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História Link - Extra pt 1: Memórias


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 38 - Extra pt 1: Memórias


Fanfic / Fanfiction Link - Extra pt 1: Memórias

YOONMIN

YOONGI ON

Eu estava andando na direção da arena de treino de invisibilidade, quando avistei os alfas que eu havia feito amizade. Eles pareciam meio perdidos e como eu era uma pessoa muito prestativa, resolvi me aproximar deles.

Jin estava lá, com aquela roupa preta, aqueles coturnos, e com aquele cabelo rosa, mostrando uma aparência bem singular, extremamente sexy e aqueles lábios carnudos, avermelhados. Ele era um alfa muito atraente, mas algo nele e no cheiro dele me deixava confuso. Era um cheiro muito bom, diga-se de passagem, mas não sei, era diferente e, parece que só eu tinha notado isso. Sem contar a sua personalidade.

Ao lado dele, estava o Hoseok. Ruivo, alto, esbelto, pele branquinha e sorriso de deixar qualquer ômega aos pés dele. Aquele garoto era muito lindo e tinha uma personalidade incrível, que me deixava babando, toda vez que ele começava a rir das piadas sem graça do seu primo Jin. Ele tinha o sorriso mais encantador daquele alojamento.

Mas aí vinha o Jimin. Esse garoto definitivamente me deixava meio louco. Tudo nele me atraía. O sorriso, o cheiro, a aparência, a personalidade, o jeito de morder os lábios e o olhar... que olhar era aquele? Jimin, aquele alfa ruivo e safado, já percebeu que me deixa meio desestabilizado e sempre que pode, dá aquela jogada de cabelo para trás e dá uma mordida no lábio inferior, para me deixar meio perdido.

Jimin...

– Bom dia! – Falei animado, ao encontrar com os alfas. – Estão precisando de ajuda?

– Ah Yoongi! – Jin sorriu docemente e me abraçou de lado – por isso que eu digo que ele me deixa confuso. – Estamos querendo saber onde fica a arena de treino com mentes.

– Arena das mentes? – Franzi o cenho. – Por quê?

– Porque eu preciso desse tipo de controle para criar meus campos de força. – O de fios rosados respondeu calmamente.

– Ah, sim, é verdade. – Ri soprado. – Então, estão vendo aquela árvore de flores amarelas ali? – Apontei para meu lado esquerdo.

– Aham. – Responderam em uníssono.

– Atrás dela tem a arena de metais e do lado dos metais é a arena da mente.

– Ah então eu vou lá. Obrigado. – Jin me deu um beijo na bochecha e saiu andando. Essa atitude do alfa fez com que os ruivos se entreolhassem, mas não falassem nada.

Suspeito.

– E vocês, vão para a arena do fogo? – Perguntei.

– Na verdade não. Hoje eles estão organizando lá e os treinos foram suspensos. – Hoseok me respondeu, enquanto Jimin me encarava profundamente.

– Ah, eu vou treinar agora, vocês querem me acompanhar?

– Sim. – O ruivo mais baixo enfim falou alguma coisa e eu sorri com isso.

– Então vamos, venham!

**

Eu estava com a minha instrutora de invisibilidade, tentando desaparecer sem deixar rastros e sem precisar estalar os dedos. Essa segunda opção, eu já havia treinado e tinha conseguido realizar com sucesso pelo menos umas três vezes; mas disfarçar o cheiro era praticamente impossível, o que estava me deixando bem nervoso.

– Yoon, você precisa se concentrar. – Yunjin, a beta que me treinava, apoiou as mãos sobre meus ombros e se aproximou. – Eu sei que é muito difícil, mas tente esvaziar a sua mente e imagine que você está correndo risco, o que te faz ter que se esconder para sobreviver.

– Eu nunca vou conseguir fazer isso. – Respondi cansado. – Eu não tenho controle sobre o meu poder e eu não vou conseguir.

– Você não pode pensar assim. Vamos, se concentre. Feche os olhos. – Yun se afastou e me deixou sozinho. – Se concentre. – Sussurrou.

Eu passei a fazer o que ela tanto me dizia em todos os treinos: fingir que eu corria risco. Comecei a imaginar o alojamento sendo invadido e eu sendo obrigado a proteger a mim e aos meus amigos. Imaginei que eu deveria expandir esse poder e esconder mais pessoas ao meu redor. Eu não podia ser egoísta o suficiente para mantê-lo só para mim e mesmo assim, colocá-lo em prática só quando eu estalasse os dedos.

O som dos dedos sendo estalados era apenas algo que a minha mente precisava para ativar minha invisibilidade; mas eu, eu precisava da minha mente para ativá-la e desativar meu cheiro.

Tudo dependia da minha mente e da forma que eu a controlo. Se eu controlo os meus próprios pensamentos, eu controlo tudo.

– Abra os olhos devagar, Yoongi. – Ouvi a voz da beta e a obedeci.

Abri meus olhos lentamente e quando olhei para baixo, não pude ver o meu corpo e nem meus braços que levantei, para tentar enxerga-los.

– Eu consegui? – Perguntei me referindo ao meu cheiro.

– Aham, você conseguiu, Min! – Um sorriso enorme apareceu no seu rosto, mas eu me desconcentrei e voltei a ficar visível. – Parabéns!!

– Obrigado. – Sorri envergonhado e corri meus olhos pela arquibancada, avistando os gêmeos que faziam sinal de joia para mim.

– Agora você precisa treinar muito para ficar natural. Mas agora você sabe que não é impossível.

– Eu vou treinar e vou mostrar para os meus amigos quando eu estiver fera. – Sorri.

– Isso mesmo, faça uma surpresa. – Yun me deu um abraço meio desajeitado. – Agora vá descansar, porque está nítido no seu olhar, o quão cansado você ficou com esse treino. Depois a gente continua.

– Tudo bem. – Respirei fundo. – Até mais, Yun.

– Até, meu docinho.

Eu fui andando o mais rápido que conseguia até os gêmeos. Quando cheguei na arquibancada, Hoseok abriu aquele sorriso encantador dele e murmurou:

– Você foi incrível!

– Obrigado. – Ri soprado e direcionei meu olhar ao Jimin.

Nós nos encaramos por alguns segundos, mas a voz do ruivo mais alto se fez presente, anunciando que ele iria comer alguma coisa, porque estava faminto; e assim, ele se levantou e saiu.

– Você não foi incrível. – Jimin me puxou e me fez sentar ao lado dele. – Você é incrível.

– Ah, não sou nada. Não consigo nem controlar os meus poderes.

– Acabou de conseguir. – O ruivo deu um sorriso de estreitar os olhos. – E eu sabia que você ia conseguir.

– Ah, sabia nada. – Empurrei meu ombro sobre o dele. – Eu queria ter facilidade em controlar esse poder, do mesmo jeito que eu jogo basquete.

– Então você joga basquete?

– Jogo. – Respondi simples. – Acha que só porque sou um ômega e sou baixinho eu não sou bom com esportes?

– Nada disso. – Ele negou com a cabeça e riu soprado. – Aposto que é bom em muitas coisas. – Deu de ombros. – Aliás, posso te mostrar uma coisa? – Ele me fitou com uma perversão no olhar, o que me fez arrepiar por inteiro e sorrir ladino.

– Pode.

– Venha. – O alfa pegou minha mão e me puxou, ao que ficava de pé.

Nós caminhamos até seu quarto e quando chegamos lá, ele fechou a porta atrás de si, antes de caminhar devagar na minha direção.

– Então? – Suspirei. – O que queria me mostrar?

– Vem cá. – Jimin me puxou pela cintura até onde ficava seu criado mudo. Ele abriu o móvel e tirou de lá um porta-retratos, que guardava a foto de um time de basquete. – Eu também jogo basquete, Yoon. E se você perceber... – Falou passando o indicador por cima de todos os jogadores. – Eu sou o mais baixo, sendo seguido pelo meu irmão.

– Oh! – Exclamei, ao perceber que realmente, ele e Hoseok eram os mais baixos do time.

– E isso, faz com que nós sejamos mais ágeis e espertos. – Sorriu abertamente. – Ele é o melhor do time, confesso, mas eu venho em segundo lugar. A altura não importa, se você tiver a tática de jogo. O que não me interessa se você é baixo e um ômega. Se você souber jogar, sei que será um tremendo jogador.

– Eu realmente sei jogar. – Respondi sem modéstia alguma.

– Então eu aposto que você serviria muito bem nesse time. – Jimin pegou o porta-retratos da minha mão e apontou para três jogadores. – Esses dois aqui, são ômegas, e esse daqui é beta.

– Vocês misturam as raças? – Arregalei os olhos. – Ao alfas podem machucar os ômegas.

– Não machuca por dois motivos: primeiro, é extremamente proibido qualquer jogada que possa machucar o adversário, mesmo sendo alfa com alfa, ômega com ômega ou beta com beta. E outra, os ômegas são mais ágeis, então os alfas nunca conseguem se aproximar demais.

– Este era o time do seu colégio? – Perguntei.

– Sim. Nós começamos no colégio, mas já participamos fora, em competições importantes.

– Jura? E como foi?

– Ah, em uma delas eu achei que nós seríamos expulsos do campeonato, porque estava havendo roubo de pontos para o time adversário e eu fiquei com raiva...

– E o que você fez? – Gargalhei baixo.

– Eu acabei explodindo de raiva e taquei fogo no ginásio.

– JIMIN! Você é louco?

– Não. Só não faça minha raiva florescer. – Respondeu meio envergonhado. – Eu perco o controle.

– E o que te faz ficar calmo? – Parei na sua frente e fitei seus olhos castanhos, flamejantes, loucos para dar coragem ao alfa, de fazer o que ele tanto queria.

– De verdade? – Jimin se inclinou na minha direção e colocou a foto sobre o criado mudo que estava atrás de mim.

– Aham. – Mordi o lábio.

– Olhar para você me deixa calmo. – Ele me puxou pela cintura e fez meu corpo colar ao dele. – Fitar seus olhos, sentir seu cheiro, olhar suas bochechas rubras toda vez que eu mordo meu lábio ou te encaro intensamente... isso me deixa calmo.

– Então eu te acalmo? – Provoquei.

– Ao mesmo tempo que você me deixa calmo, você desperta em mim, um lado que nenhum outro ômega já havia despertado.

– E esse lado seria?

– Você quer mesmo saber?

– Huuum... – Me afastei dele e saí do seu aperto firme, caminhando devagar na direção da porta. – Talvez eu queira.

Jimin puxou meu braço com força e mais uma vez, deixou nossos corpos colados. Seu rosto estava próximo ao meu e eu sentia sua respiração se chocar contra a minha.

– Esse lado, Yoongi. – O alfa selou nossos lábios com força e entrelaçou seus dedos no meu cabelo, fazendo um carinho ali, ao que virava um pouco meu rosto e aprofundava o beijo. A língua dele travava uma disputa por dominância contra a minha e ele se mostrava possessivo, ao apertar minha cintura e me pressionar cada vez mais contra ele. Vez ou outra, sua mão escorregava e dava um leve aperto na minha bunda, só me fazendo ficar mais louco.

Os lábios do Jimin eram como eu imaginava. Doces, macios e se moviam deliciosamente sobre os meus, me dando o melhor beijo da minha vida.

Dizer que eu não estava excitado com aquele contato, seria pura mentira, já que ele foi o único alfa que já teve coragem de me pegar daquele jeito. Os outros falavam que eu era machão demais para um ômega e nem sempre se aproximavam de mim direito.

Mas o Jimin não. Ele sim honrava o título de alfa e fazia valer a pena cada segundo que eu fitei seus olhos e imaginei coisas.

Aquele sim era um alfa que eu faria questão de beijar mais vezes.

E que beijo.

O ruivo mordeu meu lábio inferior e pôs fim ao contato, quando a falta de ar se fez presente para nós. Ele se afastou devagar e passou o polegar sobre meus lábios, num carinho gostoso.

– Você é doce, Yoongi. – Sussurrou e me deu um selinho. – Seu beijo é doce. Doce como açúcar. – Mais um selinho. – Suga, meu Suga. – Sorriu. – E eu não vou deixar outro alfa provar desses lábios, ou eu não me chamo Jimin.

****

[Algum tempo depois]

NAMJIN

JIN ON

Eu estava confuso. Muito confuso.

Enquanto eu caminhava pelo pomar do alojamento, eu fiquei pensando em tudo o que me aconteceu no dia anterior e, acho que não tem mais jeito.

Acredito que eu vou ter que revelar meu segredo.

Flashback On

Como de costume, eu estava voltando do treino com meus campos de força, e estava super feliz, porque eu estava me saindo muito bem. Kisu é um dos campistas que controlam a mente e ele me ajuda a concentrar muito fácil.

Acontece que, hoje, por ter sido um dia em que eu depositei toda a minha concentração nos campos de força, eu acabei deixando meu disfarce de cheiro meio de lado e, ele descobriu que eu sou um ômega.

Kisu é um cara super discreto e o máximo que ele fez, foi me confortar e dizer que nenhum alfa ali poderia me fazer mal, assim como eu tinha todo o direito de me disfarçar do que quisesse.

Com isso, e fiquei bem tranquilo e mesmo assim, o pedi para manter segredo, já que eu ainda queria esperar um pouco antes de contar que eu era um ômega.

Fora esse deslize, eu estava muito satisfeito com meu desempenho.

Quando eu cheguei na casa, fui na cozinha para beber uma água e dei de cara com Namjoon, o alfa filho do diretor que vivia me lançando uns olhares intensos, me fazendo ficar sem graça. Como ele podia me encarar daquele jeito, sendo que para todos ali, eu era um alfa? Será que ele era um ômega que também se disfarçava?

– Boa tarde. – Falei rápido, sem dar importância para o calafrio que percorreu meu corpo.

– Boa tarde, Jin. – Ele se aproximou e sorriu, enquanto eu virava a água gelada garganta abaixo, quase engasgando pela proximidade repentina. – Estava no treino?

– Aham. – Desviei o olhar e respirei fundo quando acabei de tomar a minha água. – E você Namjoon, não treina?

– Eu treino às vezes, para não perder a prática, mas como meu pai é o diretor disso aqui, eu vivo aqui há muitos anos. Tempo o suficiente para treinar até o que eu não sei. – Ele deu aquele sorriso de estampar as covinhas nas duas bochechas.

Lindo.

– Rm. – Pigarreei. – E qual é o seu poder mesmo? – Mesmo tendo certeza absoluta de qual era, eu perguntei.

– Eu controlo coisas da natureza. – O alfa se aproximou de novo e eu fiquei nervoso mais uma vez. – Tem gente aqui que controla coisas separadas, como o clima, a terra, as plantas... mas eu controlo tudo. Se for da natureza, eu consigo manipular.

– Que legal! – Levantei as sobrancelhas.

Confesso que eu sabia dessa parte da natureza, mas que o poder dele era tão vasto assim, eu não sabia.

– E você, Jin? Seu poder é só com campos de força?

– Ué. – Engoli em seco. – S-sim. Algum problema com isso?

– Não! Claro que não. É só que... não sei.

– O que? – Umedeci os lábios e encarei seus olhos.

– É que você é diferente, Jin.

– Diferente como? Eu sou estranho?

– Não, não é estranho, só é diferente!

– Eu não pareço um alfa? – Deixei escapulir, fazendo o outro arregalar os olhos e eu arregalar mais ainda. – Droga.

Eu tentei sair correndo, mas ele me segurou pelo braço e eu até tentei soltar, mas eu apenas disfarço meu cheiro, não consigo adquirir a força de um alfa.

– Jin, você está fazendo eu ficar louco. – Namjoon se aproximou e segurou meu outro braço, me obrigando a ficar de frente para ele. – O que você anda escondendo?

– Escondendo? Louco? Eu não escondo nada, você está louco, Namjoon?

– Estou! Eu acho que estou! Porque eu não paro de pensar num alfa. Acredita, Kim Seokjin?

– O quê? Eu não... me solta? – Senti meus olhos marejarem e sua expressão se aliviou.

– Não chora, por favor? – O alfa secou a lágrima que escorreu. – Eu não queria fazer você chorar, me desculpe? – Suas mãos percorreram meu braço num carinho leve e ele se afastou.

Eu saí correndo daquela cozinha, como se estivesse numa maratona. O primeiro lugar que eu pensei em ir, foi para o quarto dos meus primos, afim de pedir ajuda.

Eu abri a porta e a fechei atrás de mim, chamando a atenção dos dois que estavam em suas respectivas camas, mexendo no celular.

– O que aconteceu? – Jimin se sentou de uma vez e me encarou assustado.

– Eu acho que fiz merda. – Respondi aos sussurros.

– Que tipo de merda? – Hoseok sorriu de lado, já imaginando o que eu tinha para falar.

– Eu deixei um alfa descobrir que eu sou um ômega e o outro quase descobriu nesse exato momento.

– Jin? – Jimin caminhou até a mim e me puxou para sua cama. – Você sabe que não pode se esconder para sempre, não sabe? Você terá cios aqui dentro e não pode ficar fingindo para todo mundo que é um alfa.

– Além do mais, as pessoas já devem desconfiar que você é um ômega. – Hobi deu uma risada soprada. – Acha que essas roupas pretas disfarçam o seu caráter doce? Você acha mesmo que consegue disfarçar o seu jeito delicado?

– Você vive beijando o Yoongi e ele não é bobo. – Jimin sorriu de maneira apaixonada. – Ele vai descobrir que você não é um alfa.

– Ai gente, o quê que eu faço? – Escondi o rosto entre as mãos. – O Namjoon falou que eu estou deixando ele louco, porque ele não para de pensar num alfa.

– Namjoon? – Os ruivos perguntaram em uníssono.

– É. – Encarei os dois e avistei dois sorrisos sarcásticos.

– Então está explicado o porquê que vocês dois vivem se olhando. – Jimin fez um bico. – Jin, se esse cara fizer alguma gracinha com você, eu mato ele.

– Ele não vai fazer nada. Ele é um alfa bonzinho, doce e bem legal.

– E o Jin está apaixonado. – Hoseok riu soprado. – Ponto final.

– Ah, como eu não pensei nisso antes? – Jimin revirou os olhos e se jogou na cama. – Se você atentou ele, digo beijou, você vai ter que contar a verdade.

– Eu não beijei ninguém.

– Mas se ele já contou que fica pensando em você e você gosta dele, por que não dá uma chance?

– Ele dá uma chance se ele quiser. – O gêmeo mais baixo – ciumento pra caramba – reclamou com o irmão. – E o Namjoon disse que ele pensa num alfa, não disse que pensa no Jin.

– Ah, só um burro para não interpretar isso de forma correta. – Hobi voltou a se deitar na cama e me deixou ali, confuso.

– Awwww... – Resmunguei e me deitei nos braços do Jimin, que me abraçou e me deu um beijo na testa.

Flashback off

Sim, eu gosto do Namjoon. Eu já tive oportunidade de ficar perto dele por tempo o suficiente para que eu pudesse desenvolver algum tipo de sentimento pelo alfa. Ele era doce, atencioso, educado, prestatitivo e eu sabia mais coisa dele, do que deveria saber; por isso que eu disse que sabia muito bem qual era o seu poder.

Eu caminhava meio desnorteado por entre as plantações de uva, até que eu tropecei numa cesta e se eu não tivesse sido segurado com força por alguém, eu cairia de cara no chão.

– Cuidado! – Namjoon falou meio desesperado, o que me fez virar de uma vez e fazer nossos narizes se tocarem rapidamente.

Eu fitei os olhos do alfa, que por puro impulso, selou nossos lábios com precisão, me fazendo ficar assustado de início, mas acabar cedendo ao beijo logo em seguida.

Eu deixei sua língua deslizar para dentro da minha boca e a primeira coisa que eu fiz, foi entrelaçar meus braços envolta do seu pescoço.

Ah, já era óbvio que eu gostava dele e mais óbvio ainda que ele acabaria descobrindo sobre minha raça, já que eu não poderia disfarçar para sempre.

Inicialmente, ele me beijou com um certo receio, o que me fez desativar completamente o cheiro de alfa que emanava de mim. Quando finalmente ele percebeu que beijava um ômega, ele me abraçou com força e aprofundou o contato, transformando aquele beijo num beijo cheio de desejo.

Quando por fim a falta de ar se fez presente, eu encerrei o contato e fitei seus olhos, morrendo de vergonha pelo que acabara de acontecer.

– Por que você não me contou? – Ele sussurrou e acariciou minhas bochechas que obviamente estavam avermelhadas.

– Eu tive medo.

– Ninguém vai te fazer mal aqui dentro. – Namjoon sorriu e passou o polegar sobre meus lábios. – Eu nunca deixaria que te machucassem.

– Eu nunca confiei muito em alfas que não fossem meus primos. Já estudei com alguns ruins.

– Você vai se dar bem com o Tae. – Ele riu soprado.

– Por favor, não conte nada para os meninos ainda. Eu sei que é errado ficar mentindo, mas eu não...

– Tudo bem. Você pode contar quando achar melhor.

– Obrigado. – Sorri envergonhado.

– E quanto a nós? – Nam levantou as sobrancelhas e eu franzi as minhas.

– Como assim?

– Como assim “como assim”, senhor Jin? – Ele me deu um selinho demorado. – Você sabe que mexe muito comigo e eu sei que mexo com você.

– Convencido. – Fiz um bico.

– Você é muito fofo, Jin. – Ele gargalhou e fez cócegas em mim. – Obrigado por confiar em mim para contar o seu segredo. Eu juro que ficaria desnorteado se tivesse certeza de que beijei um alfa.

– Você sabia que eu não era um alfa. – Revirei os olhos.

– Eu desconfiava, mas agora que tenho certeza... – Ele se aproximou e encostou seus lábios nos meus. – Eu quero te beijar mais vezes.

E assim ele o fez, iniciando outro beijo e me deixando meio bobo.

Kim Namjoon era incrível, era o tipo de alfa que eu definitivamente deixaria entrar na minha vida.

**

JIMIN ON

Eu estava com o Yoongi e com o Namjoon na sala, conversando sobre os nossos poderes, quando de repente, o Taehyung apareceu meio desnorteado, chamando a atenção de todos nós, inclusive do meu Suga.

– O que aconteceu, Tae? – Yoongi deu um salto do sofá e foi até ele.

– Ele é um idiota, Min! Um idiota!  – O ômega gritou.

– Ele quem? – Suga o abraçou. – Fica calmo!

– Deixa eu dormir com você? – Pediu. – Eu não vou voltar para aquele quarto hoje!

– Se você quiser dormir lá, pode. Mas você sabe que o Hyungwon ronca a noite inteira.

– Não tem problema. Ainda vai ser melhor que o meu.

– Rm, rm. – Pigarreei. – Se não se importam, podem passar a noite no meu quarto e do Hoseok.

– Taehyung não vai querer, ele não gosta de alfas. – Namjoon se manifestou sorrindo.

– Eu fico em qualquer lugar, desde que o Jungkook não esteja junto! – Tae admitiu.

– Então vamos! – Sorri. – Podemos fazer umas brincadeiras, conversar até tarde...

– Posso chamar o Jin? – Nam perguntou. – Ele é amigo, seria bom se estivesse junto.

– Pode chamar. – Me levantei do sofá e passei a caminhar até meu quarto.

Chegamos no quarto e encontramos Hoseok, que estava deitado na sua cama, mexendo no celular. Quando ele nos viu, se levantou depressa.

– Temos uma festinha do pijama e não me avisaram? – Meu irmão sorriu e foi cumprimentar o tae. – Não te vi hoje em refeição nenhuma, Tae.

– É, eu comi fora de hora. – O de fios castanhos falou simples.

Ajeitamos um lugarzinho aconchegante no quarto e sentamos no chão, afim de começar a conversar e deixar o tempo passar.

Pouco tempo depois, Jin chega no quarto com pipocas e refrigerante.

– Já que vamos ficar conversando, vamos comer e beber! – Ele sorriu e se sentou do lado do Namjoon.

– Agora que estamos todos aqui... – Yoongi começou. – Conte o que aconteceu, Tae.

– Ah eu já te falei, ele é um idiota!

– Disso eu já sei. Mas quero saber quais motivos fizeram você pensar assim. – Ele continuou.

– Ele é um atrevido e um mimadinho, você já sabe disso! Aí ele invade o meu quarto, toma conta da metade do meu espaço, faz eu perder meu tempo de ensiná-lo as coisas, fica fazendo curativo no meu braço, dando um de bom amiguinho, briga comigo, faz coisas legais para mim, me faz confiar nele, me agarra e depois se afasta! – Tae começou a falar baixo e terminou gritando.

Todos no quarto o encaravam confusos, exceto Namjoon e Yoongi, que o encaravam sorridentes.

– Ele te agarrou? – O moreno perguntou.

– Sim. – Admitiu.

– E você deixou? – Agora foi a vez do loiro perguntar.

– Da primeira vez, eu fiquei sem reação.

– Da primeira vez? – Todos disseram em uníssono.

– É.

– Então quer dizer que vocês já se beijaram e foi um beijo em que ambas as partes estavam interessadas? – Jin se levantou e sentou perto do ômega.

– É.

– Ai meus deuses! – Yoongi gargalhou. – Taehyung está apaixonado por um alfa!!

– O que? Não! – Levantou os dedos e ficou fazendo sinal negativo. – Eu não!

– Sim, você está! – Jin sorriu e passou a brincar com seus cabelos.

– Não me toque! – Pediu de forma séria.

– Jin, o Tae não gosta de alfas! Quer dizer, não gostava! – Namjoon disse e começou a gargalhar.

– Não, não é isso! Eu gosto de vocês, eu só... – Ele ficou em silêncio por um tempo, aparentemente, procurando as palavras certas para falar, até que sua expressão mudou de uma vez e ele fitou o Jin com os olhos arregalados. – O que é isso?

– Isso o que? – Ele sorria.

– Esse cheiro... você é um ômega? – Tae chegou bem perto dele e o cheirou.

– O que? – Yoongi gritou e mais uma vez, todos ficaram confusos, menos...Namjoon. Isso explica muita coisa.

– Sim, eu sou ômega! – Jin gargalhou. – Ficou surpreso?

– Para, que merda é essa? – Eu disse com a boca cheia de pipoca.

Como assim meu primo se escondia para todo mundo e agora do nada ele se revela e para nossa surpresa, Namjoon nem se fez de assustado? O danadinho já havia contado a verdade para ele e nem falou nada para mim e para meu irmão?

– Você achou que eu só conseguia criar campos de força? Não, não, eu consigo disfarces também. – Ele respondeu sorridente.

– Como assim? – Tae insisitu.

– Bem, eu achei que aqui moravam um bando de loucos, aí eu disfarcei meu cheiro, para evitar que fizessem gracinhas comigo! Todos acham que eu sou um alfa, mas eu não sou!

– Graças aos deuses, um ômega a mais! – Taehyung brincou e sorriu.

– Eu posso disfarçar seu cheiro também, quer que eu faça isso? – Ele ofereceu. – Se Jungkook te procurar, ele não vai achar!

– Sim, por favor! – O Kim sorriu com a ideia.

Jin se ajeitou atrás do Tae e o abraçou, fazendo o cheiro do ômega desaparecer por completo do ambiente.

Nós conversamos, fizemos algumas brincadeiras e jogamos alguns jogos de tabuleiro que eu e o Hobi tínhamos.

Eram aproximadamente quatro da manhã, quando resolvemos dormir. Ajeitamos umas cobertas e alguns travesseiros para dormimos no chão. Eu dormi junto com Yoongi, Jin dormiu com o Tae, Hoseok ficou numa ponta e Namjoon na outra, ambos sozinhos.

Como eu planejava, aquela foi a primeira noite em que eu dormi com meu ômega nos meus braços e sentindo o cheiro doce que ele emanava.

Meu Suga.

[Alguns meses depois]

Minzy e Minhyuk

MINZY ON

Eu estava na enfermaria, louca para ver o Tae, mas a Dra. Park pediu para que eu ficasse aqui, me recompondo um pouco do tratamento que havia feito há pouco tempo.

Alguns amigos da mente, estavam juntos comigo na sala e pelo que disseram, eles estavam manipulando a minha mente, para me fazer lembrar de algo, que eu ainda não sabia o quê. Segundo eles, talvez funcionaria quando eu o visse, mas até agora eu não sei quem que eles tanto queriam que eu visse e muito menos o porquê.

Pouco depois, a Dra. Park voltou para a sala e sorriu para mim, enquanto abria a porta e deixava meus pais entrarem junto com um menino.

– Mamãe! Papai! – Gritei e corri até eles, subindo no colo do meu pai e os abraçando forte.

Eles começaram a chorar e a fazer carinho nos meus cabelos, até que o garoto me chamou.

– Minzy? – Ele estava chorando e eu não sabia o porquê.

– Converse com ele, filha. – Meu pai me colocou no chão e eu fiquei de frente para o menino que só me encarava e chorava.

– Por que você está chorando? – Perguntei.

– Porque eu estou feliz. – Ele falou baixinho.

– E quem é você? – Dei um passo para frente e me aproximei mais dele.

– Eu sou o Minhyuk, seu irmão.

– Mas eu... – Quando comecei a falar, o garoto de cabelos pretos esticou a mão e a colocou no meu rosto, me fazendo sentir algo estranho, como se eu estivesse tomando um choque elétrico.

De repente, imagens foram aparecendo na minha cabeça. Cenas onde eu brincava com ele, dormia com ele, batia nele, apanhava dele, fazia bagunça com ele, roubava torta de maçã que minha mãe fazia, junto com ele.

– Ai! – Eu me afastei e coloquei a mão na cabeça, dando conta de que eu havia me lembrado de tudo. – Minhyuk? – Sussurrei, ao vir a imagem de uma vez que ele me salvou e de uma vez que eu salvei ele.

Flashback on

Eu estava brincando de pique-esconde com o Minhyuk, e tive a ideia de subir numa árvore, pensando que ele nunca me acharia ali.

A árvore era enorme e eu estava subindo na mesma com muita dificuldade, quando de repente, ouvi meu irmão gritar “CINQUENTA E LÁ VOU EU!” e acabei escorregando e ficando pendurada em um dos galhos.

– Minhyuk, MINHYUK, SOCORRO! – Gritei para o mesmo, que apareceu bem depressa onde eu estava e arregalou os olhos de medo. – Me tire daqui? – Pedi, já deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

– Calma! – Ele se afastou e começou a mover as mãos, fazendo com que todas as folhas que caíram das árvores, se juntassem numa nuvem e subissem até a mim. – Pode deitar em cima delas.

– Você é doido?

– Anda, Minzy, suba logo!

Eu sempre confiei no meu irmão, e porque haveria de ser agora que eu duvidaria da sua capacidade?

Eu saí dos galhos e subi nas folhas, que estavam bem firmes e me seguraram com firmeza.

Minhyuk moveu as mãos bem devagar e a nuvem de folhas secas foi descendo, até tocar o chão e me deixarem em segurança.

– Obrigada, maninho! – Corri até ele e o abracei. – Você é o meu herói.

– Eu sei. – Ele respondeu sorridente e me puxou. – Mas se tentar subir na árvore de novo, faça quando tiver alguém perto, para te salvar.

****

– Minzy? – Acordei com meu irmão sussurrando meu nome, meio desesperado. – Minzy, socorro?

– Minhyuk, o que foi? – Tirei as cobertas e corri até ele.

– Me ajuda? – Ele falou baixo e desmaiou.

Eu entrei em desespero e comecei a chamar meus pais, enquanto tirava as cobertas dele. De repente, avistei um escorpião preso na sua perna. O animal era da espécie mais venenosa que tinha, o escorpião amarelo.

– MÃAAAAAE??? – Gritei mais uma vez, mas algo me dizia que eles tinham saído para comprar comida, enquanto a gente dormia.

Esse era o único jeito que eles tinham de nos alimentar. Eles esperavam a gente dormir criavam um campo de proteção envolta da casa e saíam para caçar e comprar algumas coisas na cidade.

– Minhyuk, acorda? – Eu já chorava desesperadamente; mas na hora que eu vi que meu irmão dependia de mim, eu juntei todas as minhas forças, tirei o escorpião de lá, dei duas chineladas nele, para deixa-lo fraco e depois eu apertei a perna do meu irmão, mentalizando no veneno do animal e induzindo-o a sair pelo buraco que entrou.

Aos poucos, aquele líquido amarelado já escorria pela sua perna e ele já ficava inconsciente mais uma vez.

– Minzy? – Falou fraco e sorriu. – Obrigado.

– Por nada. – Subi em cima dele e o abracei. – Achei que eu ia perder você, peste.

– Eu sabia que você não ia deixar eu morrer. Você é minha heroína.

– Eu sei. – Falei entre o choro e o apertei mais ainda. – Eu te amo.

– Eu também te amo, maninha.

Flashback off

– Minhyuk! – Falei alto e o abracei.

– Ei pestinha.

– Como eu fui me esquecer de você, maninho?

– Eu também não sei. – Ele falava baixinho como sempre. – Mas agora você se lembra de tudo?

– Lembro! Lembro de tudo, tudo, tudo! – Falei animada e encarei todos na sala. – Obrigada por me ajudarem.

– Por nada! – Kory sorriu abertamente.

– Minhyuk, mamãe, papai, eu tenho que apresentar meus amigos para vocês!

– Filha, leve se irmão para conhece-los, e depois nós vamos, tudo bem? – Minha mãe sorriu terna. – Nós vamos conversar um pouco com a Dra. Park agora.

– Tudo bem! – Dei de ombros. – Venha, maninho! – Peguei na mão do meu irmão e o puxei para fora. – Huuum, acho que já sei em qual arena eles estão. Venha comigo!

E assim, eu levei meu irmão para conhecer os meninos. Eu estava doida para ver o Tae e perguntar sobre o bebê, mesmo sentindo que ele estava bem.

Quando chegamos na arena, eu logo avistei o alfa que eu mais gostava, sentado na arquibancada, e o mostrei para o Minhyuk. Nós nos sentamos ali no cantinho para não atrapalharmos o diretor que estava falando e ficamos ali, conversando.

**

Depois da reunião dos meus pais com a Ji Yoon, com o MinHo e com a Dra. Park, foi decidido que eu e meu irmão ficaríamos no alojamento, e sairíamos nos finais de semana, assim como os outros campistas.

Nossos pais agora, não precisariam mais morarem em casas escondidas, e parece que agora seríamos uma verdadeira e linda família feliz.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon

Beijos.


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