História Lindando com sí próprio! - Not again!

Natasha

Acordo em uma sala de hospital da SHIELD.

- Natasha? Como se sente? – Cho me pergunta em pé ao lado da maca em que estou deitada, antes de respondê-la me sento na maca e analiso o ambiente desconhecido.

- Não lembro dessa sala, é nova? - Ouço meu estomago roncar. - Eu estou sentindo fome!

- É normal, agora vai precisar comer por dois! – Franzi a testa com sua afirmação, ela tinha um enorme sorriso no rosto, me entrega um papel que li umas três vezes sem entender o que significavam os resultados.

- Pode ir direto ao ponto Cho?

- Bem, você está grávida! – Por alguns minutos fiquei parada tentando processar a noticia, logo Steve entra pela porta esbaforido e olha pra mim com cara de preocupação.

- O que aconteceu? Bobby me disse que você desmaiou!

- Cho, pode me dar um minuto? – Ela e seu enorme sorriso deixaram a sala, mas antes de ela fechar a porta faço um último pedido. – Pode pedir a Bobby pra me conseguir pudim de leite?

Franzi a testa com o que acabei de falar, mas estava realmente com muita fome e a fome era de pudim de leite! Ela sai e Steve ainda permanece me encarando nada feliz, o que eu já imaginava já que desde cedo que ele tenta me convencer a ficar no quarto, o que eu deveria ter aceitado logo, mas como sou teimosa aqui estou.

- Senta aqui Steve! – Digo batendo na lateral da maca onde agora me encontro sentada, ele respira fundo em sinal de chateação, mas se aproxima, permanecendo em pé a minha frente.

- Quase morro de susto, fiquei preocupado com você! – Reviro os olhos. – E essa história de pudim de leite? Você odeia pudim de leite!

- Steve...

- Não! É sério, ontem mesmo eu vi você fazendo cara de nojo quando Wanda te ofereceu um pedaço de pudim de leite!

- Steve eu estou grávida! – Vomitei as palavras de uma só vez.

- Você o que? – Pergunta ele rindo de alguma piada que não ouvi, ao ver minha expressão séria arregala os olhos. – Isso é sério?

- É!

Ele me ergue em um abraço me girando no ar e rindo feito uma criança.

Romanoff? Romanoff? Romanoff?

- Agente Romanoff? – Acordo sentando em um solavanco.

- Eu não quero pudim de leite! – É a primeira coisa que sai da minha boca, a enfermeira olha pra mim confusa.

- O que está sentindo?

- Frio! – Foi o que consegui responder antes de apagar novamente.

Steve.

Ao chegar à enfermaria a vejo dizer à enfermeira que não quer pudim de leite e depois de uma curta conversa apagar novamente.

- O que aconteceu? – Pergunto a enfermeira.

- Ela está com uma febre alta e esta desidratada por não estar tomando os cuidados necessários, o que quer que ela tivesse no estomago também acabou de descer na descarga! – Diz Bobby vindo do banheiro com um balde que deduzi ser onde Natasha vomitou.

- Ela precisara ir até a doutora Cho pra fazer alguns exames, só assim saberemos o que ela tem, aqui eu só posso medicar a febre e o enjoo dela. – Diz a enfermeira.

Ela me dá algumas instruções e decido sair para comprar algo que ela pudesse comer, pedi a Wanda que ficasse com ela na enfermaria, Bobby precisou retornar as suas atividades.

...

Natasha

Ainda estava bem confusa, acordei novamente na enfermaria e por um momento me perguntei se estava presa em um loop. Só soube que não quando vi Wanda a meu lado, haviam colocando uma bolsa de soro no meu braço. Tentei levantar e Wanda vem a mim.

- Fica deitada Nat! Deram-te um antitérmico e esse soro aqui vai te hidratar. Vou ligar pro capitão.

- Não! Ele vai me matar! – Digo colocando a mão na cabeça tentando controlar a tontura que estava me causando enjoo novamente.

- Bem, se ele fosse mesmo fazer isso ele já teria feito!

- Ele sabe que eu to aqui?

- Ele saiu há uns dez minutos, atrás de comprar algo pra você comer.

- Ótimo! – Digo sarcástica. - E você? O que faz aqui?

- Por favor, não seja tão grata pela ajuda amiga! – Ironiza ela. – Ele pediu que eu ficasse com você enquanto ele volta se não era capaz de você sair daqui e voltar a correr por ai.

- Não é uma má ideia, mas prometo que vou ficar na biblioteca ou no jardim! – Digo sentando e vestindo o bendito blusão de Steve.

 - Sozinha? De jeito nem um! E não seja má, ele está preocupado com você! – Bufo.

- Então vem comigo! – Coloco a bolsa no ombro pronta pra sair.

- Não posso! Só vim aqui porque seria pouco tempo, não posso ser sua babá! – Vemos a enfermeira entrar com outra garota desacordada e então resolvo perguntar.

- Tem outras pessoas como eu?

- Não exatamente porque ninguém foi fazer exercício e ficar desidratada, mas tiveram alguns agente que vieram com dor de cabeça ou febre pedir algum medicamento, no caso dessa aqui ela teve uma febre muito alta e chegou a ter uma convulsão, uma ambulância está a caminho para levá-la a um hospital. – Isso me tranquilizava um pouco, o sonho ainda me atormentava, mas saber que outras pessoas estavam sentindo os mesmos sintomas que eu me deixa mais calma.

- É algum tipo de epidemia? – Pergunta Wanda preocupada.

- Até onde sabemos é apenas uma virose que se tratada corretamente não trará muitos problemas. Com licença. – Ela sai em direção a uma sala mais adentro provavelmente para fazer o mesmo que fez comigo, colocar a bolsa de soro na garota.

- Não quero ir pro dormitório! – Falo me sentindo uma criança de seis anos que está sendo obrigada a comer todos os vegetais do jantar.

- Vamos esperar mais um pouco, por favor? – Wanda pega o celular para ligar para Steve, mas antes disso Clint aparece mais branco do que já é perguntando por mim na porta da enfermaria e quando me viu nem esperou permissão de ninguém foi logo entrando e indo onde eu estava.

- O que aconteceu? – Olhou pra mim com uma cara de preocupação.

- Ela está desidratada por conta da febre, do esforço físico e de não ter tomado água suficiente. – Explicou Wanda vendo o olhar curioso da enfermeira que Clint ignorou na entrada. Aparentemente a moça não sabia que Clint era comprometido, já que o devorava com os olhos.

- Está se sentindo bem? – Me pergunta ela quando faço menção de deixar o local.

- To sim. Eu já estou liberada? É que meu amigo aqui tem que encontrar a namorada e não pode demorar muito! – A enfermeira olha pra mim envergonhada ao notar que eu percebi os olhares dela.

- Bem, se você me prometer alimentar ela e fizê-la beber pelo menos um copo de água a cada hora até essa febre passar ela pode ir. – Disse ela olhando pra Clint descaradamente, Laura tem sorte que Clint é lesado de mais para perceber. Só então vejo que ele tem uma sacola na mão com algumas frutas.

- Como você é teimosa! – Ralha Wanda logo que saímos, Clint me entrega a sacola que contem algumas frutas e uma garrafa d’agua.

- Vê se come e bebe porque Steve me fez prometer que eu te obrigaria se fosse necessário. – Diz ele.

- Cadê ele? – Eu pergunto.

- Fury me ligou ha alguns instantes pedindo que o encontrasse, ele está com o celular descarregado e não conseguíamos falar com ele. Foi para uma missão rápida junto com Thor e Tony, deve estar de volta antes do anoitecer, quando eu o avisei ele pediu que eu trouxesse isso pra você porque tinha passado mal e não me explicou mais nada porque estava atrasado para sair.

- Obrigada pela preocupação gente, mas isso tudo é exagero do Steve, ele está me tirando à paciência com toda essa superproteção! – Eles se olham e ficam calados. - Vou tomar um banho e prometo que só irei para a praça arborizada ler, não consigo ficar enfurnada naquele quarto!

Depois de me despedir deles tomo banho no vestiário dos cadetes que há tempos atrás assistiu ao inicio do meu relacionamento com Steve. Em poucos dias minha vida estava passando por tanta coisa que estava começando a me irritar a minha própria falta de paciência se é que isso é possível.

- Quanto drama Romanoff! – Digo pra mim mesma pegando a toalha pra me secar e me vestir. Tanto drama me fazia sentir exausta, ou talvez fosse à doença me abalando novamente.

Depois de me trocar pensei aonde exatamente iria, talvez a sombra do salgueiro que fica bem no meio do enorme jardim da SHIELD fosse um bom local, uma arvore grande como aquele trazia uma sombra refrescante. Decidi então ir pra lá, peguei a mochila colocando-a nas costas, acreditava que Steve fosse voltar quando a noite já estivesse caindo, então teria um bom tempo lá.

Segui meu caminho e chegando ao local sentei na sombra do salgueiro, abri meu livro para continuar a leitura de onde parei, deveria ter terminado na noite anterior, mas coisas mais interessantes apareceram. Passei um bom tempo lá mergulhada na leitura envolvente de R.R. Martim quanto vejo um par de pés pálidos e pequenos calçados em um salto preto social, levantei o olhar para identificar de quem se tratava e fiquei por alguns instantes sem saber o que fazer. Sharon estava a minha frente com uma cara enfurecida, automaticamente levantei, teria que pelo menos estar de pé caso as coisas fugissem do controle.

- Se você acha que é alguma coisa na vida dele, está muito enganada queridinha, verá como daqui para o retorno da missão você não passara de uma mera lembrança, ou acha mesmo que durante seis meses ele vai permanecer aqui feito um cachorrinho esperando a dona chegar de viajem? Não vou deixar barato a humilhação pela qual estão me fazendo passar. - Ela falava aos gritos, completamente fora de sí.

- Levando em conta que seus gritos estão chamando atenção da agencia em que ambas trabalhamos acredito que se sente humilhada por que gosta! – Ela ouviu em silencio ficando cada vez mais vermelha e então partiu pra cima de mim, só que antes do tapa dela atingir meu rosto em cheio lhe dou uma rasteira a fazendo cair de costas com um baque surdo. Não movi um músculo, apenas observei ela levantar desajeitada já partindo pra cima de mim, dessa vez seu ataque foi parado por uma parede chamada Steve que apareceu do nada e se colocou na minha frente recebendo por mim os tapas e socos que ela desferia na tentativa de passar por ele e me atingir. Chegava a ser hilária a sena da louca.

Steve segurou seus pulsos e pude ver a garota mudar de irada para uma gatinha indefesa chorando rios e buscando de alguma forma encurtar a distância que Steve impôs ao segurar seus braços que antes estapeavam seu peito.

- Chega Sharon! Já deu seu show por hoje! – Diz ele ao observar a multidão que nos rodeava tentando entender do que se tratava a gritaria que na verdade era só de Sharon e Steve, porque fiz questão de que meu discurso fosse somente pra ela.

- Mas... Você vai ficar do lado dela? Essa garota te ama mais que eu? – Pergunta já sem falar coisa com coisa. Não acredito que mesmo que Steve terminasse comigo ele voltaria pra ela, era quase ridículo.

- Não se trata do que ela é ou sente e sim do fato de que mesmo que eu terminasse agora com ela não voltaria com você! – Fala ele ainda tentando conter o espernear da garota.

- Então tenho que ser obrigada a ficar assistindo vocês juntos?

- Sinto muito Sharon! Chega dessa loucura!

Nesse momento senti algo estranho, remorso, arrependimento, frustração, raiva não sei bem descrever, ou novamente talvez fosse só o enjoo voltando à tona. Enquanto eles conversavam não soube o que fazer, então peguei minha mochila no chão e já ia me dirigir para sair quando pude vislumbrar Steve dar um abraço nela de boa vontade e dizer algo em seu ouvido.

Daí sim vi crescer em mim raiva, por achar que poderia ser uma garotinha apaixonada sendo que nunca fui assim, tive raiva dele por ser tão ele, raiva dela por ser a perfeita senhora América. A bem da verdade nem sabia se sentia raiva por ela ter tornado a situação toda a seu favor, ou porque sentia que estava perdendo ele pra ela mais uma vez. Andei alguns metros sem uma direção certa até que fui parada por Steve que me alcançou e parou a minha frente quase provocando um choque entre nós.

- Dá pra parar! – Diz irritado o que só me faz querer lhe bater, não pude responder porquê meu celular tocou, mesmo com a mão coçando para se chocar com o rosto dele engoli em seco e tirei o celular do bolso vendo que quem me ligava era Fury.

- Romanoff. – Respondo firme andando em direção ao estacionamento, Steve seguiu pacientemente a meu lado.

- Parece que as circunstâncias de sua viagem tiveram alterações Romanoff...

- Aconteceu alguma coisa?

- Não se preocupe, apenas terá de viajar sozinha e ficara incomunicável por esses seis meses.

- Como assim?