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História Linguagem Secreta das Flores - Camélia


Escrita por: cactae

Notas do Autor


Cheguei de jumentinho para atualizar, yhul <3
Desculpem-me pelo capítulo anterior, passo a fic toda dizendo que não teria drama para jogar uma bomba daquela, bem filha da putagem minha, não? Mesmo que aquilo sequer estivesse planejado.
Escutem Training Wheels da Melanie, eu estava bem louca para colocar essa música em algum capítulo meu e finalmente chegou a hora sajsiajs deixarei link nas finais.
P.s: isso não tá betado, perdoa os erros.

Boa leitura~

Capítulo 12 - Camélia


Fanfic / Fanfiction Linguagem Secreta das Flores - Camélia

Fitei o céu resignado, não costumava passar a noite em outro lugar senão o loft que dividia com Jimin, mas quando este, por sua vez, não dirigiu-me o olhar ou a palavra ao que fechei a porta esperando que nos acertássemos, soube que não ficaria bem, não quando não conseguia dormir sem carinho alheio, ainda mais quando encontrava-me tão ridiculamente debilitado.

Tive de discar o número de Namjoon hyung, mesmo que Hoseok tenha se oferecido para ficar comigo, não quis, não quando tudo ainda parecia tão estranho e surreal em minha mente. Oras, em um momento, estava eu a sorrir e beijar meu vizinho bonito, instantes depois estava a gritar com meu melhor amigo e sendo deixado para trás ao que a porta da casa ao lado batia com tamanha força. Eu não aguentaria aquilo sozinho, não com aquele clima, não quando meu melhor amigo parecia disposto a me ignorar até sei lá quando.

Assim que Joonie abriu a porta de passageiro, olhei para Yoongi através do retrovisor, os olhos inchados indicavam que ele não tinha parado de chorar desde que saíra de minha casa, parecia sem forças para permanecer sozinho, e eu bem entendia, já que havia os importunado justamente por não conseguir lidar com meus próprios problemas.

Quis abrir a porta ou pular por cima dos bancos e alcançar aquele que, certamente, seria meu melhor amigo caso Jimin não existisse, não que ele fosse uma segunda opção, jamais seria, mas era diferente se equiparado aos sentimentos que eu nutria para com Jimin. O que eu sentia pelos irmãos era tão puro quanto, mas nada tinha a ver quando postos lado a lado.

Apertei a coxa descoberta do Min, olhando-o por sobre o ombro, querendo passar o conforto que nem eu sentia, mas que sabia que talvez ele precisasse de mais que eu. Era complicado e eu não sabia se entendia bem, ele e o Park haviam acabado de reatar o namoro e já estavam nas mil brigas outra vez, mesmo que aquilo tivesse caído por sobre minhas costas, eu conseguia sentir-me ainda mais triste se pensasse no relacionamento dos dois que eu tanto apreciava.

O caminho não foi silencioso, além das fungadas que Yoongi dava entre uma lágrima que insistia em percorrer seu rosto de traços delicados, Joonie colocou My chemical romance para tocar, transpassando meus sentidos naquela batida que remetia-se aos anos da minha pré-adolescência, sorrindo conforme a melodia corria os segundos que trazia a mim um sentimento bom, quase reconfortante.

— So shut your eyes, kiss me goodbye...

Deixei meus lábios acompanharem a música Sleep, era uma letra um tanto triste, mas parecia cair bem naquele momento. As pessoas sempre dizem que quando estamos tristes devemos escutar ou fazer coisas que nos animem, mas é tão melhor afundar ainda mais na tristeza na esperança que a dor faça aquilo passar, chegava a ser um paradoxo que eu sequer me atreveria a explicar, nem que eu soubesse.

Escorei minha cabeça no vidro do carro, aquela típica cena de romance hollywoodiano bem triste, enquanto a música escapava por meus lábios. Nunca imaginei-me em uma situação como essa, não quando Jimin era o motivo dela quando ele costumava ser meu porto seguro. Fechei os olhos, deixando com que o líquido morno escapulisse de meus olhos. Poderia até parecer exagero, mas dilacerava-me o âmago lembrar-me de que Jimin poderia estar sozinho precisando de mim e eu tinha saído por ser um garoto que não consegue nem aguentar uma mera discussão com o melhor amigo e o meu relacionamento sem rótulos com Jeongguk. Aliás, péssima hora de discutir logo com os dois que estavam a ter uma convivência maior comigo.

Chegamos a fachada do apartamento dos irmãos alguns minutos depois - tempo esse que não contei por estar absorto nos pensamentos que levavam-me aos meus garotos – cumprimentei o porteiro com um aceno e segui em direção ao elevador com rapidez, segurando as portas automáticas para que meus amigos chegarem para que pudéssemos subir ao onze zero três, onde eles moravam com a companhia de Sukki, o Golden Retriever que havia sido presente dos pais dos dois quando estes resolveram morar sozinhos. Assim que a porta fechou, desabei-me sobre Min Yoongi, deixando com que um soluço entalado saísse de minha garganta, abraçando-o com força, permitindo-me repousar minha cabeça na curva de seu pescoço ao passo em que ele enlaçava minha cintura com seus braços.

— Vai querer dormir comigo hoje, não é? — O Min perguntou, acariciando minhas costas.

— Se você não se importar, senão eu posso dormir com o Sukki no tapete.  —   Respondi rindo contra sua tez alva.

— Até parece que eu iria permitir com que você passasse pulga para meu cachorro. — Yoongi fez uma careta assim que virei meu rosto para ele.

— Hyung! — Dei uma batidinha em seu ombro ao levantar minha cabeça dali. — Você é terrível.

O garoto riu sendo acompanhado de seu irmão que avisou-nos que já havíamos chegado ao andar destinado. Sorri, soltando-me de Yoongi e abraçando Namjoon por trás enquanto ele pegava o molho de chaves e olhava-me sobre os ombros, curvando os lábios daquela maneira que deixava suas covinhas à mostra de uma forma adorável. Agradecia por ele nunca ter reclamado ou qualquer coisa do tipo por ser o único hétero no meio do nosso grupinho, mesmo que Hoseok fosse o mais novo membro e não tivesse uma sexualidade definida, já que, segundo o mesmo, o que viesse era lucro, ainda perguntava-me como ele se sentia bem e não deixava-se abalar pelas piadinhas que escutava sobre “virar gay” no meio de tantos assim.

Assim que a porta foi aberta, Sukki latiu alto, como sempre fazia quando os donos chegavam em casa, cheirou-os e o Min afagou suas orelhas baixas e seu pelo abaixo do pescoço, logo o soltando. Sukki correu até mim e pulou em meus braços, derrubando-me no tapete cor de carmim e lambendo-me a face enquanto eu ria de forma exagerada, adorando a forma como o cachorro era tão adorável e carinhoso. Amava animais, embora não pudesse ter um já que Jimin era alérgico.

— Acho incrível como ele ama mais você do que os próprios donos. — Namjoon resmungou colocando minha mochila em um canto qualquer. — Devia te fazer dormir com ele ai mesmo.

— Namjoon consegue ser mais ciumento com o cachorro do que eu, incrível. — O mais velho riu. — Mas então, está com fome, Tae?

— Não quero comer. — Fechei um bico. Eu até estava com fome, já que só havia comido pipoca horas mais cedo, mas não tinha vontade alguma de comer.

— A pergunta não foi essa, e você vai comer sim, nem que seja a força.

— Se ia me obrigar a comer, por que perguntou se eu comeria?

— Questão de educação, ué. — Yoongi riu, ajudando-me a levantar do chão.

Só não deferi um tapa na cabeça do garoto porque ele era meu hyung e eu sempre mantive essa forma de respeito com ele, desde quando nos conhecemos naquele festival de cinema da faculdade, mesmo que ele tivesse tido o contato mais íntimo com Jimin, nossa amizade foi crescendo de forma rápida naquele meio. E tudo parecia tão certo, um ciclo de amizade tão bem moldado que eu não arrependeria-me nunca de estar incluído naquilo tudo.

Sentei-me no sofá, seguido por Yoongi que deitou-se no móvel e repousou a cabeça em minhas coxas, sorrindo para mim daquela forma gengival que aquecia-me o peito e fazia-me pensar que talvez estivesse tudo bem e, se não estivesse, logo ficaria.

Iniciei um cafuné lento em seus fios macios, enquanto ele fechava os olhos para apreciar aquele contato. Sabia que o Min não era tão fã de carinhos assim como eu, mas naquele momento parecíamos tão necessitados a nos confortar que a forma como a reciprocidade de nossa amizade acontecia deixava-me enrubescido por tamanha beleza.

Achava que Yoongi tinha sorte de ter Jimin ao seu lado, mas era algo tão mútuo que dei uma nota mental de que eles pareciam perfeitos um para o outro e tinham sorte de serem tão apaixonados. Claro que ainda era confuso como eles brigavam tanto e tinham tanta tensão sexual quando juntos, ainda pensava como podiam ser tão opostos e tão lindos quando decidiam que era dia de ser o casal que nasceram para ser. Se um dia perguntassem a mim qual meu símbolo de amor favorito, apontaria Jimin e Yoongi sem pestanejar.

Passei a mão livre pela bochecha corada do mais velho em meu colo, limpando o resquício de lágrimas que há pouco estavam ali. Sorri fechado ao ver sua expressão suavizar, era adorável como a casca que todos pareciam enxergar nele sequer aparecesse ali. Já havia escutado comentários pelos corredores da faculdade sobre o “branquinho mal humorado do cinema e audiovisual”, mas ali ele nada mais era que um apaixonado de coração partido, assim como eu, e mesmo que eu soubesse que aqueles comentários sempre fossem calúnias, estava a apreciar a forma como o hyung parecia gostar e precisar das minhas demonstrações de afeto, ainda mais quando aconchegou-se melhor para receber o carinho de meus dígitos longos em sua face.

— Liguei para Jin para pedir a receita de uma comida rápida, mas ele disse que eu era incapaz de cozinhar sem destruir a cozinha e está mandando um delivery para nós, disse que adoraria estar aqui cuidando dos “pequenos” dele, mas combinou de sair com o Hoseok há pouco tempo. — Namjoon encarava o smarthphone e a nós dois. — Espero que o Jung não roube meu melhor amigo de mim.

— Acho que o Hoseok quer ser bem mais que amigo do Jin hyung. — Dei de ombros.

— Eles estão juntos? — Yoongi pareceu genuinamente curioso, levantando-se para ter apoio em seus cotovelos. — Se bem que...

— Juntos não estão, mas o Hobi hyung me contou que estava bem afim dele.

— Pelo menos, assim ele não pega meu Jimin.

— Possessivo você, hein. — Namjoon riu da expressão esquisita no rosto do irmão.

— Deveria deixar essa história de lado, eles só se pegaram em uma viagem, algo como uma paixão de verão. E, perceptivelmente, o Jimin cai de amores por você. — Toquei o ombro do Min. — Supera essa falsa dor de cotovelo, hyung.

Os dois irmãos riram com minha última fala. Eu sabia bem como o outro ali presente era ciumento e possessivo em relação ao melhor amigo, tanto que na última briga que eles tiveram, o garoto chegou até a cogitar que eu tinha algo com o menor ou que ele era apaixonado por mim, o que era uma tolice, já que nossos sentimentos não passavam de algo grande demais para definir, mas que não categorizava-se como algo que se pudesse falar de forma romântica.

Amava Park Jimin, nunca neguei a ninguém, até porque, antes dele ter o Min como namorado e eu estar tendo algo com Jeongguk, não negávamos quando perguntavam ou insinuavam que éramos namorados, não que tivéssemos desejos um pelo outro, como já falei, só dávamos aqueles selares castos como forma de conforto quando ele ou eu passávamos por uma situação que nos machucasse, nada mais era que uma declaração afetuosa que estaríamos um ao lado do outro para toda e qualquer coisa. Ainda que o mundo quisesse rotular aquilo como algo bem a mais do que era.

Escutamos o interfone tocar, entreolhamo-nos tentando decidir quem iria atender, acabou por ser decidido em jokenpô que o Min iria. Levantou a contragosto, sendo praticamente arrastado por si mesmo e por nossas palavras encorajadoras que torciam por si naquele instante.

Atendeu, logo informando-nos que o pedido presente de Jin havia chegado e que poderíamos tomar um banho e deitarmos assim que comêssemos. Desligou e foi separar os talheres para que pudéssemos nos alimentar de forma civilizada.

O pedido chegou alguns minutos após o hyung colocar o telefone no gancho, indo atender a porta ao que a campainha soara avisando que o entregador já estava ali. Separei alguns copos para ajuda-los a montar a mesa, mesmo que de forma desorganizada. Assim, Yoongi sorriu para o moço e lhe deu algumas gorjetas, agradecendo pela entrega e desejando um bom trabalho. Formidável.

Comemos em silêncio, mesmo que pizza de Peperoni não fosse a coisa mais saudável do mundo, dei-me por satisfeito no segundo pedaço, assim como Yoongi, deixando com que o irmão acabasse com o restante, logo levantando-se e informando-me que iria tomar banho e que eu poderia já ajeitar minhas coisas e puxar uma coberta maior para nós dois, já que a noite – para ser primavera – estava um tanto fria.

Ele não costumava ter aquele tipo de intimidade com outra pessoa senão eu, o que era estranho, já que mal tínhamos esse tipo de contato, não que fosse a primeira vez que eu dormia na casa dos meus amigos, não era, mas era a primeira sem Jimin, sem o calor de seu corpo ou sua risada dizendo que não deixaria de dormir comigo uma noite sequer ou trocaria a temperatura gostosa que eu emanava fosse por Yoongi ou qualquer outro homem na face da Terra.

Doía-me o peito lembrar-me da situação ao qual deixei meu amigo em casa, só que seria pior se eu tivesse ficado lá, sabia bem disso, não só por não conseguir meus instintos de fazer merda e estragar tudo como havia feito, mas por acabar invadindo o espaço pessoal que eu sabia que meu melhor amigo precisava, talvez fosse essa a desvantagem de morar em um loft com alguém, essa não privacidade que reinava; todavia, eu jamais imaginaria estar daquela forma com aquele ao qual eu não passava um dia sem, não em uma fase que eu julgava ser tão boa na minha vida.

Meu hyung voltou alguns instantes depois, com os cabelos molhados secando-os com uma toalha, trajando de um pijama de Kumamon que eu havia o presenteado natal passado em “amigo da onça”, algo que eu mesmo fiz em tardes de outrora, quase surtando ao descobrir que havia três por cento de poliéster em algo que eu queria que fosse cem por cento de algodão.

— Eu amo esse pijama, o que te faz um dos melhores dongsaengs do mundo. — Olhou-me enquanto colocava a toalha estendida na cadeira. — Você pode pegar alguma camisa minha, tenho algumas de um número maior que talvez lhe caiam bem.

— Tipo essa? — Remexi no seu guarda roupa, tirando uma camisa fina e grande que tinha Suga e o número noventa e três atrás, preta e com aparência de ser confortável.

— Pode ser, pode pegar um short também se quiser.

— Não posso dormir de cueca? — Virei-me para ele que encarava-me com uma sobrancelha arqueada. — Estou brincando, hyung. Pegarei uma calça por sentir muito frio nas pernas.

— Certo. — Riu ao sentar-se na cama. — O chuveiro já está no quente, tem sabonete líquido na janelinha e o Joonie separou toalhas limpas para você, se eu estiver dormindo quando você voltar, pode me cutucar para que eu me afaste. É um ato que me irrita, mas hoje serei bonzinho com você.

Foi a minha vez de rir, uma vez que nos encontrávamos tão frágeis e sensíveis por culpa da mesma pessoa, e eu ainda mais por estar culpando-me pelo meu ato rude para com Jeongguk que nada tinha a ver com isso e só queria ajudar. Foi um ato imprudente e infantil, a contar pela tarde maravilhosa que tivemos, ele nem tinha se sentido ofendido com o tom de voz de Jimin ao falar de nós dois e, também, que eu havia agido daquela maneira. Até cogitei telefoná-lo, dizer que estava errado e que sentia muito, mas ainda estava tudo tão recente e eu estava crente que fazer as pazes com Jimin primeiro fosse melhor para minha saúde física e psicológica.

Entrei no cubículo que era o banheiro do quarto do Min, ainda que coubesse muita coisa, era menor do que o da minha residência, o que era esquisito ao pensar em como apartamentos normais eram divididos. Despi-me por completo e dirigi-me ao box, ligando o chuveiro e deixando com que a água quente aquecesse minha alma que encontrava-se gélida por sensações que eu não tinha sentido antes.

Parava para pensar em como eu era dependente de carinhos alheios, fosse por Jimin, Jeongguk, Yoongi ou qualquer outra pessoa que eu convivesse por um intervalo de tempo razoável, não que eu me detestasse por isso, apenas era esquisito avaliar que eu era um garoto crescido que não sabia ser independente, pelo menos, não de forma emocional, o que era até triste por demais a considerar que devíamos ser felizes sozinhos.

Desliguei a resistência, secando-me com a toalha disposta, logo escovando os dentes e vestindo-me adequadamente para dormir. Teria de agradecer a Yoongi depois, não só pela camisa que tinha seu cheiro – que era deveras bom – impregnado nela, como por todo o tratamento quando talvez ainda estivesse machucado por coisas que eu não entendia, mas buscaria tentar resolver para si e para o meu garoto que deveria estar em casa a nos necessitar no instante momento.

Abri a porta que rangia estridente com certa calma, apossando-me da pantufa cor de rosa que, certamente, havia sido presente de Seokjin hyung para o Min, já que era um ritual do mais velho nos dar presentes de sua cor favorita ainda que reclamássemos que presentes para os outros deveriam ser pensados nos gostos alheios e não nos seus próprios.

— Achei que estaria dormindo quando eu saísse do banho. — Sentei-me na beirada da cama.

— Eu também achei, mas como poderia? — Fitou-me descrente. — Park Jimin não sai da minha cabeça.

— Imagino. — Suspirei ao encarar a janela ao qual a iluminação da lua perpassava para o comodo. — Desculpa te importunar dessa maneira, hyung.

— Deixe de bobagem e deite-se aqui. — Deu dois tapinhas ao seu lado, ao que logo o obedeci e aconcheguei-me no espaço entre ele e a parede. — Ainda que você conseguisse dormir sem companhia, eu iria atrás de você, não aguentaria passar essa noite só nem que estivesse rodeado de bebidas alcoólicas ou ganhando jogos de azar em um cassino famoso de Las Vegas.

Ri com sua analogia, permitindo enroscar-me ainda mais em seu peito magro a sentir o carinho de sua mão calejada tocar meus fios castanhos, iniciando um afago que muito me fazia bem, sentindo-me como um gatinho ao ronronar com a satisfação daquelas caricias.

— Hyung... — Resvalei o nariz em seu peito coberto, recebendo um murmúrio em resposta ao meu chamado. — Acha que o Jimin vai voltar ao normal logo?

— Acho que ele só precisa de um tempo, ele tem passado por situações um tanto chatas se quer saber, mesmo que tenha sido minha culpa grande parte delas. — Sua voz rouca indicava que estava com sono.

— O que ele tem? Ele não me contou nada e eu não tenho bola de cristal.

— Quando ele se sentir confortável para falar, ele irá fazer isso, até lá, sugiro que durmamos para que o tempo passe mais rápido.

— Boa noite, hyung. — Sorri ao circundar sua cintura com o braço direito.

— Tenha bons sonhos, Tae. — Senti um beijo ser depositado em minha testa.

 

 

 

Acordamos com o barulho ensurdecedor da campainha reverberando por todo apartamento, Yoongi ainda mantinha-se abraçado a mim e sorrimos ao encarar a aparência amassada um do outro, logo levantando aos bocejos e passos trôpegos para atender a porta, já que o outro Kim tinha um sono pesado e poderia cair o mundo que ele nem despertava.

Apoiei meu queixo no ombro do mais baixo, deixando com que ele nos arrastasse por aquele corredor enquanto minhas pálpebras caíam pesadas pelo sono impedido. Afastei-me um pouco dele assim que ele precisou girar as chaves para abrir a porta, movidos pelo anseio de dormir novamente, sequer olhamos o olho mágico para ver quem nos perturbava as nove e vinte e três de uma manhã de clima ameno.

Não contive o arregalar de olhos ao deparar-me com Jimin segurando uma flor muito bonita em seus dedos curtos e fofos, enquanto Jeongguk estava atrás dele com a expressão um tanto perdida e um sorriso fraco no rosto.

— Eu sei que talvez fosse uma péssima ideia escutar Jeon Jeongguk, ainda que eu estivesse sido grosso com ele, mas foi horrível passar a noite sem você, dizer que eu preguei o olho seria mentira minha. A cama fica tão espaçosa sem você, meu corpo carece tanto sem teus toques a me ninar e o que seria ter bons sonhos quando não te tenho a me abraçar? — Jimin deu dois passos em minha direção. — Ainda que pareça muita bobagem, vim com enorme esperança depositada nas pétalas dessa camélia, na expectativa de que você compreendesse, Kim Taetae, que eu estou, seja pelas palavras ditas ou covardia ao não contar meus problemas a esperar que você adivinhasse, deveras arrependido.  


Notas Finais




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