História Linhagem de Sangue - (Hiatus) - Vigésimo Quinto Ato - Perdido no inferno

A lua em toda sua majestade era a única a testemunhar o suplício que aquela mulher estava a passar por todos aqueles dias. Ver o homem que amava mais do que a si mesma partir novamente para o preparo de um futuro por certo brilhante, lhe fazia querer chorar de raiva por ser tão estupidamente fraca a ponto de não conseguir largar tudo para ficar junto dele.

Karin era sabedora do destino que lhe aguardava caso casasse com Itachi, e mesmo assim preferia acreditar que no fim tudo daria certo. Que no fim, mesmo estando e tendo seu corpo e coração pertencente à outro, casaria com Itachi e seria feliz.

Feliz…

Aquela palavra longe de Naruto parecia quase surreal.

A ruiva sabia das consequências de ambos os lados, sabia que sofreria o inferno longe dele, mas talvez fosse melhor daquela forma.

– Não pode fugir para sempre de mim. – Ela sentiu grossas lágrimas derramarem por seu belo rosto, e mordeu o lábio inferior em frustração.

– Não estou fugindo… só fazendo o que é certo. – Retrucou com a voz falha.

Naruto quiz rir, debochar de tal mentira, mas limitou-se a um bufar entediado. – Eu posso ter a mulher que eu desejar Karin, qualquer uma... mas é a você que eu estou implorando para ficar.

A mulher então desatou-se a chorar. – Amar dói Naruto. – Murmurou sôfrega. – Sinto que vou enlouquecer. – Karin puxou fortemente os cabelos. – Vou enlouquecer por querer o que eu quero.

Ele aproximou-se dela. – Eu já estou louco! – Tomou seus lábios com luxúria e desejo.

O amor dói. Mas é o melhor sentimento que um humano podia carregar consigo.

Karin sorriu nostálgica enquanto passeava a mão por sua barriga exorbitante de nove meses. Ao seu ver parecia ter vivido outra vida, e que aquela era o presente por ter estado tanto tempo longe de Naruto.

Tanto tempo longe da felicidade.

Hinata riu contemplando daquele momento. – O amor de vocês é tão bonito e motivador. Me faz acreditar que todas as minhas escolhas me levaram a fazer o que era certo, por isso estamos aqui agora. Felizes…

A ruiva riu em concordância. – É aqui que vemos valer a pena tudo pelo que passamos e escolhemos. – Com um pouco de dificuldade, Karin conseguiu se por em uma posição mais confortável para encarar a irmã nos olhos. – Eu não me arrependo de ter casado com Itachi, Hinata. Apesar de sermos opostos e visivelmente não nos amarmos, ele e eu tivemos momentos únicos, sendo um deles o nascimento do nosso filho. Eu sei que ele vai estar por mim sempre que eu precisar, assim como eu a ele.

A morena sorriu meiga. – Entendo. Você é uma boa mulher minha irmã.

Karin sorriu alegremente. – Faço o possível para dar sempre meu melhor, por Naruto, Leonard, por vocês, e agora por ele…

Hinata tocou gentilmente a barriga da irmã mais velha e lhe sorriu. – Ou eles. – A outra gargalhou.

– De certo.

…

O romantismo, o mistério, as aventuras lidas naqueles livros, eram os únicos motivos para Sakura levantar todos os dias e não morrer de tédio dentro daquele castelo. Hoje fazia dois meses e vinte sete dias desde que Sasuke havia partido para Itália. Mesmo ele tendo cuidado de mandar-lhe cartas a cada quinze dias, a rosada morria de preocupações por ele estar tão longe.

Em busca de algo seu.

Podia parecer romântico da parte dele ter o cuidado de ir atrás do que lhe interessava, mas para Sakura era amedrontador saber que o que ele procura podia acabar de vez com o amor que dizia sentir por ela. Entre tantas pessoas que Sasuke podia apaixonar-se, fora justamente pela mais complicada que caiu de amores.

Sakura não se julgava uma mulher complexa, apenas pouco entendida. Quando voltou definitivamente para casa estava em seus planos ser e manter a mais perfeita aparência. Contudo, Sasuke com seu cinismo, e Gaara com sua complexidade lhe fizeram mudar totalmente de rumo, e agora estava ali sentada naquele corredor esperando o decreto do homem que tanto evitou amar.

A vida as vezes era surreal.

A mulher sorriu conformada e finalmente fechou o grosso livro que lia a dias. Estava na hora de procurar um novo para "engolir" as páginas o mais depressa possível para não morrer de tédio.

Então vieram aquelas vozes.

– …posso ser doce quando quero meu amor… – Antes que Sakura pudesse desviar o caminho dos dois, já era tarde.

Leah e Gaara já estavam vindo em sua direção. Entre um suspirar resignado, a jovem ergueu as vistas para ambos.

– Lady Dampierre. – Leah a cumprimentou educadamente.

– Lady Nara. – Respondeu da mesma forma. – Lord No Sabaku.

– Sakura! – O sorriso fechado que Gaara tinha na face havia sumido, e seu olhar permaneceu naquela que por decreto era sua "noiva" por breves segundos.

Um silêncio desconfortável se instalou no lugar, e sem perceber a rosada se pôs a encarar o ruivo de volta. – Fiquei sabendo da grande viajem de Sasuke. – Leah comentou tirando os dois daquele transe.

– Oh! Que furtuito. – A outra respondeu sem vontade. – Também fiquei sabendo compromisso dos dois. – Riu sem humor. – …o que é deveras estranho tendo em conta vosso compromisso com outra Gaara No Sabaku.

– Sakura eu-

– Não! Tu és fraco, mas inescrupuloso eu nunca imaginei. Pare de ser orgulhoso, covarde… se quer casar com Leah, case-se eu não me importo mais. Contudo, tenha a decência de um homem que lá no fundo eu sei que tu tens, e termine nosso compromisso antes.

Gaara pegou seu braço fortemente e Sakura ergueu o queixo para mostrar que não tinha medo, ou arrependimentos. – Tu não sabes de nada. – Murmurou furioso. – Não tens o direito de dizer nada. – Terminou rancoroso.

Antes que Sakura o respondesse a altura, viram Tenten correr apressada em direção ao salão real.

– O que houve Tenten? – Sakura perguntou preocupada.

A serva estava pálida e visivelmente nervosa. – Lady Karin…

…

Catherine mais do que ninguém esperava ansiosamente para finalmente vislumbrar a face do neto, poder toca-lo, beija-lo, mima-lo, fazer tudo o que tinha de direito como avó. Mas ver sua primogênita, sua doce Karin morrendo para dar a luz ao filho, lhe fazia sentir-se a mais inútil das mães.

Quando Hinata veio até si com a face apavorada, sabia que sua amada criança estava mal. como avó, estava nascendo com seu neto. Mas como mãe, estava morrendo com sua filha.

– Tenha força meu amor. – Murmurou ajudando Kabuto no parto.

Karin já não possuía sangue na face, estava pálida, fraca…

– Eu vou amar muito meu marido como a senhora com o papai. Terei filhos e serei feliz… pra sempre!

Aquele desejo que sua criança tinha tão pequena, agora lhe parecia tão distante.

– Temos que tira-los minha senhora, estão sufocando… – O homem disse olhando fixamente para Catherine a tirando de suas lembranças.

Karin não tinha forças para falar, mas com muito custo, assentiu.

– Ela vai... – Não conseguiu completar tal frase.

– Tens que fazer a escolha agora! – Kabuto não perdia nunca seu profissionalismo, mas era muito triste aquela situação.

Catherine era mãe, mas a decisão não era dela.

– Aguente mais um pouco filha. – Mesmo Kabuto a gritando, a mulher correu para fora dali apressada.

O único com direito além da filha para tomar tal decisão, era Naruto.

E ele o faria. – LORD UZUMAKI?! – O gritou no corredor onde todos aguardavam apreensivos.

Naruto correu junto a sogra rapidamente. – Nasceram? – Perguntou afoito.

Catherine sentiu um bolo em formação na garganta, mas ignorou. – Preciso que escolha…

O loiro piscou aturdido por alguns segundos processando. – Tenho que escolher entre minha mulher e meus filhos?

Catherine assentiu chorosa. – E-Eu sinto muito.

Naruto não aceitava!

Sem querer empurrou a sogra para o canto e entrou disparado no quarto onde sua vida estava. – Karin! – Exclamou com o peito dolorido por vê-la tão fraca e indefesa deitada naquela cama.

Parecia o próprio vislumbre da morte!

– E então decidiram? Estamos ficando sem tempo. – Kabuto reverberou impaciente.

Naruto por outro lado não lhe deu sequer atenção. – …vida, eu preciso que você tenha força.

Karin já chorava descontrolada. – N-Não consigo…

Naruto pegou sua mão determinado. – Eu não faço idéia do quanto isto dói, mas você precisa tirar forças para que nossos filhos nasçam. Eu preciso que você acredite, pra que eu também possa acreditar. – Terminou choroso. – Eu te amo Karin, tanto que dói!

Karin assentiu com medo, mas determinada como nunca.

Kabuto balançou a cabeça em negação e pediu para que Karin empurrasse com toda força que tinha. A ruiva olhou Naruto uma última vez e o fez.

Então veio o primeiro gritando a toda voz, era uma menina. Logo após a segunda menina.

Naruto beijou a mão da mulher totalmente emocionado e feliz. – Conseguiu meu amor. Nossas filhas nasceram... – Sussurrou extasiado de emoção.

Catherine e Mikoto ajudaram a cortar o cordão umbilical das meninas e as levaram para que Karin pudesse vê-las.

– P-Perfeitas... – A ruiva murmurou emocionada dando um beijo em cada uma. – O-Obrigada Naruto!

Agora eles estavam completos...

Uma família completa. Karin sorria, saber que trouxe ao mundo suas filhas, que fez o impossível por Naruto encheu-a de alegria. Olhou o loiro lhe sorrindo tão apaixonado, feliz… finalmente havia devolvido em felicidade toda dor que o fizera sentir quando foi embora. Não queria ir, não queria deixa-lo, mas seu corpo pedia descanso… aos poucos ele teve, mas ela manteve seu sorriso até a última batida de seu coração, triste por não ficar com eles, mas feliz por saber que ninguém fora amada como ela naquela vida.

Naruto a viu parada sem mexer-se mais e o pavor lhe subiu. – Karin? – Sentiu seus olhos arderem, estava se recusando a acreditar. – K-Karin…?

– Preciso que saiam. – Kabuto exigiu já tentando fazer com que a ruiva voltasse.

– Não... – Naruto estava estóico. – Karin?

Nada!

– KARIN?! – Gritou olhando-a dentro dos olhos castanhos abertos, mas completamente sem vida.

Foi preciso que Itachi e Gaara o tirassem do quarto.

No corredor estava um silêncio sepulcral. Ninguém ousara dizer nada, nem sequer respirar alto.

Naruto estava tentando acreditar que Kabuto passaria por aquela porta e lhe diria que ela estava bem, que tudo estava bem… que suas filhas conheceriam a linda mãe que ambas tinham... Mas não foi o que aconteceu, e ele se prostrou de joelhos vencido pela morte.

Estava perdido no inferno.

…

A vida as vezes brinca com o destino de cada um. Em um dia se pode estar repleto de felicidade, e no outro vencido pela dor dilacerante da morte de quem amamos.

Naruto não tinha mais lágrimas nos olhos para demonstrar sua dor, nem mesmo a vontade de falar, gritar ou até culpar a vida por sua desgraça. Era aquele o decreto final.

– Jaz-se aqui, Karin Lenna Dampierre…

Aquelas palavras ditas com tanto pesar pelo bispo, lhe fizeram sufocar mais uma vez. Estava oco por dentro, completamente vazio...

– …filha, mãe, irmã, companheira… levada na flor da idade para que pudesse dar vida as filhas. Deus preza sacrifícios como este, estejamos cientes que ao lado dele ela repousará pela eternidade...

Sasori não conseguia parar de chorar, assim como Catherine que tinha o marido como amparo naquele momento. Só conseguia pensar no sorriso doce de sua irmã para si, e aquilo fez seu peito sufocar de tal maneira que se Naruko não estivesse do seu lado o abraçando, sem sombra de dúvidas se prostraria a dor como fez quando Christine morreu.

Hinata estava abraçada com Itachi desde que anunciou-se a morte de sua irmã, e nenhum dos dois disseram sequer uma palavra desde então.

O silêncio era consolo ali.

A vida parecia confusa no fim, quase inatingível seus desejos. Kakashi não conseguia tirar os olhos daquela que deitada sobre a mais fina seda, descansava agora eternamente nos braços de Deus, sua filha. Aquilo estava completamente errado, deveria ser ele a partir antes dos filhos. Aquela dor era algo que nem com a morte de seu pai conseguiu sentir, era bem pior, sufocante. Perder um filho era destruidor, cruel… Ele sabia o quão forte era, via Naruto parado lá sem expressar nada, só a fitando desacreditado. Aquilo era a vida, uma hora você está aqui, e em outra não…

No altar um pouco mais alto onde a família real ficava, Ino era abraçada por Sai fortemente desde que chegaram. As coisas estavam estranhas entre os dois desde a partida de Sasuke, mas isso não o impediu de consola-la naquele momento doloroso. Sai não tinha irmãos, mas tinha Naruto e Gaara como tais, e quase podia sentir a dor do loiro de onde estava. Ele parecia petrificado em frente ao corpo repousado de Karin, sem sequer piscar.

Era uma cena triste ao ver do príncipe.

Mas acima, Sakura com a face coberta por um fino véu de renda negra, comandava a marcha fúnebre da irmã. Era dolorido, mas ninguém podia ser mais forte que ela naquele momento.

Quando atravessou aquele corredor com TenTen, não podia nem imaginar o que lhe aguardava no fim dele, mas no fundo sabia que sua irmã ficaria bem. Mas ver Kabuto balançar a cabeça negativamente em direção de Naruto, sentiu-se como se tudo fosse um borrão sem explicação. Viu Hinata esconder a face já avermelhada no pescoço de Itachi, enquanto o mesmo fitava o nada completamente estóico. Viu Sasori abraçar Naruko da mesma forma, sua mãe com a mão no peito como se quisesse sufocar a dor… mas nada se comparou a dor que viu na face de seu pai e Naruto. Sem muito a pensar, abraçou Kakashi para que ele chorasse, mas ele não o fez. Estava morrendo com a filha.

Eram raras as vezes em que cantava e demonstrava sentir alguma coisa, mas aquele momento pedia toda sua exímia dor.

E ela traria.

Com a voz baixa entoou a bela sonata da lembrança. Lembrança daquilo que não nos damos conta até perdermos.

Remember days of harmony

( Lembre-se de dias de harmonia)

Lay your head down upon me.

(Incline a cabeça para baixo sobre mim)

Hold my hand, I dream again.

(Segure minha mão, eu sonho novamente)

War is near. It calls.

(A guerra está próxima. Ele chama.)

Into this fray. I'll think of you my love, and pray.

(Na briga. Pensarei em você meu amor e orarei.)

Hold me nows, this moment's ours.

(Me segure, esse momento é nosso)

Hold me this night.

(Me segure esta noite.)

Com uma lágrima solitária, Sakura deu início ao luto.

…

Na manhã seguinte, Catherine e Kakashi foram buscar o neto na residência dos Uchiha onde TenTen e outra serva lhe cuidavam. Era preferível passar todo o tumulto para infelizmente dar a notícia que sua mãe havia partido.

Kakashi sentia-se sufocado, como se tudo que tinha acontecido fosse completamente surreal e sem sentido. Era um homem forte, invejado pela frieza, mas até mesmo o mais frio dos homens chora por um filho morto. Sua esposa precisava que ele fosse o pilar da família naquele doloroso momento. Mas era ele quem mais precisava de amparo.

Karin era sua primogênita, chegou minutos antes de Sasori, era sua pequena grande mulher. Sempre esteve lá como filha quando precisou. Era a mais presente de todos…

– Querido, estás c-chorando? – A voz da condessa sua esposa, lhe tirou de seu transe lentamente.

Kakashi tocou sua face com as pontas dos dedos só pra comprovar o que a esposa tinha dito com tanto pesar.

Estava com a face banhada em lágrimas e nem sequer deu-se conta. – Nossa criança morreu… – Seu sussurro pegou Catherine de surpresa, que em resposta ao sofrimento do marido, colocou ambas as mãos na boca para abafar-lhe o choro e o abraçou fortemente.

– Nossa menina Kakashi…

O homem chorou agarrado ao corpo da mulher. Era uma dor que parecia não acabar nunca.

Talvez não se acabasse, só tornava-se menos dolorosa com o tempo. – …precisamos ser fortes por Leonard agora meu bem. Karin iria querer isso.

Com rudeza, o conde Dampierre enxugou as lágrimas da face, beijou o topo da cabeça da mulher e juntos seguiram de mãos dadas até a entrada da casa do duque Fugaku. Agora seria o pior momento naquilo tudo.

Dizer a um filho que sua mãe estava morta!

– Vovó, vovô! – O grito infantil alegre acompanhado de um abraço caloroso, fez Kakashi engolir a seco.

Como dizer tal notícia a uma criança de quatro anos?

– Viemos busca-lo querido. – Catherine disse forçando a normalidade na voz.

Leonard sorriu de forma animada. – Que bom vovó, fiz uma coisa pra minha mãe.

Kakashi balançou a cabeça em negação para Catherine. – Escute meu bem, a mamãe e-ela…

– Kakashi! Catherine! – Por Deus, Kakashi nunca agradeceu tanto Mikoto e Fugaku naquele momento por interrompe-los. – Perdoe-nos, não sabíamos que estavam a conversar com nosso neto.

– Na verdade, estávamos tentando dar a notícia, mas-

– Entendo. – Mikoto interrompeu sua fala de forma doce e compreensível. – Venha cá querido. – Chamou a criança o mais amável possível e ajoelhou-se em sua frente. – A vovó quer dizer-lhe algo muito importante.

Leonard sorriu atento às palavras da avó paterna. – …você ganhou duas lindas irmãzinhas sabia?! – A morena viu os olhos do neto brilharem em exímia felicidade. – São fofas e tem as bochechas adoráveis como as suas… – O menino enrubreceu de forma doce.

– Vovó!

Mikoto sorriu terna e passeou as mãos finas sobre o cabelo vermelho do neto visivelmente herdado da mãe. – Leonard você sabe o quanto todos nós amamos você, não sabe? – Mesmo incerto o menino assentiu. – Sua mãe amava muito você, e eu sei que pode ser difícil para que entenda mas, Karin teve que partir para que suas irmãs nascessem…

Leonard franziu o cenho sem muito entender. – Então, minha mãe foi embora vovó?

– Ela teve de ir meu amor…

– Mas, por que? – Catherine sentiu a mão quente do marido apertar a sua já sentindo lágrimas em formação no canto dos olhos.

– Deus pediu para que ela fosse ficar com os anjos pequeno. – Fugaku sussurrou tocando gentilmente a cabeça da criança.

Leo estava confuso e abaixou a cabeça meio triste. – E-Eu não irei mais vê-la? – Catherine não conseguiu controlar as lágrimas, e até Fugaku se permitiu entristecer-se.

– Sinto muito querido… – Mikoto terminou em um murmúrio sofrido. – Mas quer saber de algo?! Sua mãe não está mais aqui entre nós, mas ela sempre vai estar aqui com você... – Tocou seu coração com a mão. – sempre que precisar dela, ela vai estar com você, olhando lá de cima seus passos e o de suas irmãs. Porque mesmo longe, ela ainda vai ser sua mãe, a pessoa que mais te ama no universo. Não queremos que fique triste, porque mesmo longe a mamãe vai sempre estar torcendo e vibrando por você lá de cima. Sempre…

– Obrigada Mikoto! – Kakashi agradeceu verdadeiramente.

Os outros três abaixaram-se assim como a duquesa, e abraçaram o neto para que ele soubesse que de amor, ele nunca teria falta.

…

– Se eu pudesse parar o tempo, eu pararia agora… – Declarou arrancando um sorriso sincero da mulher.

– Não irá querer ver a face de vosso filho? – Perguntou risonha.

– Certamente, e então viríamos os três para cá e felizes seríamos. – Beijou o topo de sua cabeleira vermelha intensa.

– As vezes sinto que vou explodir de tanta felicitações à pesar de tudo, sabia? – Acariciou sua barriga que já estava bem exorbitante para uma grávida de cinco meses. – Se bem que com essa barriga enorme, explodir não seria uma surpresa.

Naruto gargalhou. – Será que são dois? – Questionou brincalhão, fazendo Karin pensar seriamente no caso.

– Queres que seja dois?

– Vindo com saúde meu amor, não importa se vierem dois ou mais...

– M-Mais? – A mulher suou frio arrancando mais uma gargalhada do noivo.

– Também não precisa suar frio meu amor, vamos povoar a Escócia de Uzumakis, e nosso pequeno Uchiha também carregará os irmãos. – Referiu-se a Leo de maneira terna e Karin sorriu doce.

– Gosto quando menciona Leo com tanto afeto.

O loiro sorriu bobo. – Entenda minha vida, ele pode não ter vindo de mim, mas será meu filho tanto quanto o que está chegando.

Karin sentiu-se extremamente feliz com aquela afirmação. – Tu és incrível Naruto, espero que nunca se esqueça disso. E também o quanto eu te amo, e sempre vou estar aqui quando precisar.

Sempre...

– Sempre… – Seu sussurro quebrou o silêncio que ali debaixo da mesma árvore que antes era símbolo de felicidade, e agora lembrava-o de que ela não mais voltaria.

Fazia sete dias de luto no reino, que para Naruto, pareceram sete dias na beira abismo infernal da dor. Cada hora, minuto e segundo lhe pareceram o mais dolorido sufoco sem ela e seu sorriso doce para acorda-lo pela manhã como todas as outras vezes. Mas ela não estava lá em nenhuma delas…

E nunca mais estaria.

– Achei que fosse encontra-lo aqui por algum motivo… – Naruto não a respondeu, mas também não a ignorou. – Bem, Karin havia contado-me sobre esse lugar, então…

– Achou que eu estava debulhando-me em lágrimas..? – O loiro deixou um sorriso amargo e completamente forçado lhe escapar por entre os lábios.

Hinata suspirou tomando um lugar ao lado dele. – És um belo lugar... – Comentou mudando de assunto. – Eu custumava ter um lugar assim na corte ingles-

– Eu não quero conversar Hinata.

– Eu sei. Só que eu achei melhor vir fazer ou até falar alguma coisa, do que vê-lo sofrer desta forma, sozinho…

Naruto então a olhou dentro dos olhos visivelmente cansado e destruído. – Quando você perder alguém amado como ela em sua vida, perceberás que o que a gente menos necessita é de alguém falando o que você está sentindo.

– Todos nós estamos sofrendo Naruto, não sei se lembra-se mas, Karin era minha irmã.

– E ela era minha vida!

Hinata calou-se.

Sabía que se fosse ela no lugar dele, certamente estaria da mesma forma ou até pior. – Tens razão. Mas as vezes, é melhor ter alguém do nosso lado como apoio do que passar por isso sozinho.

Ela não esperou que ele dissesse nada, com cuidado beijou-lhe o topo da cabeça do loiro, e saiu arrastando seu vestido negro dali.

Naruto não esboçou nada, nem a viu ir embora, só queria ser esquecido por algum tempo por todos.

– Karen e Karina. – Sussurrou baixo o nome das filhas. – Papai está sofrendo agora, e posso passar um tempo assim. Mas prometo que vou me esforçar por vocês… e por ela!

Era sua obrigação como pai e mãe dali por diante.

Algum tempo depois…