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História Link - Minha pequena Minzy


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 16 - Minha pequena Minzy


Fanfic / Fanfiction Link - Minha pequena Minzy

[Dez dias depois]

Eu estava andando num lugar branco, cheio de portas trancadas. Meus pés já estavam cansados e eu estava ofegante.

– Ela está aqui, sinto a presença dela. – Falei para alguém que caminhava ao meu lado.

– Nós temos que achá-la. – A pessoa respondeu e aí eu identifiquei que era o Baekhyun.

Estranho.

Continuei andando até encontrar uma porta entreaberta, o que me induziu a correr para lá.

– Toma cuidado, Tae. – Baek recomendou, mas mesmo assim eu abri a porta.

– MINZY? – Gritei quando vi a pequena alfa deitada numa cama com vários aparelhos ligados nela.

– Tae? – A pequena sorriu ao me ver, mas seu sorriso durou pouco. Uma das máquinas apitou e lhe deu um choque, causando seu desmaio.

– MINZY, NÃO. – Foi a última coisa que gritei antes de ser atingido por um dardo tranquilizante e minha visão ficar escura.

**

Acordei ofegante mais uma vez. Jungkook já sabia desses surtos que eu dava às vezes, então ele já sentou na cama e me abraçou, me dizendo que tudo não passara de um sonho.

“Eu estou aqui” – Ele pensou, antes de beijar minha bochecha e afagar meus cabelos. “Vamos voltar a dormir?”

“Tudo bem” – Assenti e voltei a me deitar, segurando forte a mão do alfa.

**

– Eu vou ver a Minzy. – Falei, quando comia o último pedaço de pão do café da manhã.

– Ainda está cedo, Tae. – Jeon me olhava com os olhos avermelhados de sono, por eu ter o feito levantar mais cedo. – Está todo mundo dormindo.

– Não tem problema, eu espero ela acordar. – Dei mais uma golada no meu toddy e esfreguei as mãos ansioso.

– Bom dia pessoal. – Hoseok chegou na mesa, com os olhos inchados.

– Bom dia. Acordou cedo. – Comentei.

– É, eu tive um pesadelo e perdi o sono. – Ele falou simples.

– Que coincidência. – Falei. – Eu também tive um pesadelo.

– Todo mundo tem pesadelo, isso não é coincidência. – Jungkook fez um bico.

“Deixa de ser sem graça.” – Pensei.

“Só estou falando.” – Ele arregalou os olhos e levantou as mãos, como se o comentário fosse óbvio.

“Eu também só estou falando, não precisa dar essa resposta.” – Levantei a sobrancelha direita.

– Rm, rm, qual é a de vocês dois? – Hoseok nos tirou daquele mundo de pensamentos. – Ah vocês não acham que eu não percebo vocês se comunicando silenciosamente? O quê que está pegando?

– J-Hope? – Olhei de lado para ver se não vinha ninguém – Eu e o Jungkook conseguimos nos comunicar telepaticamente. Mas não fala isso com ninguém.

– Cara isso é incrível. Devo contar para vocês que o grupo inteiro já percebeu, então, mantenha segredo só para outras pessoas. – Ele sorriu e mordeu um pedaço da sua pera. – Mas por que querem manter segredo?

– Porque isso é muita informação para duas pessoas apenas. O diretor vai pirar se souber de mais essa.

– Eu conheço alguém que pode ajudar vocês. – Ouvi a voz do Jin atrás de mim.

– Ei, Jin. Bom dia. – Sorri.

– Ei Tae, Kookie e Hoseok. – O ômega respondeu docemente. – Como eu ia dizendo, o pessoal que treina com mentes, podem ajudar vocês nisso. Vamos lá depois do café?

– Eu vou ver a Minzy. – Falei decidido.

– Por que quer tanto ver essa alfa? – Kookie me encarou confuso.

– Porque sim, não posso? – Juntei minhas coisas, coloquei na bandeja e me levantei. – Jin, depois do almoço, nós podemos ir atrás do pessoal das mentes, pode ser?

– Por mim, tudo bem. – Ele respondeu sorridente e eu retribuí o gesto.

Fui colocar minha bandeja no lugar de louça suja e caminhei para o meu quarto, afim de trocar de roupa e ir atrás da minha pequena.

– Eu posso ir atrás dela com você? – Jeon entrou no quarto e cruzou os braços, me encarado sério.

– Você quem sabe. – Falei rápido e tirei minha camisa para vestir a outra.

Senti minha cintura ser envolvida pelos braços fortes do alfa e ele me puxar contra seu peito.

– Você quer que eu vá? – Ele sussurrou no meu ouvido.

– Quero, Kookie. – Respondi no mesmo tom e virei o rosto para fita-lo.

O moreno se aproximou de mim e depositou um selar bem delicado sobre meus lábios.

– Você está com medo que eu fuja? – Brinquei.

– Estou. Se você sumir, o que vai ser de mim?

– O mesmo bobo de sempre. – Cochichei. – Agora deixa eu vestir minha roupa?

– Ah não, fica assim? Está tão sexy. – Jeon sussurrou e beijou meu pescoço.

– Para. – Me soltei dele e vesti a roupa.

– Você fica incomodado quando eu toco você, não fica? – Ele sentou sobre a cama e ficou me encarando com um olhar chateado.

– Não. – Respondi sinceramente. – Kookie, eu... – Respirei fundo.

– Tudo bem, Tae. – Ele deu um sorriso falso de lado. – Vamos na Minzy, antes que ela fuja e você dê um treco.

O moreno se levantou, colocou um boné vermelho e saiu andando, me deixando para trás.

Ah o que eu faço com esse menino?

Fui atrás dele e caminhamos em silêncio até a ala infantil.

– Minzy? – Chamei, quando avistei a pequena sentada num banquinho da varanda, perto do jardim.

– Oi, Tae. Oi, Kookie. – A garotinha sorriu alegremente e veio ao nosso encontro, passando os braços para o meu pescoço e abraçando forte. – Ai. – Ela deu um arranquinho e puxou um braço.

– O que foi? – Perguntei preocupado. – Machucou?

– Doeu. – Ela sussurrou e fitou seu braço.

Puxei a manga do seu vestidinho rosa para olhar se estava machucado.

– O que é isso, Minzy? – Peguei no braço dela e vi que estava cheio de marcas de picadas de agulha.

– São os homens e a moça de branco.

– Quem? – Insisti.

– Eu não conheço eles. – Ela fez uma careta. – Mas eles estão tirando meu sangue.

– Devem ser alguns exames, pequena. Fica tranquila. – Dei um beijo no braço dela e me sentei no chão, colocando ela sobre meu colo e chamando Jungkook para se sentar conosco.

Ficamos ali ouvindo algumas historinhas que ela contava, colorindo e desenhando, enquanto eu brincava com seus cabelos longos, fazendo tranças de Rapunzel.

Fiquei feliz em ver que ela estava bem, depois daquele sonho estranho que eu tive; mas de qualquer forma, o diretor vai ter que me dar explicações sobre essa coleta de sangue inesperada.

Assim como os outros campistas, ela tinha que treinar, então, nós não ficamos ali por tempo demais, para evitar que atrapalhássemos seu desempenho.

– Se cuida, bebê. – Falei em tom carinhoso, antes de tirá-la do meu colo. – Se precisar de mim, é só me gritar. – Brinquei.

“Por que gritar se eu posso sussurrar?” – Ela pensou e gargalhou, ao ver minha reação.

– Você ouviu isso? – Encarei Jungkook.

– Ouvi o que? – Ele me olhou confuso.

“Só vai conseguir me ouvir se eu quiser que você me ouça.” – Agora ela encarou Jungkook também.

– Agora eu ouvi. – Ele arregalou os olhos. – Como você fez isso?

– Não sei. – Ela fez um bico e levantou as mãos.

– Você é incrível. – Gargalhei e a abracei de novo. – Eu te amo. – Sussurrei.

– Eu também amo você, Tae. Você e o Jungkook.

– Também te amo, pequena. – Ele falou baixo.

Saímos dali e Jungkook não me direcionava uma palavra.

– Você está chateado comigo? – Perguntei.

– Não. – Ele respondeu baixinho.

Passamos perto de uma árvore e eu peguei uma florzinha branca, entregando-a a ele.

– De presente para você. – Sorri.

– Obrigado. – Ele disse simples e continuou andando.

– Vamos treinar um pouco? – Chamei.

– Sim, vamos.

– Pode ir para a arena, só vou pegar minha espada. – Saí correndo dali e fui para o nosso quarto buscar minha arma. Dei uma passada rápida na cozinha, peguei algumas frutas com a Ji Yoon e pedacinhos de bolo.

– Vão fazer um piquenique? – A beta perguntou.

– Não, é só para matar a fome enquanto tivermos treinando. – Sorri.

Andei para a arena e encontrei Jungkook sentado no chão, fitando a flecha de penas vermelhas.

– O que está fazendo? – Perguntei sorrindo.

O alfa se assustou e virou o rosto, limpando os olhos.

– Kookie? – Chamei. – Estava chorando?

– Não. Eu só... – Ele não terminou de falar e se levantou, colocando a flecha no seu devido lugar. – Vamos começar?

– Tudo bem. – Decidi não insistir no assunto. – Vamos fazer uma competição de arco e flecha?

– Competição? – Jeon levantou uma sobrancelha. – Você é o melhor atirador de flecha daqui.

– Eu atiro sem olhar. – Desafiei. – Você pode vendar meus olhos.

– Assim eu aceito. – Ele sorriu de lado e tirou a faixa da sua testa, amarrando nos meus olhos.

– Me traga o arco coreano e a flecha correspondente a ele. – Pedi e assim ele fez, trazendo a arma para mim.

Jungkook me posicionou na frente do alvo que eu teria que atirar e foi para o seu lugar.

– Pode atirar. – Ele falou baixo e eu estiquei meus braços, para atirar a flecha.

Me concentrei e atirei.

– Tae, você está vendo alguma coisa?

– Por quê? – Sorri.

– Tira a venda e olha. – Fiz o que ele pediu e vi que a flecha estava cravada bem no centro do alvo. – Praticar assim com você não tem graça. Eu acertei, mas você estava vendado.

– O que você quer fazer, então? – Gargalhei.

– Por que não treinamos os nossos poderes? – Ele perguntou sem olhar para mim.

– Porque eu me queimo com o fogo. – Fiz um bico. – Eu simplesmente não consigo acender uma chama e ficar mais de cinco segundos com ela, sem queimar o dedo.

– Huum...

– Mas e você? Eu nunca vi você gerando uma quantidade maior de gelo.

– Eu nunca tentei. – Ele confessou.

– Então tenta. – Encorajei. – Eu quero ver, vamos.

Jungkook ficou me encarando, mas depois olhou para suas mãos, soltando flocos de neve, enquanto criava estalagmites no chão.

– AH... – Ele arfou.

– O que foi?

– O gelo, eu não consegui manter por muito tempo.

– Queimou? – Perguntou confuso.

– Parece. – Ele franziu o cenho e me fitou, desconfiado.

– Que legal em. – Sorri sarcástico. – Nós custamos a descobrir os poderes, e quando descobrimos, nós não conseguimos controla-los.

– Deve ter uma explicação para isso. – Ele disse simples e me deu as costas, sentando num monte de feno.

– O que você tem, Kookie? – Caminhei até ele e ajoelhei na sua frente.

O mais novo me encarou e segurou meu rosto com as duas mãos.

– Nada, Bombonzinho. Eu estou bem. – Ele esboçou um sorriso e afagou minhas bochechas.

– Eu trouxe bolo e algumas frutas. Quer comer algo?

– Podemos comer.

Fui até a mesinha e peguei duas maçãs, uma para mim e uma para ele.

– Toma. – Estiquei a mão e sentei no chão, vendo o alfa comer a fruta com um olhar triste.

**

Tínhamos acabado de almoçar há pouco tempo, quando nos reunimos com Jin e Hoseok para irmos na arena de treino com a mente.

– Você conhece alguém lá? – Perguntei ao Jin.

– Sabe, para controlar um campo de força, você precisa usar a mente e a concentração. Eu fui lá algumas vezes e fiz algumas amizades.

– Namjoon sabe disso? – Brinquei.

– Claro que sabe, nós não precisamos esconder nada um do outro. – Ele colocou a mão na cintura e empinou o nariz, de forma brincalhona.

Continuamos andando até chegarmos à arena, onde o ômega acenou para um grupo de rapazes, que vieram nos receber sorridentes.

– Ei, Jin. Esqueceu dos amigos? – Um alfa de cabelo rosa abraçou meu amigo.

– Não esqueci, Kisu. Só ando ocupado com esses treinos todos, sabe? – Ele sorriu. – Deixe-me apresentar o pessoal. Este é o Taehyung, ômega do Jungkook, e este é o Hoseok.

– Prazer. – Dizemos em uníssono.

– O prazer é todo meu. – Kisu sorriu de lado e encarou os amigos que estavam logo atrás dele. – Estes aqui são: Cory, Hui, Changsun, Hongseob, Jeonguk e Jinhong.

Pelo cheiro, pude constatar que Kisu, Hui, Jeonguk e Cory eram alfas, o restante, eram ômegas.

– Olá. – Cumprimentei educadamente cada um dos rapazes, sendo seguido por Kookie e Hoseok.

– Kisu, precisamos da sua ajuda. – Jin falou.

– Em que posso ajudar?

– Então. – Comecei. – A questão é que eu e Jungkook descobrimos que conseguimos nos comunicar telepaticamente, mas tem coisa que eu penso e ele não escuta; o mesmo acontece com ele.

– Espera, vocês são os Merges que tanto falam por aí? – Cory arregalou os olhos e nos encarou.

– Não sei se falam tanto assim, mas sim, somos nós. – Sorri.

– Caramba. – Hui tampou a boca e ficou alternando o olhar entre eu e Jungkook.

– Já sei o que acontece com vocês. – Kisu retomou a fala. – Um alfa que marca um ômega: os dois dividem sentimentos e pensamentos. O fato de um não ouvir o outro o tempo todo, é que isso funciona como uma conversa. Quando o Taehyung fala diretamente para o Jungkook, ele vai ouvir, mas quando você está pensando coisas aleatórias, seus pensamentos ficam guardados só para você.

– Mas ele já me ouviu sem eu falar diretamente para ele. – Comentei me lembrando do dia que estava treinando campos de força.

– Acontece... – Jinhong falou. – Acontece também quando um está pensando no outro.

– Ah é? – Hoseok sorriu de lado e encarou o ômega, que corou. – Como assim?

– Por exemplo, se o Taehyung estiver mentalizando o Jungkook, ele será capaz de ouvir os pensamentos do ômega. Porque de alguma forma, o pensamento de um está ligado ao outro. Então, mesmo de longe, um pode ouvir o outro, basta mentalizar e chamar.

– Isso explica muita coisa. – Jeon concordou.

– E se... e se outra pessoa aleatória consegue fazer isso também? – Perguntei me lembrando da Minzy.

– Pode ser duas coisas. – Jinhong olhou rápido para Hoseok, mas depois desviou o olhar me fitou. – Primeira, a outra pessoa controla mentes. Segunda, essa pessoa também está ligada a vocês.

– Tem como outra pessoa estar ligada a nós?

– Tem. – Jeonguk respondeu.

– Mas isso é raro de acontecer. – Changsun comentou.

– Tão raro quanto a existência dos Merges. – Hongseob lembrou. – Mas estou diante de dois deles, então, pode haver uma terceira pessoa aí.

– Acho que sou eu. – Hoseok gargalhou e recebeu olhares assassinos do Kookie. – Calma, estou brincando. Credo.

Jinhong deixou uma risadinha escapulir e encarou J-Hope de novo.

– Sorriso bonito. – O alfa comentou, apontando para o tomate que estava na sua frente.

– Obrigado. – Jinhong, apelidado por mim como tomate, evitou contato visual e ficou passando o pé nas pedrinhas que se encontravam no chão.

– Hum, estou pensando. – Falei rapidamente. – O que vocês acham de criarmos um grupo, e todas vezes que precisarmos de conversar, nos falamos por lá? – Tirei o celular do bolso e mostrei para os garotos. – Eu posso ter bastante dúvida e não quero incomodar vocês em seus treinos aqui todos os dias.

– Por mim, tudo bem. – Kisu pegou meu celular e salvou o contato de todos eles. – Prontinho, contatos salvos.

– Então é isso. Obrigado por tudo, pessoal. – Jin sorriu e nós saímos andando de volta para a casa.

Quando nos afastamos um pouco, eu decidi falar:

– Por nada, Hoseok. – Gargalhei. – Eu sabia que você não ia ter coragem de pedir o número do Jinhong.

– Você é um gênio, Tae. – Ele sorriu.

– Ah então é isso? – Jungkook também sorriu e respirou fundo. – Eu fiquei me perguntando o porquê de fazer um grupo se podemos vir aqui.

– Relaxa, Kookie. – Jin gargalhou. – Achou que o Tae inventou o grupo só para pegar o telefone do Kisu?

– N-não. – O alfa gaguejou e eu passei meus braços em volta do seu pescoço.

– Está com ciúmes. – Sorri alto.

– Não estou, não. – Jeon tentava se defender, mas nós ficávamos rindo da cara dele.

**

Eu tinha acabado de tomar um banho, quando saí do banheiro e encontrei Jungkook sentado na cama tocando algumas notas tristes com o seu violão.

Ajeitei meu cabelo e saí do quarto, indo para a cozinha atrás da nossa amiga Ji Yoon.

– Ji? – Chamei, quando vi a beta dançando perto de uma mesa com frutas picadas.

– Ei, Tae. Entre. – Ela me convidou.

– Vocês ainda têm sorvete aqui? – Perguntei curioso.

– Tem sim, mas só tem de flocos, pode ser?

– Claro.

– Ok, pode pegar no freezer. – Ela acenou para um freezer enorme que estava no canto da cozinha, e assim eu fiz. Peguei um pote de sorvete e duas colheres.

– Obrigado. – Depositei um beijo na bochecha dela e saí da cozinha, indo na direção do quarto.

Entrei no cômodo e avistei o alfa apoiado no seu violão, chorando silenciosamente. Tranquei a porta e subi na cama, colocando o violão dele de lado e colocando minhas pernas sobre sua coxa, entrelaçando-as na sua cintura.

– Vai me falar o que está acontecendo? – Sussurrei.

– Me deixa um pouco sozinho?

– Eu trouxe sorvete, vamos comer?

– Eu não quero, Tae.

– Eu fiz algo de errado? – Levei minhas mãos para o seu rosto e apoiei minha testa na sua.

– Não. Eu quem fiz. – O mais novo apertou os olhos e deixou mais lágrimas saírem.

– O que você fez?

– Por favor, Tae? Não faça isso?

– Toma. – Coloquei sorvete em uma das colheres e passei na boca dele. – Pega?

Jungkook abriu um pouco a boca e chupou o sorvete da colher. Enchi a colher de novo e comi um pouco do creme.

– Kookie? Olha para mim? – Pedi e ele o fez. – Me fala o que está havendo?

– Você não vai entender e vai se afastar de mim.

– Você fez algo de tão ruim assim? – Coloquei mais sorvete na boca dele.

– Não é ruim, mas vai acabar sendo.

– Me fala? – Pedi com jeitinho.

– Ah Tae... – Ele suspirou e abaixou a cabeça. – Eu não sabia que isso doía tanto.

– Isso o que? – Levantei seu queixo e o obriguei a olhar para mim.

– Tae? – Sua voz falhou e seus olhos marejaram. – Me desculpe?

– Pelo que?

– Eu juro que tentei, mas não consegui... – Jungkook começou a chorar e apertou minha mão.

– Divide comigo essa dor? Me fala o que está acontecendo?

– TAEHYUNG? – Ouvi Jin bater na porta desesperado. – Tae ou Kookie, tenho que falar com vocês.

Respirei fundo e levantei da cama, enquanto o alfa corria para o banheiro para limpar o rosto.

– O que foi? – Falei quando abri a porta.

– Tae? – Namjoon me chamou desesperado. – Você precisa vir conosco.

– O que está acontecendo? – Jungkook apareceu ao meu lado.

– É a Minzy. – Nam falou baixo e puxou meu braço.

Saímos correndo dali e fomos até a sala do diretor, ouvir a conversa atrás da porta.

“Nós não podemos deixa-la solta, ela pode ser perigosa e se ficar em contato extremo com outros campistas, pode causar desordem aqui” – Ouvi a voz de uma mulher falando isso.

“Mas ela é só uma criança.” – O diretor se pronunciou. – “Nunca fez nada de errado aqui. Pelo contrário, ela cativa todo mundo, ela tem amigos aqui.”

“Nós não vamos tirá-la daqui agora. Mas vamos continuar com os procedimentos e exames. Se algo der alterado, ela vai ficar na clínica sob nossos cuidados” – A voz feminina voltou a falar.

“Mas ela é uma Vitae. Os vitae nunca fizeram nada de ruim.”

“Ela é uma Puer Vitae. E isso não faz sentido algum, se ela controla seres humanos. Como eu disse, vou continuar de olho. ” – A voz da mulher aumentou e o barulho dos passos com salto alto veio para perto da porta, o que nos fez sair correndo e entrar no quarto do Namjoon.

– Puer Vitae? Clínica? Exames? – Falei tudo isso de forma cética. – Se eles encostarem na minha pequena, eu mato um por um.

– Calma, Tae. Pelo que ouvimos, nada vai acontecer com ela, ainda. E se caso algo acontecer, nós teremos que bolar um plano para ajudá-la.  – Jin tentou me acalmar.

– Namjoon, não fala nada com seu pai a respeito de termos ouvido isso. – Adverti.

– Tudo bem, eu não vou falar nada. – O alfa assentiu.

– Calma, Tae. Vai ficar tudo bem. – Jungkook me abraçou e com essas palavras eu me lembrei do sonho que eu tive, quando eu e o Baek encontramos a Minzy num tipo de... clínica. Tal pensamento me fez lembrar do outro sonho, aquele em que Jeon fugiu com outra pessoa.

Levantei o olhar e o vi me encarando. Será que é por isso que ele estava chorando? Por que ele vai fugir com outra pessoa e me deixar aqui?

– Me deixe um pouco sozinho? Preciso pensar. – Falei rápido e saí correndo.

Entrei no quarto e bati a porta com força. Me sentei na cama e deixei as lágrimas escorrerem com vontade no meu rosto.

Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo. Se for parar para pensar, tudo se encaixa. As palavras do Jungkook a respeito de que fez algo de errado e que isso não era ruim, mas ia acabar sendo. Isso significa que apesar de ser errado, fugir não é ruim para ele, mas vai acabar sendo para mim, porque eu ia sofrer com essa separação. Isso pode me matar.

– Tae? – O alfa entrou no quarto e se ajoelhou na minha frente. – Não fica assim, nós vamos salvá-la.

– Eu quero morrer. – Falei entre o choro, o que fez ele me olhar confuso. – Eu sou um idiota.

– Por que está falando isso?

– Me deixe sozinho, por favor? – Encarei o moreno que me olhava com receio.

– Vamos pensar juntos num jeito de ajudá-la?

– Eu não quero falar com você agora.

– Mas porquê?

– Eu não estou me sentindo bem. – Falei sério e levantei da cama, mas o outro veio atrás de mim e segurou meus braços.

– O que foi que eu fiz dessa vez? – Ele fitou meus olhos. – Por que você não quer falar comigo?

– Jungkook... – Mordi o lábio e abaixei a cabeça.

– Você ficou chateado comigo porque eu não te falei o motivo por estar triste?

– Isso não importa mais. – Falei baixo.

– Não te importa?

– Não. Eu já sei o que é e eu quero te falar que você é um idiota.

– Como assim você já sabe o que é?

– Está estampado na sua cara. Você está conversando comigo com esse medo todo.

– Me desculpe?

– Você tem coragem de me pedir desculpas por isso? – Sorri sarcástico. – Você devia ter vergonha e nunca mais falar comigo.

– Tae? – Seus olhos encheram de lágrimas e ele me fitou triste.

Meu celular tocou.

– Me solta, preciso atender o celular. – Falei secamente e saí de perto dele.

Quando eu cheguei perto do celular, o mesmo parou de tocar e eu vi que era o Yoongi. Abri o aplicativo de ligação para retornar, mas o mesmo me mandou uma mensagem:

“Tae, eu meio que fiquei sabendo das coisas sobre a Minzy. Tenho uma ideia que pode te ajudar. Me encontre no quarto dos gêmeos depois do jantar. Evite falar sobre isso no refeitório. Yoon”

– Quem era? – Jungkook perguntou baixo.

– Não é da sua conta. – Joguei o celular em cima da cama.

– Tae, não fala assim comigo? – O mais novo deixou algumas lágrimas rolarem e ele caminhou até a mim e segurou meu rosto.

– Como você ousa encostar em mim, depois disso?

– Por favor, me escuta?

– Você planejava isso desde quando? – Perguntei atônito.

– Como assim planejava? – Jeon semicerrou os olhos. – Ninguém planeja isso não.

– Como assim não planeja, Jungkook? – Enfiei os dedos no meio dos cabelos e puxei. – Como assim você vai fazer uma coisa dessas e não planeja?

– Taehyung, do que você está falando? Por que está falando isso?

– Você vai embora, não vai? – Fitei o outro, que franziu o cenho para mim.

– O QUE?

– É por isso que você estava daquele jeito? Você vai embora e vai me deixar aqui?

– Não, Tae. – Ele sorriu e segurou meu rosto.

– Não minta para mim.

– Eu não estou mentindo. Eu nunca vou te deixar. – Jungkook se sentou na cama e me puxou junto, me colocando com as pernas sobre as dele, na mesma posição em que estávamos antes. – Por que está falando isso?

– Eu sonhei com isso. Sonhei com isso tudo. – Levantei a mão esquerda. – Sonhei com a Minzy sendo maltratada, sonhei com você me abandonando, sonhei com meu primo rindo de mim e no fim, a única pessoa que estava do meu lado era o Baek.

– Mas foi só um sonho. – Ele insistiu.

– Mas um deles veio para me mostrar o que estava acontecendo. Eles estão maltratando a Minzy. E quem me garante que você não planeja me deixar?

– Eu te garanto. – Ele falou sério. – Eu não vou deixar você.

– Por quê? – Perguntei e ele engoliu em seco. – Me fala? Me conta o porquê que você ficou estranho o dia todo?

– Por mais que seja difícil, me prometa que vai tentar me entender?

– Jungkook, por que você estava triste o dia todo? Por que você chorou e ficou falando aquelas coisas? – Meu coração ficou disparado. Afinal, o que estava acontecendo? – O que aconteceu, Jungkook?

– Eu me apaixonei por você.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


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