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História Link - Festa de reconciliação


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 33 - Festa de reconciliação


Fanfic / Fanfiction Link - Festa de reconciliação

– Jungkook? – Me interrompeu de novo.

– Oi?

– Obrigado pelos sapatinhos e por estar aqui comigo! – Tae tirou os sapatinhos da sacola e me fitou. – Sapatinhos azuis... – Sussurrou e me abraçou muito forte, bem forte mesmo.

– Eu é quem devo te agradecer... – Deixei minhas lágrimas descerem pelo meu rosto e retribuí o abraço.

– E tem mais uma coisa! – Falou sério e me olhou bem nos olhos.

– O que?

– Obrigado por ser a minha Borboleta Azul.

Inicialmente, eu fiquei estático. O meu ômega estava na minha frente com aqueles olhinhos brilhantes, esperando alguma reação ou fala da minha parte, mas a única coisa que eu fiz, foi abraça-lo novamente.

Quando senti os braços do Tae envoltos no meu pescoço, eu desabei a chorar igual a um bebê. Eu não sabia o que pensar, o que falar e nem o que fazer. Eu o segurei com firmeza e deixei que minhas lágrimas saíssem, junto com soluços e resmungos bem sonoros diga-se de passagem.

– T-Tae? – Funguei. – V-você ouviu? – Tive coragem para perguntar.

– Ouvi. – Ele respondeu baixinho, com o tom de voz quebrado pelo choro. – Eu queria tanto te responder...

– Eu não acredito. – Apertei meus olhos e mais lágrimas saíram.

Eu sentia um misto de sentimentos, que eu acho que nunca conseguiria explicar. Ele havia ouvido tudo o que eu disse, e isso me deixava muito feliz, por ele saber que eu não falei nada por interesse algum, já que para mim, ele não estava ouvindo. Mas apesar de me sentir aliviado por ele saber de tudo e o quanto eu estava arrependido, eu me sentia mal, por ele ter ouvido minhas lamentações.

– Kook, vem cá? – Ele desfez o abraço contra a minha vontade e me puxou para o sofá. – Não chore? – Se sentou ao meu lado e eu não tive coragem de olhar nos seus olhos, escondendo então, o meu rosto entre as mãos. – Olhe para mim?

Eu não conseguia responder. Eu fui pego de surpresa e, eu acho que o tanto que eu segurei para não chorar nesses dias, eu deixei tudo sair agora. Tudo.

– Kook, olha para mim, por favor? – Tae se aproximou e puxou minhas mãos, antes de tocar meu rosto e me fazer virar para ele. – Você disse que queria dizer tudo olhando nos meus olhos... eu estou aqui agora.

– Desculpa, Tae? – Falei. – Mas eu acho que não vou conseguir falar nada. Não agora.

– Eu posso falar, então? – Perguntou e eu assenti. – Eu não tinha certeza se eu tinha ouvido. Eu acordei muito confuso. Enquanto eu dormia, eu conseguia te ouvir, como se você falasse comigo tirando um cochilo; mas depois que eu abri os olhos, eu fiquei meio perdido e confesso que nem consegui raciocinar direito na hora, do porquê de eu estar no hospital. Eu acordei e pensei que tinha sido tudo um sonho. Mas depois, as coisas voltavam muito nítidas na minha cabeça e eu lembrei da força que eu fazia para acordar, mas não conseguia. Nesses dias, eu queria tanto abrir os olhos e te dizer que eu estava bem... mas só o seu beijo me deu forças para isso.

– Jura? – Senti uma onda de felicidade tomar conta de mim, me fazendo sorrir entre os soluços do choro.

– Quando eu senti o seu beijo, eu pensei que eu deveria acordar por você e pelo nosso filho. Você me passou uma força tão grande com aquele beijo...

– E eu não ia te beijar. – Confessei. – Eu tive medo de ser desrespeitoso, porque nós terminamos e eu te beijaria sem o seu consentimento.

– Obrigado por beijar. – Ele me disse com um sorriso tímido nos lábios. – Eu tive tanto medo de não ter a chance de fazer isso de novo. Eu estava sentindo tanto a sua falta...

– Me desculpe? – Eu o puxei pela cintura e o abracei forte. – Eu não vou te deixar sozinho mais. – Assegurei. – Enquanto você dormia, eu pensei em tantas coisas...cheguei a pensar que existia a possibilidade de você acordar e não se lembrar mais de mim.

– E se isso acontecesse o que você faria?

– Eu acho que lutaria por você.

– Acha? – Ele se afastou e olhou nos meus olhos.

– Eu... – Suspirei fundo.

– Jungkook, é de você que eu gosto!

– Eu sei, amor. Mas antes eu fiquei meio... eu fui tão, mas tão idiota naquela briga, que eu não sei se teria coragem de olhar nos seus olhos e fingir que tudo entre a gente era perfeito.

– Tudo entre a gente é perfeito, Kook.

– Tae, a gente terminou, e olha o motivo pelo qual nós ter... – Fui silenciado por um beijo inesperado. Meu ômega colou nossos lábios com firmeza e ficou assim por alguns segundos, antes de se afastar bem devagar.

– Volta para mim? – Sussurrou sobre os meus lábios. – Vamos recomeçar? Eu, você e o nosso bebê, que está crescendo aqui dentro de mim?

– Você vai aceitar de volta esse alfa impulsivo que você tem? – Sorri sem graça.

– Eu te aceito do jeitinho que você é. – Tae fitou meus olhos. – E se você quiser me aceitar do jeito que eu sou, eu estarei aqui, sempre à sua espera. Mesmo que algum dia eu perca a memória e minha cabeça não se lembre mais de você, meu coração irá lembrar e vai esperar que você o procure. Mesmo que algum dia você perca a memória, eu farei seu coração nunca se esquecer de mim... eu farei você se apaixonar por mim quantas vezes forem necessárias para que possamos ficar juntos. Você pode me dar todos os corações do mundo, mas eu só quero esse. – Ele tocou meu peito e seus olhos lacrimejaram. – Eu posso ter um jeito estranho de amar, mas eu te amo, eu juro. Eu sou capaz de amar, mesmo que seja de uma maneira torta.

– Eu também te amo! – Falei sério. – E eu sei que você é capaz de amar. Eu me afastei sem querer naqueles dias e depois eu comecei a achar que não era o suficiente para você, mas se você me diz que eu sou, eu vou fazer jus às suas palavras e não vou te decepcionar! Eu sei que você é capaz de amar, porque o seu amor, é o único que eu sinto que é verdadeiro. Nem meus pais me davam tanto carinho assim. Agora eu tenho a minha própria família e farei o impossível para ser o melhor alfa, o melhor pai e o melhor namorado.

– Você será um ótimo pai. – Murmurou e sorriu terno. – Eu só não sei se eu serei... acho mais fácil eu deixar meu filho doido antes de fazer um mês.

– Deixa de ser bobo! – Segurei sua cintura e o trouxe para meu colo. – Você será o melhor pai desse mundo. Vai ensinar o nosso filho a ser uma pessoa incrível como você, vai ensiná-lo a lutar, a ser educado...

– Nha! – Sorriu bobo e escondeu rosto entre as mãos.

– Olhe para mim, não se esconda. – Tirei suas mãos do rosto e fitei seus olhos. – Eu faria qualquer coisa para ver esse seu sorriso de novo. – Sussurrei e fitei seus lábios que formavam um coração ao sorrirem.

– Você me deixa com vergonha. – Murmurou, ao que suas bochechas coravam.

– Não tem que ter vergonha de mim e muito menos, vergonha de sorrir. Seu sorriso é lindo e eu quero que o nosso bebê tenha o sorriso igual ao seu.

– Será que ele vai ter?

– Eu espero que sim. – Sorri e me aproximei para selar nossos lábios rapidamente. – Eu senti tanta falta do seu beijo...

– Eu também... – Tae falou aos sussurros, me induzindo a lhe dar mais um selinho e mais um e mais um, até que nossos lábios nãos se afastavam e eu pedi passagem para aprofundar o contato, o que me foi permitido na hora.

Levei minha mão esquerda até sua nuca, e passei a acariciar o local, enquanto nossas línguas faziam carinho uma na outra. Praticávamos um beijo tranquilo, calmo e cheio de sentimentos.

Eu apoiei minhas costas no encosto do sofá e puxei o ômega para mais perto, fazendo nossos peitos colarem um no outro. Como numa outra vez, eu pude ouvir e sentir o seu coração batendo disparado, seguindo o ritmo do meu, que também parecia que iria explodir.

Eu estava muito feliz em tê-lo de volta, em tê-lo nos meus braços, em ouvir palavras bonitas vindas dele e o melhor, em ter certeza de que ele e o nosso filho está bem e com saúde. Depois de tudo o que aconteceu, eu deveria estar em modo depressivo e estar chorando mais e mais aqui, enquanto recebia carinhos dele; mas apesar de saber que nossa vida estava conturbada e saber que o que eu disse deveria ser muito difícil de perdoar, eu decidi prometer até para mim mesmo, que eu faria qualquer coisa para me redimir e ao invés de ficar lamentando pelo que aconteceu, nossa vida de hoje em diante, seria regada a coisas boas e eu me empenharia para ser o melhor par para ele.

Taehyung me garantiu que gosta de mim e que eu sou o suficiente para ele, então, assim eu serei. Eu serei tudo o que ele precisa, eu estarei sempre com ele e farei o impossível para deixa-lo feliz, do jeito que ele me deixa.

Eu me apaixonei por um ômega marrento e bravo, que tem um Q de alfa dentro dele e que é mais perigoso que um alfa lúpus em forma de lobo. Ele é incrível, é um amor de pessoa, e apesar de ser aquela casquinha grossa por fora, por dentro ele é um verdadeiro mundo das fadas, cheio de brilho, delicadeza, magia, beleza... Taehyung é o verdadeiro Kinder Ovo que toda criança gosta: é uma casquinha de chocolate ao leite por fora – levando em conta que mesmo sendo marrento, ele é muito bonito e gostoso – e por dentro, é um chocolate branco com surpresinha, o que deixa todas as crianças felizes. Por dentro, o Tae é o chocolate branco que eu amo de paixão, e que carrega uma surpresinha, que é o nosso bebê; aquela surpresinha que eu já não vejo a hora de segurar nos meus braços.

Eu o amo, eu amo o nosso filho desde que fiquei sabendo da existência dele, e os amarei pelo resto da minha vida.


 

Tae findou o beijo de forma calma e me deu mais alguns selinhos, antes de abrir os olhos e olhar nos meus.

– Jungkook, você não deveria esquecer nunca, que quando você pensa em algo focando em mim, eu ouço tudo. – Sorriu, ao que suas bochechas tomavam um tom quase vermelho vivo.

– Eu não pensei nisso com o intuito de você ouvir. – Soltei uma risada e acariciei sua bochecha. – Mas já que ouviu, tenha isto como o que eu queria te dizer. – Suspirei. – Eu serei tudo o que você precisa e serei a melhor pessoa para você. Eu quero te ver feliz e quero que nossa família cresça mais e mais. Você me disse que eu sou o suficiente para você, então eu vou ser o suficiente, eu prometo!

– Eu não sei viver sem você, Kook. – Falou baixinho. – Quando eu pensei que tudo entre a gente tinha acabado, eu quis morrer, por saber que nós não ficaríamos juntos mais.

– Eu também não sei viver sem você... é por isso que eu te prometo que eu lutarei por você o tempo todo. Mesmo que nós estejamos bem, eu vou me esforçar para te fazer me amar cada vez mais. Eu te prometo!

– Eu também te prometo que farei o mesmo. Vou me esforçar para ser o melhor ômega que você poderia ter.

– Você já é perfeito assim. Não tem que mudar nada.

– Mas eu vou mudar. Sei que muitas vezes eu tenho atitudes egoístas, mesmo que sejam sem querer. Eu vou me policiar para não fazer nada que prejudique a gente.

– Obrigado. – Sussurrei e lhe dei um selinho demorado. – Eu te amo.

– Eu também te amo. – Ele me abraçou a deitou sobre meu ombro, enquanto eu acariciava suas costas.

Ficamos naquela posição por alguns minutos, até um barulho estranho se fazer presente no ambiente, e isto nos lembrar do real motivo por termos voltado para casa.

– Isso foi seu estômago? – Soltei uma risada.

– Foi. – Resmungou. – Eu estou com fome.

– Então vamos almoçar. – Dei dois toquinhos na bunda dele.

– Deveria me levar no colo. – Brincou, ao que se levantava com um bico fofo nos lábios.

– Não deveria ter dito isto. – O puxei de volta e me levantei do sofá, o pegando no colo e caminhando até a cozinha.

– Eu vou cair, Kookie! – Ele gargalhou e agarrou meu pescoço.

– Você acha mesmo que eu vou te deixar cair? – O coloquei em cima da bancada e fiz cócegas na sua cintura. – Eu nunca te deixaria cair. – Beijei sua bochecha. – O que vamos comer?

– Eu não faço ideia do que tem na cozinha. – Ele coçou a cabeça e fez um bico. – Huuum... macarrão? – Sugeriu.

– Eu sei fazer um Spaguetti à bolonhesa que modéstia parte, fica muito bom. – Levantei uma das sobrancelhas.

– Mas eu não estava com vontade de comer macarrão hoje... – Resmungou e eu achei graça na carinha que ele fez.

– O que você quer então?

– A pergunta certa é: o que seu filho quer comer hoje? – Tae gargalhou e acariciou a barriga.

– Então tá. – Me abaixei e levantei sua blusa. – Amor do papai, o que você quer comer hoje?

– Eu acho que ele está dormindo. – Meu ômega deu uma risadinha gostosa. – Mas eu vou responder para ele, que um bolinho de carne recheado com queijo e batatas fritas vão cair muito bem!

– Só coisa saudável, né, Tae. – Dei uma risada soprada. – Então vamos preparar o que você quer, hoje eu deixo você comer besteira e depois ainda te levo para tomar sorvete, o que acha?

– Eu quero! – Disse animado e desceu da bancada. – Vamos cozinhar, logo.

Taehyung passou a pegar tudo o que era necessário para preparar o nosso almoço, enquanto eu tratava de fazer os bolinhos de carne.

Nosso momento fingindo ser chefes de cozinha estava muito descontraído e bem divertido. Tae colocou as batatas para fritar e fez o nosso suco, enquanto eu fritava os bolinhos e fazia arroz. A cozinha ganhou um cheiro magnífico e aquilo estava interessante demais, até agora.

– Ah nossa... – Tae reclamou e fechou a cara.

– O que foi?

– Eu fiquei um pouco enjoado. – Acariciou a barriga. – Eu não estou me sentindo muito bem. – Foi o que ele disse antes de sair correndo para o banheiro.

Eu terminei de tirar os bolinhos da gordura e fui atrás dele, porque eu apostava tudo o que tinha, que ele estava vomitando de cabeça baixa; e não deu outra.

– Levanta a cabeça. – Segurei sua testa e afaguei suas costas.

– Eu odeio isso. – Resmungou em meio ao enjoo.

– Ninguém gosta. – Tirei seus cabelos suados da sua testa. – Está melhor? – Perguntei e ele assentiu.

O ômega deu descarga e foi lavar a boca.

– Já tinha tempos que isso não acontecia. – Reclamou.

– Isso significa que o bebê está dando sinal de vida. – Sorri. – É normal.

– Eu estou com medo de comer e vomitar tudo de novo.

– Mas você tem que comer, venha. – Peguei na sua mão e o levei para a sala. – Fique aqui, que eu já vou trazer nosso almoço. – O deixei na sala e fui separar nossos pratos e talheres, enquanto a batata acabava de fritar.

Organizei a mesinha da sala para que pudéssemos comer ali e levei os copos e o suco que ele havia feito. Rapidamente, as batatas já tinham tomado o tom douradinho, indicando que estavam prontas. Coliquei as mesmas num prato e passei a levas as comidas para a sala.

– Nosso almoço ficou bonito! – Tae sorriu.

– É porque foi feito com amor. – Lhe dei um beijo na bochecha. – Quer que eu te sirva?

– Não precisa, obrigado.

– Você melhorou do enjoo?

– Ah, sim. O enjoo vem, me faz querer chorar, mas depois desaparece como se nada tivesse acontecido. – Gargalhou.

– Se isto significar o humor do nosso bebê, eu estou ferrado. – Brinquei. – Dois marrentinhos na minha vida.

– Cala a boca! – Tae me deu um tapinha braço e eu não aguentei ficar sério, acabando por rir abertamente. – Idiota, fica me chamando de marrento, eu não sou marrento! Eu ouvi você me chamando de marrento no hospital, viu?

– Ah que bom que ouviu... Marrentinho. – Provoquei.

– Jungkook?

– Parei! – Fiquei sorrindo de forma boba, ao ver a carinha de bravo que ele tentava fazer.

– Vá comer e pare de ficar me olhando... – Resmungou fofamente.

– Agora você não está marrentinho, está manhosinho. – O abracei e beijei sua bochecha. – Adoro quando fica manhosinho.

– Isso é culpa do seu filho. – Fez um bico. – Me deixa com variações de humor.

– Isso é culpa nossa. – Sorri malicioso. – Se não fosse por nós, o bebê não existiria.

– Waah, Jungkook! – Tae escondeu o rosto entre as mãos e gargalhou baixinho. – Você deve parar de me fazer ficar com vergonha.

– Okay, okay, vamos comer antes que tudo esfrie. – Decidi parar de pegar no pé dele e deixa-lo comer sossegado. – Bom apetite.

– Obrigado, tenha um bom apetite também.

**

Depois de comermos quase tudo o que havíamos preparado, nós lavamos as louças e sentamos no sofá para assistir a um filme. Tae escolheu um filme do Homem Aranha e pegou suas cobertas, porque segundo ele, estava frio. Eu me sentei numa das pontas do sofá e ele deitou no meu colo, se enrolando na coberta e fazendo um casulo ali.

– Não vai virar borboleta aí, em. – Brinquei.

– Segundo você, eu já sou uma borboleta. – Sorriu abertamente.

– É verdade. – Me dei por vencido.

O filme começou e eu passei a fazer carinho nos cabelos do ômega. Mais ou menos uma hora se passou, e eu percebi que ele havia dormido. Era tão lindo vê-lo daquele jeito, confiando em mim, feliz ao meu lado, confortável em dormir no meu colo; que eu tirei minha atenção do filme e fiquei apenas o encarando, enquanto ele dormia calmamente.

Quando o filme acabou, eu pensei em leva-lo para o quarto, mas para isso, eu precisaria acordá-lo.

– Amor? – Chamei baixinho.

– Hum?

– Deixa eu te levar para sua cama?

– Eu estou vendo o filme, Kook. – Resmungou.

– Aham! – Gargalhei. – O filme já acabou, Bombonzinho. Deixa eu te levar para o quarto, para você dormir mais confortável?

– Eu não vou dormir mais. – Ele abriu os olhos e se virou para mim. – Você me deve um sorvete.

– Ah, é verdade! – Dei uma risada soprada. – Mas você não está com frio? – Levantei as sobrancelhas.

– Mas isso não impede seu filho de querer sorvete!

– Deixa de ser sem vergonha. – Fiz cócegas na cintura dele. – Pare de culpar o bebê.

– Não estou culpando ele. – Taehyung se contorcia no sofá e gargalhava feito doido. – Mas ele gostou da ideia do sorvete!

– Então vamos na sorveteria!

– Vamos. – Meu Bombonzinho se levantou do sofá e juntou suas cobertas animadamente. Quem o visse assim, não imaginaria que ele estivesse dormindo. – Eu só vou trocar de roupa.

– Tudo bem, eu espero. – Ele subiu correndo e eu fiquei mais ou menos uns dez minutos esperando ele se trocar. Pouco depois, Tae apareceu na sala com um macacão jeans, uma blusa vermelha e tênis da mesma cor. – Você não acha que está muito lindo para um simples sorvete, não?

– Não. Eu estou bem arrumado para passear com o meu namorado. – Sorriu. – Gostou? – Deu uma viradinha.

– Amei. Está perfeito. – Me aproximei dele e selei nossos lábios. – Vamos?

– Vamos.

Nós saímos de casa, entramos no carro e seguimos para a sorveteria que já tínhamos ido uma vez. Eu poderia leva-lo para outro lugar, levando em conta que existiam várias sorveterias naquela cidade; mas aquela era especial para mim, porque nenhuma outra tinha tantas opções de guloseimas e nenhuma outra fazia um sorvete de chocolate, do jeito que eu gostava.

Rapidamente, nós chegamos no lugar e eu pude ver o sorriso de satisfação que ele ostentava nos lábios.

– Hoje você vai querer de quê? – Perguntei.

– De chicletes. – Sorriu. – Esse sorvete colorido me deixou morrendo de vontade de comê-lo!

– O bom é que o de chicletes, você pode colocar marshmallows, confetes, amendoins... – Comentei.

– Vou colocar de tudo! – Falou animado, ao que pegava o potinho para se servir. – E você vai querer qual?

– Chocolate ainda, claro.

– É o seu preferido, não é?

– Sim. Eu tenho um certo fascínio pelo sorvete de chocolate daqui.

– Ah que delícia! – Tae sussurrou, enquanto virava a calda de morango sobre seu sorvete colorido. Literalmente colorido.

Eu também preparei o meu, e tudo quanto era opção de chocolate que tinha ali, eu coloquei. No fim, tínhamos dois potes lotados de sorvete e guloseimas; e dois pares de olhos brilhantes.

– Vamos comer. – Falei quando nos sentamos na mesinha próxima à janela.

– Vamos.

Passamos a nos deliciar com os doces e além de comermos os nossos próprios, toda hora trocávamos colheres de sorvete, fazendo uma mistura deliciosa de chocolate e chicletes. Nossa tarde estava tão agradável, tão gostosa, que eu pensei que nada pudesse estragar aquele dia.

Só que não.

– Jungkook? – Ouvi uma voz familiar me chamar e eu gelei no meu lugar.

Era a minha mãe.

Levantei o olhar devagar e a encarei parada a alguns passos à minha frente.

– Oi. – Respondi sério.

– Você não tinha que estar preso naquele alojamento? – Foi a primeira coisa que ela perguntou.

– Kook, quem é? – Tae perguntou.

– Esse é o seu ômega? – Ela olhou com certo interesse para o Tae, coisa que me deixou com muita raiva.

– Por que quer saber? – Respondi. – Não te interessa quem ele é.

– Eu vou ligar agora para aquele alojamento e avisar que vocês fugiram!

– Vai! – Sorri com ironia. – Ligue! Quero ver o que vão te falar! Ah sim, eu sei o que vão falar. Vão te avisar, que nós fomos permitidos a estarem fora do alojamento, porque salvamos o mundo, e nos machucamos, e ficamos no hospital, e eu quase perdi meu filho e o meu ômega... – Já senti a raiva me preencher. – E vocês como ótimos pais que são, não souberam de nada.

– Como assim salvaram o mundo e estavam no hospital? Do que você está falando?

– Não é da sua conta. Desde o dia em que vocês me tiraram de casa, o que eu faço não lhe diz respeito.

– Kookie? – Tae resmungou e eu percebi que minha presença estava exageradamente sendo notada.

– Vamos embora, Tae. – Estiquei a mão para ele e o tirei dali.

– Jungkook, meu filho? – Minha mãe veio atrás de nós.

– Senhora... – Me virei e levantei a mão. – Eu não sou o seu filho. – Cuspi as palavras. – Você acabou de me ver depois desse tempo todo e a primeira coisa que me perguntou foi se eu não deveria estar preso! Que tipo de mãe é você?

– Aquela que protege. – Sussurrou com os olhos marejados.

– Me poupe da sua falsa maternidade. – Falei sério. – Finja que eu não existo. – Dei as costas e destravei o carro, abrindo a porta para o Tae entrar, e depois eu fiz o mesmo.

– Kook? – Meu ômega me chamou baixinho.

– Oi, amor. – Respirei fundo.

– Não fale assim com a sua mãe? Isso deve doer muito.

– Ela não é a minha mãe. – Foi o que eu respondi, antes de ligar o carro e voltar para a casa dele.

Durante o caminho, permanecemos em silêncio. Quando chegamos na sua casa, seus pais já haviam chegado e eu fingi que estava com um ótimo humor, para não chatear nenhum dos três.

– Ah, vocês estão aí! – Meu sogro veio nos cumprimentar. – O Tae parece estar bem melhor hoje.

– Eu estou, pai. – O ômega sorriu e abraçou o pai, lhe dando um beijo na bochecha. – Como foi o dia do senhor?

– Foi bom, meu filho.

– Ei, mamãe. – Dessa vez, ele abraçou a ômega. – Como foi o seu dia?

– Perfeito, Tae. Vejo que o seu também, não é?

– Ah sim... – Ele mordeu o lábio. – Eu e Jungkook nos acertamos.

– Ah que ótimo! – Minha sogra sorriu abertamente e aquilo me fez sentir um pouco de vergonha. – Precisamos comemorar! Hoje podemos pedir uma pizza para o jantar, o que acham?

– Eu adoraria. – Respondi terno.

– Ah, então está perfeito. – Meu sogro apoiou a mão no meu ombro e acariciou ali.

– Kookie? – Tae me chamou. – Vamos lá no meu quarto? Quero te mostrar uma coisa.

– Sim, vamos.

– Comportem-se! – Minha sogra levantou as sobrancelhas repetidas vezes e aquilo fez nós dois corarmos.

Subimos as escadas e caminhamos até o quarto dele. Taehyung fechou a porta atrás de si e eu me sentei na sua cama, apoiando na cabeceira e respirando fundo.

– Amor, me desculpe por ter feito minha presença ser sentida lá na sorveteria? – Falei.

– Está tudo bem. – Ele se aproximou de mim. – Eu não fiquei com medo. Mas...

– Mas? – O puxei para perto e o abracei.

– Você não sentiu uma coisa diferente quando você contou para sua mãe que nós tínhamos permissão para estar aqui fora?

– Que tipo de coisa?

– Sei lá... eu senti uma coisa diferente vindo dela. Não sei dizer, uma sensação de alívio. Eu não sei explicar.

– Hum.

– Jungkook, você já tentou conversar com eles a respeito dessas coisas?

– Não. – Respondi. – E eu não vou conversar com eles. E por favor, não insista.

– Eu não vou insistir. Só quero te dizer que as coisas nem sempre são o que parece. – Sussurrou. – Esse tempo todo, nós pensamos que a Minzy era o alvo. Mas na verdade, o alvo era você.

– Era nós dois. – Corrigi. – Eram os Merges.

– Mas de qualquer forma, não era a Minzy. Muitas vezes nos preparamos para um certo tipo de coisa, sendo que na verdade, deveríamos nos preparar para outra coisa.

– Mas nesse caso aí, eu tenho certeza que não estou enganado.

– Tudo bem, então. Se você diz, eu respeito sua opinião.

Nós ficamos mais um tempo em silêncio, apenas curtindo um ao outro, quando meus sogros nos chamaram para jantar, dizendo que eles já haviam pedido a pizza.

Nós descemos e nos sentamos todos à mesa, como uma família, para jantarmos todos juntos. Inicialmente, o assunto foi sobre o bebê, mas depois, ele rendeu e nós falamos de tudo um pouco.

Depois de comermos as pizzas, o Tae subiu para tomar um banho e eu decidi que já era hora de voltar para o alojamento; já estava tarde e eu devia estar incomodando.

– Amor? – Chamei do lado de fora do seu quarto, já que este estava se trocando depois de tomar banho.

– Pode abrir a porta, já me vesti. – E assim eu fiz. Abri a porta do quarto dele e entrei, o encontrando penteando os cabelos.

– Amor, eu já vou. Já está tarde e eu não quero incomodar.

– Ah, Jungkook... – Ele umedeceu os lábios e caminhou até a mim, logo, segurou a minha camisa. – Fique aqui comigo?

– Eu não posso, Tae. Tenho que tomar um banho e dar notícias suas. O pessoal deve estar esperando. Eles estão muito ocupados lá para ficarem conversando com a gente e devem estar morrendo de curiosidade.

– Eu mando uma mensagem no grupo e falo que estamos bem. Mas fique comigo hoje?

– Eu nem tenho roupa aqui, Bombonzinho...

– Eu te empresto. – Sussurrou e dei um beijo no cantinho da minha boca. – Fique aqui? Por favor? Amanhã nós vamos voltar para lá, então passe a noite aqui comigo?

– Não quero incomodar seus pais.

– Não vai incomodar... Por favor, Kookie? – Kim me deu um selinho demorado e ficou acariciando meus cabelos da nuca.

– Isso é chantagem. – Sussurrei entre o beijo. – Mas uma chantagem que deu certo.

– Isso quer dizer que você vai ficar?

– Vou. – Sorri. – Está feliz?

– Muito. – Ele me deu outro selinho e depois se afastou. – Pode ir tomar banho, toma essa toalha, ela está limpa. E aqui, pode usar essa roupa; ela é mais larga, deve te servir bem.

– Obrigado. – Peguei a mesma e fui fazer minhas higienes.

Liguei o chuveiro e deixei aquela água bem quente cair sobre meu corpo, me deixando relaxado e calmo. Aquele episódio na sorveteria me deixou extremamente irritado, mas eu não deixaria que isto estragasse o meu dia com o Tae. Nós fizemos as pazes e tudo estava bem entre a gente; então, eu não deixaria aquela mulher acabar com tudo.

Tomei meu banho tranquilamente, depois me vesti e realmente, a roupa me serviu bem. Quando eu voltei para o quarto, encontrei o Tae deitado na cama, com a cabeça para fora, ficando meio de cabeça para baixo.

– É um novo jeito de meditar? – Perguntei.

– É um jeito confortável de ficar. – Respondeu sorridente.

Fui até ele e me sentei no chão, ficando de frente para o ômega.

– Vou te dar um beijo de Homem Aranha e Mary Jane. – Sussurrei e selei nossos lábios, iniciando um beijo calmo e desajeitado.

Taehyung não conseguiu se conter e começou a rir.

– Sempre que eu via aquele filme, eu imaginava que devia ser bem legal beijar daquele jeito. Mas agora eu sei que estava enganado esse tempo todo.

– É bem estranho beijar assim. – Concordei. – A gente perde o senso e a noção. – Sorri soprado.

– Nha, vem cá? – Ele se ajeitou na cama e puxou meu braço, me fazendo subir para deitar com ele. – Eu estou com frio, me esquente?

– Amor, você pediu seus pais para eu ficar aqui?

– Eles me perguntaram se você não queria ficar e eu já avisei que vai. – Falou simples, se enfiando debaixo das cobertas.

– Eu preciso arrumar uma cama improvisada aqui para mim. – Comentei. – Não posso dormir com você.

– Kookie, a gente dorme junto todo dia. – Ele revirou os olhos.

– No alojamento, onde o quarto é só nosso. Mas aqui, é a casa dos seus pais.

– Ah, Jungkookie... – Revirou os olhos. – Eu vou sentir frio. – Tae utilizou o método da chantagem mais uma vez e fez um biquinho muito fofo, me fazendo sorrir, vencido mais uma vez.

– O que eu não faço por você? – Suspirei e recebi o sorriso mais lindo do mundo. – Você já vai dormir?

– Não. Aliás, você tem que guardar seu carro na garagem.

– Não precisa. Deixe ele lá na rua mesmo.

– Ah não, anda logo, vamos lá guardar o carro.

– Huum, tá bom. – Nós levantamos da cama e saímos do quarto.

Rapidamente, eu fui até a rua e guardei o carro na garagem, quando ele abriu o portão para mim.

– Vocês já vão dormir? – Minha sogra perguntou.

– Vamos! – Tae falou simples.

– Boa noite, queridos. Durmam bem.

– Obrigado, mãe. – Tae se despediu dos seus pais e eu fiz o mesmo.

Nós voltamos para o quarto e nos enfiamos debaixo das cobertas.

– Está tão frio hoje. – O ômega se enroscou entre meus braços.

– Eu vou te esquentar. – Sussurrei e o puxei para mais perto, afim de passar todo o calor do meu corpo para ele.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que ele afastou o rosto e eu pude sentir sua respiração sobre minha boca.

– Kook? – Chamou baixinho.

– Oi.

– Eu posso te perguntar uma coisa?

– Pode, Bombonzinho.

– O que você acha de irmos na sua casa amanhã, para falarmos do bebê?

– Como assim, Tae? Você esqueceu do que aconteceu hoje?

– Mas, Jungkook, eu sinto que...

– Não! – Falei sério. – Eu não quero e nós não vamos.

– Hum... – Suspirou. – Você quem sabe. – Percebi que tinha sido meio rude e me arrependi por isso.

– Eu não quero sofrer de novo tudo o que eu já sofri. – Confessei. – Essa história de ser a mãe que protege, não entra nas questões de que eles me deixaram de lado quando eu ganhei a marca. – Funguei, para evitar de começar a chorar. – Eu era só uma criança.

– Eu não sei o que dizer. – Murmurou. – Me desculpe por tocar nesse assunto. Eu sei que é indelicado e que te incomoda, então eu não vou ficar insistindo. Vou te respeitar.

– Obrigado. – Respondi com a voz falha.

– Toma. – Ele se aproximou e me deu um selinho. – Beijinho para sarar. Eu não quero te fazer chorar.

– Só fique comigo, está bem? Vamos ser a família perfeita que sempre sonhamos, pode ser?

– Nós já somos perfeitos. – Cochichou. – Se algum dia você quiser falar a respeito, saiba que eu estou pronto para te ouvir, tudo bem?

– Tudo bem.

– Boa noite, amor.

– Boa noite, Bombonzinho.

– Eu amo você.

– Eu também te amo. – Sussurrei. – Boa noite, bebê. – Acariciei sua barriga e depois o abracei de novo.

****

TAEHYUNG ON

Eu acordei sentindo o familiar cheirinho de café da minha mãe e dos pãezinhos da padaria que ficava na rua da minha casa. Jungkook já havia se levantado e eu presumi que ele estivesse na cozinha junto com meus pais. Me levantei, tomei um banho para despertar e desci, para ir ao encontro deles.

Quando cheguei na cozinha, não havia ninguém. A casa estava um silêncio e parece que tinham acabado de fazer o café e tinham saído, me deixando sozinho.

– Kookie? – Chamei, mas não obtive resposta. – Não é possível que você voltou para o alojamento sem ao menos me avisar! – Corri até a garagem e constatei que o carro dele não estava lá. Definitivamente, eu fui abandonado pelos meus pais e pelo meu namorado.

Voltei para a cozinha, afim de comer alguma coisa, já que ninguém iria servir de companhia para mim. Peguei um pedacinho de bolo que estava em cima da mesa e uma xícara de café. Voltei para a sala e liguei a TV, para ver os desenhos que passavam pela manhã.

– Nossa! – Exclamei, quando liguei a TV e vi que já eram quase 9:00, o que justificava o porquê dos meus pais já terem saído e casa. Mas e o Jungkook? Onde ele estava?

Continuei ali, tomando meu café, até que ouvi um barulho na porta e a mesma se abriu, revelando o meu alfa cheio de sacolas nas mãos.

– O que é isso? – Arregalei os olhos.

– Ah, você já acordou! – Sorriu animado e caminhou até a cozinha. Eu o segui.

– Que tanto de sacola é essa Jungkook? Onde você estava?

– Eu fui comprar algumas coisas para fazermos um piquenique no seu jardim. – Respondeu terno e meu coração amoleceu.

– Mesmo? – Sorri bobo e abri uma das sacolas, encontrando croissants. – Ah amor, eu sempre quis experimentar um croissant!

– Oh amor, e por que você nunca comeu?

– Nós não temos muito dinheiro para ficarmos inventando essas coisas! O pouco que sobra, é para fazermos um almoço especial em família aos domingos. – Respondi sem graça.

– Então agora você vai poder comer quantos croissants quiser. Vai poder comer o que quiser e quando quiser! – Sorriu para mim e me deu um beijinho tímido na testa. – Vamos preparar o piquenique?

– Oh sim! – Respondi animado.

Nós começamos a desembalar tudo e a colocar numa cestinha que ele também havia comprado. Enquanto eu ia até o jardim e colocava um forro na grama, ele fazia os sucos e vigiava as torradas para não queimarem.

Depois de irmos da cozinha até o quintal umas cinco vezes, finalmente todo o nosso lanche estava preparado.

– Espere aqui, porque falta uma coisa que eu vou buscar no carro. – Kookie me disse e saiu correndo, antes que eu pudesse falar alguma coisa.

Eu fiquei ali igual a um bobo, olhando aquele tanto de coisa gostosa que se encontrava à minha frente e cheguei à conclusão que nunca imaginei que pudesse comer aquele tanto de coisa numa mesma refeição. Jungkook havia comprado croissants doces e salgados, bolo de cenoura e de chocolate, várias frutas, pãezinhos para comermos com patê; ali tinham torradas e geleia de morango, suco natural de laranja, cupcakes, enroladinho de salsicha, biscoitos, mini sanduíches, salgados e até canudinhos com doce de leite.

Eu estava muito feliz por enfim estarmos dando certo e vendo que ele estava se esforçando para cumprir a promessa que havia me feito.

– Voltei! – Ouvi sua voz se aproximar e o olhei, encontrando Jungkook caminhando até a mim, com vários balões nas mãos.

– Nha, Kookie, o que é isto? Uma festa de aniversário adiantado?

– Considere que é uma festa de reconciliação. – Falou simples e colocou os balões numa das pontinhas do forro. – Vamos comer?

– Ah, vamos sim! – Falei animado, já atacando o croissant com chocolate. – Nossa, isso é muito gostoso... Jungkook que delícia! – Arregalei os olhos.

– Que bom que gostou, Bombonzinho. – Deu um sorriso, enquanto nos servia com o suco. – É tudo para você, pode comer à vontade, ok?

– Obrigado! – Respondi de boca cheia e já fui pegar um croissant salgado, para ver qual era o melhor. – Nossa, esse também é bom, mas eu gostei mais do com chocolate.

– Prova esse cupcake. – Ele pegou o bolinho e esticou a mão até a minha boca, me deixando morder um pedaço.

– Divino. – Respondi.

– Bom, não é? E se eu te contar que essa é a mais nova especiaria que minha sogra prepara na Alice Table? – Ele levantou uma sobrancelha e também mordeu o bolinho.

– Não brinca! – Peguei outro e comi mais um pedaço. – Foi minha mãe quem fez?

– Foi. E eu fui o primeiro cliente a comprar destes. E você foi o primeiro a comer, já que deu a primeira mordida.

– Que delícia, Jungkook! Nossa, que tanto de coisa gostosa... – Suspirei. – Nunca imaginei que comeria tanto assim.

– Não fique falando essas coisas. – Ele deu um gole no suco de laranja e me olhou, triste. – Não gosto de saber que vocês sentem vontade de comer as coisas, mas não comem porque não podem.

– Mas é verdade, Kookie. Eu não tenho vergonha de dizer isto.

– Não é questão de vergonha. É questão de saber que vocês são uma família tão perfeita, que mereciam tudo nesta vida! Tudo!

– Nós nunca passamos fome, Jeon, só não comemos esse tanto de coisa assim. – Apontei para o lanche.

– Mas agora você vai passar a comer. Todos vocês vão. Eu não vou deixar que fiquem com vontade mais.

– Não precisa, amor. – Respondi sem graça. – Não é sua obrigação.

– Não estou fazendo por obrigação, estou fazendo porque são minha única família, agora. – Ele respondeu sério.

– Somos, sim. – Assenti. – E pode contar conosco para qualquer coisa, tudo bem?

– Obrigado. – Ele se aproximou de mim e selou nossos lábios, num beijinho calmo e doce.

Nós voltamos a comer, mudando completamente o assunto, e passando a falar sobre o quanto o bebê deveria estar gostando daquelas comidas diferentes que ele ainda não havia experimentado.

Nosso momento ali estava tão agradável, que eu quis que durasse para sempre. Jungkook sorria de um jeito tímido, e às vezes eu o pegava me olhando de uma forma diferente, o que me deixava curioso, mas encantado ao mesmo tempo.

– Tae? – O alfa segurou minha mão e se sentou de frente para mim. – Você gostou do lanche?

– Eu amei, Kookie. De verdade. – Sorri terno.

– Eu quero te fazer sorrir assim, em todas as manhãs daqui pra frente. Nem que para isso, eu precise ir até a Alice Table todos os dias e te comprar esses cupcakes, ou ir até à padaria e comprar esses croissants cheios de chocolates. Eu só quero ver esse sorriso estampado no seu rosto, porque ele é lindo e me dá forças para enfrentar qualquer obstáculo.

– Kook... – Senti minhas bochechas corarem e abaixei a cabeça.

– Olhe para mim? – Levantou meu queixo com o dedo indicador e olhou bem nos meus olhos. – Eu quero ver esse brilho que você carrega nos olhos, toda vez que está feliz. Eu quero ouvir você gargalhar e dizer que me ama, até quando eu sou um chato que gosto de te fazer ficar com vergonha. Eu quero você, para o resto da minha vida. Eu quero a sua presença, eu quero o seu sorriso e o seu abraço; quero sentir o seu calor, quando você se aproxima de mim, quero sentir seu cheirinho e sentir sua respiração enquanto estivermos dormindo juntos. Eu quero ouvir seus pensamentos, quero estar ao seu lado, te apoiando em tudo o que precisar; quero te ter ao meu lado todos os dias, quero ouvir um “bom dia, amor” em todos os dias pela manhã, assim como quero ouvir um “boa noite, eu te amo”...

– Você sempre terá isso, Kookie. – Sussurrei. – Eu sempre estarei aqui para você.

– Não quero que nossa família se resuma a nós três e seus pais. Eu quero ter mais filhos com você, quero compartilhar todas as minhas alegrias com você e quero estar nos seus braços, quando eu precisar chorar e desabafar. Você é tudo o que eu preciso, tudo o que eu amo. Eu posso ser meio estúpido às vezes, mas eu te juro que eu estou tentando controlar isso. Juro que vou ser mais paciente e menos ciumento...

– Você já é paciente, amor. – Acariciei seu rosto. – Só é impulsivo às vezes, mas isso a gente resolve. Eu já disse que te aceito do jeito que você é; e se isso implica em aceitar o seu jeito impulsivo, eu aceito...

– É isso que eu quero ouvir... – Ele sussurrou e enfiou a mão dentro do bolso, tirando de lá, uma caixinha de camurça preta. Jungkook abriu a caixinha e revelou um par de alianças douradas. – Kim Taehyung, você aceita se casar comigo? Aceita me aturar pelo resto da vida? Aceita continuar me fazendo o alfa mais feliz desse mundo?

– Eu aceito! – Falei rápido, antes que as palavras desaparecessem por conta do choro que veio às pressas. – É claro que eu aceito, Jungkook! – O abracei forte e deixei minhas lágrimas descerem desenfreadas. – É claro que sim! – Falei repetidas vezes, para convencer a mim mesmo de que tudo era real.

O alfa se afastou do abraço e pegou minha mão direita, para enfiar a aliança no meu dedo anelar. Eu peguei a outra e fiz o mesmo nele.

– Agora nós somos oficialmente noivos. – Brincou. – Devo admitir que achar uma joalheria aberta em plena 7:00 da manhã não foi fácil, mas eu consegui.

– Planejou isso quando? – Perguntei.

– Planejava isso desde que você abriu os olhos naquele hospital, eu só não sabia como fazer.

– Foi perfeito. – Sorri bobo, ao fitar nossas mãos com as alianças. – Eu te amo! – Lhe dei um selinho demorado.

– Eu também amo você.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


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