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História Link - Primeiro beijo


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 26 - Primeiro beijo


Fanfic / Fanfiction Link - Primeiro beijo

JUNGKOOK ON

Já faziam mais ou menos duas horas que todos tinham se levantado e o Tae ainda dormia. Comentei com os outros que ele passou mal durante a noite e me recomendaram a deixa-lo dormir mais, pois, deveria estar cansado.

Ficamos jogando conversa fora por boa parte da manhã, mas agora eu tinha que acordá-lo e conferir se estava tudo bem.

– Leve alguma fruta para ele comer. – Jin comentou. – O estômago fica fraquinho quando passamos muito mal e é sempre bom comer uma fruta fresquinha.

– Tudo bem. – Sorri e me levantei da varanda, caminhando até a cozinha para pegar alguma fruta e levar para o ômega.

Ji Yoon estava perto da pia, lavando os alimentos que seriam usados para o preparo do almoço.

– Já vai começar a cozinhar? – Brinquei.

– Ainda não, mas já vou deixar tudo preparado.

– Que garota eficiente.

– Sei que sou. – Ela fingiu dar um beijo sobre o ombro esquerdo e nós caímos na gargalhada.

Caminhei até a mesa e peguei uma banana quase toda madura, sabendo que o Tae não gostava muito de quando as bananas estavam maduras demais.

– Vou levar para aquele ômega dorminhoco que eu arrumei. – Balancei a fruta na altura da cabeça e recebi um sorriso engraçado da outra.

Fui para o quarto e abri a porta, encontrando Taehyung completamente largado sobre a cama, sem fazer menção alguma de acordar.

– Taetae? – Chamei, quando me sentei ao seu lado. – Bombonzinho, acorda?

– Huum, sai. – Ele se virou de costas para mim.

– Já está quase na hora do almoço. – Sorri. – Olha, eu trouxe banana para você.

– Eu não quero. – Respondeu com uma voz manhosa.

– Você ainda está passando mal, amor? – Acariciei seus cabelos e ele se virou de frente para mim, fazendo um biquinho com os lábios. – Está?

– Hum, hum... – Negou com a cabeça.

– Então vamos comer a banana? Ou você quer outra coisa?

– Eu estou com fome. Tudo o que eu comi ontem, eu vomitei de madrugada.

– Então você quer que eu faça outra coisa para você comer? – Perguntei, aliviado por ver que ele estava melhor.

– Pode deixar essa banana aqui e me traga um misto quente?

– Lógico que não. – Falei rápido. – Você vai comer algo leve.

– Jungkook? – Tae se sentou na cama e pegou a banana na minha mão. – Eu estou bem. Deve ter sido o presunto com queijo de ontem que não me caiu muito bem.

– Ok, você quem sabe. – Levantei da cama e fui preparar o café do hyung.

**

HOSEOK ON

Hoje era dia do torneio de basquete das garotas. Jin conseguiu um papelzinho de placar para todos nós, que continha o nome de todos os times femininos, os quais eram: EXID, TWICE, BLACKPINK, APINK, RED VELVET, T-ARA, 2NE1 e 4MINUTE.

Como eu não estava muito afim de assistir esse jogo, eu peguei uma caneta e comecei a colorir os quadradinhos de forma aleatória, até levantar a cabeça e meus olhos se prenderem no Jinhong, conversando com o Tae de maneira fofa e natural.

– Está com inveja do jeito que o Hong conversa com o Tae? – Jimin chegou perto de mim e se apoiou no meu ombro.

– Quase isso. – Assumi. – Sabe, eu gosto dele, mas ele não me dá muita oportunidade de ficar perto e nem de demonstrar tanto carinho, o que acaba afastando nós dois.

– Ele é tímido. – Meu irmão fitou os ômegas conversando. – Eu aposto com você que foi mais difícil para o Jungkook conseguir chegar perto do Tae, já que rolava umas ameaças de morte.

– Verdade. – Gargalhamos e chamamos a atenção dos outros.

– Fofocar é feio. – Yoongi chegou e abraçou Jimin. – Por que não chega nele, ao invés de ficar encarando de longe?

– O que? – Falei rápido, percebendo que os dois me encaravam com certa malícia nos olhos. – Eu não posso forçar nada. – Mordi o lábio.

– Então faça tudo parecer natural. – O ômega sorriu. – Ele sabe que se continuar assim, você não vai fazer nada. Então, qualquer oportunidade que tiver, faça o que você quer. Talvez, vocês estejam precisando de um beijo.

– Simples e direto. – Meu irmão soltou uma risadinha contida.

– Queria que todos os ômegas fossem como você, Yoon. – Brinquei.

– Ah mas você não iria querer. Não mesmo. – Jimin levantou as sobrancelhas, já esperando o tapa na cabeça e foi o que ele recebeu.

– Então quer dizer que ele não iria gostar de alguém como eu?

– Calma, eu estou brincando, Suga.

– Não me chama de Suga. Para você é Min Yoongi.

– Nenhum outro ômega pode ser igual a você. Você é único e meu.

– Sei, viu. – Ele cruzou os braços e eu fiquei rindo daquela cena. – Vamos sentar mais para frente, se não, nós não veremos nada do jogo. – E assim eles saíram caminhando entre tapas e beijos até o lugar desejado.

Continuei sentado um pouco mais afastado, até que senti a presença de um ômega perto de mim.

– Voltou, Yoon? – Perguntei, antes de levantar a cabeça e encontrar Jinhong. – Ah, é você. – Sorri abertamente.

– Ficou feliz em me ver? – Ele perguntou, se sentando ao meu lado. – Ou queria o Yoon?

– Fiquei feliz em te ver e confesso que não esperava que você viesse até a mim. – Encarei o ômega, que ficou com o rosto levemente avermelhado e desviou o olhar.

– Eu estou tentando, Hoseok...

– Eu sei disso. – Sorri terno. – Vai torcer para quem? – Perguntei e recebi um olhar confuso. – No jogo, vai torcer para qual time?

– Ah... – Ele torceu o nariz e fitou a arena. – Eu não sei. Não estou interessado no jogo feminino.

– Ah, então quer dizer que você estava interessado no jogo masculino. – Provoquei. – Por algum motivo especial?

– No jogo de ontem, eu tinha para quem torcer, mas no de hoje, não.

– E você torcia para o BTS inteiro ou só para alguém em especial? – Eu não deveria provoca-lo assim, mas meu lado alfa aflorava para mais, às vezes.

– Eu torcia para o BTS inteiro, mas o meu foco era em alguém especial.

– Alguém especial? – Perguntei, para ter certeza de que eu tinha ouvido direito.

– Sim, uma pessoa especial. Uma pessoa que me entende e se esforça para me deixar confortável, mas mesmo assim me deixa morrendo de vergonha dele.

– Ele parece ser um cara gente boa. – Brinquei.

– É, ele é.

– Jin? – Chamei e levantei seu rosto, para que ele pudesse me olhar. – Já que você não está muito interessado nesse jogo, e nem eu estou, vamos fazer outra coisa?

– Que coisa? – Ele me fitou meio assustado.

– Não sei, podemos assistir algum filme, enquanto comemos pipocas; ou podemos ficar conversando por aí... o que acha?

– Podemos fazer os dois, já que os jogos demoram. – Ele sorriu, o que aqueceu meu coração.

– Então vamos. – Me levantei e ajudei o ômega a ficar de pé. – Vamos nos afastar daqui, para evitar que nos vejam.

– Sinto como se estivesse fazendo algo de errado. – Ele cochichou de uma forma engraçada.

– Então vamos fingir que estamos fazendo algo de errado.

– Claro que não. – Sua vozinha saiu com um tom assustado.

– Calma, eu estou brincando. – Segurei sua mão e fomos na direção da casa.

No meio do caminho, nós vimos uma moça de cabelos loiros andando com a Minzy no colo. A garota parecia estar chorando.

– Hoseok, olha... – Jinhong me puxou para trás de uma árvore e nós encaramos as duas andando às pressas.

– Será que aconteceu algo com ela? – Perguntei. – O Tae vai pirar.

– Não sei, não. – Jin semicerrou os olhos e forçou as vistas. – Eu já vi essa mulher aqui e já ouvi histórias nada legais a respeito dela.

– O que você acha que está acontecendo?

– Não sei, mas venha, vamos segui-las. – Num ato rápido, o ômega segurou minha mão e nós passamos a seguir as duas, que foram com rapidez até o portão principal do alojamento, onde elas entraram num carro preto e saíram.

– Não acredito. – Falei. – Por que a Minzy não reagiu? – Encarei Jinhong, que mantinha os olhos fechados com força, do mesmo jeito que ele fazia quando queria ler mentes de pessoas que estavam mais afastadas.

– Ela está sedada. – Sussurrou.

– E agora? Sequestraram ela?

– Temos que contar para alguém.

– Jin, isso vai dar um problema... o Taehyung vai causar uma confusão.

– Não temos escolha, Hobi. – Ele já pegou o celular e começou a digitar uma mensagem. – Vou pedir para todos nos encontrarem no seu quarto. Vamos.

Era estranho vê-lo falante desse jeito. Definitivamente, parece que a pequena alfa de cabelos castanhos ganhou o coração de todo mundo ali e, além do mais, ele era professor de matemática dela.

O ômega saiu correndo para a casa e eu o segui. Pouco tempo depois, os outros chegaram, menos Namjoon.

– Onde está o Nam? – Perguntei.

– Ele teve que fazer uma coisa para o pai dele, mas vem daqui a pouco. – Yoongi respondeu. – O que aconteceu?

– Sequestraram a Minzy. – Jinhong falou de uma vez e eu pude ver que ele tremia.

– O QUE? – Os olhos de Taehyung já lacrimejaram e ele tampou a boca, em tom de desespero. – COMO ASSIM?

– Nós estávamos andando pelo alojamento e eu vi uma mulher loira saindo com ela e entrando dentro de um carro preto. – Falei.

– Eu sei quem é ela. – Yoon pegou seu notebook e começou a digitar algumas coisas, logo virando o aparelho para nós. – Dra. Lee, médica especialista em neurologia. Formada em medicina pela Universidade de Harvard e coordenadora geral da Clínica Psicopotens, mais conhecida como Poderes da Mente. A clínica, a própria.

– Eles vão matá-la, Jungkook. – Tae entrou em desespero e agarrou seu alfa pela blusa. – Nós temos que ir atrás dela.

– Não. Calma, Tae.

– Eu não posso ter calma em saber que ela corre perigo. – Sua voz saía embargada pelo choro. – Gente, por favor, vamos atrás dela? Eu mostro a saída para vocês.

– Tae, não. – Jeon tentou usar sua voz de alfa, mas não funcionou. – Você precisa ficar calmo.

– Você é um IDIOTA. – O ômega perdeu o controle e apertou mais ainda a blusa do Kookie, já fazendo sair fumaça das suas mãos.

– Taehyung, eu estou mandando você parar com isso.

– Como ousa usar sua presença para me fazer ficar com medo de você? – Ele empurrou Jungkook. – Eu não preciso de vocês. Eu vou procurar o Baek e tenho certeza de que ele vai me ajudar, além do mais, ele não tem mais poderes e não poderá ser identificado pelo scanner da clínica.

– Tae, não faça isso. – Yoongi tentou segurá-lo, mas ele também empurrou o ômega para longe, o fazendo bater sobre a cômoda e machucar o braço.

De repente, ele ficou calmo e desmaiou, o que fez Jungkook correr e segurá-lo, antes que ele caísse no chão.

Ouvi sons de choro do meu lado e vi Jinhong chorando, antes de tampar o rosto.

– Ele vai me odiar por isso. – Murmurou. – Mas eu não podia deixa-lo sair.

– O que você fez? – Jungkook perguntou.

– Desliguei a mente dele.

– Você pode fazer isso? – Falei assustado.

– Eu controlo mentes, Hoseok. – Seu choro foi se intensificando e a única reação que eu tive, foi de abraça-lo bem forte.

– Não fique assim. – Sussurrei. – Ele vai entender que você fez pelo seu próprio bem.

– E se ele não entender... – Yoongi falou entredentes, acariciando o braço machucado. – Eu vou me trancar com ele no quarto, e sem interferência de nenhum alfa, eu vou bater nessa peste, até ele aprender a fazer isso com os amigos.

– Me desculpe por isso, Yoon. – Jeon deitou o Tae na minha cama e caminhou para perto do loiro. – Eu posso te ajudar com o machucado, se quiser.

– Jungkook, se seu ômega machucar o meu mais uma vez, eu não me respondo por mim. – Jimin o puxou para sua cama.

– Gente, me perdoem? – Ele parecia extremamente envergonhado pela atitude do Taehyung. – Jinhong? Obrigado por fazer isso, já que eu não teria coragem.

– Você não tem que se desculpar, Kookie. O Tae teve um surto. – Jin acariciou seu braço. – E todos nós entendemos isso, não é Jimin? Todos sabemos também que um alfa bater num ômega, não é o certo a se fazer, certo Jimin?

– Ah, certo. – Meu irmão revirou os olhos e voltou a massagear o braço do Yoongi.

– Pessoal, me desculpem pela demora, mas meu pai me pediu um favor e eu não podia negar isso a ele. Então, o que perdi? – Namjoon entrou sorridente no quarto e depois, seu sorriso se desfez. – O que aconteceu?

– Senta aqui, amor, vamos te contar. – Jin segurou sua mão e eles se sentaram no chão, começando a contar toda a história.

– Você está melhor? – Sussurrei para o ômega que eu tinha nos braços e ele apenas negou com a cabeça. – Não fique assim. Você fez bem, foi o melhor a se fazer. Você protegeu o Tae.

– E se ele me odiar por isso?

– O Yoon bate nele. – Brinquei. – Só não chore de novo, por favor. – Desviei o olhar e vi Jin terminando de contar a história para o Nam.

– O que vamos fazer? – Perguntei. – Se deixarmos matarem a Minzy...

– Mas ela está viva. – Namjoon falou rápido. – Acabei de vê-la com uma beta de cabelos castanhos.

– A Minzy? – Jungkook franziu o cenho.

– A Minzy. – Ele assentiu. – E eu ainda brinquei com a moça, falando que ela era dorminhoca, porque a pequena estava no colo da outra, meio grogue.

– Então essa clínica é aqui perto? – Jimin comentou.

– Às vezes, elas não chegaram a ir na clínica. – Falei.

– A clínica não é longe, mas também não é aqui ao lado, para ter dado tempo de irem e voltarem. – Suga falou. – Ela está bem?

– Está ótima. – Nam deu de ombros. – Mesmo meio sonolenta, ela sorriu para mim e não demonstrou estar com dor e nem machucada.

– Graças aos deuses. – Jungkook suspirou de alívio. – Nossa, o Tae vai pirar comigo. E essa história do Baekhyun? Que palhaçada é essa?

– Ele surtou. – Jinhong finalmente falou. – Foi momentâneo, quando ele acordar, vai ficar melhor e vai se arrepender do que fez. Eu conheço esses problemas que a mente tem.

– Que ótima notícia. – Tentei animar a todos.

– Então eles esperaram o dia do jogo para tirarem ela daqui. – Yoongi falou simples. – Suspeito...

– Gente, eu garanto a vocês que ela está bem. – Namjoon levantou a mão direita. – Eu acabei de vê-la. Se tivesse algo de errado, eu saberia.

– Tudo bem. – Jin sorriu. – Ela voltou, gente. É isso que importa. Mas e o Tae, vai ficar assim por quanto tempo?

– Por uma hora. – Jinhong respondeu. – Acho bom leva-lo para o quarto, Kookie. Deixe-o confortável na cama e fique com ele. Normalmente, nós acordamos um pouco confusos, depois que desligam a nossa mente.

– Já fizeram isso com você? – Perguntei, sentindo um desconforto.

– Várias vezes. – Ele sorriu. – Mas foi durante o treino e eu permiti que fizessem isso comigo.

– Quais efeitos colaterais isso causa? – Jeon fez uma careta, tirando gargalhadas de todos nós.

– Nenhum. – Jin também soltou uma gargalhada. – Ele vai simplesmente acordar e não vai se esquecer de nada. Eu fiz ele dormir de uma vez, só isso. Não interfere a memória nem nada.

– Então vamos nos preparar para quando ele acordar. – Jimin falou baixo.

– Eu vou conversar com ele... – Jungkook o pegou no colo. – Vai ser uma longa conversa...

Todos nos entreolhamos e os outros resolveram sair. Uns foram para outros quartos, outros voltaram para o jogo e eu preferi ficar ali com o Jinhong.

– Jin, eu também quero te agradecer por ter protegido o nosso amigo. – O puxei para a cama e nos sentamos lá. – Não quero que você se sinta culpado. Você fez bem.

– O Tae vai ficar com raiva de mim...

– Mas ele estava errado. Não pode agir por impulso... Ninguém vai deixar ele ser rude com você.

– Ele vai brigar comigo, sei que vai. – Ele abaixou a cabeça e deixou uma lágrima escorrer.

– Jin, não chore, por favor? – Me aproximei dele. – Eu não vou deixar o Kim fazer nada com você, eu te prometo.

– Desculpa. – Sussurrou e ficou passando as mãos sobre os olhos, com força.

– Deixa que eu faço isso. – Me sentei direito na cama e o deixei de frente para mim. Passei meus polegares embaixo dos seus olhos e sequei suas lágrimas. – Eu não gostei de te ver chorando... – Sussurrei e beijei seus olhos.

– Me desculpe? – Sua voz saiu falhada e meu coração acelerou.

Passei a deixar beijos delicados pelo seu rosto e por fim eu selei nossos lábios. Uma vontade de aprofundar o contato se fez presente e eu me lembrei das palavras ditas pelo Suga hoje mais cedo “Ele sabe que se continuar assim, você não vai fazer nada. Então, qualquer oportunidade que tiver, faça o que você quer. Talvez, vocês estejam precisando de um beijo.”.

Separei nossos lábios devagar e depois juntei-os mais uma vez, já passando a língua de leve sobre os seus. Jinhong permitiu que eu o beijasse direito e assim eu fiz. Aprofundei o beijo, sentindo seu gosto doce e viciante. A boca macia do outro mexia em sincronia com a minha e nossa língua brincava de um jeito tímido e gostoso.

Como eu esperei por esse beijo...

Levei minha canhota para sua nuca e virei um pouco a cabeça, afim de beijá-lo melhor. Aquela timidez toda que o ômega sentia na minha presença, parece que foi se esvaindo, pois o mesmo já me beijava de maneira intensa e sem vergonha alguma.

Num ato rápido, eu segurei sua cintura e apertei de leve, o trazendo para mais perto de mim. Meu lado alfa queria um pouco mais, mas meu lado Hobi sabia que já estava bom e que eu não deveria exagerar. Não durante o primeiro beijo.

Separei nossos lábios com selinhos rápidos e o abracei, para evitar que a vergonha tomasse conta da situação. Fiquei um tempinho ali acariciando seus cabelos e preferi não mencionar o beijo.

– Ainda quer ver o filme? – Perguntei e recebi um aceno positivo com a cabeça. – Tudo bem. Vamos fazer as pipocas?

– Vamos. – Respondeu baixinho.

Me afastei dele e preferi não olhar no seu rosto, para evitar que o mesmo se sentisse envergonhado, mas antes que eu me levantasse, ele segurou meu braço.

– Foi decepcionante para você? – Perguntou.

– O que? – Falei incrédulo.

– O beijo... não foi o que você esperava?

– Por que diz isso? – Perguntei, percebendo na hora que ele entendeu errado o meu “não vou falar nada sobre o beijo e nem vou encará-lo”. – Ah Jin, não foi nada disso, eu só tive medo de você se sentir desconfortável. – Sussurrei e acariciei seu rosto. – Foi perfeito. Eu adorei.

– Eu também. – Ele sorriu de maneira tímida e eu não me contive em lhe dar outro selinho.

– Pretendo fazer isso mais vezes, se você permitir, é claro.

– Eu permito. – Jin escondeu o rosto e eu sorri com o ato.

– Para de se esconder, você é lindo demais para isso.

– Vamos fazer as pipocas, Hobi? – Disse baixinho.

– Ok, venha. – Me levantei e o puxei para perto de mim, afim de irmos fazer as pipocas.

**

JUNGKOOK ON

Enquanto Taehyung dormia profundamente sobre a cama, eu me sentei no chão e apoiei a cabeça sobre minhas mãos. Fiquei um tempão ali pensando no que tinha acontecido e percebi que eu tinha que ter uma conversa séria com o ômega.

Depois de um tempo, ele começou a se mexer e acordou, me fitando profundamente e desviando o olhar, antes de tampar o rosto.

– Está envergonhado pela palhaçada que você fez? – Perguntei sério.

– Onde ela está? Vocês foram atrás dela?

– Ela está bem e não precisamos ir atrás dela. Mas é só com isso que você está preocupado?

– Jungkook me deixa um pouco sozinho? Minha cabeça está doendo.

– Eu não vou te deixar sozinho e você vai ouvir tudo o que eu tenho para te dizer.

– Por favor, Kookie?

– Ah, então agora você voltou a ser educado? – Sorri com ironia. – Que bom.

Tae ficou calado e destampou o rosto, mas mesmo assim, evitou me olhar.

– Eu estou completamente decepcionado com você, Taehyung. Todos estamos. – Percebi que ele mordeu o lábio e fechou os olhos de novo. – Você ficou desequilibrado, machucou o Yoongi, me fez parecer o alfa mais idiota desse alojamento, gritando comigo e dizendo que iria atrás de outro.

– Jung...

– Outro que já quase te matou, que já mostrou ter um ciúme doentio por você...

– Desculpa, Jeon?

– Eu não te desculpo. – Falei sério. – Você acha que pode fazer o que quiser e que depois é só pedir desculpas, que tudo vai se resolver?

– Eu perdi o controle...

– Você perdeu o controle e eu já recebi aviso do Jimin, que se você machucar o Yoon de novo, ele não vai responder por si.

– Como foi que eu desmaiei?

– Você não desmaiou. Jinhong ficou assustado com sua atitude e desligou sua mente.

– Eu não acredito que ele fez isso. – Tae me encarou perplexo.

– Pode acreditar. Ele te salvou. E se você brigar com ele, eu vou brigar com você, todos nós vamos brigar com você.

– Vocês deviam ter me deixado ir...

– Eu não vou discutir sobre isso com você. – Me levantei do chão e me aproximei dele. – Taehyung? – Segurei seu rosto e o obriguei a me olhar. – Você me prometeu que não agiria por impulso e não fugiria daqui. – Falei entredentes. – Nunca mais prometa algo que você não possa cumprir. – Vi seus olhos lacrimejarem e aquilo cortou o meu coração.

Dei as costas e fui para dentro do banheiro, passar uma água fria no rosto. Quando eu menos esperei, o ômega entrou correndo e foi vomitar. Virei de frente e vi que ele estava com a cabeça muito baixa e seus olhos saíam lágrimas.

Suspirei em vê-lo daquele jeito e fui ajuda-lo.

– Não precisa. – Ele me empurrou e voltou a vomitar.

– Não me empurre.

– Eu não quero te incomodar. – Tae deu descarga e escovou os dentes.

– Está um pouco melhor? – Perguntei.

– Estou. – Falou baixo e voltou para a cama, se enfiando debaixo das cobertas.

– Não vai se desculpar com os meninos?

– Depois eu faço isso, Jungkook.

Percebi que fui um pouco rude com ele, mas eu não podia ficar calado e deixar que ele ficasse impune de um puxão de orelha.

– Eu vou ver como o braço do Yoon está. Se precisar de alguma coisa, me chame. – Cochichei e não recebi nenhuma resposta.

Soltei um suspiro e saí do quarto.

**

Estava batendo um papo com os meninos e contei a eles sobre o mal que o Tae passou. Jin comentou que ele deve ter ficado nervoso por eu ter ficado bravo e isso fez eu ficar um pouco preocupado.

– Gente? – Ouvi a voz do ômega se fazer presente.

– Oi, Tae? – Nam sorriu, terno e Jinhong se encolheu nos braços do Hobi.

– Eu queria pedir desculpas pelo que fiz mais cedo. Eu sei que dizer apenas “me desculpem” não vai mudar o fato de que eu magoei vocês, mas eu não posso ficar sem dizer isso. – Ele fitou o Suga e percebeu o roxo no braço alheio. – Yoon, me perdoe pelo braço? Eu posso curar para você.

– Não precisa, Tae. Não está doendo mais. – Ele deu um sorriso calmo. – Mas se você me machucar de novo, eu vou te deixar roxo por inteiro.

– Eu sei, eu mereço isso. – Kim olhou para Jinhong. – Jin, obrigado por cuidar de mim e não permitir que eu fizesse uma besteira. – Taehyung se calou e olhou para mim. Percebi que seu rosto estava pálido e ele estava suando. – Posso falar com você? – Murmurou.

– Pode. – Me levantei do chão e caminhei até o quarto, sendo seguido por ele.

O ômega entrou no cômodo e se aproximou de mim.

– Você me perdoa pelo que eu fiz? – Ele me olhou meio manhoso e eu suspirei. – Por favor? Eu te amo muito, não quero que fique bravo comigo.

– Eu nunca imaginei que você teria coragem de falar aquelas coisas comigo. – Fui sincero. – Aquilo que o Hong fez, eu poderia ter feito, mas não consegui. Eu não tive coragem de controlar sua mente, para te deixar mais calmo. Você sabe o tanto que você me magoou?

– Me perdoe? – Kim chegou mais perto e segurou meus braços.

– Já passou pela sua cabeça, como você se sentiria se eu dissesse que você nunca está ao meu lado e que eu iria procurar por outro ômega?

– Mas você não ia me ajudar, Jungkook.

– Taehyung, há um tempo atrás, eu disse que faria o possível e o impossível para te ajudar, desde que eu soubesse que você estaria seguro. Eu te prometi e assim eu farei. Mas você acha mesmo que daria certo, se você saísse do alojamento sem informação alguma e naquele estado? Seria seguro? Seria sensato?

– Não.

– Que bom que sabe. – Falei sério e vi ele ficar mais pálido, antes de correr para o banheiro de novo. – O que está acontecendo? – Perguntei, quando cheguei por trás e segurei sua cabeça.

– Eu não sei... – Disse entre o choro. – Depois que você saiu do quarto só piorou... eu já vomitei quatro vezes hoje e meu estômago já está doendo de tanto fazer força.

– Suas crises de ansiedade... você vomita quando elas atacam?

– Na maioria das vezes, sim.

– E você acha que ela atacou depois da Minzy?

– Não. – Ele se afastou e foi lavar a boca mais uma vez. – Elas atacaram depois que você brigou comigo.

– Desculpe? – Afaguei seu rosto e lhe dei um beijo na testa.

– Você vai me perdoar?

– Eu te perdoo. – Fitei seus olhos. – Eu te amo, Tae. Não faça isso comigo de novo?

– Eu não vou fazer. – Ele me abraçou forte. – E eu também te amo.

– Você quer andar um pouco e tomar um ar, para ver se fica melhor? Podemos visitar a Minzy, se quiser.

– Eu quero.

– Então vamos. – Segurei sua mão e o puxei para fora do quarto. – Quer comer algo?

– Eu não estou com fome.

– Tudo bem.

Saímos da casa e fomos atrás da pequena. No meio do caminho, vimos Baekhyun treinando tiro ao alvo com estilingue.

– Se ele não tem mais poderes, porquê ainda o mantêm aqui?

– O diretor não pode deixa-lo sair sem devolver os poderes dele. Isso faz parte do castigo.

– Entendi. – Respirei fundo, quando o alfa nos viu e acenou de longe. – Atrevido. – Sussurrei.

– Cumprimentar não arranca pedaço, Jungkook. – Ele soltou minha mão e correu na direção da pequena alfa.

– Ei Minzy. – Gritou.

– Ei Tae. – Ela veio correndo e subiu no colo dele.

– Como você está?

– Bem.

– Está bem mesmo? O que é isso? – Ele segurou o braço magrinho da garota e viu que tinha uma pequena marca de agulha.

– Ah, eu fui tomar vacina hoje. – Ela fez uma careta. – Mas eu sou tão brava, que eles tiveram que me dar remédio para eu ficar quieta.

– E você acha isso bonito, mocinha? – Brinquei.

– Eu não gosto de tomar vacina. – Cruzou os bracinhos de maneira fofa. – Dói o meu braço.

– A Dra. Lee que o diga, não é Minzy? – A mesma beta de cabelos castanhos se aproximou. – Não sei de onde essa garota tira tanto fôlego para correr. – Ela sorriu e colocou a mão na testa.

– E então vocês sedaram ela? – Tae perguntou com desdém.

– Eu não. A Dra. Lee.

– E por que fizeram isso? – Perguntei.

– Meninos, vocês nunca viram alguém tentando vacinar ou tirar sangue dessa garota. – Ela arregalou os olhos e sorriu. – Desde que eu vim para cuidar das crianças, a Minzy sempre dá trabalho quando pegam ela para algum procedimento médico.

– Está aqui há quanto tempo? – Tae perguntou.

– Quase um mês.

– E quem é essa Dra. Lee? – Eu queria saber se ela sabia de alguma coisa.

– Ah, ela é a médica pediatra que cuida das crianças daqui. Toda vez que alguém precisa de algum procedimento específico, é ela que leva eles para examiná-los. Outro dia uma garota de 9 anos quebrou o braço e foi a Dra. Lee que veio socorrê-la.

– Por que não chamam a Dra. Park para essa função? – Continuei com a entrevista.

– A Dra. Lee tem um jeitinho a mais com crianças. Ela é especialista. A Dra. Park faz procedimentos mais leves.

– Entendi. – Cruzei os braços e fingi não estar muito interessado no assunto.

– Bem, eu vou buscar algumas crianças na escolinha. – A beta acenou. – Até mais.

– Até. – Eu e o Tae respondemos juntos.

– Minzy, essa moça e essa Dra. Park são boazinhas com você? – Tae fitou os olhos dela, para observar mentalmente se ela mentiria.

– Elas são. – A alfa sorriu e fez carinha de sapeca. – A Dra. Lee me dá docinho de coco, quando eu termino de tomar vacina.

– Ah, meus deuses. – Gargalhei. – E você come tudo?

– Aham.

– Tae, deixa eu pegar ela um pouquinho? – Estiquei as mãos.

– Pra quê? Deixa ela aqui. – Ele se virou e a apertou num abraço.

– Só um pouco, Tae. Você está com ela no colo, desde que chegamos aqui.

– E daí?

– Minzy, vem no tio Kookie?

– Tá bom. – Ela esticou os bracinhos para mim e eu custei a tirá-la do colo do ômega.

– Deixa de ser egoísta, Taehyung. – O repreendi.

– Ah, parem de brigar. – Ela fez um biquinho fofo com os lábios.

– Você gosta mais de quem, Minzy? – Tae chegou perto dela. – De mim ou do Jungkook?

– Dos dois. – Ela falou rápido.

– Não pode ser os dois, tem que ser só um. – Ele insistiu.

– Não. Eu gosto dos dois.

– Minzy?

– Taehyung.

– Minzyyyyy... – Ele fez um bico e ela também.

– Para, Tae. – Com o meu braço livre, eu envolvi sua cintura. – Vamos parar com isso. Ela gosta dos dois, assim como os dois gostam dela. Certo?

– Certo. – A pequena assentiu e sorriu.

– Minzy, posso te pedir uma coisa? – Kim começou a brincar com os cabelos dela.

– Pode.

– Se algum dia, você estiver em perigo, você me chama? Faça aquela coisa maluca com a mente, que você faz, e me chama, independente da hora que for.

“Assim?” – Ela pensou e permitiu que eu também ouvisse.

– É assim mesmo. – Ela sorriu. – Eu tentarei te responder, mas se não conseguir me ouvir, saiba que eu vou aonde for para te salvar, tudo bem? E o tio Kookie vai junto.

– Vai mesmo? – Ela me encarou sorridente e eu assenti. – Tá bom.

– Minzy, nós já vamos. – Desci a pequena do meu colo e segurei a mão do Tae. – Daqui a pouco a moça que cuida de você, virá te preparar para o jantar dos ganhadores dos jogos de basquete e você deverá estar linda.

– Eu vou de princesa, hoje.

– Ah eu quero ver. – Kim se abaixou e deixou um beijo na testa dela. – Até mais tarde, amor.

– Até. – Ela deu as costas e voltou para dentro de casa.

– Ela é seu amor e eu sou o que? – Provoquei.

– Você tirou ela do meu colo, então você é só Jungkook.

– Mas ela é minha também. Nós combinamos.

– Isso não te dá o direito de tirá-la do meu colo.

– Tae? – O puxei pela cintura. – Por que está manhosinho assim?

– Eu não sei. – Cruzou os braços e desviou o olhar.

– Você está melhor?

– Estou.

– Então me dá um beijo?

– Eu não vou te dar nada.

– Tudo bem, então. – Dei de ombros. – Vem se enroscar em mim durante a madrugada e dizer que está com frio, que eu durmo no chão, mas não te esquento.

– Você me deixaria sentindo frio?

– Você me deixaria sem beijo? – Levantei uma sobrancelha.

– Isso é chantagem.

– Não é não. Isso é troca de favores.

– AAH. – O ômega saiu andando na minha frente e eu não pude conter a risada em vê-lo fazendo pirraça.

– Manhoso. – Falei e recebi o dedo do meio como resposta. Corri até ele e o puxei para perto de mim, abraçando-o pela cintura. – Marrentinho. – Sussurrei no seu ouvido.

– Peste. – Foi sua última palavra, entes de passar a me ignorar durante o percurso para a casa.

Nós entramos no quarto e o mais velho se enfiou debaixo das cobertas.

– Vai dormir de novo?

– Estou com sono. – Falou simples.

Subi na cama e me aninhei ao seu lado, envolvendo-o com os braços e o puxando para mais perto, afim de mantê-lo bem quentinho.

– Vai me esquentar?

– Se não quiser, eu saio.

– Eu não quero. – Deu de ombros.

– Mas eu vou ficar aqui, marrentinho. – Sorri.

– Idiota. – Ele se virou de frente para mim e me abraçou.

– Bom descanso, amor. – Acariciei deus cabelos e depositei um beijinho na sua testa.

– Obrigado, benzinho. – Ele sorriu e enterrou o rosto na curva do meu pescoço, dando uma fungada profunda ali. – Te amo...

– Também te amo.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


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