*Gabriel*
Eu e Blake entramos na sala do conselho dos 7 nobres, Blake tremia de medo ao ver não só os 7 como toda a corte, eu apenas segurei na mão dele.
-Vai ficar tudo bem -Eu disse.
Então todas as conversas no salão se cessou, o sétimo nobre ou melhor o magistrado Juliano tomou a palavra.
-Sir Gabriel Ali D’Argento, através dos espiões do Inquisidor Teodoro, foi descoberto que você salvou a vida deste demônio -Ele disse apontando para Blake -Ou melhor você salvou Blake Pendragon filho de um Barão das trevas...
-Guardas -Interrompeu o inquisidor (que me odeia e é um cu para conferir) -Matem esse demônio.
Dois guardas desembainharam as espadas e me empurraram para longe de Blake cujo o mesmo teve a sua adaga confisca para o julgamento, ou seja, ele estava sem meios de se defender, na mesma hora eu puxei minha espada (pois a minha não foi confiscada por questões de honra), eu acertei o pomo redondo da minha espada no primeiro guarda fazendo o mesmo cair para trás, o outro guarda tentou desferir um golpe em Blake, mas eu entrei na frente e desviei o golpe e o empurrei para trás, os besteiros notando a confusão lá embaixo, preparam a mira mas não atiraram por ordem do magistrado.
-Para trás todos vocês! -Eu disse- Ninguém encosta nele!
-Desista meu jovem -Disse o inquisidor de modo arrogante -Você está cercado.
-Não duvide de minhas habilidades! -Eu respondi no mesmo tom -Eu consigo derrubar todos os guardas desta sala com apenas um movimento da minha espada!
-O senhor tem muita coragem para alguém que está cercado e está sob julgamento! -Respondeu o inquisidor.
-A minha coragem pelo menos é verdadeira, diferente da sua! -Eu respondi ainda não baixando a guarda de proteção -Duvido muito que o senhor ou o seu filho que está do seu lado agora mesmo teriam a mesma coragem de falar assim comigo se não estivessem cercados de guarda-costas.
O filho dele me olhou com desprezo.
-Isso não importa, o que importa é você meu jovem traiu os deuses, uma vez que jurou servi-los, afinal você é um guardião eu presumo, ou as asas que tu escondes é falsa? -O inquisidor disse vitorioso pela afirmação.
-Para começar, nós guardiões não servimos aos deuses, e sim servimos a paz, bem-estar, e a segurança do império, segundo se servir aos deuses significa matar alguém só por causa de sua origem, então eu prefiro ser considerado herege e ser queimado vivo!
Eu conseguia ouvir uns sussurros vindos do júri que fica em uma arquibancada do lado direito, os 7 também pareciam pensativos, o inquisidor estava prestes a dizer algo mas foi interrompido pelo magistrado.
-Ele está certo -Disse o magistrado -Não podemos chegar já mandando matar o jovem demônio, devemos lembrar de que fomos escolhidos para fazer justiça, então o julgamento será justo, fora que eu quero ouvir como você o conheceu e como o salvou.
-Eu sou a favor dessa ideia -Disse a senescal-Senhor D’Argento você começa contando o como o cenheceu, e o senhor Pendragon dirá como foi salvo pelo cavaleiro, todos aqui presentes são a favor?
Todos levantaram a mão menos o inquisidor, que ainda mantinha o olhar de despreso junto com seu filho sobre mim e Blake.
-Para começar antes de começarmos com a história, quero pedir para que os besteiros abaixem a mira, e o senhor Gabriel por favor guarde a espada -A boa e velha senescal disse docilmente.
Eu contra a minha vontade guardei mas mantive a guarda sobre Blake.
-Muito bem, comece senhor D’Argento. -Disse o magistrado.
*Flashback on*
“Foi há dois dias atrás, como todos vocês já sabem eu moro no bairro nobre de Parità, não posso dizer se aconteceu algo de interessante no meu dia pois foi a mesma coisa de sempre eu ainda não consegui comprar a construção onde eu pretendo colocar a ordem, então foi mais um dia repleto de documentos e essas coisas. ”
-Meu jovem -Disse a mestra da guilda mercantil de Parità -Poderia passar logo para a parte onde você conhece o senhor Blake? Afinal quanto mais rápido contar mais rápido resolveremos isso.
“Resumindo no final da tarde eu tornei minhas asas visíveis e sobrevoei as muralhas do reino e fui em direção a sua floresta, eu estava equipado com arco e flecha para poder caçar, eu pousei e escondi minhas amadas, despois de muito tempo sem sucesso tentando encontrar algum animal, eu ouvi um choro. Eu segui o choro até encontrar um garoto sentado de frente para um despenhadeiro que cai no mar, com a cabeça sobre os joelhos, ele usava uma calça jeans azul e uma camiseta vermelha, e o mesmo tinha cabelos ruivos, ele parecia ter a mesma idade que a minha (15 anos).
-Oi -Eu disse.
Ele se voltou para trás assustado e eu pude ver seus penetrantes olhos verdes claro.
-Me deixe sozinho por favor -Ele disse voltando a chorar.
-Por que está chorando? -Eu perguntei de uma maneira educada.
-O que te importa? -Ele respondeu soluçando um pouco -Seja como for eu quero ficar sozinho, mesmo porque você não precisa se preocupar comigo.
-Como um bom guardião, é meu dever consolar e acalmar.
-Guardião! -Ele gritou assustado.
-Calma calma, eu não mordo, okay?
-Okay...
-Então posso saber o porquê de você um garoto tão bonito estar chorando? -Eu perguntei meio sem jeito, acho que não foi uma boa ideia, fazer o que guardiões são péssimos em mentir.
Ele corou um pouco, e fez sinal para eu me sentar do lado dele.
-Bem... -Ele falou tentando se acalmar -É que tinha um garoto que eu gostava, mas aí ele me largou por outro -E ele voltou a chorar.
-Por que ele iria te largar?
-Bem, nem chegamos a ficar juntos, mas... Ele me rejeitou de maneira tão fria que me magoou muito.
-Ele deve ser um idiota por não querer você, afinal você é... -Eu estava tentando não dizer bonito, afinal eu não tenho essa intimidade para chamar ele assim. -Especial.
-Especial? -Ele perguntou parando de chorar um pouco.
A esta altura o sol já estava se pondo e algumas estralas apareciam.
-Sim, quero dizer, você.... Você.... -Eu corei um pouco -Bonito, e não vai ser difícil achar outro amor.
-Você acha? -Ele me olhou com olhos de cachorrinho.
-Sim -Terminando de dizer isso eu dei um abraço nele.
O abraço durou um tempo até que.
-Pelos deuses -Disse o ruivo -Eu preciso ir Louise deve estar me procurando, foi bom conhecer você.
E com isso ele desapareceu nos arbustos sem nem me dizer o nome dele. ”
:
-Bem como podem ver -Eu disse. -Foi assim que eu o conheci.
-Interessante -Disse a senescal -Bom agora está na hora do senhor Pendragon nos dizer como foi salvo.
-Espere! -Disse o inquisidor -Vamos mesmo eixar um demônio contar o que aconteceu? Quero dizer afinal demônios mentem.
-Eu não minto -Disse Blake saindo detrás de mim.
-Que provas você tem? -Disse o inquisidor Sarcasticamente -Prove que você não é do mal.
-Simples, eu ajudo Parità.
-Como meu jovem? -Perguntou o inquisidor no mesmo tom.
-Simples, como líder da Ombra Della Luce.
Fez-se um silencio completo de espanto, até mesmo eu fiquei surpreso pois eu sempre pensei que o líder fosse um home velho e barbudo, porém logo foi quebrado pela risada do inquisidor e de seu filho.
-Prove -Disse o inquisidor entre risos.
Blake fez uma espécie de assovio, e na mesma hora de uma das janelas localizadas no domo da sala (que estava aberta), entrou um vulto com um capuz que habilmente desceu e aterrissou do lado de Blake, esse vulto tirou o capuz e depois a capa e revelou uma garota ruiva usando uma camiseta em estilo medieval e um short preto bem curto, a garota fez uma reverencia primeiro para Blake e depois para todo o conselho e o júri, e no final para mim.
-Cortesã Louise D’Magnólia se apresentando -Disse a garota.
Cortesã? Ela parecia que tinha 16 anos, muito nova para uma cortesã, mas, sou eu que estou sendo julgado então.
-Muito bem senhorita Louise -Disse o inquisidor arrogante como sempre -É verdade que este jovem é...
-Líder da Ombra Della Luce, sim ele é líder e se não acredita na minha palavra, o meu líder com certeza ficará feliz em chamar outras testemunhas.
-Não precisa, a senhorita já basta -Disse o magistrado.
-Como? -Disse o inquisidor indignado. -Vai mesmo acreditar?
-Sim, isto aqui é um julgamento -Respondeu o magistrado -Todos aqui ou melhor, os réis devem dizer a verdade, se esta jovem afirma que ele é o líder, então eu tomarei a decisão de acreditar, alguém concorda.
Desta vez só 4 dos 7 levantaram as mãos.
-Como voto da maioria é sim, então considerarei verdade, mas, vamos logo terminar esse julgamento para que possamos ir logo para nossas casas, Blake comece a contar como você foi salvo.
Continua.
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