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História Link - Burn in blue


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 31 - Burn in blue


Fanfic / Fanfiction Link - Burn in blue

JUNGKOOK ON

Todos corremos até o quarto dos gêmeos, para que Jinhong pudesse rastrear sua bolinha e assim, descobríssemos onde estava o Taehyung.

O ômega era de fato muito inteligente. Ele abriu um programa que ele mesmo havia criado, e colocou para receber sinal da bolinha. Um mapa da cidade apareceu, e mostrou que ela estava em movimento, mas rapidamente, se fixou num ponto e ficou lá.

– Eles pararam o carro. – Hoseok comentou. – Coloque no mapa.

Jinhong digitou algumas coisas, e a tela foi dando zoom, até revelar o lugar e o endereço.

– É a clínica. – Yoongi mordeu o lábio. – Foi para lá que levaram o Tae.

– Isso não faz sentido. A Minzy não era o alvo? – Jimin arregalou os olhos.

– O Tae está grávido. – Falei sério e meu olhar cruzou rapidamente com o do Baekhyun. – Se o alvo deles é uma criança, o meu filho é mais interessante que a Minzy, agora.

– Um filho de dois Merges. – O alfa atrevido comentou e dessa vez eu me segurei para não mandá-lo calar a boca. – Agora que já sabemos onde ele está, como iremos atrás dele?

– Você não vai. – Falei rispidamente.

– Jungkook, ele precisa ir. – Yoongi insistiu. – Como vamos atrás dele?

– Cavalos? – Jin deu de ombros, enquanto seus olhos escorriam lágrimas silenciosas.

– Se nós tirarmos os cavalos daqui, meu pai vai descobrir. – Namjoon fez um bico.

– Não podemos usar os cavalos, porque o espaço para fugir daqui é muito estreito.

– O que você sugere? – Jimin tocou meu ombro.

– Quem sabe dirigir? – Encarei um por um e encontrei apenas Baekhyun com a mão para cima. Respirei fundo e pisquei os olhos bem devagar. – Se eu conseguir dois carros, você pode levar um deles?

– Posso. – Respondeu sério.

– Onde você vai conseguir um carro? – Nam franziu o cenho.

– Eu tenho um carro e eu tenho contato com minha prima, que pode me emprestar o dela também. – Engoli em seco. – Precisamos de um plano para não chegarmos lá e fazermos muita merda.

– Primeira coisa, eu quero que você mantenha a calma. – Yoongi caminhou até seu notebook e o pegou. – Já que o Baek não tem poderes, ele não será identificado pelo scanner, o que poderá fazer com que ele entre em lugares mais específicos, que provavelmente nós não vamos poder entrar.

– E com isso você quer me dizer que é ele quem vai salvar o Tae... – Adivinhei e recebi um bico, vindo do ômega.

– Por que não vamos até lá primeiro, e ao ver como é o lugar, montamos o plano e o executamos? É difícil criar um plano, sem ao menos soubermos como é o lugar. – Baek comentou.

– E por que você não cala a boca? – Provoquei.

– Porque ele está certo. – Namjoon me encarou, com um pesar nos olhos. – Por mais que existam diferenças entre vocês, temos que nos unir para salvarmos o Tae, o que é o nosso propósito. Todos queremos ele aqui de volta, então nós vamos ter que unir forças e esquecermos os nossos problemas.

– É isso mesmo, amor. – Jin o abraçou e escondeu o rosto no seu pescoço.

– Kookie? – Jinhong encostou de leve na minha mão. – Peça os carros, então. Não vamos perder tempo.

– Tudo bem. – Dei mais uma encarada no alfa idiota e me afastei dali, para ligar pra minha prima e pedir os carros.

BAEKHYUN ON

Depois que Jungkook saiu do quarto, todos me encararam, duvidosos e julgadores.

– O que foi? – Perguntei.

– Baek, você vai com a gente... – Yoon se aproximou de mim. – Eu percebo que agora o Tae confia em você e agora todos nós estamos confiando em você; inclusive o Jungkook, que não quer que você vá, mas como não tem jeito, ele está dando um voto de confiança.

– Eu sei. – Murmurei. – Eu não vou decepcioná-los.

– Assim espero. – Namjoon respondeu no mesmo tom.

– Então, foque na ideia de salvar o Tae e tente não provocar o alfa dele. – Yoongi continuou.

– Eu não vou provoca-lo, mas converse com ele também, para ele parar de me encher o saco, porque eu só quero ajudar. – Respirei fundo. – Eu sei que ele me odeia, mas eu estou aqui para ajudar a salvar a vida do meu amigo, porque eu sei que ele ama essa peste aí e essa peste ama ele. Inclusive, tem um bebê nessa jogada. – Engoli em seco. – Ao contrário do que vocês pensam, eu não quero tirá-lo do Jungkook.

– Eu sei que não quer. – Jinhong sussurrou. – Eu sei que está falando a verdade.

– Como sabe? – Hoseok franziu o cenho e o ômega apenas cutucou a cabeça três vezes.

– Obrigado, Jin. – Dei um sorriso amarelo, para aquele que me ajudava a pentear os cavalos.

– Já liguei para ela. – Jungkook voltou para o quarto. – Já está vindo.

– Então peguem suas armas e o que mais quiserem, para podermos sair. – Yoongi já foi juntar suas coisas.

– Eu não vou levar nada. – Jeon sentou na cama do Jimin e escondeu o rosto entre as mãos, o que fez todos o encararem e depois olharem para mim.

– O que foi? – Cochichei, mas todos negaram com a cabeça e voltaram e se prepararem.

Eu não precisei sair dali para pegar minhas coisas, já que meu estilingue se mantinha intacto, preso no meu cinto.

**

Depois que todos pegaram seus pertences e armas, Jungkook nos guiou pela escuridão do alojamento, até um lugar bem afastado da casa.

– Eu vou mostrar a saída para vocês, afim de salvarmos o Tae, mas por favor, não vamos divulgar isto, porque o diretor pode ser prejudicado.

– É, ele nem sabe que estamos fazendo isso. – Yoongi comentou. – Eu acho que o Namjoon nem deveria ir junto, porque é o pai dele...

– Mas eu quero ajudar a salvar o Tae. – Nam respondeu rapidamente. – Ele é meu amigo e eu faço questão de ir junto.

– Então vamos, porque minha prima já deixou os carros aqui. – Jungkook foi caminhando na direção de uma pedra e entrou na mesma.

– Uma pedra? – Perguntei.

– Se estiver com medo, não precisa vir. – O alfa respondeu de maneira ríspida e continuou andando, sendo seguido por todos nós.

O caminho dentro da pedra era bem curto, e logo já passamos pela saída do outro lado e entre uma cortina de plantas, que servia para esconder a entrada.

Jeon continuou andando e foi na direção de dois carros que estavam do outro lado da rua. O mais novo abriu os dois automóveis e pegou as chaves do mesmo, antes de caminhar até a mim.

– Baekhyun? – Me chamou aos sussurros. – Eu estou confiando em você para fazer isso. – Ele apertou as chaves com força e respirou fundo. – Se você decepcionar o Tae de novo, dessa vez eu não te deixarei vivo.

– Eu não vou decepcionar. – Assegurei.

Jungkook colocou as chaves na minha mão e deu as costas.

– Cuidado com o carro da minha prima. – Foi a única coisa que ele disse, antes de entrar no seu automóvel.

– Quem vai comigo? – Perguntei.

– Eu vou. – Yoongi puxou Jimin e eles enfiaram dentro do carro.

– Eu vou com você também. – Hoseok entrou no lado do passageiro e eu entrei no do motorista.

Os demais decidiram ir com o Jungkook, o que até foi bom, já que ficamos bem separados.

– Eu estou com uma certa desconfiança de que isso não vai dar certo. – Hoseok comentou, quando enfim, demos partida, indo na direção que o GPS indicava.

– Por quê? – Perguntei.

– Jungkook é muito impulsivo. – Respondeu por fim.

– Não é para menos. – Yoongi falou baixo.

– Não, é sério. Mesmo antes de marcar o Tae, ele morria de ciúmes de mim e tinha vez que eu acreditava que ele iria avançar em mim, por ter algum tipo de ato carinhoso com o ômega.

– Eles se gostam, isso é normal. – Vi Jimin cutucar o irmão. – Aposto que você morre de ciúmes dos amigos alfas do Hong.

– Não, eu não tenho ciúmes deles. – Hobi respondeu sério. – Quando eu conheci o Jinhong, eles já eram amigos e eu confio neles. Eles também são meus amigos e apoiam o meu relacionamento com o Jin; do mesmo jeito que eu apoiava o do Tae e do Jungkook.

– Mas acontece que tem uma outra paixonite na jogada, não é? – Vi Yoongi me olhar pelo retrovisor.

– Eu não preciso mentir e dizer que eu não o amo, porque vocês sabem que seria mentira. – Falei sério. – Mas ele é marcado agora e a amizade dele já está de bom tamanho. Eu só quero vê-lo feliz.

– Mas não foi isso que pensou quando o agrediu. – O ômega insistiu e eu respirei fundo.

– Yoon, você sempre soube que eu era apaixonado pelo Tae. – Paramos no sinal vermelho. – Tudo o que eu queria, era que ele ficasse comigo. Eu fazia de tudo para ele... – Arranquei o carro. – Aí do nada, aparece um alfa e eles se apaixonam... eu fiquei desnorteado.

– E foi só isso que aconteceu? – Jimin perguntou, num tom baixo.

– Eu entrei no cio no dia seguinte. – Confidenciei. – Eu já estava sendo influenciado pelos meus instintos e aí eu fiz isso. – Engoli em seco. – Eu passei meu cio no hospital, sem respirar sozinho, com dores, ossos quebrados, pulmão perfurado e sedado, para não sofrer tanto... mas confesso que não adiantou muito, porque as dores eram tão fortes, que eu senti parte delas, sem conseguir me mover e dizer o que sentia.

– E por que você não conta isso pro Jungkook? – Hoseok arregalou os olhos. – Não foi você.

– Fui eu. – Insisti. – E eu prefiro não contar, porque eu não quero me fazer de vítima. Tenho que arcar com os meus erros. – Falei por fim, curtindo o silêncio constrangedor que se instalou no carro.

Alguns minutos depois, Jungkook estacionou ao lado de um prédio enorme, que ficava num lugar um pouco mais afastado da cidade.

– É aqui. – Falou pela janela do carro. – Eu sinto o cheiro dele.

– O cheiro aqui é meio confuso. – Yoongi inspirou fundo. – Parece que tem muitas pessoas trabalhando nessa clínica, porque nossa...

Depois que eu parei o carro, todos saímos e ficamos do lado de fora, encarando a enorme construção que se instalava logo a frente.

– Como vamos fazer para entrar? – Namjoon se aproximou de nós e me fitou, como se esperasse que eu tivesse um plano.

– Como funciona esse tal de scanner que vocês disseram? – Perguntei.

– Simples. A clínica tem um tipo de scanner, que eu não faço ideia de como que funciona, mas ele identifica pessoas com poderes e praticamente as barram de entrar. – Yoongi falou.

– Mas isso não faz sentido. – Levantei as sobrancelhas. – Se o scanner barra quem tem poderes, como que o cheiro aqui pode ser tão confuso assim? – Perguntei, o que fez todos se entreolharem. – Tem muita gente com poderes aí dentro.

– Será que é mentira essa história do scanner? – Jin franziu o cenho.

– Eu não sei. – Jungkook respirou fundo. – Mas vamos bolar esse plano logo, porque viemos aqui para resgatar o Tae e não ficar batendo pap... – O alfa interrompeu a fala e levou a mão na cabeça, como se estivesse sentindo dor.

– Jungkook, o que foi? – Jinhong se aproximou, mas Jeon deu dois passos para trás e gemeu.

– Jungkook? – Hoseok puxou seu ômega e ficou entre eles. – O que está acontecendo?

– Eles... ah... – O mais novo fechou os olhos com força e enfiou os dedos no meio dos cabelos, logo puxando-os com força. – Estão machucando ele...

– Ai meu Deus. – Jin começou a chorar. – Jungkook faça alguma coisa.

Antes que mais alguém se pronunciasse, o alfa rosnou alto e seus olhos ficaram em vermelho vivo.

– Jungkook, você não pode agir por impulso. Precisamos de um plano. – Tentei alertar, mas quando terminei minha frase, ele saiu correndo, numa velocidade absurda e no meio do caminho, se transformou num lobo – enorme -  acinzentado.

– Ai – meu – Deus. – Namjoon falou pausadamente. – Meu pai vai pirar.

– Ele já está acostumado. – Jin respondeu no mesmo tom.

– Então é verdade essa história de que alguns alfas lúpus podem se transformar em lobo. – Jimin sussurrou.

– Ele é um lúpus completo. – Jin sorriu preocupado.

– Jungkook? – Hoseok correu atrás do outro alfa, mas parou no meio do caminho, quando um uivo invadiu nossos ouvidos. – Jungkook, você está chamando atenção, pare com isso.

– Hoseok, venha para cá agora. – Jinhong falou preocupado. – Ele não vai te ouvir e tem gente vindo. Hobi?

O ruivo pareceu obedecer o ômega e voltou para perto de nós. Jeon uivou mais uma vez e os portões principais se abriram, revelando uns dez homens com armas de choque, lançadores de dardos tranquilizantes e um laço.

– Droga, droga. – Yoongi se abaixou atrás do carro e nós fizemos o mesmo.

– Fiquem calados. – Jinhong fechou os olhos e nós obedecemos.

Eu me abaixei para espiar por baixo do carro e vi Jungkook ser atingido por três tiros de dardos, caindo imediatamente no chão. O alfa foi laçado e amordaçado, enquanto se mantinha imóvel.

De dentro da clínica, a mesma mulher que eu e Jinhong vimos no alojamento, saiu caminhando a passos lentos e sorriu de modo exagerado, antes de acenar positivamente e voltar para dentro do recinto, sendo seguida pelos capangas que carregavam o lobo.

– Já era de se esperar. – Jinhong sussurrou e se sentou no chão.

– O que você ouviu? – Hoseok perguntou preocupado.

– O Tae era só uma isca. – Respondeu baixo. – O alvo mesmo era o Jungkook.

– Sequestraram o Tae porque sabiam que o Jeon viria atrás dele. – Yoon concluiu o pensamento.

– Só não pegaram o Kookie direto, por medo de serem pegos? – Jin perguntou.

– Também, mas eles tinham mesmo era medo do Jungkook. – Hong respirou fundo e abaixou a cabeça. – Eles sabiam que ele virava um lobo.

– Como? – Perguntei.

– Eu não sei. – Falou sério. – Só sei que temos que bolar um plano para capturar dois, agora. – Respondeu por fim.

TAEHYUNG ON

Eu abri os olhos e notei que estava num lugar extremamente claro. Minha visão estava turva e eu sentia tontura, devido ao efeito do tranquilizante que atiraram em mim. Vozes ecoavam de todo o lado, quanto eu tentava me situar e descobrir onde estava. Em meio a um movimento com a cabeça, vi que uma mulher – beta – direcionou seu olhar para mim e sorriu abertamente.

– Vejo que meu ômega preferido acordou. – Cantarolou e caminhou até a mim.

– O-onde e-eu es-tou? – Perguntei com dificuldade. Tentei me levantar, mas percebi que estava amarrado a uma maca, aparentemente de hospital. – Hos-pital?

– Ah não, querido. Você está na minha clínica. – A palavra clínica ficou martelando na minha mente, e num pensamento rápido, percebi que eu tanto quis proteger a Minzy disso aqui, sendo que agora, o prisioneiro era eu mesmo.

– Jungkook? – Sussurrei, com a voz trêmula.

– Ah, é isso mesmo que queremos que você faça. – A beta tirou meus cabelos da testa. – Chame seu alfa.

– Onde e-le es-tá?

– No alojamento. Onde mais seria? – Sorriu perversa. – Soube que ele se transforma em lobo. Isso é verdade?

Eu preferi não responder. Por que ela queria que eu chamasse o Jungkook? E como sabia do lobo?

– Me s-solta?

– Chame o seu alfa, que eu solto você. – Ela se aproximou mais e fitou meus olhos. – Você tem um cheiro estranho. – Franziu o cenho. – Cheiro de alfa misturado com ômega. Chega e ser meio repugnante.

– Dra Lee? – A voz de um homem surgiu na sala e chamou a atenção da loira. – Tenho uma novidade que vai agradar e muito a senhora.

– Que novidade?

– Ele está gravido. – Falou sorridente, o que fez a mulher arregalar os olhos e soltar uma gargalhada histérica.

– Eu não acredito. – Falou boquiaberta. – Então eu não precisarei mais daquelas aberrações, filhotes dos Park, porque eu tenho um que ainda está no forno!

– Minzy? – Sussurrei.

– Isso mesmo. Aquela bruxinha é sua amiga, não é? – Sorriu sarcástica. – Ela fica lá no alojamento, enquanto o irmãozinho dela fica aqui, conosco. Tadinhos, choraram tanto quando foram separados.

– O que? – Minha consciência já estava normalizada e eu compreendia tudo o que diziam. – Eles não foram separados no nascimento?

– Ora, ora, vejo que alguém andou mexendo nos arquivos do alojamento. – Estalou a língua e fez sinal de negação com o indicador direito. – Taehyung, eu vou te contar uma historinha.

– Senhora? – O homem tentou alertá-la, mas a mesma apenas fez um sinal de “me deixe”, o que fez o beta se calar.

– Ah Taehyung, há um tempo atrás, nós decidimos ficar ricos. Assim, do nada. Com isso, tivemos uma ideia que poderia fazer com que a Coréia dominasse o mundo inteirinho e nós teríamos o que quiséssemos. – Ela se sentou numa cadeira e sorriu para mim. – Nós juntaríamos os poderes de várias pessoas, e transmitiríamos para uma pessoa apenas. Se esse experimento desse certo, nós criaríamos um exército que faria os continentes se curvarem diante de nós. O teste foi feito em três adultos e todos morreram. – Fingiu estar triste. – Mas aí, eu tive a ideia de testarmos com crianças, o que é claro, deixou muita gente assustada; mas enfim, poderia dar certo. Os pais da Minzy trabalhavam conosco nessa época, e um tempo depois, a Park engravidou, o que fez os pombinhos fugirem para esconder o bebê. Depois de um tempo, descobrimos onde eles estavam e capturamos os quatro, vendo que eram gêmeos e que ambos já tinham poderes.

– Isso foi como ganhar na loteria. – O homem gargalhou e a loira o acompanhou.

– É, foi sim. – Balançou a cabeça positivamente. – Park Bom e Park Chanyeol, estão presos aqui desde então. E o Minhyuk também, mas ele é “criado” por uma família que trabalha para nós. Eles o treinam para o dia do teste.

– E a Minzy? – Perguntei.

– Nós apagamos a mente dela e a jogamos naquele alojamento. Nós faríamos o teste com os dois. Um que já estaria sendo treinado e um que não. Mas um grande problema que nós tínhamos, é que eles já têm poderes e isso poderia nos atrapalhar.

– E toda aquela história de ela ser perigosa?

– Ela é realmente perigosa. Mas eu gosto de enfatizar isso, para enganar o MinHo, caso precisemos de tirá-la de lá.

– Ele não sabe de nada?

– Claro que não. Acha que ele apoiaria isso? – Franziu o cenho. – Para o seu diretor, nós somos uma clínica de “reabilitação daqueles que são poderosos e são rebeldes”. – Ela sorriu. – Eu sou psiquiatra e ele acredita que eu trago as pessoas aqui para controle da saúde mental ou para internação dos rebeldes. Só isso. – A beta respirou fundo e umedeceu os lábios. – Só que tudo mudou, Taehyung, depois que vocês descobriram que eram Merges. – Sorriu, vitoriosa. – A Minzy passou a ser uma espiã para mim, sem saber.

– Como assim? – Meus olhos lacrimejaram.

– Todas as vezes que eu a tirava do alojamento, era porque eu ia estudar a sua mente, para saber o que de novo ela tinha descoberto sobre você e o Jungkook. Ela é minha, mas você e seu alfa também são.

– Mas...

– A mãe deles disse que eles deveriam proteger aqueles que fossem de coração puro e que cuidassem deles. – Mais um sorriso vitorioso. – E olha só quem tem coração puro e cuida dela? Exatamente aqueles que eu quero. É perfeito como que as coisas ficam nítidas na cabecinha dela, já que ela quer se lembrar e vocês, como os pais que ela não tinha lá dentro. Sabe Taetae, foi lindo quando vocês disseram que se amavam.

– Cala a sua boca. – Comecei a chorar desesperadamente.

– O Minhyuk não protege ninguém, porque apesar de cuidarem dele, ninguém tem coração puro. E aposto que ela prometeu que cuidaria do seu bebê, não foi? – Fingi que não escutei e ela apertou minhas bochechas. – NÃO FOI?

– Foi... – Falei baixo.

– Ela bloqueou isso da mente e eu não consegui descobrir sobre seu filho. Mas agora, ela deve estar louquinha no alojamento, porque não conseguiu manter sua promessa.

– Você é um monstro.

– E sabe o que mais? – Perguntou. – Seu filhinho também já é meu.

– VOCÊ NUNCA VAI PEGAR MEU FILHO. – Tentei me soltar da cadeira, mas não consegui.

– Isso é o que vamos ver. – A loira se levantou e acenou para o homem se aproximar. – Faça-o chamar pelo alfa, mas não o machuque.

– Sim senhora. – Ele se aproximou de mim e fitou meus olhos, fazendo sentir uma dor imensa pelo corpo, como se estivesse sendo esmagado.

– P-para? – Pedi.

– Chame o seu alfa. – Falou sério e aumentou a intensidade da dor.

Eu não chamaria o Jungkook. Nós tínhamos brigado, mas eu ainda o amava e mesmo que não amasse, eu não o atrairia para esse lugar. Nunca.

– Por f-favor? – A dor já estava insuportável, o que fez eu imaginar se isso estava acontecendo ao bebê. – M-meu fi-filho...

– Seu filho está bem, Kim Taehyung. Mas enquanto você não chamar pelo alfa, vai ficar assim, gemendo de dor. – A loira se aproximou mais de mim e encostou na minha barriga.

Eu tentei ativar meus poderes para paralisá-los, mas eu não conseguia concentrar por conta da dor que tomava conta de mim.

De repente, um uivo extremamente alto se fez presente e eu senti meu corpo estremecer.

– PARA. – A beta ordenou e o homem assim o fez, me deixando livre daquela dor. – Corram até ele, agora. Levem dardos tranquilizantes, armas de choque, o que for, mas o tragam para mim, vivo.

No corredor ao lado do quarto, eu pude ouvir que haviam várias pessoas correndo e um falatório bem alto, que eu não consegui identificar do que se tratava.

– Isso mesmo, Taetae. – A mulher sorriu para mim. – Agora eu tenho a família completa.

Um incômodo tomou conta do meu corpo e assim, eu pude sentir que o Jungkook havia sido pego.

– Eu vou te matar. – Sussurrei, ao que fitava a loira injetar algo no meu braço. Minhas pálpebras começaram a pesar, e mais uma vez, eu caí no sono profundo.

**

BAEKHYUN ON

Depois que o estúpido do Jungkook foi pego, nós chegamos à conclusão que seria difícil de entrarmos naquele lugar e passarmos despercebido. Nós nos sentamos dentro de um dos carros e fomos conversar, afim de entrarmos num consenso, do que faríamos. Várias ideias foram postas, mas sempre tinha um ponto negativo em cada uma; pontos muito negativos, por sinal. Minutos se passaram e não conseguimos pensar em nada. Uma hora, duas, duas e meia...

– Nós vamos precisar de mais pessoas. – Falei.

– Um exército para invadir essa fortaleza seria perfeito, Baek, mas quanto mais gente, mais fácil vão nos ver. – Yoongi bagunçava os cabelos, na tentativa de ter alguma ideia.

– E se trouxermos a Minzy? – Jin propôs. – Ela mexe com a cabeça das pessoas.

– Seria loucura, amor. – Namjoon negou com a cabeça. – Ela é só uma criança.

– Mas é uma das pessoas mais poderosas do alojamento. – Palpitei.

– Eu não sei se daria problema, mas que é loucura, é. – Jimin umedeceu os lábios. – Ela vai pirar quando ver o Tae e o Jungkook correndo perigo.

– Ela deve estar louca no alojamento, porque aquela garota tem um tipo de ligação com eles, que ela praticamente sente quando eles precisam de ajuda. – Jin ostentava um rosto meio assustado.

– Okay, nós somos sete. – Comecei. – Yoongi controla o disfarce, Jinhong a mente, além de ser fera no computador, Hoseok e Jimin controlam o fogo, Namjoon, coisas da natureza e Jin o nosso cheiro e tem eu que não faço merda nenhuma. Como vamos fazer um combo disso aí?

– Já sei. – Jinhong levantou uma sobrancelha e todos o encaramos, fazendo o ômega manter o olhar firme para nós. Pela primeira vez, ele se sentia confiante. – Eu vou invadir o sistema de câmeras e vou colocar sempre a mesma imagem, para evitar que nos vejam, enquanto estivermos passando pelos lugares.

– Perfeito. – Hoseok sorriu.

– Eu vou mexer com a mente dos porteiros e vou conseguir acesso para nós. Jin vai confundir nossos cheiros, e fazer com que tenhamos cheiros de alfas e ômegas misturados; isso fará com que eles não sintam algum cheiro diferente. Além disso, ele pode criar um campo de força protetor envolta de nós. Já o Yoongi, vai deixar todo mundo invisível.

– Se vamos estar invisíveis, precisa invadir as câmeras? – Nam franziu a sobrancelha.

– Precisa. – O ômega falou sério. – Depois daquele dia que vocês procuraram coisas a respeito desse lugar, eu fui pesquisar mais afundo, e descobri que o sistema de segurança deles é impecável. Uma única falha e seremos pegos.

– Continue. – Falei.

– Eu vou mexer nas câmeras aqui agora. – Disse, pegando seu notebook e alguns cabos. – Vamos entrar invisíveis, já vamos sair de trás desse carro, invisíveis. Vamos procurar pelos dois e vamos juntá-los nessa corrente de invisibilidade.

– Eu posso sumir com os cheiros também. – Yoongi lembrou. – Mas isso é meio complicado de fazer.

– É por isso que o Jin vai confundi-los. – Hong sorriu. – Você pode tentar tirar os nossos cheiros, mas de qualquer forma, Jin vai bagunça-los. Tudo bem para vocês?

– Por mim, sim. – Jin deu de ombros e Yoon concordou.

– E onde que eu entro nessa coisa? Eu não sei fazer nada. – Revirei os olhos.

– Você não é identificado pelo scanner. Então, toda vez que formos entrar em algum lugar, quem vai liberar a passagem para nós, será você. Todas as portas têm esse sistema de segurança.

– Quem trabalha aí não tem poderes? – Perguntei.

– Tem, mas existe um sistema de identificação de córnea para todo lado. Então, eles têm acesso a tudo.

– Que estranho. – Franzi o cenho. – Isso não faz sentido. Pra quê privar pessoas com poderes de acessar lugares assim, se todos os trabalhadores daí têm poderes? É idiotice isso.

– Nós vamos descobrir de qual é dessa clínica. – Namjoon sorriu perverso. – Mas e eu, o que eu farei?

– Você... – Jinhong mordeu o lábio. – Quando pegarmos todo mundo, você vai invocar uma tempestade, e fazer uns raios cair em todos esses postes, provocando a queda de energia. Assim, podemos fugir desse lugar, sem sermos vistos; vai estar tudo escuro. – Uma risada maléfica escapuliu dos seus lábios. – E não se esqueçam de que tem o Minhyuk aí também. Precisamos resgatá-lo.

– Não podemos tirá-lo daí. – Namjoon arregalou os olhos. – Eles virão atrás de nós.

– Não virão. – O ômega respirou fundo. – Porque o Hobi e o Jimin vão tacar fogo em tudo, e destruir esse lugar inteiro.

– Opa. – Jimin coçou a cabeça. – Tem vez que eu exagero. É perigoso eu explodir isso aí.

– Essa é a intenção. – Hoseok estalou os dedos e fez uma chama dançar sobre os mesmos. – Vamos logo, temos que salvar os nossos amigos.

**

TAEHYUNG ON

Eu já havia acordado do último sonífero, e a doutora Lee deixou com que eu passeasse pelos corredores dessa clínica idiota. Claro que eu tentei abrir algumas portas, mas sempre aparecia a mensagem de “acesso negado” no computador que tinha instalado em cada uma.

Eu estava sentindo frio e medo. Aquele lugar era estranho – apesar de muito chique e tecnológico – e algo ali me incomodava muito: eu senti a presença de algumas pessoas, que era diferente da presença dos funcionários que eu havia chegado perto. Tudo naquele lugar era estranho; as pessoas, os cheiros, os métodos de segurança...

Continuei caminhando pelos longos corredores, até achar uma sala aberta e adentrar na mesma. Já que a porta estava destravada, o acesso deveria ser autorizado – foi o que eu pensei.

A sala tinha uma janela enorme que ficava atrás da mesa principal. Do lado direito, um sofá vermelho era posto próximo a um quadro com a foto da Dra. Lee, quando a mesma se formou em Harvard.

– A sala da vaca... – Murmurei para mim mesmo.

Encostei a porta, o suficiente para que ela não travasse e me prendesse lá dentro. Caminhei até uma escrivaninha que estava do lado contrário do sofá chique, e tentei abrir as gavetas, percebendo que as mesmas estavam trancadas.

– Droga. – Sussurrei.

Corri os olhos pela mesa central e achei um molho de chaves.

– Ela não pode ser tão burra, pode? – Corri até lá e peguei as chaves, conseguindo assim, abrir as gavetas. – Sim, ela é muito burra.

Dentro de uma das gavetas, tinha uma pasta preta escrito “IMPORTANTE” na capa e é claro que eu fui ler o que de tão importante que tinha lá. Eu abri a pasta e comecei a folhear os papéis, que tinham fotos da doutora fazendo experimentos e algumas anotações que eu não conseguia decifrar o que era, por conta dos termos técnicos que lá continham.

Continuei folheando tudo, até que uma foto me chamou atenção. A loira estava com um vestido tomara que caia florido e sorria abertamente na hora de tirar a foto. Seus cabelos estavam curtos e ela os mantinha cheios de cachos volumosos. No seu pulso direito, uma pulseirinha prata, segurava um pequeno pingente, que era o símbolo das marcas em forma de meia lua que todos os poderosos ganhavam quando completavam dez anos. Apesar de estar linda na foto, a doutora não tinha a marca no braço, o que comprovava que ela não tinha poder algum.

– Droga... – Resmunguei ao virar a página e encontrar vários desenhos feitos à mão, do mesmo símbolo, com a seguinte frase “Eu não preciso de marca, eu serei a melhor”. – Ai meu Deus...

De repente, a ficha caiu. Ela não queria criar um exército para fazer a Coréia dominar o mundo; ela queria ser a mais poderosa do mundo, sendo que não tinha um poder sequer. Ela vai ter tudo o que quiser, se conseguir isso.

Tirei os papéis da pasta e os dobrei, de forma que coubesse nos meus bolsos largos da calça. Eu precisava de provas contra ela, para fechar esse lugar quando conseguisse sair daqui.

– Preciso de mais. – Abri a segunda gaveta e peguei uma pasta com a seguinte inscrição na capa “FICHAS DOS TESTES”; abri a mesma e senti meu coração congelar.

A primeira ficha era a da Minzy, a ficha original dela, com várias descrições importantes sobre ela. A segunda era a do Minhyuk, que também continha várias descrições importantes sobre ele. No topo da folha, tinha a foto do garotinho, o que me fez tremer de ódio. Ele era a cara da Minzy, porém, seus cabelos eram negros. Minhyuk sorria fofamente para a foto e segurava um esquilinho.

Passei a folha e encontrei a ficha de Park Bom e Park Chanyeol, o que me fez lembrar de que a Dra. Lee havia me dito que eles viviam prisioneiros aqui.

– Então eles estão vivos... – Murmurei.

Um desespero tomou conta de mim, quando eu fui passando as folhas e encontrei ficha de várias pessoas, que aparentemente, não tinham ido para o alojamento. Tinham pessoas que se transformavam em animais, que se teletransportavam, que manipulavam ouro, se locomoviam pelo ar, controlavam pedras preciosas, tinham uma super força... coisas que eu nunca tinha visto no alojamento.

– Ela vai fazer os gêmeos e o meu bebê absorverem isso tudo? – Senti uma lágrima descer. – Ela vai mata-los.

Peguei mais essas folhas e escondi no outro lado da perna.

– Eu preciso achar o Jungkook. – Apaguei a luz da sala, para evitar que chamasse atenção.

“Jungkook?” – Chamei, mas não obtive resposta. – “Jungkook, consegue me ouvir?” – Mais uma vez. “Jungkook, por favor, eu sei que nós brigamos, mas agora não é hora para voto de silêncio, nós precisamos sair daqui. Essa Dra. Lee é louca.” – Eu não conseguia acreditar que ele estava me ignorando. Alguma coisa deveria ter acontecido, por isso ele não me respondia. – “Jung...” – Quando eu ia chama-lo mais uma vez, ouvi um estrondo e a sirene do lugar começou a soar bem alta.

Eu saí correndo da sala e fui na direção do quarto que eu estava antes de acordar. No meio do caminho, meu corpo se chocou contra algo e eu tomei um susto, quase caindo no chão; mas algo que eu não consegui enxergar, me impediu de cair.

– Tae? – Ouvi a voz do Baek e meu coração disparou.

– Baekhyun? – Chamei, antes que uma capa de invisibilidade fosse desaparecendo, e revelasse todos os meus amigos ali. – Gente?

– Onde está o Jungkook? – Hoseok perguntou.

– Eu não sei, eu não consigo encontra-lo.

– Fareja ele, Tae. Nós temos que sair logo daqui. – Baek me puxou e abraçou minha cintura. – Yoongi, ativa de novo. – Ele disse e logo, ficamos invisíveis.

– O Tae não precisa disso, ele também consegue ficar invisível. – Jin cochichou. – Vamos procurar o Jungkook, logo.

JUNGKOOK ON

Eu acordei sentindo uma dor de cabeça, bem forte. Uma sirene alta soava e eu não tinha conseguido identificar onde eu estava, até minhas vistas se acostumarem com a claridade do ambiente. Corri os olhos pela sala e me lembrei que havia sido capturado por um bando de betas, quando eu vim resgatar o Tae.

Eu tentei me desfazer das correntes que me prendiam, mas infelizmente, elas estavam presas bem fortes, o que me impedia de mover um músculo, sem sentir dor.

Quando eu parei para pensar em como eu faria para me soltar dali, alguém abriu a porta e um cheiro conhecido invadiu minhas narinas.

– Você vai ter que me ajudar a te tirar daí. – Baekhyun falou rápido, ao ver que eu estava amarrado.

– E como é que eu vou fazer isso? – Resmunguei.

– Sei lá, o alfa lúpus é você e não eu. – O outro caminhou até algum lugar atrás de mim e começou a mexer por ali. – Achei. – Ele sorriu vitorioso. – Pelo que eu fiquei sabendo, as pessoas desse lugar são meio lerdas no quesito “esconder chaves”. – O alfa destrancou todas as correntes que me seguravam e me ajudou a ficar de pé.

– Obrigado. – Sussurrei.

– Vamos logo. – Foi o que ele respondeu. – Mas olha, quando você passar por essa porta, terá que correr, como se sua vida dependesse disso. – Me recomendou. – A única diferença, é que é a sua a vida a do Tae, do seu filho e de todos nós que viemos ajudar vocês. Então, por favor, corra.

– Ok. – Respondi sério.

– Então vamos. – O alfa caminhou até a porta e, quando eu me aproximei da mesma, pude sentir o cheiro do Tae invadir minhas narinas, o que me deu certeza de que ele estava ali, porém disfarçado. – Ative a sua invisibilidade.

– Tudo bem. – Acatei ao pedido do outro e o fiz.

Quando eu dei um passo para o lado de fora, a sirene do nosso corredor também começou a soar, seguida da repetitiva mensagem: ALERTA DE INVASÃO.

– Corre. – Baek falou e eu corri, seguindo os comandos de direção que o Jinhong nos passava. Ele deveria estar ouvindo a mente das pessoas e nos levando para onde não tinha ninguém.

Continuamos correndo, virando à esquerda, à direita, subindo e descendo escadas, passando por alguns lugares largos e alguns estreitos.

– Temos uma saída alternativa por aqui. – O ômega falou ofegante. – Eu vejo no meu celular, que temos que abrir essa porta.

Todos ficaram visíveis e meu coração acelerou ao ver o Tae ali, na minha frente, sem eu poder puxá-lo para um cantinho para conversarmos.

– Nos ajude aqui, Jungkook. – Hoseok e Jimin forçavam uma alavanca para abrir a porta.

– Como poderia ter uma saída aqui, Jinhong? – Perguntei, enquanto ajudava os alfas a girar a alavanca.

– Eu invadi o sistema de segurança e agora eu tenho a planta do prédio. – Ele explicou. – Essa sala dá acesso a um corredor, que nos levará até o lado de fora.

– Ah, só mais um pouquinho. – Jimin fez uma força a mais e nós finalmente conseguimos liberar a porta.

Quando a passagem se abriu, a imagem que me veio a frente, faria qualquer uma ficar louco. Dentro daquele lugar, tinham várias pessoas presas em celas de grades que davam choques. No centro, havia uma sala, com uma espécie de maca com vários aparelhos ligados na mesma, como se servisse para fazer algum tratamento peculiar com as pessoas.

– Os outros prisioneiros. – Tae sussurrou. – Nós temos que salvá-los. Eles vão servir de experimento para a Dra.Lee. Ela quer sugar os poderes de todos eles.

– Como assim? – Perguntei, mas ele fingiu que não ouviu.

– Eu sei como vocês podem fazer para abrir as celas. – Yoongi falou. – Jinhong, desativa os choques das grades, e Jungkook congela todas elas. Assim, podemos quebra-las.

– Isso aqui é meio estranho. Não sei como invadir esse sistema. – Hong comentou.

– Então vamos destruir isso tudo. – Baekhyun caminhou até o painel. – Jungkook, congele isso aqui, que eu vou detonar tudo

– Ok. – Mais uma vez, lá ia eu obedecer as ordens do alfa que eu pretendia matar. Mas se fosse para salvar todos nós, eu o faria. – Tae? – Chamei, ao me aproximar do ômega. – Eu preciso de você, para controlar a quantidade necessária de gelo sem me queimar.

Sem me dizer uma palavra, ele segurou a minha mão e caminhou até os computadores, fazendo menção para que eu começasse com o serviço, e assim eu fiz. Ativei o gelo, e passei a congelar tudo ali. As máquinas estragaram o funcionamento, o que permitiu que eu encostasse nas grades, sem tomar um choque.

Taehyung foi me acompanhando pelo lugar inteiro, enquanto eu jogava uma generosa quantidade de gelo sobre o lugar, fazendo tudo congelar, para facilitar que os outros alfas quebrassem e libertassem os outros prisioneiros.

Tudo corria muito bem, até que um estrondo fez com que eu me assustasse. Um bando de betas entraram correndo no lugar, segurando armas e atiradores de dardos.

– Eles nos tratam como bichos. – Uma moça de cabelos platinados comentou. – E agora vão pagar por isso. – Ela se agachou, e fez com que surgissem várias pedrinhas coloridas do chão. – Tapem os narizes por cinco segundos. – Ordenou para nós, e assim fizemos. De repente, as pedrinhas explodiram e soltaram um gás tóxico, fazendo todo ali caírem desacordados.

– Eles vão acordar logo. Temos que fugir daqui. – Um garoto muito parecido com a moça das pedrinhas se aproximou de nós. – Eu sei onde fica a saída. Eu já me teletransportei para lá, mas acabaram me pegando e me prendendo nesta cela. Quando os choques estão ligados, além de nos machucar, faz com que nossos poderes fiquem inativos.

– Espertos. – Baek levantou uma sobrancelha. – Mas estamos sem tempo para conversas. Vamos fugir logo.

Antes que eu desse conta do que estava acontecendo, senti o Tae soltar minha mão de maneira bruta – provavelmente ele nem tinha se dado conta de que ainda estávamos de mãos dadas – e depois, ele se afastou de mim.

– Onde é a saída? – Perguntei.

– Por aqui. – O garoto fez sinal para que o seguíssemos e assim nós fizemos.

Aquele lugar era tão estranho, tão incômodo, que eu podia sentir o sofrimento das pessoas que viviam presas ali. Todos pareciam assustados e prestes a atacar alguém.

– Tem uma criança aqui também, não tem? – Tae perguntou, quando nós viramos num corredor um pouco menos assustador. – Eu sinto um cheiro bem parecido com o da Minzy aqui.

– Tem... – A garota respondeu meio receosa. – Mas eu não sei se é uma boa pegar ele, porque ele sempre ficou afastado de nós e... dizem que ele é perigoso.

– Dizem, mas não é. – O meu ômega falou sério. – Onde ele fica?

– Tae, não force a barra? – Recomendei. – Pode ser perigoso para o nosso bebê.

– Eu sei o que pode ser perigoso para o meu filho. – Respondeu friamente, enfatizando o meu.

– Ele tem razão Tae. – Jin tocou o braço do amigo, que fez um bico para ele.

– Deixa que eu procuro o Minhyuk e os pais dele. – Falei. – Eu prometo tirá-los daqui em segurança.

– Não precisa procurar. – A platinada respirou fundo e apontou para uma porta na lateral esquerda, no final do corredor. – Eles ficam através daquela porta.

– Ele não foi adotado por uma família daqui? – Tae franziu o cenho.

– Foi, mas eles o mantém perto dos pais biológicos, para ele não acabar com esse lugar. É como uma garantia. – A moça respondeu. – Não sei se sabem, mas ele controla coisas mortas, o que lhe dá o direito de invocar um exército de mortos vivos e matar um por um aqui dentro.

– Eu gostei dessa ideia. – Yoongi sorriu perverso. – Mas vamos pegá-lo logo. E Tae, vá na frente com o Jinhong, com o garoto de cabelos cinzas e com o Baek, para liberar a porta. Quando terminarmos aqui, o Jungkook vai chamar o Tae, para ele passar as coordenadas da saída.

É claro que eu não gostei nem um pouco dessa ideia, mas resolvi não ficar enchendo o saco, porque agora, nós corríamos perigo.

– Não tem ninguém por perto agora. – Jinhong falou. – Mas não demorem, porque eles estão vindo.

– Tudo bem. – Hoseok assentiu e segurou o rosto do ômega, para lhe dar um beijo. – Boa sorte. – Sussurrou.

– Para você também. – Hong sorriu envergonhado e saiu correndo, sendo seguido pelo garoto acinzentado, pelo Baekhyun e pelo Taehyung.

JINHONG ON

O garoto de madeixas acinzentadas foi nos mostrando o caminho de saída, enquanto eu me concentrava em ouvir as mentes das pessoas.

– Tae, eu percebi que as coisas entre você e o Jungkook não estão boas, mas quando eles terminarem lá, é você quem vai dar os comandos para eles saírem... – Falei.

– Eu sei. – Ele falou simples.

– Olhem, a porta é aquela. – O garoto apontou para a frente. – Vamos ter que arrombar, mas quando todos estivermos aqui, porque vamos sair no hall de entrada do prédio.

– Então vamos esperar. – Falei simples e me apoiei na parede, fitando rapidamente o rosto do Tae, que parecia estar muito preocupado.

Alguns minutos se passaram, até que o Tae deu um leve sobre salto.

– Eles conseguiram. – Falou sério. – Vou passar as coordenadas.

Ficamos todos em silêncio, esperando que os outros se juntassem a nós, o que não demorou muito, já que eles não estavam muito longe.

– Que cheiro de queimado. – Franzi o cenho.

– Gente, corre. – Hoseok apareceu no corredor, sendo seguido pelo resto do pessoal, inclusive por Minhyuk, que estava no colo do pai.

O garoto acinzentado e o Baek quebraram a porta para fugirmos. Mais atrás, Jimin criou mais uma chama enorme e incendiou o corredor de saída por inteiro.

– Me ajuda, Hobi. – Pediu ofegante e o ruivo obedeceu, tacando fogo no lugar inteiro, inclusive em alguns funcionários da clínica que vieram para nos pegar.

– Que loucura. – Choraminguei, um pouco assustado pela cena que se passava na minha frente.

– Não está na hora de desesperar, Hong. – Tae segurou minha cintura e me puxou para perto da porta. – Vamos logo. – Gritou para os outros.

– Mocinhos? – A mulher que sequestrou o Tae apareceu com uma arma na mão, apontando para nós dois. – Vocês pensam mesmo que vão conseguir fugirem daqui?

– Você vai me matar? – Tae perguntou. – Não precisa de mim, vivo?

– Eu preciso sim. Mas se eu tiver o seu alfa, já vai estar tudo ótimo. – Respondeu, com sarcasmo.

– Eu posso dar um jeito nisso, senhora. – Um homem que até agora eu não tinha visto, apareceu perto de nós.

– NÃO. – Jimin gritou atrás de mim e tacou fogo no teto, fazendo uma placa de concreto explodir e cair entre nós. – FUJAM.

Mais uma vez, nos colocamos a correr desesperadamente, até passarmos da porta de entrada do lugar.

– VOCÊS NÃO VÃO FUGIR. – A mulher gritou, do lugar que ela e eu comparsa estavam presos. Num gesto rápido, ela deu permissão para que ele fizesse algo e assim, o homem invocou uma boa quantidade de poder energético e tacou na direção do Tae. Antes que a chama de energia atingisse o ômega, Baek pulou na frente, e ambos foram arremessados para trás, por conta da força da chama.

Baekhyun e Taehyung caíram desacordados a alguns metros longe de nós, o que fez Jungkook gritar em desespero e correr até eles.

– Vaca. – Namjoon cerrou os punhos e olhou para o céu. – Preciso de um gran finale. – Sorriu abertamente e abriu os braços, fazendo raios descerem do céu e atingirem o prédio. Faíscas saíram de todos os fios de energia dali e uma explosão em fogo azul se fez presente.

O prédio foi destruído, pelas explosões e pelo fogo que tomou conta de si. Namjoon parecia estar extremamente furioso pelo que fizeram com o Tae e com isso, fazia mais e mais raios descerem do céu.

– Amor, já chega. – Jin semicerrou os olhos. – Isso vai acabar virando uma explosão nuclear.

O alfa desceu os braços e logo a frente, podemos ver o prédio ir ao chão, criando uma nuvem de poeira, que atingiu a todos nós.

A clínica enfim, havia sido destruída.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


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