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História Linger. - He's back.


Escrita por: futfics

Capítulo 3 - He's back.


Eu não tinha certeza, mas suspeitava que em algum lugar perto de mim, minha música favorita do The Kooks estava tocando. Mas aonde? Estava com sono demais para ter vontade de saber.  Assim que a voz de Luke Pritchard cessou, virei-me na cama, me mexendo confortavelmente para, enfim, retomar meu sono.

"Oh, now you know I just don't care, you know she just don't care"

A música começou a soar de novo pelo meu quarto. Bufei irritada, vendo que seria impossível voltar a dormir naquela manhã. Abri meus olhos e olhei no relógio, descobrindo que eram apenas 7 da manhã. Que tipo de pessoa liga para outra as 7 da manhã? Levantei desastrada sem nem enxergar direito o que estava na minha frente e fui atender o celular.

- Alô - atendi sem nem olhar quem era.

- Bety. - reconheci a voz de Oscar.

- 7 da manhã, Oscar. SETE DA MANHÃ! - falei mal humorada. Odiava acordar cedo. - Espero que alguém tenha MORRIDO para você ter que atrapalhar meu sono.

Oscar ficou em silêncio, fazendo que a parte de mim que ainda estava dormindo despertasse imediatamente. Oscar jamais ficava calado, e posso apostar que ele não ligou só pra escutar minha voz matinalmente mal humorada.

- Oscar? O que foi? - perguntei preocupada. 

- Ele vai voltar, Bety. - ele disse simplesmente.

- Ele quem? - não estava entendo nada e minha preocupação só aumentava. - Voltar pra onde? De onde? 

Depois de alguns segundos de silêncio, ele respondeu:

- David Luiz

Sabe aquele negócio de eu ter acordado com o meu celular tocando? Esquece. Não era verdade. Eu estava dormindo ainda, e isso era uma pesadelo. Sentei na cama e respirei fundo.

- Como é que é?

- Vou ser bem direto, ok? O David Luiz está se transferindo do PSG para o Chelsea. Ele vai deixar Paris e voltar pra cá, vai voltar pra Londres.

Provavelmente Oscar falou mais coisas depois disso. Ou talvez não, talvez apenas tenha ficado na linha e entendido meu silêncio. Eu não saberia dizer. Naquele momento, eu parei de escutar tudo e não consegui impedir minha mente de viajar para o passado.

Mais precisamente para os tempos de quando nós nos apaixonamos. Do começo, quando tudo que tinha eram olhares e indireta, logo depois os primeiros beijos, a primeira vez que fizemos amor. Quando assumimos nosso namoro, os shippers, os haters, o pé atrás do John com relação ao David, a família do David... Ah, a família! Eram pessoas maravilhosas, mas nunca me aceitaram verdadeiramente. Não sei se por serem muito apegados a Sara - ex dele - ou por não gostarem do meu trabalho como modelo, já que eram um tanto quanto conservadores e religiosos. Mas nada disso havia sido impedimento pra nós, apesar de tudo, ficamos juntos e fomos felizes. Eu, na minha ingenuidade, achei que éramos felizes até ouvir pelos corredores do Chelsea que ele estava se transferindo para o PSG.  Eu não acreditei, lógico. Liguei para ele para contar a história e rimos juntos, mas ele não me atendeu. Não me atendeu pelo resto do dia. A próxima vez que tive notícias dele, foi no dia seguinte, quando vi pelo jornal de esportes que ele estava em Paris, procurando uma casa para se instalar quando fosse de vez pra lá. Mas isso não era tarefa para se fazer sozinho, não é mesmo? Por isso sua mãe e  - nada mais mais nada menos que Sara estavam o acompanhando.

Eu não podia acreditar no que via. Era uma história tão surreal, parecia que tinha sido tirada de um romance vagabundo. Mas não era. Era a minha vida, minha história. Depois daquela reportagem no jornal, o inferno começou. Jornais, revistas e todos os meios de comunicação existentes me ligavam sem parar. Juntando-se a eles, meus amigos, meus pais, e por fim... David. Eu não atendia ninguém. Me isolei no meu apartamento e dei ordens pra não deixar ninguém subir. David era insistente, ligava sem parar, mas eu já não tinha mais nada pra ouvir dele. Ele devia ter me falado antes, conversado comigo antes de fazer as coisas, mas naquele momento já não interessava mais nada que ele dissesse. Nada iria tirar a dor que eu estava sentindo naquele momento.

Depois da fase do choque e da incredulidade, veio a faze da confusão. Eu não conseguia entender o porque dele ter feito isso comigo. Analisei nossas últimas conversas e encontros e não achei nada que justificasse, repassei tudo que vivemos nos dias anteriores e tudo estava absolutamente normal, ao meu ver. Minha mente rodava em torno de: Por que? O que eu fiz de errado? Depois, veio a fase do choro. Eu chorava todos os dias, o dia todo. Chorei como se a dor pudesse ir embora junto com as minhas lágrimas. Depois, com o passar do tempo, fui me recuperando, deixei que meus amigos me ajudassem, aceitei até o carinho de John. 

Nunca mais falei com David Luiz novamente. Nem sequer o vi outra vez. Nunca falei com a imprensa sobre isso ou qualquer coisa relacionada. Enterrei toda essa história junto com as lembranças que eu tinha dela. Pelo menos, até agora.

- Bety? Elizabeth, você está aí? - Oscar ainda estava na linha.

- Tô sim. - respondi sentindo minha cabeça doer.

- Eu fiquei sabendo agora, ele me ligou... - as vezes eu esquecia que Oscar ainda era amigo de David. - Eu quis te contar logo, pra você não descobrir pela imprensa, ou sei lá, por outra pessoa.

- Como da última vez... - pensei alto.

- Bety - Oscar disse lamentando.

- Tudo bem, Osquinha. Obrigada. - falei deitando na cama, exausta de repente. - Ai caralho. 

- Olha a boca 

- O Eden já sabe? - eu acho que só com aquele telefonema eu tinha envelhecido uns 10 anos.

- Acho que não. 

Me despedi de Oscar e fui tomar um banho tentando absorver tudo aquilo. Percebi então que estava com raiva. Por que raios ele tinha que voltar? Por que ele acha que tinha o direito de voltar a fazer parte da minha vida? Não fazia ideia do que ele pensava ou das intenções dele, mas eu sabia de uma coisa: Eu não deixaria David Luiz bagunçar minha vida novamente.

 



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