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História Murphy - Drarry - Cap. 11 - 24 a 31 de Julho


Escrita por: izukuart

Notas do Autor


Só queria dizer que alguns personagens que morreram na obra original vão estar vivos sim na história taokey que eu quero. O Fred aparece nesse capítulo 🖤

Capítulo 11 - Cap. 11 - 24 a 31 de Julho


Dia 34

24 de Julho de 2001

Terça-feira

 

"Malfoy." Potter falou baixo, olhando para seu reflexo no espelho tentando ajeitar sua gravata. 

"O que?" perguntou da sala, estava sentado na poltrona, Murphy não queria levantar da cama e Draco se sentiu idiota de estar ali aquela manhã já que vem apenas por ela.

"Amanhã eu vou ir ao orfanato de Londres depois do meu horário de trabalho, talvez eu chegue um pouco tarde, pode ficar com a Murphy até que eu chegue? O horário da guardiã é só até às seis."

"Ok, eu fico." Draco mexeu os ombros em pouco caso. "O que vai fazer lá?"

"É um trabalho social que estou planejando." Draco o ouviu grunhir irritado com a gravata.

"Por Merlin, foram seis anos em Hogwarts e até hoje não consegue fazer um nó descente?" o loiro perguntou se levantando e andando para o lado do moreno, o puxando pelo braço para virar para ele e pegando na gravata, desfazendo o nó ainda em formação de Potter. 

"Eu odiava, Hermione ou Dean me ajudavam." Potter respondeu olhando para o rosto de Draco, que deu de ombros outra vez e levou o olhar para a gravata. 

"Pronto, parece mais apresentável agora." respondeu com uma voz mais humorada, Draco avistou um pequeno sorriso de canto nos lábios do outro que se virava para o espelho ver como ficou.

"Obrigado."

"Papai, vocês já vão?" olharam pra a porta do quarto de hóspedes e avistaram uma pequena Murphy piscando os olhos sonolenta. Eles murmuraram uma afirmação e ela mexeu a cabeça desviando o olhar. "Vou ficar com saudades." acenou com a pequena mãozinha e antes de obter resposta entrou no quarto de volta parecendo chateada. "Eu disse pra você Camellia que eles não tem mais tempo pra mim." eles ouviram e se olharam em seguida.

"De noite podemos tentar animar ela comendo fora, se você quiser..." Potter sugeriu e Draco deu de ombros.

"Talvez seja melhor só vocês, eu tenho algo marcado as oito, não se atrase ou vou me atrasar também." 

 

***

 

Harry decidiu na noite anterior que assistiria algum filme alugado com Murphy, como ele não sabia o que escolher pegou um na sessão infantil e faltou dormir de tédio em algumas partes, mas isso pareceu animar a garota pois na hora de deitar não parava de falar sobre o desenho.

E ele se jogou em sua cama pensando no que Malfoy estaria fazendo naquele momento no tal lugar que disse que iria. Claro que não era da sua conta mas não deixava de ser estranho já que ele aparentemente não fazia muito além de ir para o St Mungus. 

Se pegou pensando em como era a vida de Murphy no outro universo, se ela conhecia os avós Lily e James Potter, pensou se ele não poderia ir lá e abraçá-los como sempre sonhou. Mas dormiu logo depois de pensar que aquilo jamais aconteceria. 

 

 

 

Dia 35

25 de Julho de 2001

Quarta-feira

 

"É sério que você não consegue?" Draco exclamou ao lado, Potter bufou soltando a gravata irritado.

"Por céus, você a viu boa em algum momento em que estivemos esse tempo juntos?"

"Certo, me dá essa droga." 

Mais uma vez Draco arrumou a gravata e deu um nó perfeito, ouvindo um agradecimento emburrado de Potter.

"Eu vou tentar chegar o mais cedo que conseguir, inclusive vou sair do meu horário de trabalho mais cedo para chegar no orfanato antes do jantar." Potter se explicava enquanto procurava pelo seu casaco na sala. "Que droga! Onde está essa merda? Eu sempre saio atrasado por procurar alguma coisa!" 

"Você deixou no cabide da porta do seu quarto ontem. E não se preocupe, eu lido com ela." Draco respondeu de braços cruzados encostado na parede do corredor observando Potter dar meia volta e marchar irritado de volta para seu quarto em busca do seu casaco.

"Ok, te vejo depois."

 

***

 

Harry olhou para o local grande, era melancólico demais para ser chamado de orfanato. Não havia nada de colorido como Botões de Açúcar, podia ser mais bonito e acolhedor para as crianças, ele pensou.

Adentrou a porta do Hall de entrada e andou em direção à recepção onde uma moça jovem estava lá, imediatamente ela pereceu reconhecê-lo pois se levantou olhando para ele com surpresa e certa admiração.

"P-Potter o que te trás aqui?" ela perguntou estendendo a mão, Harry apertou sorrindo pequeno. 

"Não receberam minha coruja?"

"O-Oh, sim..." ela respirou fundo. "Mas não imaginávamos que você faria a visita."

"Tudo bem, mas você poderia me levar a sua superior? Gostaria de conhecer um pouco mais o local e o que basicamente vocês precisam."

Ela assentiu e o guiou até um pequeno escritório, ele não viu nenhuma criança no caminho até lá. Assim que entraram no local a mulher um pouco mais velha também se levantou e o cumprimentou, e iniciaram uma conversa onde ele anotava pontos importantes sobre o que aquele lugar precisava.

"Sra. Brown, não seria incômodo se eu pudesse conhecer o lugar e algumas das crianças daqui?" ele pediu.

"Claro que não, vou pedir para que Lucy te acompanhe, tudo bem? Infelizmente não permitimos que visitantes andem sozinhos pelo orfanato, questão de segurança das crianças." 

"Não tem nenhum problema, fico feliz que tenham esse cuidado."

"Pretende adotar?"

Harry virou a cabeça para o lado com a pergunta um pouco confuso.

"Perdão?"

"Você pretende adotar alguma criança um dia?"

Ele pareceu pensar alguns segundos sobre o assunto, nunca havia passado por sua cabeça. 

"Não seria de todo ruim." disse por fim. 

Em seguida Lucy o acompanhou por alguns lugares do orfanato, eles ouviram a barulheira das crianças vindo dos fundos quando retornaram para o térreo. 

"Eu já lhe adianto, algumas delas são bem carentes, não recebemos tantas visitas." Lucy disse ao seu lado, ele imaginou que seriam.

Ele nem havia pisado na grama quando pés corriam em direção à eles, todas as crianças pareciam ter entre três ano pouco mais de quatros, as mais tímidas ficaram afastadas olhando curiosas para Harry que ouvia vozes infantis lhe fazendo diversas perguntas.

A que mais lhe cortou o coroação foi de uma criança de aproximadamente três anos.

"Você veio adotar a gente?"

"Querida, Potter veio apenas conhecê-los." Lucy respondeu ao perceber que Harry não sabia o que dizer para aqueles olhinhos castanhos que o encarravam com expectativa. "Vamos com calma, que tal se apresentarem?"

E todas falavam ao mesmo tempo novamente, Harry sorriu com a animação retornando para elas.

"Eu sou Harry, vocês estavam se divertindo?" ele tentou pensar em alguma coisa sobre Murphy e ela estava o tempo todo brincando, não seria estranho se toda delas também estivessem. 

Ele ficou por volta de uma hora ouvindo as crianças, que queriam contar o que suas mentes infantis pensavam. Por um momento ele quis adotar todos aqueles pequenos seres desejando um pouco de sua atenção.

"Certo crianças, Harry precisa ir." a Sra Brown apareceu, as crianças lamentaram e Harry sorriu a todas elas.

"Você vai voltar?" um menino perguntou, com olhos âmbar pidões. 

"Sim, prometo voltar!" ele estava mais animado que o começo e pequenos braços o abraçavam, as tímidas continuavam um pouco longe e acenavam para ele que acenou de volta antes de voltar para dentro junto da Sra Brown. "Só tinham essas crianças? Onde estão as mais velhas?" ele não se aguentou em perguntar. 

"Eu iria levá-lo agora onde elas ficam."

"Ah, sim. Obrigado."

Quando se aproximaram e entraram no cômodo, Harry olhou em volta percebendo ser um tipo de recanto com uma pequena estante com alguns livros, as crianças mais velhas eram bem poucas, tinham apenas cinco e todas aparentavam ter a mesma idade de Murphy ou um ano mais velhas, e ele não encontrou quem ele achou que veria. 

"Crianças, esse bom rapaz está ajudando o orfanato e veio conhecê-los. Bons modos por favor."

"Olá, eu sou Harry." ele acenou ligeiramente. 

As crianças se apresentaram, bem menos animadas que os pequenos de fraudas. Nenhuma quis conversa e voltaram aos seus desenhos ou livros que tentavam ler.

"Mérope está aqui?" ele se virou para Brown em dúvida, não aguentou em segurar essa pergunta. 

"Mérope?" a mulher olhou confusa mas em seguida riu. "Ah sim, Mérope... acredito que esteja no quarto, ela não brinca com as outras crianças e não forçamos interações." Harry assentiu um pouco chateado de não poder vê-la. "O horário de visitas acabou Sr Potter, desculpe."

"Sem problemas, obrigado por me receber."

"Eu que agradeço sua presença, obrigada por iniciar esse projeto, é muito importante para essas crianças." 

Harry sabia como era importante, por mais que tivesse vivido com seus tios, nunca se sentiu parte de lá e gostaria de ajudar todos eles a se sentirem um pouco mais acolhidos.

 

 

 

 

Dia 38

28 de Julho de 2001

Sábado

 

Harry estava um pouco ansioso para terça-feira, seu aniversário estava perto, ele esperava que seus amigos se lembrassem, as poucas vezes que falou com Ronald depois de toda essa confusão ele não mencionou o assunto por causa do olhar de Hermione, claramente ela pediu que ele não falasse com Harry sobre Murphy e o Malfoy. 

"Você quer que eu fique com a Murphy na terça?" Malfoy perguntou da poltrona, olhou para ele curioso.

"Por que?"

"Não é seu aniversário na terça-feira?" recebeu o olhar duvidoso de Malfoy, alguns fios loiros caiam sobre a testa e Harry se perdeu alguns segundos neles.

"S-sim..." olhou para as próprias mãos confuso pela voz falha.

"Não vai comemorar com a Granger e o Weasley? Ou a sua família?" ele perguntou, não muito curioso, era mais uma dúvida sobre ele ficar com Murphy ou não. 

"Eu não sei se eles vão querer comemorar... e a minha família não deve se lembrar." 

"Como não?" Malfoy perguntou surpreso.

"Por nada." Harry se levantou rapidamente. "Vou terminar alguns relatórios da última batida, te vejo depois." e andou para seu escritório sem esperar resposta, era claro que queria fugir do assunto.

Draco tornou a olhar para o livro em silêncio, evitando pensar no assunto.

 

 

 

 

Dia 40

30 de Julho de 2001

Segunda-feira

 

Harry andou animado pelo ministério, parando na praça central e sorrindo ao cumprimentar seus amigos de longa data. 

"Vamos almoçar, estou morrendo de fome!" Dean falou do outro lado do grupo, Hermione continuou a falar com Ronald sobre alguma coisa enquanto Seamus iniciou algum assunto com o moreno. Harry ficou em silêncio até se acomodarem nas cadeiras do restaurante.

"Gente, amanhã eu vou tirar folga do trabalho e queria saber se de noite não querem passar lá para jantarmos?" Harry falou tentando não soar tão esperançoso.

"Perdão Harry, amanhã vou ficar até mais tarde no ministério." Hermione disse sem olhá-lo concentrada no cardápio.

"Eu também cara." Seamus respondeu dando de ombros.

"Ginny volta pra casa amanhã e vou recebê-la junto da minha família." Ronald se explicou e Harry olhou para Dean claramente esperançoso.

"Desculpe cara." falou desviando o olhar para procurar um garçom.

"Tudo bem." Harry tentou não parecer chateado e enfiou o rosto no cardápio, engolindo qualquer animação que lhe restou para seu aniversário.

 

 

 

 

Dia 31

31 de Julho de 2001

Terça-feira

 

"Potter, acorda idiota." Harry ouviu alguém chamando, abriu os olhos sonolento e avistou uma cabeleira loira e olhos cinzas o olhando de cima. "Você é algum tipo de trasgo que hiberna?"

“Bom dia pra você também, Malfoy." debochou irritado e se sentou na cama, o lençol caindo pelo seu tronco desnudo, ele percebeu a face do outro avermelhar suavemente antes do mesmo limpar a garganta e cruzar os braços ao lado da cama.

“Eu vou levar Murphy comigo pra França."

"O que?" Harry exclamou surpreso e confuso.

"Falei com a Fleur Weasley ontem, ela me emprestou o chalé. Fica em Louhans, uma comuna francesa."

"Você não pode pegar Murphy e sair por aí com ela para outro país! Onde fica esse lugar?"

"Na França, acabei de dizer."

"Seja mais específico, Malfoy."

"Na região administrativa de Borgonha-Franco-Condado, no departamento Saône-et-Loire, é longe de Paris e a maioria dos moradores são trouxas, mais alguma dúvida?"

"Você não vai levar ela com você."

"Olha, eu não vou perder minha folga discutindo com você, se quiser vir conosco seja rápido porque vou sair em quinze minutos."

Harry abriu a boca em espanto, Malfoy deu as costas e saiu do quarto, mas retornou e parou no patamar.

"A propósito, feliz aniversário."

E saiu novamente. Harry grunhiu em irritação e levantou da cama num pulo, se arrumando apressadamente, não iria deixá-lo sair com Murphy para um lugar desconhecido. Seus amigos não se lembravam do seu aniversário, não iria perder muita coisa se fosse atrás dele para garantir a segurança da criança.

Confiar em Malfoy ainda era complicado, principalmente porque não sabe se o loiro ainda não está envolvido com bruxos das trevas, são diversas hipóteses nas quais poderiam usar Murphy como "moeda" de troca, sua parte de auror o fazia pensar nisso. E a sua parte idiota também.

Malfoy cumpriu sua pena, ele o ajudou durante a guerra, foram pequenas coisas que mostraram em qual lado ele realmente estava e o mundo que ele queria. 

Sejamos sinceros, Harry decidiu ir apenas para não ficar sozinho no seu aniversário.

"Papai..." Harry olhou para a porta enquanto guardava a varinha. "Feliz aniversário!"

"Obrigado Murphy, como sabia que era hoje?"

"Faço aniversário um mês antes, estava contando os dias no calendário do meu quarto... eu acho que ele é antigo porque é de 2001." ela se aproximou e ergueu os braços pedindo colo, Harry se abaixou para pegar a pequena. "Feliz aniversário de novo." o abraçou pelo pescoço, os cabelos loiros fazendo cócegas no moreno, que rodeou um dos braços em volta da criança, feliz pelo carinho. 

"Vamos nos atrasar!" eles ouviram Malfoy da sala e o moreno a deixou no chão para caminharem até lá. "Finalmente."

 

***

 

O chalé era adorável e pequeno, em uma parte afastada da cidade, mas ainda era possível vê-la.

"Fazia tempo que não vínhamos aqui!" Murphy dias alegre correndo para o jardim dos fundos. 

Eles se entreolharam em silêncio e preferiram não dizer nada sobre o comentário da garotinha sobre "conhecer" o lugar. 

"Eu vou para Paris e Murphy vem comigo, vai ficar aqui?" Harry olhou para Malfoy com a pergunta.

"Nunca estive em Paris, quero conhecer então eu vou."

"Nunca veio pra Paris? Potter, seus bisavós moravam na França! Sua família nunca teve curiosidade de conhecer a casa que pertenceu a eles?" Malfoy falou com espanto, Harry juntou as sobrancelhas um pouco confuso.

"Eles moraram?"

Harry observou o queixo bonito do Malfoy cair e sua boca abrir em surpresa, como se Harry tivesse acabado de falar a palavra mais feia do mundo. 

"Está brincando, não é?" Malfoy perguntou novamente, Harry mexeu a cabeça em negação sem saber ao certo o que devia responder. "Você ao menos sabe que seu bisavô era alemão e se casou com uma Black?”

"Ele era?"

"Por Merlin! De onde acha que seu sobrenome é?"

Harry por um instante refletiu que nunca procurou saber sobre seus antepassados além de seus pais.

"Não parei pra procurar sobre isso." respondeu ainda pensativo.

"Sua família nunca-..."

"Eu não tenho família." Harry cortou a fala do outro falando secamente, o olhar confuso de Malfoy se tornou aos poucos curioso. "Certo, vamos ou não para Paris?"

"Vou chamar a Murphy."

Ele se retirou em silêncio e Harry suspirou. Por que Malfoy sabia essas coisas sobre seus antepassados? Optou por não questionar esses pensamentos e apenas esperou por eles.

 

 

***

 

Paris era tão bonita, Harry deixou o queixo cair com a beleza de cada lugar que andaram, Malfoy mostrava lugares que Murphy dizia conhecer, falava sobre patrimônios históricos bruxos que Harry se manteve em silêncio para ouvir também, ele gostava do modo calmo que o loiro explicava, claro que fingia não estar ouvindo, mas ficava interessado no assunto e se sentia como Hermione descobrindo algo novo.

Pararam na grama próximos da Torre Eiffel porque Murphy queria brincar e fazer amizade com as outras crianças, eles se sentaram em silêncio no mesmo banco e olhavam os cabelos loiros curtos voarem com o vento quando ela corria entre as crianças rindo e se divertido.

Afeição era algo que ambos não esperavam sentir pela criança, mas sentiam.

"Como conhece tanto sobre aqui?" Harry se pegou dizendo em voz alta, sem olhar para ele.

“Meus pais tinham uma casa aqui que foi tomada no julgamento da minha mãe, era uma herança dos Malfoy de uma longa linhagem, vínhamos nas férias muitas vezes. Meu pai a trabalho, minha mãe as compras, e eu conhecendo a cidade sozinho."

"Não se incomodava em andar entre tantos trouxas?"

"Não seja tolo, Paris é uma cidade tão bruxa quanto Londres. Mas os trouxas são estrangeiros que visitam a cidade, me incomodava mas não falava com ninguém." Harry olhou para o loiro e recebeu seu olhar de volta. "Eu conheci um trouxa uma vez..."

"Você já falou com um trouxa? Quem diria." brincou, Malfoy sorriu sem mostrar os dentes, desviando o olhar com as lembrando daquela dia o invadindo.

"Na verdade eu não sabia que ele era um trouxa até o final do dia que passamos juntos. Era muito simpático, para um francês..." Harry riu pela última parte mas permaneceu em silêncio para continuar a ouvi-lo. "Foi confuso quando percebi, o despistei depois."

"Você entende agora a Hermione?" Harry se pegou perguntando, olhando para os olhos cinzas que o encaram um pouco mais firme que antes.

"Não vamos entrar nesse assunto, Potter."

"Certo, então como sabe sobre meu sobrenome?"

"Meu pai me obrigou a decorar nomes importantes e de pessoas que já morreram, apenas por influência e status. Antes de ir para Hogwarts eu sabia quase tudo sobre você." 

"O que você sabe?"

"Herdeiro de uma fortuna, único sobrevivente de uma imperdoável, mestiço filho de uma nascida-trouxa e um bruxo de uma linhagem antiga e histórica. Seu bisavó Charlus Potter era alemão mas na segunda guerra trouxa se mudou para França e conheceu sua bisavó Dorea Black que era irmã da minha bisavó. E eles tiveram seu avô que conheceu sua avó em Hogwarts, anos depois tiveram seu pai depois de se mudarem para Londres. E seus pais se conheceram em Hogwarts também e ocasionalmente tiveram você depois de iniciarem a primeira guerra." ele foi citando as coisas que achava idiota de saber do outro, mas como havia citado, eles estavam conectados na mesma grande árvore genealógica então era fácil achar registros dos seus antepassados.

"Meus pais não iniciaram-..."

"Potter, nós sabemos que tiveram grande importância ou você não seria o eleito."

Harry piscou os olhos olhando para as mãos, ele desejou por um momento que seus pais nunca tivessem se arriscado tanto. Mas ele não podia mudar o passado.

"Você sabe muito." Harry murmurou em seguida, era informação demais.

"Meu pai esperava que eu fosse seu amigo, então não aprendi tudo por livre e espontânea vontade, além dele me forçar a conhecer membros antigos da família para negociações futuras com menções aos antigos."

"Imagino o porquê ele queria..." murmurou com certo desdém.

"Voltamos ao assunto que pretendo evitar."

Eles ouviram Murphy gritar e se viraram na direção que ela estava, mas respiraram aliviados ao ver que foi apenas pega na brincadeira e teria de correr atrás dos outros agora. Crianças eram muito exageradas.

Ela parecia ter uma infância normal, apesar de tudo o que ela mencionava. Harry suspirou se desleixando no banco e cruzando os braços.

"Fico feliz dela ter uma família que aparentemente a ama, espero que eles estejam a procurando." Harry segredou, ele ouviu Malfoy suspirar também ao seu lado e sentar mais relaxado deixando a pose formal de lado.

"Seus tios não vão mesmo te ver hoje?" Malfoy se arriscou em perguntar, Harry se lembrou que é seu aniversário de vinte e um anos.

"Não. Eles sumiram em noventa sete, sei que estão vivos mas não mantivemos contato." Harry mexeu os ombros em pouco caso e tornou a observar Murphy brincar animada. 

"São todos trouxas, não são?"

"Sim, e são exatamente o tipo de trouxas que você e a sua família acreditavam que todos fossem." Harry admitiu e tombou a cabeça para trás respirando fundo, os olhos se fechando, ele não costumava desabafar sobre isso com ninguém, mas seus amigos nem ao menos lembravam que era o seu dia, ele não tinha muito a perder naquele momento. "Os pais da Mione são excelentes, foram por pessoas como eles que eu lutei além de nós mesmos... mas eu entendo minha tia, ela tinha uma vida melhor antes que eu fosse deixado em sua porta dentro de uma cesta empacotado e uma cicatriz enorme na testa. Era outro bebê na casa, ela tinha acabado de ter Duda, eu compliquei a vida deles. E eu sou um bruxo e eles sabiam disso, eles nunca gostaram do nosso mundo e acho que todo o inferno que fizeram na minha vida eram por saberem que eu tinha magia."

 

 

Draco estava quieto ouvindo o outro lamentar, observou o cabelo escuro cair em sua testa ligeiramente quando voltou a levantar a cabeça, os olhos verdes inquietos não o encaravam. Nunca imaginou que Potter não era acolhido pela sua família, pensou até que era aclamado como um rei. Eram por trouxas assim que Draco pensava que eles eram a pior espécie de ser vivo na terra.

"Eu não sabia que era bruxo até ter onze anos, meus tios esconderam todo o passado dos meus pais, passei toda minha infância acreditando que não tinha um lar porque papai e mamãe bateram o carro."

Draco se sentiu ofendido por Potter, como ele não sabia de sua própria história? Como não puderam dizer a ele que era O-Garoto-Que-Sobreviveu? E principalmente... ele falava pai e mãe de uma forma tão infantil que por um momento o loiro lembrou que Potter não os teve para passar pela fase de “papai e mamãe” para apenas “pai e mãe”. Era triste se parar pra pensar.

"Eles eram horríveis com você." foi a única coisa que conseguiu expressar e Potter riu sem humor ao seu lado, mexendo a cabeça em concordância. 

"Eu sei."

O silêncio retornou e eles voltaram a olhar para Murphy, que andava até eles ofegante dizendo que os amigos que fez precisavam ir. 

 

***

 

Eles ainda estavam em um silêncio estranho quando voltaram para o chalé e atravessaram a lareira de volta o apartamento de Harry. Foi quando eles ouviram um grande e alto "Surpresa!" de um conjunto de pessoas, Malfoy não pareceu surpreso e Harry sentiu que ele sabia disso mas optou por questionar em outro momento. Harry não deixou de sorrir ao reconhecer tantos rostos, já Murphy se animou ao ver o local decorado para uma festa.

"Feliz aniversário Harry!" Hermione foi a primeira a ir até ele para abraçá-lo. 

"Eu achei que tinham esquecido." ele falou e todos riram enquanto Malfoy se encostava na parede com uma Murphy ao seu lado olhando todos com certa dúvida. 

"Claro que não esquecemos!" Harry ouviu a voz de Ginny logo atrás de Hermione e seu sorriso aumentou ao ver a ruiva ali. "Feliz aniversário Harry."

"Ginny!" ele a abraçou tão forte que a levantou levemente do chão, causando risos.

"Eu sei que sentiu falta das minhas excelentes piadas e de eu vir encher sua paciência com a Luna aos sábados, mas todos querem te parabenizar também."

Harry estava radiante com a presença dos Weasley, seus colegas do trabalho, pessoas que estiveram presentes em sua vida desde quando conheceu esse mundo e alguns fiéis amigos da escola. As conversas estavam a mil e ele se esqueceu por alguns instantes de Malfoy e Murphy, só lembrando deles quando ela chamou a atenção para si subindo na mesa de centro.

"Eu quero dizer que o papai é o melhor!" ela disse sorridente e Harry sentiu seu rosto ganhar vermelhidão e tentou não se afundar no sofá. "E que eu estava com saudade de vocês."

"Também sentimos sua falta loirinha." Ginny entrou na onda, ela estava a par da situação então sabia que tinham que fingir que eram a família da garota. 

"Tia ruiva, você não foi visitar a gente." Murphy falou fazendo um leve bico, Ginny sorriu com o apelido.

"Desculpe, tive muitos problemas para resolver, na próxima eu irei." Murphy assentiu para Ginny.

"Eu só queria saber onde está o Louis e o Teddy?" ela olhou para Fleur que colocou a mão na barriga disfarçadamente. 

"Pétit, eles não podiam vir." 

Ela deixou os ombros pequenos caírem em desânimo mas não questionou, todos estavam fascinados com a semelhança da criança com os Malfoy. Exceto os olhos, eram verdes intensos e o único com olhos como aqueles era o aniversariante. 

"Eu vou pro meu quarto." ela pulou no carpete e pegou um docinho ao lado, passando entre os adultos desanimada e sumindo no corredor.

Todos se entreolharam em silêncio.

"Ela é tão..." começou Molly sem saber o que continuar.

"Fofa!" Ginny falou um pouco mais animada.

"Ela é adorável." Fleur concordou. "Espero que seus pais verdadeiros estejam procurando por ela."

"Já é uma chance a mais, talvez eles que nos encontram." Hermione acrescentou.

"Com certeza estão, talvez até mesmo competindo pra saber quem a encontra primeiro, porque é bem possível que Malfoy e Harry sejam desse jeito um com o outro até em outras realidades." brincou Dean para descontrair, os outros riram sem muito humor. Malfoy sorriu sem exibir os dentes e encarou as mãos em seguida, não aparentava querer dialogar com eles. 

"Eu vou ver como ela está." Harry fez menção de levantar.

"Não, eu vou." Malfoy falou já se levantando, ele olhou rapidamente para a bandeja com alguns bolinhos e pegou dois deles, passando por algas das pessoas presentes sem olhar para ninguém, eles ouviram ele fechar a porta do quarto de hóspedes.

"Então Malfoy está sendo um bom marido pra você, Harry?" Fred brincou, causando um riso coletivo e um Harry emburrado cruzando os braços ao lado de um Ronald gargalhando e uma Hermione tentando não rir.

Apesar do seu dia estranho, ele estava feliz. Eles eram a sua verdadeira família que crescia a cada ano.

 

 

 

 

Pergunta do Capítulo:

Esse capítulo abriu as portas para novas teorias? Ou acrescentou nas que já estão em formação em suas cabeças? 

Pergunta Bônus:

Conseguiram pegar o pequeno spoiler que faz sentido pra teoria (enredo) real da fanfic?



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