1. Spirit Fanfics >
  2. Link >
  3. Não sirvo para ser professor

História Link - Não sirvo para ser professor


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 3 - Não sirvo para ser professor


Fanfic / Fanfiction Link - Não sirvo para ser professor

Estava sentado no local de treino, bem na hora que eu reservei, e o imprestável do Jungkook ainda não havia chegado.

Preparei todas as flechas e os arcos para ensinar aquela criatura a atirar, e nada de ele aparecer.

Levantei do banquinho, peguei um arco coreano e uma flecha com penas azuis, levantei meus braços de uma vez e disparei a mesma, acertando bem em cima do alvo vermelho.

– Hum, então o que dizem sobre você é verdade. Você é bom mesmo. – Jungkook se aproximava de mim batendo palmas e com um sorriso no rosto.

– Você deveria prestar mais atenção no seu relógio, do que nas coisas que as pessoas dizem por aí. – Andei na direção dele e empurrei o arco no seu peito. – Me mostre o que você sabe fazer.

– Eu não sei atirar com essa coisa. – O moreno reclamou.

– A coisa se chama arco. – Coloquei a mão na cintura. – Tenta fazer alguma coisa. Vai ficar aí parado me olhando?

– Sua função é me ensinar, não me entregar uma arma e mandar eu me virar com ela.

– O que você sabe sobre arcos? – Perguntei para ter certeza do que eu seria obrigado a lidar de agora em diante.

– Não sei de nada. Nem como segura essa coisa.

– Mais uma vez. – Peguei o arco com violência das mãos dele. – Isso tem nome e não é coisa.

– Primeira lição: saber o nome das coisas. – Fuzilei o moreno com os olhos e ele apenas sorriu de forma sarcástica para mim, enquanto fingia escrever em algum caderninho invisível.

– Você é muito infantil. – Pensei alto.

– Olha quem fala.

– Jungkook, olha para você. Você acha mesmo que tem as atitudes corretas para alguém da sua idade? Não foi à toa que veio junto com as crianças... você é uma delas.

– Isso são modos de falar com um alfa, Taehyung? – Jeon se aproximou de mim mais uma vez e eu pude sentir seu hálito doce.

– Eu não tenho medo de você, e eu falo do jeito que eu quiser.

– Não tem medo de mim? – Jungkook começou a usar sua voz de alfa, mas a mesma não surtiu efeito nenhum sobre mim. – Você tem certeza disso?

– Absoluta.

– Não foi o que me pareceu quando você me viu pela primeira vez, quando me viu dentro do seu quarto...– De novo aquele sorriso.

– Você precisa aprender muita coisa ainda. – Me afastei dele e peguei outra flecha. – Mas você vai descobrir, mesmo que seja da pior maneira, que eu não tenho medo de você.

– Hum... – Jeon não parava de me comer com os olhos e aquilo já estava me incomodando.

– ARCO COREANO – Gritei e tirei o moreno dos seus pensamentos. – É muito potente, e seus usuários podem disparar a uma grande distância. Um sukgung pode atirar a 600 metros.

– Uou – O garoto ao meu lado ficou boquiaberto com a velocidade e com a precisão que atirei aquela flecha.

– Arco recurvo. – Andei até a parede que continha as armas e peguei outro modelo. – São os arcos que se caracterizam porque suas lâminas estão curvadas para frente em suas extremidades. São os mais utilizados no tiro com arco esportivo. Os mais simples são os ideais para os que desejam iniciar-se neste esporte, já que suas lâminas são muito resistentes e sua corda se estira com pouco esforço, o que permite disparar com mais facilidade, porém com menos potência.

– Eu vou precisar decorar tudo isso? – Ele coçava a cabeça confuso.

– Não. Você deve aprender a fazer isto. – Mais uma vez, estiquei o braço e disparei outra flecha, certeira no centro do alvo.

– Como você consegue fazer isto? – Ele perguntou enquanto eu ia trocar de arco.

– Treino. Este é o arco curto. Ele é preferencialmente usado para a caça e seu pequeno tamanho permite uma melhor usabilidade em locais fechados. – Fitei o moreno e entreguei-lhe o arco. – Tente atirar com este.

– Deve ser fácil, não é? Se não, você não faria tão bem. – Mais um sorriso sarcástico apareceu no rosto alheio.

Jungkook já levantou o arco da forma errada, mas eu não o corrigi, queria ver o que ele era capaz de fazer. Para piorar a situação, ele escolheu uma flecha de penas verdes, e estas eram mais finas, nada adequadas para esse tipo de arco.

O outro estufou o peito, prendeu a respiração e soltou a flecha, tal que não voou dois metros para a frente e caiu no chão.

– Ué, Jungkook – Comecei a gargalhar. – É tão fácil fazer isso, como não conseguiu? – Continuei rindo, enquanto recebia olhares assassinos do outro. – Até crianças conseguem atirar com esse arco.

– Essa é a prova de que eu não sou uma criança. – Jeon fez um bico, que me fez rir mais ainda.

– Estou vendo.

– E você, eim, Taehyung. Não acredito que sabe sorrir. O que te faz ficar tão nojentinho?

– Isso não é da sua conta. – Voltei a ficar sério. – Pega uma flecha com as penas vermelhas.

– Taehyung? – Ele tentou se aproximar de mim, mas eu encostei a ponta de uma das flechas no seu peito.

– Vá pegar a flecha. – Jungkook se afastou de novo e pegou a flecha com as penas vermelhas.

– O que eu faço com isso?

– Você vai começar a treinar com o arco curto, e essa é a flecha ideal para ele. – Peguei um arco igual ao dele e uma flecha também. – Faça assim. – Ordenei, enquanto levantava meus braços e posicionava a flecha no lugar certo.

– Eu não vou conseguir fazer isto.

– Se você nunca tentar, não vai mesmo. Tenta.

– AAH Taehyung, eu não sirvo para essas coisas.

– Eu vou te ajudar, Jeon. Levanta o arco, ele não morde.

Jungkook levantou o arco – mais uma vez errado – de má vontade e ficou me encarando com cara de poucos amigos.

– Deixa essa perna um pouco mais para trás. – Falei enquanto dava leves tapinhas na mesma. – Levanta mais esse braço. – Cutuquei seu braço esquerdo. -  E a mão que vai segurar a flecha, você a deixa na altura do queixo.

– Assim?

– Sim. – Respondi. – Não precisa apertar a flecha entre os dedos. Mire no alvo, puxe ela devagar e atire.

– Acho engraçado uma coisa. – Jungkook comentou sem tirar os olhos do alvo.

– O que?

– O fato de que você pode encostar em mim e eu não posso encostar em você. – Quando ele disse isso, percebi que eu estava com as mãos sobre o cotovelo do seu braço que segurava o arco, o que me fez tirar a mão dali na hora. O moreno abriu aquele sorriso sarcástico mais uma vez. – Estou na desvantagem.

– Atira a flecha. – Falei baixo.

– Agora eu também quero encostar em você. – Ele falava enquanto ficava rindo de mim.

– Você não vai encostar em mim. E eu não tenho interesse nenhum em encostar em você. Eu só estou te ensinando. Agora, atire.

– Eu também posso te ensinar uma coisa.

– ATIRA LOGO ESSA MERDA DESSA FLECHA. – Perdi a paciência e gritei.

Jungkook atirou a flecha e a mesma não acertou o alvo, porém, ela foi para frente, diferente da anterior.

– Calma estressadinho, eu só estou brincando com você. – O moreno me fuzilou com os olhos.

– Você tem quantos anos? – Perguntei.

– Dezenove, por quê?

– Você é mais novo que eu, logo tem que me respeitar. E eu já te avisei, eu não gosto de gracinhas.

– Tudo bem, hyung. – O garoto pronunciou as palavras devagar, dando ênfase no hyung.

– Não sou seu hyung. Atira de novo.

– Não podemos fazer outra coisa?

– Que outra coisa? – Suspirei e cocei a cabeça.

Os olhos do moreno foram para a minha cintura e ele sorriu perversamente.

– Espadas.

– Há, você não consegue acertar uma flecha no arco, acha mesmo que vai conseguir lutar com uma espada?

– Não foi você que mandou eu tentar?

– Sim, mas espadas, não. Pelo menos não agora.

– Deixa eu ver a sua? – Dei um tapa forte na mão alheia, quando o moreno esticou a mão para pegar minha arma.

– Não.

– Tudo bem, então vamos continuar com o arco e as flechas.

– Olha, aprendeu a primeira lição. – Sorri vitorioso.

– Olha, aprendeu a sorrir de verdade. – Dessa vez, ele sorriu vitorioso e eu voltei a ficar sério. – Okay, continuemos.

Passei mais uns bons 40 minutos tentando enfiar na cabeça daquele garoto teimoso, o melhor jeito de atirar uma flecha. Nada que eu fazia resolvia e ele levava tudo na brincadeira, o que já estava me deixando puto.

– Para de brincar com tudo, Jungkook. Presta atenção e para de fazer hora.

– Taehyung, você precisa relaxar. Você é um chato, é por isso que não tem tantos amigos aqui, vive sozinho dentro do quarto.

– Tae?? – Ouvi alguém me chamar, quando olhei de lado, era o Baekhyun. – Tae, o diretor está te chamando. – Ele falou sério e fuzilou Jungkook com os olhos.

– Pode ir embora. Não vou voltar aqui hoje. – Saí andando. – Mas antes, arrume as coisas e trate de chegar no horário amanhã. – Gritei para o garoto, que ficou para trás.

– Taehyung, eu juro que se eu ver esse menino gritando com você de novo, eu bato nele até ele cair desacordado. – Baekhyun passou o braço por cima do meu ombro e nós saímos andadno.

– Baek, obrigado por me defender. – Eu disse quando nos afastamos um pouco. – Mas não precisa, já disse. – Tirei os braços do outro de cima dos meus ombros e dei um sorriso falso.

– Kim, por que você não deixa eu te abraçar?

– Porque eu não gosto de contato físico. Com exceção do Yoongi, eu não gosto que ninguém encoste em mim.

– Eu não vou te machucar, Tae... Confie em mim, por favor?

– Ah, vocês estão aí.. – Yoongi apareceu e eu quase chorei de emoção, mas isso acabou quando vi que ele estava sendo seguido pelos alfas novatos. – Pessoal, estes são meus novos amigos, Park Jimin e Jung Hoseok, os gêmeos mais engraçados que vocês vão conhecer. – O loiro apontou para os ruivos, que vieram me abraçar.

Droga. Abraço.

– E este, é o primo deles, Kim Seokjin. – Observei o de cabelo rosa. Ele apenas sorriu fofamente para mim e estendeu a mão direita, a qual eu peguei e dei um aperto firme. – Estes são, Kim Taehyung e Byun Baekhyun.

– Prazer. – Eu e Baek respondemos em uníssono.

– Tae, o diretor está atrás de você.

– Ele sabe, eu já avisei. – O moreno ao meu lado disparou e me empurrou para continuarmos a andar.

– Para com isso, Byun. Não faz isso de novo. – Resmunguei.

– Estes alfas não pararam de te olhar, você viu?

– E o que você tem a ver com isso?

– Então agora que tem um alfa no quarto, você passou a gostar de ser admirado por um?

– Eu nunca gostei de alfas. Passar bem. – Saí correndo e deixei o mais velho ali. Claro que eu feri o ego dele, já que o mesmo era um alfa e não largava do meu pé.

**

– Tae. – O diretor se levantou quando me viu passar pela porta da sua sala. – Preciso te pedir um favor.

– Pode falar.

– Como no dia que o pessoal chegou, eu não pude fazer uma festa em volta da fogueira, decidi fazer uma hoje. Porém, queria fazer uma diferente, tipo uma competição. Para mostrar os novatos alguma das coisas que podemos fazer aqui. Você pode participar?

– Ué, posso. O que você quer que eu faça?

– Quero que você toque algumas músicas, lute com alguém... faça o que você sabe fazer.

– E por que eu?

– Você sabe que é o melhor em tudo aqui. A quem mais eu poderia pedir? – Ele sorriu de lado.

– Tuuudo bem. – Cantalorei. – Conte comigo.

– Obrigado, Tae. – O mais velho me abraçou. – Ah, antes que eu esqueça, isto chegou para você. – Ele deu a volta em sua mesa e pegou um envelope, esticando o braço em minha direção.

– O que é isso? – Perguntei receoso, apesar de desconfiar do que se tratava.

– Uma carta dos seus pais. Leia depois, não se preocupe com isso agora.

– Farei isso. Obrigado. – Saí da sala trêmulo, com aquele papel entre os dedos e fui em direção ao meu quarto.

Sentei na minha cama e fiquei ali encarando o envelope, pensando se lia agora ou se realmente deixava para depois.

De repente a porta abriu de uma vez, revelando um Jungkook nervoso.

– Poxa, Taehyung, deixou aquilo tudo para eu arrumar. Você é um péssimo professor.

– Eu sei. – Sussurei. – Eu não sirvo pra isso. – Guardei a carta no meio das páginas de um dos meus livros e saí do quarto, deixando o nervosinho para trás.

**

– Como que eu visto essa coisa? – Jeon remexia na frente do espelho, enquanto tentava fechar a parte de trás do kimono. – Por que temos que usar isto?

– Esta é a roupa de comemorações, competições... Pare de reclamar.

– Eu não sei vestir isto. Me ajuda?

– Ah Jungkook. – Reclamei. – Tira a mão daí. – Segurei o tecido e o abotoei, com cuidado. – Não sabe nem vestir uma roupa, credo.

– Eu não tenho costume de vestir essa coisa.

– Kimono. – O corrigi.

– Você vai ficar corrigindo tudo o que eu falo?

– Sim. Preciso evitar que você saia por aí falando assim: “Moço, como que eu coiso essa coisa? Isso é muito coisado.”

– Ahhh – Jungkook gargalhou. – Eu não falo assim.

– Claro que não. – Soltei a roupa dele e passei a fita pela testa alheia, encostando de leve a mesma. – Só adianto, que se falar assim comigo, eu não vou te responder.

– Você encostou em mim. – Ele sorriu travesso.

– Eu sei, me desculpe. – Dei o nó na fita e saí de perto.

– Não precisa se desculpar. Mas você pode deixar eu encostar em você, já que o outro alfa encosta, e você não liga.

– Pra que você quer tanto encostar em mim? – Perguntei enquanto virava de costa para ele e arrumava minha cama.

– Bem... – Ele se aproximou de mim. – Você é meu colega de quarto e, não arranca pedaço dar um aperto de mãos. – Ele se aproximou mais e eu comecei a ficar nervoso. – Além do mais, você tem um cheiro extremamente gostoso e... – Dessa vez, ele começou a sussurrar no meu ouvido. – Eu estou louco para sentir seu cheiro de perto.

Jeon passou dos limites, quando me segurou pela cintura e afundou seu rosto no meu pescoço, inalando o meu cheiro.

Me virei de frente para ele de uma vez, dei uma cotovelada no seu estômago e um chute no meio das suas pernas, o que fez o moreno perder o equilíbrio e cair na sua cama, fazendo uma careta de dor. Passei a mão direita para o cabo da minha espada e a tirei da bainha, apontando para Jungkook e me aproximando dele bem devagar.

– Se... você... fizer... isso... de novo... eu te mato. – Falei entredentes.

– Kim, isso dói. – Quando me dei por mim, percebi que apertava a ponta da espada sobre a bochecha esquerda do outro. – Para com isso. – Ele se afastou da espada, e o lugar começou a escorrer sangue.

– Da próxima vez, será no seu pescoço. – Grunhi.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...