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História Linguagem Secreta das Flores - Glicínias


Escrita por: cactae

Notas do Autor


Quem é a autora mais esquecida do mundo? EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEU

Para ler, indico/ a Shor indica: Bubbly - Colbie Caillat


Boa leitura ~

Capítulo 6 - Glicínias


Fanfic / Fanfiction Linguagem Secreta das Flores - Glicínias

Caminhava ao lado de Jimin, ora ou outra conversávamos sobre alguma futilidade do dia, com Jeongguk rindo ora ou outra sobre algo bobo que era comentado. Não pude deixar de notar como ele tinha uma risada esquisita, porém agradável aos meus ouvidos. 

O caminho até a estação de metrô não era tão longo, mas pude perceber que Jimin e Jeon cochichavam algo só deles quando eu fingia-me de distraído e fitava qualquer ponto que não fosse aqueles dois garotos rindo baixinho. Devo confessar que aquilo me incomodou um tanto, não sabia da aproximação deles até essa tarde, mesmo que Jimin tenha me dito que fora à casa do mais novo, aquilo meio que me deixava desconsertado, só não sabia exatamente o porquê de estar daquele jeito. 

— Os amiguinhos podiam externar o que há de tão engraçado. — Externei, sentindo-me fora do círculo. 

Oh, está com ciúmes de mim ou de Jeongguk, Tae? — Jimin abraçou-me de lado. 

Senti um certo frio ao que ele acabara de dizer. Eu não estava com ciúmes deles, de nenhum. Primeiro porque eu sabia que era a mim que Jimin procuraria horas mais tarde e essa era uma verdade incontestável; segundo porque... Ciúmes de Jeon? Eu nem tinha nada com ele, não negaria que ele tinha uma beleza bem chamativa e me sentia levemente atraído por aqueles lábios, mas não era algo que estivesse escrito em minha testa em letras garrafais ou que um dia eu fosse externar. Precisava ter a confirmação de que era ele a me enviar aquelas flores. 

Depois que eu apanhei a afelandra, senti-me sendo observado e logo dei de cara com um Jimin sorridente e um Jeongguk um pouco ruborizado, este que logo pigarreou, alertando que se não fôssemos rápidos, perderíamos o metrô e que ir de ônibus seria um pouco ruim, visto que era domingo e as pessoas sempre saíam aos fim de semana. Nenhum dos dois mencionou o fato de não termos visto rato algum no jardim ao passarmos, ou o fato da flor ter aparecido à luz do dia, coisa que não era comum desde que vinha acontecendo.  

— Não tenho o porquê sentir ciúmes de você, sei que é meu. — Beijei a bochecha do meu melhor amigo e logo o vi dando seu clichê eye smile em minha direção. 

— Se Jeon conseguisse, ele também seria seu. — Jimin esbarrou o ombro no outro alheio até então. 

— Oi? — O mais novo engasgou com a própria saliva. — Não fale coisas constrangedoras, hyung. 

— Olha como ele fica bonitinho envergonhado, TaeTae. — Apertou a bochecha do garoto que logo as afastou. — Não vai dizer que não sente vontade de encher esse rostinho angelical de beijos?  

— Jimin, pare com de causar-me vergonha alheia. — Ignorei sua última fala. 

Jeongguk nada disse, o que era palpável e entendível tendo em vista o que Jimin havia acabado de fazer. Teria de repreender meu melhor amigo por aquilo. Não era como se eu não tivesse notado os olhares que a mim eram lançados pelo garoto, mas não queria que ele ficasse desconfortável na nossa primeira saída em conjunto e com amigos, meus amigos, para ser mais exato.  

Por sorte, não tivemos de esperar muito para que o transporte chegasse, logo entrando em um vagão não muito lotado e escolhendo lugares, sentando ao lado de Jimin e de frente a Jeon, que sorria-me com ternura, poderia encarar aquele sorriso de dentes tortinhos que lhe davam um ar infantil por horas, mas logo senti a mão fofa do ser ao meu lado me cutucar, passando-me o fone, já que o mais novo estava com os seus próprios. Logo senti a melodia da música envolver-me por completo, não percebendo que instantes depois estava movimentando-me como se dançasse no assento, sincronizando meus movimentos com meu melhor amigo e arrancando mais daquele riso que passei a gostar de Jeongguk. Mesmo que nos dispositivos tocassem uma música alta e animada demais - Ends of time - Beyoncé - digamos que Jimin meio que seja fã de divas pop internacionais e que tenha me obrigado a decorar a coreografia certo dia enquanto ele afastava os móveis da sala e ensaiava ali mesmo, pude ouvir aquele barulhinho que Jeon produzia. 

O metrô parou, só quando a voz eletrônica soou que pude despertar-me dos meus devaneios, avisando que tínhamos chegado ao nosso destino. Devolvi o fone e segui, saindo da estação e caminhando pela rua movimentada com os dois garotos que conversavam sobre passos de danças que, embora eu entendesse, não estava lá tão interessado. 

— Próxima rua à esquerda, porta de vidro. — Jimin agarrou minha cintura, percebendo que eu olhava confuso as direções.  

— Obrigado. Vamos. — Puxei os dois garotos pelos pulsos, logo sentindo a mão de Jimin e, respectivamente, de Jeon entrelaçarem-se com as minhas. 

Quem pararia para observar, acharia estranho. Três garotos andando de mãos dadas como se fosse a coisa mais normal do mundo, embora fosse para mim normal andar com o menor daquela forma, só estava sentindo coisas esquisitas referentes à outra palma, onde os dedos de Jeongguk faziam singelos, porém carinhosos, círculos nas costas da minha mão. Definitivamente, não era normal estar assim com aquele garoto, mas a sensação era boa e, eu, no meu particular, não tinha intenção alguma de afastar ou quebrar o contato. 

Chegamos ao estabelecimento e pude avistar Seokjin hyung acenando para nós, logo os outros dois seguiram seu olhar e nos sorriram. Claro que o sorriso do Yoongi não passou de um curvar fraco, mas eu entendia, talvez fosse por Jimin ou por aquilo fazer parte do seu jeito mesmo. Aproximei-me deles e logo fui envolvido por braços firmes, abraçando o mais velho de cabelos claros, Jin era delicado até ao abraçar. Para os outros, apenas dei um leve meneio de cabeça. 

— Vocês demoraram. — Namjoon bocejou. — Deu tempo eu até paquerar com uma garota que passava por aqui. 

— Ele realmente fez isso. — Jin bateu no ombro do melhor amigo. — Nem importando-se se estávamos aqui. 

— Você tem o meu irmão para te acompanhar nos suspiros por outros homens. — Namjoon defendeu-se. 

— Como se o Min tivesse olhos para outras pessoas senão para Park. — O mais velho de todos presentes revirou os olhos. 

Claro que observei a Yoongi coçar a nuca e rir nervoso e as maças do rosto do meu melhor amigo ruborizarem no mesmo instante. Era tão evidente que se gostavam tanto, estava cansado de bater na mesma tecla para aqueles dois se acertarem e pararem de frescura. Embora o Min fosse irmão de Namjoon, era notório as diferenças existentes, e isso não se dava ao fato do Kim ser adotado pela família Min, já que fora recebido quando tinha apenas dois anos. Os dois haviam crescido e tomado gosto pelo rap e pela composição ao mesmo tempo, talvez pela convivência, mas nem isso deixava as personalidades semelhantes. 

Entramos no local, observando as crianças e os adolescentes que ali estavam, olhando-nos com curiosidade. Era tão estranho assim seis universitários em um lugar como aquele? Salvo engano, nas outras vezes que eu havia ido àquele local, outros garotos mais velho também se faziam presentes. Talvez fosse apenas um domingo com uma sorte abaixo de zero que tínhamos escolhido. 

— Ah, esse é o Jeon Jeongguk, o nosso vizinho. E mais novo membro da nossa rodinha. — Jimin apresentou o garoto. 

— Esses são Kim Namjoon, irmão de Min Yoongi e, bem, você já conhece o Jin hyung. — Apresentei os garotos, coisa que meu melhor amigo havia esquecido. 

— Prazer, hyungs. — Jeon reverenciou-se e logo apertou a mão de cada um. — Vamos jogar? 

Os meninos entreolharam-se e logo riram, tive de rolar os olhos para aquilo. Sabia o que iam fazer, era regra do grupo todos fazerem rodízio com quem levássemos àquela aventura conosco, afim de derrotá-lo e depois todos escolheriam o que queriam jogar e espalhariam-se. Rezava para que Jeon fosse bom naquele jogo, apenas para que derrotasse Jin, que se considerava o mestre dos jogos antigos.  

— Não olhem para ele assim. — Resmunguei, não queria que Jeon se assustasse e não quisesse mais sair conosco. 

— Te conheci menos ciumento, TaeTae. — Jimin posicionou o queixo em meu ombro. — Relaxa, não vamos arrancar pedaços do seu garoto. 

— Opa, acho que perdemos essa parte da conversa. — Namjoon riu. — Jeongguk e Taehyung, é isso? 

— Taegguk é realmente uma junção de nomes bem bonitinha. — Jin gesticulou como se aquilo fosse grande coisa. 

O mais novo olhava-me apreensivo, talvez estivesse tão ou mais desconfortável que eu naquela situação. Afinal, eu já conhecia meus amigos e sabia como eles eram quando alguém do grupo estava a gostar de alguém ou começava a namorar, não que eu gostasse de Jeongguk ou pensasse em ter um relacionamento com ele, nada disso. Mas havia sido assim com Yoongi e Jimin, Seokjin hyung logo os deu o nome de Yoonmin e aquilo perpetuou até então, quando só falávamos assim deles quando os mesmos não estavam presentes, sabendo do quão complicada aquela relação era.  

— Certo, garoto, o negócio é o seguinte, sempre que alguém entra no nosso grupo ou sai em uma das nossas missões, nós o batizamos de alguma forma. E qual melhor forma de ser batizado em um fliperama senão jogar o clássico Street Fighter? Nós faremos um rodízio, se conseguir derrotar algum de nós antes dos cinco jogarem contra você, poderá parar se quiser, se não, você paga o sorvete no fim do dia. — Yoongi riu ao explicar, essa parte do sorvete não estava inclusa em outras edições. 

— E se eu não participar? — Jeon estava sorrindo, mas notei seu nervosismo. 

— Não te deixarei sair mais com nosso garoto aqui. — Jin bateu no meu peito. 

O garoto olhou-me apreensivo, ignorando as piadinhas dos meus amigos, posicionou-se na máquina e deu um riso contido ao ver Jimin se aproximar, dando um ar já convencido da possível vitória. Meu melhor amigo chocou de leve seu ombro com o do outro, avisando que estava pronto.  

— Fighting. — Jeongguk anunciou.  

Os golpes eram deferidos, o mais baixo não parava de gargalhar alto quando Jeon comemorava, ganhando o primeiro round. O segundo round começou e Jimin logo ficou sério, sabia que ele só adotava aquela expressão quando queria ganhar algo. Dito e feito, mesmo usando uma personagem feminina, venceu os dois últimos rounds. Logo dando lugar a Yoongi, mesmo que mal o olhasse. O garoto de cabelos claros logo venceu o novato, fazendo com que o mesmo suspirasse exasperado. Jeon suava, mas permanecia firme e forte, ainda com o ar orgulhoso demais para quem havia acabado de perder duas vezes consecutivas.  

— Você não vem? — Perguntou para mim. 

— Prefiro apenas observar, não sou muito fã desse jogo. Prefiro Donkey Kong ou até mesmo Dance Dance Revolution. — Confessei, vendo o outro assentir e logo posicionar-se novamente. 

Namjoon não mediu esforços, derrotando o garoto e dizendo um "supere-me da próxima vez". Meus amigos eram extremamente competitivos nessa regra boba criada. Lembro que quando foi comigo e com Jimin, os três mais velhos fizeram questão de nos humilhar quantas vezes podiam, sorte a do mais novo por ser apenas aquele jogo, senão, logo mais, ele estaria traumatizado com o local. Jin pegou o lugar e logo eu estava a suspirar, aquela era uma vitória certeira, mesmo que o sorriso ladino de Jeon me indicasse outra coisa. 

Dito e feito, Jin só venceu o primeiro round, e era porque Jeon tinha deixado, sendo derrotado com facilidade nos dois outros. O mais novo logo envolveu-me pela cintura em um abraço, levantando-me no ar e gritando palavrinhas de comemoração. Arregalei os olhos e senti minhas bochechas aquecidas. Havia sido um contato repentino, inesperado demais e um tanto íntimo para nós dois, mas decidi não me importar, mesmo que meus amigos nos olhassem com aquela típica carinha maliciosa, Jeongguk parecia feliz e não seria eu com minha desconfiança e mania de detestar contatos assim que acabaria com o clima tão bom. 

— Desculpe-me, eu só... Fiquei feliz. — Ele disse após largar-me no chão. 

— Percebi... — Eu não sabia o que falar, devo ter soado ríspido e logo tratei de consertar. — Quer dizer, já que você venceu, mesmo no fim, podemos ir jogar algo que você queira.  

— Antes dos pombinhos sumirem, queremos parabenizar ao não tão pequeno, porém mais novo garoto. Você derrotou-me e suspeito que tenha apenas deixado os outros garotos ganharem, o que é incrível para alguém da sua época. — Jin abraçou o garoto. — Não vão muito longe.  

Cansado da zoação dos meus amigos, selei a bochecha de Park e logo sai, arrastando Jeon comigo seja lá aonde eu estivesse indo. Estava farto dos meus amigos bancando os habitantes do reino dos idiotas, envergonhando a mim e ao garoto, claro que aquela era a forma normal deles dizerem oi e sempre eram assim quando em conjunto, mas não custava nada fingirem-se de civilizados, apenas com ele ou naquele instante. Tinha a noção que depois as piadinhas viriam no grupo que tínhamos, mas não me importei, não quando nem o coitado ao meu lado parecia fazê-lo. 

— O que quer jogar? — Dei um de meus sorrisos característicos em sua direção. 

— Eu preferia fazer outra coisa com você, mas Dance Dance Revolution parece-me uma boa. — Jogou o quadril para o lado e subiu no game. — Você vem? — Estendeu-me a mão e logo posicionei-me à sua esquerda. — Qual música prefere? 

— Eu não sei, qualquer uma. — Confessei, tanto fazia a música, parecia-me boa a ideia de apenas acompanhá-lo ali. 

— Baby Love Me? Ela é agitada, acha que me acompanha? — Olhou-me deveras preocupado. 

— Você nunca viu meu malemolejo, então... — Ri, havia aprendido muito com os ensaios de Jimin e sua mania de obrigar-me a acompanhá-lo em seu hobbie. 

— Mostre-me se for capaz. — O curvar de lábios presunçoso de Jeongguk foi a deixa. 

A música era, de fato, agitada e Jeon parecia concentrado demais. Se eu me achava competitivo, aquele garoto era mil vezes pior. Mesmo assim, não fiquei para trás, conseguia acompanhá-lo sem grandes esforços, embora tivesse de admitir que ele era bem melhor que eu. Logo convencendo-me disso após atrapalhar-me nos passos e tombar para o lado, fazendo-o desequilibrar também e cairmos os dois no concreto, por sorte - minha sorte- cai em cima dele, que contorceu-se um pouco com o incômodo da dor gerada após o baque no chão. 

Seria extremamente constrangedor, e era, mas não nos atentamos a isso, não quando tudo parecia não significar mais nada ao fitar aqueles orbes negras. Ele fungava baixinho, talvez por problema respiratório ou algo do tipo, seu peito subia e descia descompassado, sabia disso pois estava em uma posição propícia, com a mão apoiada sobre tal, sentindo aquele batuque nervoso que seu coração fazia. O meu não estava diferente, era uma sensação tão clichê que não deixei de lembrar-me daqueles livros de literatura estrangeira em que tudo era descrito dessa forma. Sentia-me preso em um livro piegas com sentimentos piegas. Mas era tudo tão bom. 

Encarávamos um ao outro e não pude negar que tive um leve desejo de beijar aqueles lábios rosados, só para descobrir o sabor e possivelmente viciar-me nele ou até mesmo aprofundar-me naqueles olhos de um castanho tão intenso e, quem sabe, até desenhá-los em meu sketchbook enquanto clamo seu nome em pensamento. 

— Tae... — Jeongguk foi o culpado de impedir minha mente de viajar ainda mais. — Temos plateia.  

Olhei ao redor e constatei que havia ficado muito tempo naquela posição, pois meus amigos batiam os pés levemente no assoalho. Jin tinha um sorriso divertido nos lábios, já Yoongi olhava para Jeon com curiosidade enquanto Namjoon analisava-o parcialmente. Jimin, por sua vez, encarava somente a mim com aquele ar que só ele sabia dar de "eu bem que avisei", fazendo-me lançar-lhe uma careta seguida de um mostrar de língua. Meu melhor amigo era ridículo quando queria ser. E, bem, ele sempre queria. 

Praguejei baixinho e logo observei Jeon franzir o cenho, meus lábios formaram um bico involuntário e falei silenciosamente "por que?", o mais novo logo riu e ri também, gargalhando sem motivo aparente e saindo de cima do garoto, estendendo minha mão para que ele a pegasse e levantasse daquele chão sujo. 

— Vamos embora já? — Indaguei, não queria falar sobre o que eles tinham acabado de ver.  

Os garotos olharam-me desconfiados, mas agradeci que nenhuma piadinha foi proferida, apenas Seokjin hyung disse que queria falar comigo depois e Jimin que estava sugestivo demais. Mas os outros nada disseram, apenas assentiram. 

— Sorvete? — Namjoon encarou-nos. 

— Estou sem dinheiro, hyung, se eu gasto esses wons, não volto para casa. — Exprimi, havia gasto meu dinheiro com passagem e com os jogos.  

— Eu posso pagar para você, hyung. — Os olhos de Jeongguk brilhavam e eu não soube se o embrulho em meu estômago fora por isso ou por sua voz melodiosa chamando-me daquele pronome de tratamento. 

Ainda estava a estranhar o fato de nenhum dos garotos ter falado uma palavra sequer para tudo aquilo, se não conhecesse tão bem meus amigos, acharia que haviam apenas cessado, mas tinha certeza que era mais que aquilo, sentia que estavam aprontando e, fosse lá o quê, não tinha vontade de descobrir tão cedo. 

Saímos do local a curtos passos, tentando encontrar a sorveteria mais próxima aberta naquele domingo àquele horário, não era tarde, mas já passava do tempo normal em que os estabelecimentos costumavam ficar abertos que não fossem em shoppings e, sinceramente, eu estava exausto, shopping center não era uma boa opção. 

— Está tudo bem, Tae? — Jeon fitou-me preocupado. 

— Só estou um pouco cansado, não praticava há um tempo. — Externei ao gemer com a dor latente em meus coturnos.  

— Você até que dança bem, quer dizer, não é um Jeon Jeongguk da vida, mas para um Kim Taehyung, é mais do que eu esperava.  

— Mais do que você esperava? — Franzi o cenho. 

— É, quando Jimin disse que você também dançava, sequer acreditei ou imaginei que fosse assim, tão bem. — Ele riu abobado. 

— E você me imaginou dançando? — Pronunciei pausadamente ao estreitar os olhos.  

Ele não me respondeu, tampouco olhou para mim naquele momento. Sentir-me ignorado foi bastante ruim, mas talvez eu só estivesse mal acostumado mesmo com tão pouco tempo de convivência com o garoto, ter sua atenção voltada a mim desde o dia que ajudei na sua mudança já era algo de praxe.  

— Qual seu sabor favorito de sorvete? — Jeon mudou totalmente o foco da conversa. 

— Baunilha. — Respondi sem hesitar.  

— Legal! Também é o meu, podemos dividir uma taça, que tal?  

— Pode ser. 

Acompanhamos os outros que riam de alguma piada suja feita por Yoongi, havia o apelidado muitas vezes de mestre das piadas infames, mas logo parando porque a frequência que ele fazia isso tinha diminuído drasticamente após o rompimento do relacionamento dele com o Park, era até estranho que ele estivesse contando-as, mais estranho ainda, certamente, foi ter percebido as mãos entrelaçadas dele e do meu melhor amigo. Eu jamais entenderia esses dois.  

Chegamos à sorveteria após uns vinte minutos de caminhada sem rumo, o local era pequeno, havia alguns casais e crianças, a faixada rosa contrastava com as luzes leds que piscavam com o nome do local, os sabores estavam dispostos num mural e escolher foi fácil, ao menos para mim e para Jeongguk, já Yoongi e Jimin brigaram um pouco antes de optar por um creme com passas com cobertura de caramelo - iam dividir também, pois Jimin era sem grana como eu - Namjoon logo pediu um milk shake de leite ninho e Jin, sempre o mais diferente em seus gostos culinários, optou por três bolas de sorvete de pistache com chocolate. 

— O que foi? É delicioso, se querem saber. — Resmungou após fazer o pedido.  

Logo nos sentamos e esperamos a garçonete chegar com nossos pedidos. Não deixei de fitar por um segundo os meus amigos que sorriam confidenciando sentimentos ali, Park Jimin e Min Yoongi não eram nada discretos, o que só me fez ter a certeza que não voltavam a namorar por puro orgulho ferido.  

Quando nossos sorvetes chegaram, virei-me lentamente para Jeon, logo depois fitando a bomba calórica à nossa frente. Curvamos os lábios e logo começamos uma mini guerrinha nossa para quem degustava aquilo mais rápido. Não contive um gemido de prazer ao ter aquele condensado logo dissolvendo-se em minha língua. Sorvete deveria ser considerado um pecado de tão gostoso. 

Terminamos de saborear e olhamos os outros, que também estavam com as taças no final. Esperamos e assim que todos deram-se por satisfeitos, o pagamento foi feito e saímos do estabelecimento, separando-nos dos hyungs ali e seguindo o mesmo caminho estava apenas eu, Jeongguk e meu melhor amigo que sorria para o nada.  

O percurso até a estação foi mais longo do que eu lembrava, embora não visse o tempo passar por estar conversando sobre aleatoriedades cotidianas com o mais novo e Jimin fazendo algum comentário nada inútil que combinava perfeitamente com o rumo que aquela conversa tomava. Porém, parei de caminhar assim que Jeon parecia ter visto algo. 

— Volto já, Tae. — Correu em direção ao nada. 

Surpreendi-me ao ver que aquilo era um canteiro de alguma espécie de planta que eu desconhecia, mas que ele carregava a flor na mão com um sorriso precioso nos lábios, entregando-me com um corar marcante em sua face.  

— Nunca pensei que teria a oportunidade de ver glicínias por aqui. Sabe o que significam, não sabe?  

— Na verdade, não. — Ri nervoso. 

Queria tanto que ele me dissesse qual o significado daquilo, mas ele apenas me respondeu: 

— Ah... Você é um encanto de pessoa, hyung. 


Notas Finais


O link da música do Dance Dance Revolution: https://www.letras.mus.br/dance-dance-revolution/301672/
O link da que a @shoreline indicou (thanks): https://www.letras.mus.br/colbie-caillat/907183/traducao.html


E EU DISSE QUE ERA TUDO MUITO FOFO, eu nunca escrevi e nem pensei em algo tão fofo como essa fic, eu amo fluffy, mas meu limite está indo além saijsiasjis
Para quem percebeu, o significado da flor tá explicito
Enfim, foi isso <3



Xoxo, see you ~


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