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História Murphy - Drarry - Cap. 26 - 2 a 4 de Novembro


Escrita por: izukuart

Capítulo 28 - Cap. 26 - 2 a 4 de Novembro


Dia 123

2 de Novembro 

Sexta-feira

 

Harry levantou apressado da cama se soltando de Draco, o acordando com o movimento, correu em direção ao banheiro com a mão na boca e se abaixou em frente à privada, vomitando o que tinha em seu estômago. O gosto do chá que tomou de noite ficou bem forte em sua boca, o deixando ainda enjoado enquanto se levantava e puxava a escova de dentes. 

"Harry, você está bem?" Draco perguntou aparecendo na porta do banheiro, ele estava sem camisa e com uma calça de pijama que Harry o emprestou. "Continua mal?"

"Um pouco." disse enrolado por conta da escova na boca. 

"Talvez seja melhor você continuar em casa hoje, vou enviar uma carta para o seu trabalho-..."

"Não, eu preciso ir para saber como andam as buscas... e eu quero ir no orfanato, consigo ficar de pé, então consigo fazer todo o resto." 

Draco sentiu seus olhos doerem pela forma que os girou ao ouvir o comentário de Harry. Era tão grifinório que agora Draco que estava enjoado.

"Certo, certo. Mas se alimente bem ou vai ficar pior." Draco repreendeu, Harry assentiu voltando para o quarto para se vestir. "Preciso ir ou vou me atrasar."

"Tudo bem... te vejo hoje a noite?" Harry perguntou abrindo a primeira gaveta de sua cômoda.

"Sim, eu venho, se é isso que quer saber." Draco brincou, falando em tom ligeiramente malicioso, Harry girou os olhos mas acabou sorrindo enquanto procurava por uma camiseta descente. "É para almoçar algo saudável."

Harry só se virou ao sentir uma mão tocar seu ombro, Draco se inclinou para deixar um beijo rápido de despedida. Harry não estava esperando por isso, mas ele comemorou por dentro.

"Ah, Harry... antes de ir, posso te falar algo? É sobre orfanato."

"Pode." Harry o olhou curioso. 

"Eu tenho uma ideia para ajudar a arrecadar fundos, mas prometa que não vai contar aos seus amigos irritantes que a ideia foi minha..." Harry o olhou ainda mais curiosos, entretanto mexeu a cabeça em confirmação para ouvir o que ele tem a dizer.

 

***

 

"Sr. Potter, que bom vê-lo aqui!" a diretora do orfanato falou com simpatia ao ver Harry entrar em sua sala. "Como posso ajudá-lo?"

"Bom, primeiro gostaria de dizer uma ideia para arrecadarmos fundos ao orfanato." ele respondeu enquanto se sentava na cadeira de frente para ela. 

"Diga!"

Harry começou explicando exatamente como Draco havia lhe contado, parecia uma ideia boa, principalmente porque envolvia as próprias crianças e isso as tiraria do cotidiano chato, além do propósito inicial.

"Pronto, tudo anotado, vou providenciar o possível, me avise quando ter uma data." ela terminou de escrever no papel e sorriu para Harry. "Posso ajudá-lo em algo mais?"

"Para ser sincero, sim... mas não se trata sobre o orfanato, mas também-..." Harry parou de falar ao perceber seu nervosismo surgindo, ele respirou fundo antes de olhá-la novamente. "Eu quero adotar Mérope!"

A diretora parece surpresa inicialmente, mas em seguida sorriu pequeno e mexeu a cabeça em concordância. 

"Posso te explicar como funciona o processo de adoção bruxo." Harry assentiu um pouco nervoso, se ajeitando para dar toda sua atenção conforme ela ia falando.

Bom, se tudo acontecer como o explicado pela diretora, Mérope vai poder morar com Harry em menos de duas semanas, ter o sobrenome registrado após visitas ao ministério para tirar a identidade bruxa junto de outros documentos. Harry se sentiu ainda mais feliz e animado. 

"Mas antes-..." Harry evitou grunhir, sempre tinha algo para atrapalhar. "Sugiro que leia os dados já registrados de Mérope." 

Harry quase suspirou de alívio, era apenas isso, o que poderia ter de mal? 

"Precisa ser agora? Estou em horário de almoço e acho que já passei do tempo." Harry olha para o relógio na parede. 

"Sem problemas, posso te dar a pasta com as informações dela para ler quando tiver tempo e para te ajudar na sua decisão." ela responde enquanto se levanta e caminha em direção a várias gavetas com com datas de anos grudadas sobre elas, parou sobre o gaveta 1995 e a abriu, tirando rapidamente uma pasta e voltando-se para Harry, o entregando. 

"Obrigado por sua atenção."

"Sempre que precisar."

 

***

 

Harry suspirou deixando uma pilha de papéis sobre a mesinha de centro e tirando o casaco de auror o jogando na poltrona, estava se sentindo fadigado.

Vasculhou os armários da cozinha em busca de algo para comer e constatou que ou o roubaram ou ele esqueceu de fazer as compras. Costuma almoçar no ministério e poucas vezes jantava em casa, era normalmente Malfoy que fazia algo nessas últimas semanas para ele, Harry e Murphy comerem. 

Certamente não iriam deixá-lo adotar uma criança se soubessem desse seu esquecimento. 

Com esse pensamento ele se lembrou da pasta sobre Mérope que não conseguiu ler no trabalho e trouxe para ler com calma em casa.

Ao caminhar para a sala, ouviu alguém batendo na porta e imaginou que fosse Draco, dizendo para ele entrar enquanto se aproximava da mesinha onde depositou o monte de papéis e pastas. 

"Hey, teve um bom dia? Você almoçou algo saudável?" Draco perguntou fechando a porta ao entrar, olhando para Harry de cima a baixo para ter certeza se ele estava melhor. 

Harry fez careta ao lembrar que só tomou café da manhã. 

"Porra, Potter!" Draco exclamou balançando a cabeça em negação, Harry forçou um sorriso de machucar as bochechas. 

"Desculpaaaaa"

"Faço algo para você comer agora, junto de poção de fortalecimento." Draco falou de mal gosto, o jeito de Harry o fez ceder rápido, finalmente se aproximando para o beijar como cumprimento. 

"Obrigado." Harry respondeu sorrindo sincero, quando Draco pousou às mãos sobre a sua cintura e se aproximou para o beijar novamente, Harry colocou a pasta entre eles, fazendo o loiro girar os olhos frustrado. "Agora não, eu preciso ler sobre a Mérope." 

"O que? Tem um livro sobre a menina? É mais fácil sentar e perguntar para ela." 

Harry o empurrou bufando, fazendo Draco rir. 

"Não, a diretora recomendou, deve ser padrão vermos os dados sobre a criança, data de aniversário, sangue, alergias e etc." Harry falou com firmeza, o seguindo para a cozinha quando Draco caminhou para lá. 

"Certo, lê em voz alta, eu quero saber." Draco respondeu abrindo a geladeira, pensando o que poderia fazer. Harry se sentou em frente ao balcão e colocou a pasta sobre ele, abrindo. 

"Ok... Delphini Mérope Riddle-..." Harry engasgou ao ler o nome completo na pasta, ergueu o rosto a ponto de ver Draco incrédulo fechando a porta da geladeira. 

"Como é?"

"É o que está escrito!" Harry olhou para a pasta novamente e seus olhos se arregalaram ao ver a parte dos pais. "Tom Riddle e Bellatrix Lestrange." 

"Por Salazar!" Draco se inclinou no balcão puxando a pasta para ler também. "Mérope é minha prima?" Passou os olhos pelas informações. "Espera... Delphini? Delphi-..."

"Irmã de Murphy." Harry terminou a frase, eles se encararam confusos e surpresos. "Ela existe na nossa realidade-..."

"Não, não tem como, se na outra realidade Voldemort não existia-..."

"Voldemort pode não existir, mas Tom Riddle talvez." Harry puxou novamente a pasta, vendo a data de nascimento. 

"Ele era velho pra caramba, não tem como minha tia ter tido algo com ele na outra realidade, e por que eles abandonariam ela e como se tornou nossa filha?" Draco estava pescando ainda sem entender. "Isso não faz sentido-..."

"Tem que fazer ou vamos acabar enlouquecendo pensando nisso. " Harry suspirou, massageando as têmporas, um sentimento de confusão passando por todo o seu corpo.

O que faria agora? Estava pronto para adotar ela, e agora simplesmente descobre que é filha do homem que matou seus pais e da mulher que matou seu padrinho. 

"Harry... você não está em dúvida, está?" Draco questiona ao observá-lo por alguns instantes, percebendo as expressões do outro. 

"O que espera que eu faça? Ela é-... filha dele! Eu nunca tenho paz desse homem, ele me perseguiu por toda minha vida e meus dezoitos anos foram trilhados por culpa dele, e agora quando decido algo importante pra mim que envolve ter uma família, algo que eu nunca tive por conta dele, eu descubro que terei ligação com ele." Harry responde irritado.

"Vai se foder." 

"O que?" Harry o olhou de imediato, confuso com a ofensa. Draco o encarava com braveza.

"Você está se ouvindo? Potter ela é uma criança, uma criança! Ela jamais deveria ter culpa de ter o mesmo sangue que pessoas horríveis tem!" Draco falou com certa amargura e Harry se sentiu mal logo em seguida. "Ela não tem culpa por ser uma Riddle... pense no futuro que você pode dar a ela, não me refiro a apenas ter o sobrenome Potter, mas a carinho e amor, coisa que ela jamais receberia mesmo se os dois estivessem vivos agora, pense bem antes de tomar a sua decisão com base em outras pessoas sem ao menos conhecê-la de verdade." 

Draco saiu da cozinha sem olhar para ele novamente, Harry ouviu não muito tempo depois a porta batendo. 

Um suspiro derrotado escapou... sua vida estava se tornando um caos de novo.

Caos.

 

 

Dia 124

3 de Novembro 

Sábado

 

Harry olhou para a pasta em suas mãos, mesmo que não tenha conseguido dormir pensando sobre aquilo, ele ainda não tinha certeza sobre o que deveria fazer. Mas algo dentro dele dizia para tentar. 

"Eu li... posso vê-la? Pode ser no pátio onde tem as outras crianças e as funcionárias." Harry falou para a diretora assim que pode entrar na sala, colocando a pasta sobre a escrivaninha. 

"Oh... certo." ela o olhou desconfiada antes de sorrir pequeno e assentir. "Claro, você pode, como bem disse, ela está no pátio junto os outros. Posso dar início ao processo? Você já tem os dias disponíveis para ser entrevistado por algum membro do departamento de crianças mágicas?"  

"Te enviarei uma carta confirmando os dias-... você poderia não contar a ela sobre isso?" 

"Bom... ela terá de saber em algum momento, obviamente."

"Eu sei, eu-..."

"Não tem certeza."

Harry queria negar, mas ele não tinha mais certeza. 

"Entendo... foi o que leu, não é?" ela perguntou, mas já sabia a resposta. Harry assentiu se sentindo culpado. "Não falei antes porque nunca imaginaria o eleito adotando a filha do senhor das trevas... fiquei surpresa na primeira vez que me disse por conta disso."

Harry mexeu os ombros, só queria vê-la logo. Quando a diretora o liberou, ele andou apressado pelo local até sair para o pátio, as crianças pequenas estavam mais distantes e desatentas, então não o viram chegar. Harry passou o olhar pelos bancos até encontrar a criança mais velha, ela tinha um pergaminho entre as mãos e olhava curiosa para ele.

Harry por um momento se esqueceu das origens dela.

"Posso sentar aqui?" Harry perguntou, apontando sutilmente para o banco, Mérope ergueu o rosto e sorriu largo ao reconhecê-lo.

“Sr Olhos Verdes!" exclamou contente, dando espaço para ele se sentar. "O que faz aqui?"

"Alguns assuntos a tratar com a diretora... você está bem? Não te vi mais pelo ministério."

"Ah... elas descobriram que eu saia, estão me vigiando o tempo todo." respondeu de mal gosto, Harry reprimiu um riso ao ver a expressão brava e fofa que ela fez, em seguida ela ficou séria. "Vi no jornal que sua filha está desaparecida, sinto muito. Sinto muito pelo Sr Olhos Cinzas também."

"Não se preocupe sobre isso-... acredito que ela está na verdadeira casa dela." 

Harry não fazia ideia no que acreditar, mas queria cortar o assunto o máximo possível, principalmente porque gostaria de saber mais sobre ela.

"Então... já sabe ler?"

"Sei!" ela respondeu orgulhosa. "Eu aprendi sozinha com cinco anos!"

"Eu também aprendi sozinho, mas foi com nove anos, com cinco anos é um grande feito. Parabéns!" ela sorriu ainda mais e isso fez o coração de Harry amolecer novamente. 

"Obrigada..." por mais que ela pareça ter nove anos pela forma que fala, seu jeito de criancinha continua bem vívido, ela ainda era nova demais para ser apontada como uma pessoa ruim sem nem mesmo sua personalidade estar formada. "Estou ensinando as outras crianças do orfanato." ela acrescentou. 

Doce demais para quem tem o sangue de uma pessoa tão horrível. 

Harry só se sentiu ainda mais culpado. Entretanto se distraiu quando ela continuou falando sobre ajudar as outras crianças. Em pouco tempo Harry descobriu que ela adora rosa, gosta de torta de amora e com seis anos gosta mais de Herbologia do que Harry gostou em todos seus vinte e um anos de vida. 

"Eu preciso ir agora, mas-... na próxima semana voltarei para falar com a diretora, então te vê-lo logo." 

Mérope assentiu um pouco triste, mas sorriu e acenou quando ele se levantou para ir embora.

Ela não era nada parecida com eles. O que Harry estava esperando? Uma garota medonha que fala sobre morte o tempo todo? Era só uma criança castigada pelo destino, Harry se viu nela e nada nesse mundo poderia fazê-lo mudar de ideia.

Nem mesmo o sangue que corria nas veias daquela garotinha. 

 

 

Dia 125

4 de Novembro 

Domingo

 

"Como me achou?" 

"Vi nos arquivos do ministério." Harry respondeu mexendo os ombros, Draco suspirou dando espaço para ele entrar. "Me desculpe, ok? Só entenda a minha confusão no início, eu não esperava por algo assim."

"Nós não esperávamos por Murphy, mas aconteceu-... não esperávamos que depois de anos brigando estaríamos namorando agora-..."

"Em minha defesa eu sempre gostei do seu cabelo." 

"Harry?" Draco o olhou com vontade de rir pelo comentário, Harry mexeu os ombros novamente fazendo uma expressão adorável de pena. 

"Me desculpa, ok? Eu fui idiota... ontem fui vê-la, já tomei minha decisão... eu quero ser o pai dela." Harry respondeu já com a expressão séria, Draco suspirou um pouco mais aliviado e descruzou os braços quando ele se aproximou novamente. "Por favor não vamos brigar, não agora que estávamos bem." 

"Tudo bem... eu só fiquei irritado, esperava outra reação porque você me defendeu quando mais ninguém acreditou em mim." Draco admitiu, desviando o olhar, não tinham chegado ainda naquele assunto e o loiro nunca o agradeceu por ter o apoiado no dia do seu julgamento, Draco só não foi mandado a Azkaban porque tinha Harry Potter do seu lado. "E mesmo que tivessem provas suficientes para acabarem com o resto da minha vida, mesmo que eu seja filho de Lucius Malfoy, e tenha a maldita marca no meu braço para sempre, você não ligou, fez o que achou ser certo."

"E estou fazendo de novo. Não vou desistir dela como não desisti de você." 

"Por que?" Draco ergueu o rosto, sua voz cedendo ligeiramente, precisava saber e já estavam naquele assunto. "Por que você depôs ao meu favor?"

"Porque-... eu sempre gostei do seu cabelo."

Draco riu fraco, se encostando na parede, Harry mordeu os lábios com um pequeno sorriso, antes de se aproximar um pouco mais, tocando na mão do loiro.

"Porque você foi manipulado, Draco. Você não queria aquilo, você não me entregou quando eu, Mione e Ronny fomos pegos e levados para a sua casa, você lutou bravamente quando soube que eu estava vivo, você me entregou a varinha para que eu pudesse lutar... talvez sem a sua ajuda nesses momentos, eu poderia ter perdido."

"Bobagem, você não perderia-..."

"Até os mais fortes precisam de ajuda." Harry suspirou, fazendo carinho com o polegar sobre a mão do outro. "E a sua foi ajuda foi a decisão final para quem venceria... você escolheu me ajudar. E aqui estamos nós." 

Draco suspirou, encostando a cabeça na parede e fechando os olhos, um pequeno sorriso se formando. 

"Você sabe usar as palavras quando quer."

"Eu sei usar muitas coisas quando eu quero." 

Draco sorriu malicioso abrindo os olhos para o encarar, o olhar intenso de olhos verdes profundos o fez morder os lábios com força, sim, Harry sabia muito bem. 

"Eu acho que está na hora de ser a minha vez." Harry murmurou, colocando a mão na parede ao lado do rosto de Draco, que soltou um riso nasal.

Os olhos cinzas ficando mais escuros, um sorriso malicioso crescendo nos lábios finos e uma das sobrancelhas se erguendo com uma tremenda expressão de flerte só fez Harry se sentir ainda mais atraído por ele. 

"Ótima decisão."

 

***

 

"Você não me disse que estava morando aqui." Harry comentou observando Malfoy vestir a boxer sem se importar com o líquido do moreno escorrendo entre suas pernas pálidas. 

"Não faz muita diferença já que Murphy estava na sua casa." ele deu de ombros, se jogando na cama, Harry se enrolou mais entre os lençóis olhando para o teto, ouviu quando o loiro murmurou um feitiço de limpeza e a varinha foi colocada de vodka no móvel ao lado da cama.

"Sinto muito pela Mansão Malfoy ter sido tomada pelo governo." Harry disse, fechando os olhos, ainda estava ofegante, principalmente por ter sido o que mais se movimentou. Por Deus estava precisando de exercício ou mais batidas para voltar a ter mais fôlego. 

"Eu não ligo, aquele lugar era-... horrível. Fico até feliz por não ter mais registrado com o meu sobrenome." Draco admitiu, sentindo Harry se aproximar e deitar a cabeça entre seu ombro e pescoço, sorriu pequeno o abraçando com a mão esquerda, acariciando sua cintura, fechando os olhos cansado. 

Eles ficaram em silêncio por algum tempo até Draco sentir Harry se mover e se sentar na cama de pernas cruzadas, Draco abriu os olhos pra olhá-lo, vendo o tronco nu do outro e os cabelos ainda mais bagunçados. Potter o encarou sério.

"Que foi?" 

"Eu posso ver?" ele perguntou, o tom de voz inocente demais para quem tinha a pouco tempo atrás o feito gritar de prazer. "E tocar?"

"No que?" 

"Nela-... a marca." 

Assim que Draco ouviu ele, puxou mais o lençol para cobrir seu braço totalmente.

"Você não tinha reparado antes?"

"Bom-... levando em conta algumas posições e também que eu estava com outras coisas na cabeça, eu não tinha tempo de olhar para seu braço. E você usa camisa de manga longa sempre que eu esqueci ela completamente." Harry falou, citando a fala com as mãos, Draco respirou fundo sem saber o que responder. 

"Por que você quer ver?" 

Harry mexeu os ombros por não saber a resposta, só sentia que queria ver. 

"Olha." ele ergueu a mão, mostrando para Draco as cicatrizes sobre ela. 

"Não devo contar mentiras." Draco leu, Harry assentiu ligeiramente. "Aquela mulher -... merda, me desculpe por ter-... sido um idiota naquele ano." 

"Tudo bem-... acho que ficamos quites quando no próximo ano eu fiquei te perseguindo." Harry riu, Draco o acompanhou, antes de se sentar também, olhando para ele. 

"Não se compara com a minha."

"Se compara... nós dois não queríamos tê-las, não foram nossas escolhas." 

Draco desviou o olhar.

"Como você sabe? Não estava lá quando eu recebi-..."

"Sua mãe." 

Draco o olhou incrédulo.

"O que tem ela?"

"Antes do seu julgamento, quando a levaram para o ministério, trombei com ela e o auror que a levava... queria falar comigo... ela me disse porque você se tornou um comensal, eu já tinha tomado a minha decisão antes disso, eu iria depor a seu favor, mas quando ela me disse que você só se tornou porque Voldemort ameaçou matá-la caso não o escolhesse, só me fez ter mais certeza."

"Mãe... onde você se meteu." Draco suspirou. "Obrigado... pelas coisas que disse antes, e por ter me ajudado."

Harry sorriu contente, não esperava um agradecimento de nenhuma forma, só estava fazendo o que era certo antes. 

"Ela é horrível..." Draco murmurou, colocando a mão direita sobre o braço esquerdo, mantendo virado para si de forma que Harry ainda não conseguisse ver. "Mas tudo bem, se quer ver... em algum momento você lembraria e a veria de qualquer forma." 

Draco expôs o braço para que Harry pudesse ver. Inicialmente ele ficou olhando curioso, antes de segurar o braço com as duas mãos e seus polegares percorrem por ela, cicatrizes fortes sobre a mesma, algumas pareciam que alguém tentou arrancá-la com arranhões fortes. Harry não precisava perguntar para saber que Draco se envergonhava dela e em algum momento se machucou na tentativa de tirá-la ou fazê-la menos visível. 

"É bonita."

"O que?" Draco disse num riso forçado.

"É sério... não é feia, é como uma simples tatuagem... trouxas fazem coisas mais bizarras e feias, acredite." Harry ergueu o rosto, sorrindo. Seus dedos ainda acariciavam o local, sentindo o volume de uma ou duas cicatrizes. "Não deveria se importar tanto com ela-... mas posso te levar em um lugar trouxa, pode tentar cobri-la ou até mesmo deixá-la mais colorida." 

Harry falou com a voz serena, estava sendo sincero e até mesmo simples ao falar, soltando os pensamentos sobre a marca. Draco estava ligeiramente pasmo, mas olhava para Harry de forma boba, sem acreditar no que ele dizia.

Draco se inclinou para abraçá-lo, cortando a fala sobre como ele queria fazer um pomo de ouro ou um lírio laranja no braço. 

"Hum... tudo bem?" Harry perguntou, o abraçando um pouco confuso.

"Yeah."

Harry sentiu o loiro encostar o queixo entre seu ombro e pescoço, o apertando ainda mais. Harry sorriu novamente, o apertando de volta. 

"Você é um grifinório irritante." Draco comentou, Harry riu, sentindo ele o empurrar ligeiramente para se deitarem novamente, ainda abraçados. Suas pernas se encaixando.

"Hum... obrigado?" 

"Não foi um elogio."

“Oh..." Harry fechou os olhos ainda sorrindo. 

"Mas eu gosto." 

"Eu sei." 

 

Pergunta do Capítulo:

Eu não vou fazer perguntas de teorias porque quase ninguém responde kkk, então o que estão sentindo nesses coraçãozinhos com o que tá rolando na fic? Principalmente essa cena fofa do Harry sendo adorável com o Draco e achando a marca legal e falando para ele pintar em volta e sendo expontâneo a ponto de fazer um Draco ficar todo bobo pelo jeitinho dele- izi quase morri do  coração agora ����������



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