História Like I Would - Overdose

Uma movimentação enorme ocorre, logo Ashley está algemada e é mandada para a mesma sala onde bex está, e enquanto bex olha furiosa pra ela, Ashley apenas sorri. As duas mulheres concordam que ela é a garota que elas viram, e ela sai de lá direto pra uma prisão. Ainda vai esperar a sentença, mas é ótimo saber disso. Bex sai mais tranquila, e a delegada pede desculpas pelo engano. Ela servirá de testemunha, e sinceramente, até saio fora da delegacia para evitar saber de tudo. Quando Bex finalmente é liberada, meu pai aparece com Sawyer.

- me parece que tudo foi resolvido. - Meu pai me olha com cara de bravo. Como se eu tivesse culpa ;-;

- Pai, sem sermão agora. Por favor.

- vamos para casa.

- eu vou com a bex pra casa de...

- Cody! Vamos para a casa agora! - ele aumenta o tom. Porra, meu pai tá bravo. Muito bravo! Olho em volta e vejo alguns paparazzi em volta, escondidos. Bex aperta meu braço gentilmente, dizendo que conversamos depois. Ah, sim dona bex! Com certeza iremos conversar! E muito!

- você vai me deixar bem claro essa história de assumir a culpa. E não adianta vim com desculpas esfarrapadas. - merda, meu pai passou o estresse pra mim. Ela me olha e ergue uma sobrancelha, e então entramos no carro. Meu pai leva ela até em casa, e só depois de sua ausência que ele conversa comigo.

- Pai, aconteceu alguma coisa?

- Fora a sua namorada ter sido presa? - ele ri com sarcasmo. Nossa, que grosso! Olho pra ele com cara feia, e me viro pra janela. Los Angeles parece totalmente alheia aos acontecimentos, embora esteja ligada.

- sua mãe. - ele diz em tom baixo. Então aperta o botão que ativa uma espécie de vidro, entre os bancos da frente e os de trás.  - ela...

- ela...? - digo para que ele continue. Mas não quero que ele continue...

- sofreu um acidente de carro.

- o quê? Quando? - fico mais alerta.

- parece que foi hoje de manhã. Mas me ligaram só agora a tarde. Não podemos visitar ela hoje. Apenas amanhã.

- merda... - meus olhos se enchem de lágrimas. Tudo bem que nesses últimos tempos minha mãe não merecia um Óscar de melhor mãe, mas eu não queria que nada acontecesse à ela... Puxo meus joelhos e abraço eles, enquanto choro. Meu pai me abraça gentilmente, e eu me sinto como uma criança de 5 anos que acabou de perder seu presente, ou que apanhou da mãe. E de tanto chorar, adormeço.

Acordo e estou no meu quarto, ainda com a mesma roupa do dia todo. Não comprei livros, briguei e desbriguei com a namorada, ela foi presa, solta, e a ex é a culpada de tudo, Jesus! É muita água pra minha represa. Tomo um banho gelado, e me arrumo silenciosamente. Vou pra casa da Bex. Ligo pra ela, mas ela não atende, então deixo mensagem. Saio do quarto devagar, e vejo que na mesa há 2 copos de whisky. Meu pai não está mas com a ex secretária dele. Vive arrumando garotas novas, que só querem dinheiro. Ouço barulhos não agradáveis, e aproveito a deixa pra sair. Chego na casa dela em 15 minutos, e subo. Bato na porta, mas ninguém atende. Tá que é de madrugada, mas é estranho. Pego minha cópia da chave e entro, e encontro o apartamento vazio. Me estômago revira. Meus olhos lacrimejando. Ela não pode ter ido embora. Não agora! Não agora que eu preciso dela... Olho o peque o closet, nada. Não há roupas dela, nossas fotos sumiram, apenas uma louça limpa. Me bate o desespero e eu começo a ter minha famosa crise de ansiedade. Meu peito dói. Eu realmente quero morrer. Mas não posso, minha mãe sofreu um acidente e não sei se é isso que ela iria querer pra mim. Ligo novamente para Bex mais 5 vezes, sem resultado. Me deito na cama e choro. De novo. Estou cansada de chorar. Cansada de sofrer. Não posso mais. Não posso. Não suporto mais isso. Me levanto e vou até o armário onde Bex guardava todos os remédios. Abro e encontro alguns remédios para diferentes causas e tomo vários, sem ler para que eles servem. Bebo água e me deito. Logo começo a ter ânsias, enjôo, tonturas e tosses. Então, apago. Todas as dores, todas as preocupações, todas as mágoas. Todas sumiram.