parando em frente a casa da minha mãe, peguei a pequena mala de mão que trouxe e corri para seus braços, deixando as lagrimas que eu estava evitando, caírem.
- Ei, calma! Estou aqui. - Lexa me abraçava forte e me dava beijos de consolo em minha testa - Estou feliz que tenha me ligado, pandinha. Já estava sentindo sua falta.
Não conseguia responder nada, apenas chorava e me prendia mais e mais no seu abraço.
- Vamos voltar para minha casa agora, está bem? - Apenas assenti com a cabeça, enquanto ela falava. - Vamos embora.
Entramos em seu carro e ela dirigiu de volta para sua casa.
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