História Lindando com sí próprio! - Your mine!

Steve

- Não vai ficar na torre? – A vejo levantar e acompanho o movimento.

- Na torre não há estrutura pra mim Steve e honestamente eu não estou psicologicamente hábil a conviver com pessoas ultimamente...

- Como assim?

- Digamos que não precisa fazer muito pra ficar a beira de receber uma bala na testa! - Ri um pouco de seu comentário e perguntei exitante.

- Posso ir te buscar a noite? – Antes que ela me respondesse Bobby aparece a chamando.

- Vamos Natasha, eu preciso te esconder dos outros porque eu farei a surpresa do novo bebe a bordo!

- Me dá um minuto Bobby? – Diz ela, mas Bobby continua no mesmo lugar, acabei rindo porque Natasha revirou os olhos e pergunta. – Me espera lá fora? - Ela sai a contragosto nos deixando novamente a sós.

- Escuta Rogers, eu passei seis meses fora e estou um poço de emoções incontrolável então, por favor, não complique tudo ok? Vem aqui! – Se aproxima enlaçando meu pescoço em um apertando abraço que mais parecia recarregar todas as minhas baterias afundei meu rosto na curva do seu pescoço tentando matar um pouco da saudade.

- Senti sua falta! – Digo a apertando suavemente e me fazendo ciente do grande volume em sua barriga. - E eu ainda te amo!

- Eu também ainda te amo, então não torne as coisas difíceis, apenas deixemos acontecer mais uma vez. – Imaginei que ela fosse me evitar, mas ao contrario, ela estava bastante receptiva, apesar de que cautelosa. Me da um beijo no rosto e sai para encontrar Bobby do lado de fora.

- Vamos logo que a sua recepção vai ser no andar do Stark... – Ouço Bobby a chamar impaciente e saio da sala a tempo de ver Bobby a puxar pelo braço.

- Claro que vai! – É a resposta de Natasha.

- Ela vai dar o Show? – Ouço Peggy atrás de mim.

- Que show? – Pergunto com a testa franzida, Peggy se limita a rir. Pouco depois Jack aparece e eles vão embora. Pouco depois eu também fiz o mesmo e fui para a torre onde Pepper e Laura corriam de um lado para o outro com bebidas alcoólicas e aperitivos, me perguntei se era uma boa idéia dizer a elas que não deveria ter bebida alcoólica, mas sei que Bobby vai querer sair dando a noticia a todos, então apenas fui para o meu quarto para tomar um banho e me aprontar.

Já eram oito da noite e Bobby me liga perguntando quantas pessoas estão no local, eu sabia que o que ela queria mesmo saber era se Bucky estava lá, então a respondi.

- Ele está aqui sim Bobby! Quer falar com ele?

- NÃO! – Ela praticamente grita e afasto o telefone do ouvido. Na minha visão periférica vejo Bucky e Sam conversando alguma coisa com Hill e então ele acena pra mim e eu o chamo com a mão.

- Garota pelo amor de Deus o povo vai pensar que eu furei! – Ouço Natasha reclamando do outro lado da linha.

- Posso falar com ela Bobby? – Pergunto imediatamente ao ouvir a reclamação de Natasha, Bobby não me responde, mas logo ouço a voz rouca de Natasha do outro lado da linha.

- Eu avisei que estáva com a Bobby certo? Então se eu não aparecer à culpa é do Barnes! – Ri com sua brincadeira.

- Eu tenho uma idéia, vou colocar o Bucky na linha e você vai devolver o celular a ela alegando que sou eu, talvez assim eles se acertem, mas de qualquer forma eu posso ir te buscar se ela não se decidir, basta dizer.

- Soa tentador, mas vejamos como isso vai acabar! Bobby? – Caminho até o Bucky e entrego o celular a ele que apesar de estranhar atende a ligação.

- Hum? Bobby? – Ele diz surpreso, mas sorrindo e logo sai me deixando junto a Sam e Maria.

- Qual o problema desses dois? É tão difícil assim se acertarem? – Comento com os dois.

- É a Natasha? – Pergunta Maria.

- Não, é a Bobby que não está querendo vir porque soube que Bucky está aqui, ela ainda esta no apartamento da Natasha. - Respondo.

- Eu vou buscá-la! – Diz Maria sacando as chaves do carro e saindo sem dizer mais nada.

- O que deu nela? – Pergunto a Sam, Maria é usualmente fria, mas pareceu incomodada com a minha presença.

- Steve amigão, teve muita coisa acontecendo ao seu redor enquanto você enlouquecia de trabalhar.

- O que quer dizer?

- Maria e Bucky acabaram de chegar de uma missão...

- Que durou meses, eu sei disso e é por isso que Bobby está surtando. – Sam coloca a mão sobre meu ombro e cochicha para que só eu ouça.

- Aparentemente ele e Maria se envolveram romanticamente e agora o cara atende uma ligação da ex/atual com um enorme sorriso no rosto, como acha que isso soou pra Maria?

- Porque ele não me disse nada? – Sam dá de ombros.

- Sei que ela não está muito bem em vir pra cá e tenho certeza que por isso ela se ofereceu para ir buscar a Natasha.

- E a Bobby também! – Concluo.

- Maria é durona de mais pra deixar transparecer alguma coisa, mas sei que ela foi por conta da Natasha, acho que de todos que eu conheço a Natasha é de quem ela mais fala então deduzo que elas sejam boas amigas.

Bucky retorna e paramos a conversa.

- Onde está Maria? – Pergunta ele me devolvendo o celular.

- Ela foi buscar a Nat e a Bobby! – Respondo e ele faz uma cara de surpresa, Sam ri.

- A sua prima de París apareceu, acho que vou falar com ela! – Diz Sam arrumando uma desculpa para sair.

- Tem algo a me dizer? – Pergunto tentando disfarçar o sorriso.

- Do... O que Sam te disse?

- Bem, eu esperava que você me dissesse essas coisas, mas sim, ele me disse sobre você e Maria.

- Eu não tenho nada a dizer cara... A Bobby ainda é minha namorada e eu não posso fazer muito a respeito disso!

- Sério? Se acha que ela é sua namorada porque deve isso a ela, aconselho que termine ainda hoje e fique com Maria. Não se consegue ir muito longe em um relacionamento com esse tipo de pensamento Bucky.

- É! Agora eu é quem to recebendo conselhos de você em? Quando foi que isso aconteceu? – Rimos ambos. - Há! Como está Natasha?

- Linda como sempre! – Digo e ele dá tapinhas nas minhas costas.

- Você está tão ferrado!

- Vou gostar de conhecê-la... – Diz Sam retornando com Peggy e Jack.

- Claro que vai! – Peggy sorri.

- O que tanto olha nesse celular? – Percebo Bucky se distrair ao teclar freneticamente na tela do celular.

- Chama-se Whatsapp e estou tentando não estragar a noite! – Ele diz e olho de relance vendo o nome Maria no topo da conversa.

- É bom mesmo porque não acho que agora seja uma boa hora para termos duas mulheres se descabelando por você garanhão! – Brinca Sam fazendo Bucky revirar os olhos e Peggy franzir a testa sem entender o assunto da conversa.

- Você entende o que significa guardar segredo para um amigo? – Diz Bucky ao notar a completa falta de noção de Sam.

- Se nem você guarda o próprio segredo, porque eu guardaria? – Reviro os olhos e conversamos por mais uma meia hora até que Maria Hill aparece na porta do elevador junto a Bobby.

 - Hill? Bobby? – Bucky pergunta em um quase sussurro ao ver as duas juntas, mas logo tudo isso é ofuscado quando Natasha aparece atrás das duas e surpreende a todos com o volume em seu ventre.

- Vou bem Bucky e você? – Ironiza Natasha quebrando o clima que se formou.

- Te deixo sozinha por seis meses e me aparece com esse barrigão? – Diz Clint se aproximando dela e abraçando-a, ela retribui o abraço e sorri fechando os olhos.

- Pois é! – Ela diz olhando para Laura que também está grávida talvez com um mês de diferença dela, ambas trocam um abraço e as pessoas começam a cumprimentá-la normalmente.

A vi conversar com várias pessoas e não quis atrapalhar sua interação, apenas sentei em um dos sofás e fiquei conversando com Sam, conversamos mais um pouco até que Pepper resolve que é hora de ir buscar Hawy para conhecer a madrinha.

- Era surpresa? – Diz Natasha sentando ao meu lado.

- Pergunta a Bobby, porque eu suponho que o conceito que ela tem sobre festa surpresa é bem inverso ao real, afinal de contas parece que foi você quem nos surpreendeu!

– Como assim ela? Você e Peggy me falaram disso sem cerimônia nem uma também!

- Só que a Bobby não sabe qual o sentido de ser surpresa! E a Peggy, acho que ninguém a avisou que seria surpresa... – Conclui e ela começou a rir da minha defesa sem cabimento.

- Sei sim, só que na verdade não me lembrei disso na hora! – Diz Peggy sentando em um sofá próximo com Jack ao seu lado.

- Sabe o quanto você é ridícula né? Como você consegue ainda estar tão linda estando grávida? Isso não é justo! – Brinca Bobby que se aproxima segurando na mão de Bucky, ele senta ao lado de Peggy e Bobby senta em seu colo, logo atrás deles pude avistar Hill tentando disfarçar o incomodo ao observar a cena.

A porta do elevador se abre revelando Pepper com o pequeno Hawy no colo. Ela passa pelas pessoas e vem em minha direção colocando o bebe sonolento no meu colo, ao olhar para Natasha ela observa o bebê com um enorme sorriso, mas logo revira os olhos ao ouvir o comentário de Tony.

- Ok! Já tirou foto? Porque do jeito que ta olhando pra ele to com medo de seqüestrar meu filho!

- Claro que você não poderia deixar de implicar comigo não é Stark? –Começamos a rir. Vejo pelo canto dos olhos Bobby com cara fechada para Bucky, a ouço responder algo e se levantar de onde estava indo para próximo de Clint e Laura. Minha atenção volta à conversa principal quando vejo que Natasha respondia a algo que Jane lhe perguntou.

- Não vou responder a muitas perguntas, mas sim estou grávida e é só o que precisam saber. Por favor, fechem as bocas! – Diz arrancando risos de alguns.

 - Pega ele! – Digo tentando empurrar Hawy para o colo de Natasha.

- Oi? – Ela olha pra mim apavorada me fazendo rir de sua reação.

- Ele está dormindo, não vai querer acordá-lo né? – Coloco o bebe em seu colo e ela fica quase estática na tentativa de não fazer movimentos bruscos. Logo todos estão em conversas aleatórias pelo salão, até mesmo porque alguns garçons começam a servir bebidas e petiscos.

- Então, como Peggy veio parar aqui? – Ela diz no momento em que estendo a mão para receber de um garçom um coquetel de frutas sem álcool pra ela e uma cerveja para mim.

- Ela começou a trabalhar na SHIELD há alguns anos atrás, só que como agente secreta... Em fim, logo que você saiu em missão ela foi transferida pra cá e pouco depois o noivo dela também. – Respondo e a entrego o coquetel que ela recebe e logo beberica.

- Deve ser frustrante pra você... – Olho pra ela de testa franzida.

- O que?

- Nada, esquece o que eu disse! – Ela diz e coloca o copo sobre a mesa de centro se acomodando melhor com Hawy ainda no colo.

- Essa semana você foi o assunto dentro desse grupo. – Bucky resolve conversar um pouco com ela, então pego Hawy de seus braços e o levo de volta para Pepper.

- James? – Ouço Bucky dizer quando retorno para onde eles estão.

- Então? O que acha? – Ela o perguntava com um largo sorriso.

- O que estão falando? – Pergunto sem esconder minha curiosidade, ele não responde verbalmente, mas a abraça e completa.

-Terei um sobrinho! – Se volta pra mim que sinto meu rosto aquecer e provavelmente estava vermelho, Bucky me abraça e parabeniza dando tapinhas nas minhas costas, até agora ele foi o único a de fato tratar a situação naturalmente.

– Ok! Acho que vocês precisam conversar um pouco não é? – Diz Maria empurrando Bucky para longe.

- O que acontece com esses três? – Natasha me pergunta, Bucky segue Maria para fora e Bobby os observa carrancuda do outro lado da sala.

- Longa história! – Respondo também observando a sena. – Então... Você sabe o sexo do bebê?

- Não! Devido à missão não tive como fazer o pré-natal como deveria, mas não se preocupe que assim que eu souber lhe informarei! – Fala ela sorrindo e passando a mão pela barriga, acho que nunca a tinha visto tão linda como agora.

- É... – Digo coçando a parte de trás da cabeça queria pedir a ela para acompanhar a ultrasson, mas me sentia pisando em ovos. – Você está linda a propósito!

- Bom saber que ainda atraio olhares, mesmo imensa! – Sorri ainda mais sem graça. - Ele é tão pequeno, dá impressão que vou quebrá-lo! – Sigo seu olhar, ela observava Pepper carregar Hawy para o elevador.

- Acho que logo terá que se acostumar com isso! – Ela olha pra mim e sorri acariciando a barriga novamente.

- Tudo isso me assusta às vezes! Choros, Cocô, xixi, mamadeira, poucas horas de sono, cólicas...

- Andou pesquisando foi? – Clint entra na conversa e ela ri.

- Digamos que eu não tinha certeza se teria que criar uma criança em um hotel de duas estrelas ou se conseguiria cumprir a missão no tempo previsto a tempo de ter algo melhor. – Não me perdôo por não ter ido de vez atrás dela quando quis, parece que algo me dizia que teria de estar com ela e a ouvir falar das dificuldades que passou só me deixava cada vez pior. A festa continua entre brincadeiras e conversas leves, coisa que eu sentia uma falta imensa. Por volta da meia noite estávamos conversando e alguns tentando levantar o martelo de Thor, quando Natasha novamente aparece e senta a meu lado.

- Podemos conversar? - Ela diz.

- Claro! – Nos levantamos e saímos para a parte externa na sala, uma varanda coberta com paredes em material transparente.

Natasha

- Então... – Ele me incentiva a começar.

- Onde está Peggy? Gostaria de conhecê-la melhor... – Pergunto tentando relaxar um pouco.

- Ela ficou conversando com as meninas, mas sei que não foi pra falar da Peggy que me chamou aqui...

- Imagino que sabe.

- Podemos ir direto ao ponto? – Ele me pergunta.

- Claro, é bem melhor assim!

- É meu e você não sabe o sexo.

- Agora o que? – Pergunto e ele desviando os olhos de mim.

- Isso foi mais direto do que eu esperava. - Ri fracamente.

- Bem... Eu não tive muito como pensar a respeito disso, mas eu passarei a ficar no meu apartamento e recebi a dispensa imediata pra me dedicar a fazer exames e outras coisas que eu deveria ter feito nesse período... Eu não vou exigir que me acompanhe ou coisa do tipo se é o que lhe preocupa!

- E se eu quiser te acompanhar?

- Será bem vindo!

- E como nós ficamos? – Ele pergunta novamente.

- Eu não sei Rogers, no momento a única coisa que eu realmente quero é descansar em uma cama de verdade... – Ele fica em silencia e encosta-se à vidraça.

- Porque não disse a ninguém antes? – Ele muda completamente o foco da conversa me deixando cada vez mais frustrada com sua falta de atitude, porque se ele esperava que eu fosse pedir que ele voltasse comigo...

- Porque sou a viúva negra e o que mais tenho são pessoas procurando por minha cabeça, quem dirá a cabeça de um filho meu com o capitão América. – Digo o obvio usando um pouco de ironia na voz.

- Eu detesto que tenha que passar por tudo isso! – Ele diz, mas não respondo nada, me limito a fitar o asfalto do lado de fora do prédio vingadores. - Então... Se eu quiser fazer parte integral disso... – Ele não fez propriamente uma pergunta então não sentia a necessidade de responder, ele ficou em silencio com minha falta de resposta, então o incentivei a continuar.

- Sim? – O encorajo a continuar.

- É... – Ele respira pesado com a tensão. – Eu não deixei de nos ver como um casal Natasha, sua gravidez não fez isso mudar, e acho que se o filho não fosse meu seria um pouco complicado, mas não muda como eu me sinto com relação a você.

- Eu já tinha um discurso pronto Rogers! – Digo lhe arrancando um sorriso. Eu estava tentando conter a sucinta felicidade de ouvir suas palavras.

- Teve seis meses de enjoos, dores, mal estar e solidão pra montar esse discurso? – Fala ele dramaticamente me fazendo rir.

- Isso soa tão deprimente! O discurso não era só pra você, mas também pra mim. Eu não poderia afirmar que o período que passamos juntos não teve significado ou sentimento, mas estou bastante acostumada com a ideia de ser alocada na vida das pessoas e sabia que com você não seria diferente...

- Parece que achou errado então. – fico calada sentindo seu olhar sobre mim, então tenho minha atenção voltada ao meu amiguinho, senti um chute, automaticamente pego a mão dele e coloco sobre o local.

- O que? Já vai nascer? – Me olha assustado.

- O que? Claro que não! - Mantive a mão dele no local e ele ficou me observando confuso até que sinto um segundo chute e Steve se assusta.

- O que foi isso?

- Só ele chutando feito louco! – Faço uma careta novamente com um terceiro movimento e vejo Steve abrir um sorriso que há tanto tempo não via, era bom poder compartilhar aquelas pequenas coisas com alguém nem que fosse um dos meus amigos. A ideia de passar por tanta coisa nova e diferente sozinha era tortuosa, principalmente momentos como esses que agora já eram comuns pra mim, mas ainda assim era o que me dizia que meu filho ainda está vivo e saudável e isso me aquecia por dentro.

- Posso? – Pergunta e não entendo o que ele queria poder até que ele recosta o ouvido na minha barriga.

- Ele não vai falar com você Rogers!

- Bem, não quer dizer que não possa me ouvir... – Praticamente encosta os lábios na minha barriga e começa a sussurrar. – E ai filhão ou filhona? Eu sou o papai e estou ansioso pra poder ver o seu rostinho... – Depois de minutos conversando com minha barriga enquanto sinto cócegas pelo hálito quente contra a barriga ele em fim se levanta me encarando com um enorme sorriso bobo.

- Ele começa sempre à noite, nunca me deixa ter uma noite inteira de sono. – Falo desviando o olhar para a barriga.

- Porque se refere como se fosse um menino?

- Eu não sei, é só minha dedução!

- Já tem nomes?

- Ainda não, mas Bobby tem uma ideia que pensei que talvez gostasse. – O que aconteceu comigo? Fico me perguntando mentalmente ao notar o quanto insegura estou ao falar com Steve, pode ser resultado dos hormônios.

- E qual seria?

- James para menino e Sara para menina! – Ele estranha os nomes e revirei os olhos com a lentidão.

- Por quê?

- Não é obvio?

- Porque Bobby iria sugerir o nome da minha mãe? O de James eu entendo porque é namorado dela, mas minha mãe...

- Na verdade ela sugeriu Barbara, mas eu disse a ela que Sara teria mais peso, já que James seria em homenagem ao seu melhor amigo seria lógico o nome de menina homenagear alguém igualmente importante, como sua mãe... Não sei, só pensei que seria uma boa ideia!

- Gosto de James e Sara, mas talvez você devesse escolher nomes que tivessem significados pra você também.

- James e Sara será! – Não queria dizer a ele que o único nome que teve real significado pra mim foi o dele, e talvez o de Clint, mas iria pedir a Clint e Laura para serem os padrinhos.

Bobby aparece sem pedir licença me puxando pela mão de volta pra sala.

- Diga a ele qual vai ser o nome do meu sobrinho! – Diz apontando para Bucky, só que todos prestavam atenção.

- Eu já disse Bobby! – Ela faz cara de decepção e vejo todos rirem de sua cara, menos Maria que observei sair de fininho e ficar no bar. – Mais tenho certeza que todos os outros ainda não sabem!

Ela abre um sorriso mais conformado e começa a relatar toda a história inclusive da minha ideia de pedir o apadrinhamento a Clint e Laura que vem me agradecer, olho de relance para Steve e ele sorri o que me indica que não se importou com a minha escolha.

Algumas horas depois todos começam a se dispersar indo para suas devidas casas, ficando por fim Maria, Bobby, Bucky, Eu e os anfitriões, até mesmo Steve veio se despedir de mim em um ponto da noite apenas me dando um beijo no rosto e alegando que Peggy e Jack estavam sem carro e ele os levaria para casa.

Despedi-me de todos e Maria se ofereceu para me deixar em casa, no caminho fomos conversando bobagens quando sinto meu ventre se agitar como sempre, isso significa uma noite em claro.

- Eu não deveria estar acordada tão tarde sabendo que meu amiguinho não vai me deixar dormir por muito tempo... – Digo e Hill ri de mim. – O que foi?

- Já imaginou algum dia que iria ser mãe? – Ela me pergunta.

- Eu até agora ainda não me imagino, não sei nem o que irei fazer no momento que essa criança resolver vir ao mundo!

- Eu não me vejo nessa situação... Hãhãm de jeito nem um! – Ela sacode a cabeça como se afastasse um pensamento ruim e acabo rindo.

- Agora corta essa e me diz o que está acontecendo entre você Bobby e Bucky?

- Não sei do que está falando! – Fala se jogando no sofá da minha casa.

- Não vêm com essa Maria! Eu sei que ta acontecendo alguma coisa, fala!

- É só que... Nós passamos esse período em missão e tudo o que eu fiz foi ajudá-lo, agora me arrependo disso! – Eu sabia que ela não iria dizer propriamente que se envolveu com James, mas para mim isso estava mais do que claro.

- Eu já entendi que rolou alguma coisa entre vocês e que não foi só algo de uma noite de bebedeira ou coisa do tipo, mas ele te prometeu algo ou disse que não estava mais com a Bobby?

- Ai é onde mora o problema! Eu sabia que ele não tinha deixado a Bobby e mesmo assim me deixei envolver, agora o que me resta? Voltar pra casa e me embebedar com uma garrafa de vodka que roubei do bar do Stark, se não estivesse grávida te convidaria pra me acompanhar. – Ela levanta seguindo para a porta do apartamento.

- Pode beber seus problemas aqui, eu não posso beber, mas posso te fazer companhia! – Ela abre a porta e olha pra mim com um sorriso triste.

- Nem vem! Eu preciso ficar sozinha! – Trocamos um rápido abraço e ela sai, antes que eu sente meu celular toca e no visor o nome de Bobby.

- Oi Bobby? – Ela não responde, mas ouço seus soluços do outro lado da linha. – O que aconteceu Bobby? Você está ferida?

- O Bucky... Ele, ele... Nós terminamos!

- O que aconteceu Bobby? Vocês brigaram? – Sento no sofá já esperando que essa fosse uma longa conversa e eu estava certa. Às duas da manhã finalmente Bobby havia parado de chorar e resolveu dormir um pouco.

Assim que desligo o celular caminho até o quarto a fim de tomar um banho e deitar um pouco já que dormir seria impossível com já que a festa no meu ventre não tinha hora pra acabar. Retiro a roupa pra entrar no banho e observo o quanto esse apartamento é pequeno, teria de dar conta de comprar uma casa maior, visto o roupão e observo a rua pensando se deveria mudar de bairro também. A campainha toca e olho no relógio para constatar que já era três horas, peguei a arma na bolsa de viagens ainda para ser desfeita e a preparo para qualquer necessidade, chegando na porta espio pelo olho mágico e vejo Steve do lado de fora.

“O que diabos esse doido faz aqui em plenas três da  manhã?” – Era exatamente a pergunta que pairava em meus pensamentos na hora que abri a porta, mas acabei por não conseguir dizer uma só palavra, assim que abri a porta Steve passa o braço ao redor do meu corpo me puxando de encontro a si e me ataca os lábios em um beijo sôfrego e agoniado que eu não pude evitar em corresponder tão igualmente.

Mesmo com o enorme volume na minha barriga de algum jeito ele conseguiu me envolver em um abraço, ouço o som da porta sendo fechada com um chute e sinto ele me empurrar em direção ao quarto, ao sentir minhas panturrilhas irem de encontro aos pés da cama resolvi o fazer me soltar por alguns instantes antes que me sufocasse com toda sua pressa. A única coisa que consegui foi que ele separasse a boca da minha, mas já direcionando seus beijos ao meu pescoço o que me fez derrubar a arma que até então ainda estava na minha mão, por sorte ela ainda estava com a trava e não disparou acidentalmente, mas o assustou.

- Porque estava com uma arma? – Ele olha pra arma no chão, mas sem desgrudar nossos corpos, o que da verdade não era muito difícil com aquela barriga enorme...

- O que esperava? – Digo ofegante observando seus lábios vermelhos. - Eu acabei de desmontar uma rede de tráfico, estou imensa de grávida e alguém toca minha campainha no meio da madrugada...

- Tá! entendi! - E não demora em voltar a me beijar.

- Hum – Murmuro em seus lábios tentando pará-lo novamente que o faz esperando que eu diga algo. – Steve, o que está fazendo?

- Eu esperei seis meses por você, então podemos conversar depois? – Ri de sua agonia e toquei seu rosto onde meu cabelo agora mais longo prendeu devido ao suor.

- Eu não quero que se sinta obrigado a estar comigo por conta da gravidez.

- Eu percebi que está tentando me afastar a todo custo, mas não é tão fácil assim se livrar de mim Romanoff, você é minha! - Sorri e lhe beijei apropriadamente tentando passar que sentia o mesmo, mas para ele parecia não ser suficiente. - Eu te amo Romanoff!

Sorri abertamente e logo não pude mais falar nada ou pensar direito já que estava sendo sufocada pela sua pressa, tentei protestar com o fato de eu estar grávida, mas aparentemente ele já estava bem informado. Antes de qualquer coisa acontecer ele teve o cuidado de se certificar que eu estava confortável e também passou todo o momento me perguntando se eu sentia dor ou algum incomodo.

Ao contrario das noites anteriores que passei em claro porque meu pequeno sempre se remexia nesse horário, dormi o que restou da noite sem interrupção, pode até parecer loucura, mas no momento que Steve colocou a mão na minha barriga tudo ficou quieto e então dormimos os três sem nem um problema.

Pela manhã acordo com um som familiar que a muito não ouvia, abro os olhos e vejo Steve sentado na cama a meu lado com um papel e lápis na mão, ainda não tinha nem uma roupa, o que encobria sua nudez era um travesseiro sobre o quadril.

- O que está desenhando? – Pergunto me espreguiçando e lembrando não ter visto nada em suas mãos na madrugada quando chegou a minha porta. – Aliais, onde arranjou material para desenho?

- Tinha deixado aqui da ultima vez. – Ele fala sorrindo e me aproximo dele para espiar o desenho.

- Jesus! Porque resolveu me desenhar enorme como estou agora? – O desenho na verdade era bonito, mas só em observar que retratava meu corpo de grávida já me causava certo incomodo. Estava deitada na cama sem roupa, meus seios estavam cobertos pelo angulo do braço, assim como minha intimidade pelo angulo da perna. Eta meu corpo de perfil, meu rosto estava encoberto pelo cabelo e não se via mais do que a forma do rosto,

- Não sabe o tamanho da bobagem que acabou de dizer! – Ele fala sorrindo e continua seu desenho. Levanto-me vestindo um roupão, mas ainda sorrindo. - Onde vai?

- Fazer algo para comer, se não sabe preciso comer por dois agora! – Ele sorri e saio do quarto em direção a cozinha, por um milagre meus armários estavam bem abastecidos, devo isso a Isaac que fez com que o apartamento fosse limpo e a dispensa abastecida para me poupar trabalho ao chegar da missão, o problema é que eu não conseguia comer de tudo, pelo menos não depois de tomar a vitamina especial que foi desenvolvida para mim. Steve teria problemas com isso, então volto ao quarto decepcionada comigo mesma por ter apenas como lhe oferecer frutas e suco de laranja.

- Steve? – Ele levanta os olhos do desenho me dando atenção. – Não sei se irá gostar, mas infelizmente não tenho comida comum aqui. – Eu tinha em minhas mãos uma bandeja com algumas frutas cortadas e uma jarra de suco, ele se levanta revelando que não estava completamente nu, vestia uma cueca, e vem pegar a bandeja das minhas mãos.

- Qual o problema com as frutas? – Ele pergunta.

- Nem um, mas sei que costuma comer coisas mais fortes pela manhã e a menos que queira tomar leite de soja e comer biscoitos água e sal... – Ele riu e depositou a bandeja na cama logo voltando e me pegando pela mão guiando-me até a cama.

- Porque você está tomando leite de soja? A única vez que vi Clint te forçando a tomar isso também vi você fazer caretas. – Já sentados ele serve apenas um copo de suco, dá um pequeno gole e me oferece o mesmo copo.

- Bem... Digamos que precisei me adaptar a muitas coisas, uma grande coisa foi minha alimentação! – Ele franziu a testa com o que disse e começou a pegar alguns pedaços de fruta com a mão para comer.

- E porque isso? Sua alimentação sempre foi boa!

- Não se trata de corrigir minha alimentação, se trata do que meu estomago aceita depois de tantas drogas que precisei tomar. – Ele pareceu mais confuso ainda. – James possui o soro Steve, por isso meus primeiros meses de gravidez foram muito mais complicados que o normal, meu corpo lutou contra manter a gravidez, eu só consegui levar adiante porque Isaac desenvolveu uma vitamina que me ajudou a fortalecer meu corpo, mas em compensação eu adquiri intolerância a inúmeros alimentos. Sendo assim o leite que posso beber é o de soja entende?

- Eu não sei nem o que posso fazer pra compensar todo o tempo que deveria estar com você e falhei... – Iria ele começar a se lamuriar novamente.

- Steve pelo amor de Deus não começa. - Ele se manteve calado e se empenhou em terminar de comer.

...

Alguns dias depois estava voltando do laboratório com o exame que indica o sexo do bebê, Steve estava em missão e quase enlouquece me ligando e pedindo desculpas porque não chegaria a tempo de me acompanhar, Pepper foi comigo em seu lugar e me convenceu a pedir ao médico que não me informasse o sexo do bebê, que apenas me entregasse a documentação em um envelope fechado. Ela levou o exame a uma padaria e encomendou um bolo que no interior deveria ter a cor indicando o sexo do bebê.