Abro a porta devagar.
- bex? - minha voz sai como um sussurro. Não! Isso não pode estar acontecendo!
- foi você... - a voz dela está tão baixa que quase não consigo ouvir. - esse tempo todo foi você... - ela está com a caixa onde eu guardo todos os bilhetes na mão, e segurando um deles. Sinto o sangue subir em meu rosto.
- bex, eu posso explicar! - mas não tem explicação pra isso. Eu estou totalmente sem palavras. Como pude ser tão idiota a ponto de esquecer que a caixa com os bilhetes ficava no closet? COMO?
- por que você não me disse? - ela finalmente olha pra mim, e estou tão envergonhada que desvio o olhar no mesmo instante.
- eu... eu não sei, eu não sabia como você se sentia a respeito e... eu não sabia o que fazer! - digo voltando pra trás e abaixando a cabeça, esperando pelo transtorno dela, pela tempestade que ela iria fazer. Bex vem até mim e levanta meu queixo, mas eu não olho pra ela e sentir sua pele na minha não está deixando a situação menos tensa.
- hey, olhe pra mim. - levanto meu olhar e quase infarto. Aqueles olhos azuis esverdeados são maravilhosos demais. Quando ela percebe que meus olhos estão marejados, pergunta. - é por isso que se afastou?
- talvez. - respondo tentando conter as lágrimas, e não sabendo se ela escutou ou não.
- meu Deus, Hailey! - ela se afasta. - tem noção de quantas vezes eu fiquei me perguntando o que tinha feito de errado pra você se afastar? Eu pensei que tinha deixado meus sentimentos à mostra demais e você tivesse se sentido desconfortável! - ela diz passando a mão no cabelo. Tenho certeza que meus olhos brilharam.
- você tem sentimentos por mim? - digo baixinho.
- você ainda pergunta? - ela diz jogando os braços pro ar. - É claro que eu tenho! E os bilhetes estavam sendo uma distração dos meus sentimentos por você, quando esse tempo todo eles estavam vindo de você! - ela me olha, e eu tento esconder o enorme sorriso, falhando totalmente. Ela sorri e vem até mim, e quando menos espero, sua mão esquerda está na minha cintura me puxando pra mais perto dela, e a outra mão está na minha nuca. E o mais importante: seus lábios nos meus. Beijo ela com intensidade, meu deus, o quanto eu imaginei isso, e está sendo mais perfeito do que eu poderia ter pensado!
- por favor, fique aqui comigo hoje a noite. - digo baixinho. - meus pais foram viajar e só voltam daqui 4 dias. Não gosto de ficar sozinha.
- é claro! Fico todos os dias se quiser. - ela não consegue conter o sorriso no rosto. Sorrio também, e ela me dá uns 5 selinhos antes de sentar na cama. - eu tô bêbada? Não me lembro de ter bebido tanto e dormido. Parece que eu tô num sonho. - Ela diz me puxando em seu colo. Acabo rindo.
- eu acho que tô sonhando também. Se eu tô, não quero mais acordar! - digo enquanto lhe dou um beijo rápido. - você não tem noção do quanto eu imaginei isso! - ela me olha e sorri.
- meu amor, eu imagino isso aqui desde o dia em que você chegou do meu lado e disse "aqui é meu lugar".
Sorrio mais ainda, e ela me beija intensamente.
- como você achou a caixa? - digo me levantando e pegando alguns dos bilhetes no chão e colocando na caixa novamente.
- fui pegar uma camiseta do Star Wars ali e não vi a caixa embaixo. Nem vi direito como caiu. Só vi os bilhetes. - ela dá de ombros e eu fico corada.
- foi idéia da Carl.
- que falsa, ainda disse que ia me ajudar a descobrir quem era. - dou uma risada alta.
- eu mandei ela fazer isso, não a culpe. - pisco pra ela e me sento ao seu lado. Ela me deita na cama e beija meu pescoço.
- 4 dias sozinha? - ela diz com um sorriso extremamente sedutor e levantando uma sobrancelha.
- pra alguém tão linda você é tão safada. - ela me beija e levanta minha regata, deixando a minha barriga à mostra. Então começa a beijar e morder levemente, me fazendo parar de respirar. Então ela morde pra valer, deixando um vermelho enorme!
- bex! - brinco e dou um tapa no seu braço.
- amor, se for pra dar tapa, que seja na minha bunda! - ela ri. - okay, agora vamos fazer o quê?
- tava pensando em estudar. Não foi pra isso que você veio aqui? - digo rindo.
- na verdade não. Minhas notas estão boas. Eu tinha outros propósitos mesmo.
Olho pra ela embasbacada.
- que foi? Não se pode mais pensar em outras coisas que não seja estudar? Vamos ver Voltron, o que acha?
- é uma idéia legal. - sorrio e ela me dá um selinho. Ligo a TV e coloco um episódio qualquer.
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