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História Link - Extra pt.3 Para a vida


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 40 - Extra pt.3 Para a vida


Fanfic / Fanfiction Link - Extra pt.3 Para a vida

TAEHYUNG ON

[Algum tempo depois]

E mais uma vez, nós deixamos que a Minzy e o Minhyuk escolhessem as coisas do quartinho da nossa pequena Wheein.

Sim, nossa bebezinha chamará Wheein, graças a um sorteio divertido que fizemos. Aquele dia foi repleto de surpresas, novidades e diversão.

Depois que descobrimos que nosso filhote era uma menina, Luhan descobriu que também estava grávido de um menininho, e com isso, nós resolvemos fazer um chá de bebê para comemorarmos e escolhermos o nome dos bebês.

Neste dia, nós enfeitamos o jardim com flores rosas, azuis e brancas, enchemos de balões, fizemos bolo, docinhos, e preparamos tudo como se fosse uma verdadeira festa de aniversário.

Todos pareciam estar felizes e se divertindo muito. MinHo ficava conversando com minha barriga toda hora e o Taekook fazia biquinhos ciumentos para ele, o que fazia todos nós gargalhamos com tamanha fofura.

Apesar do meu bebê ter ciúmes das pessoas com a minha barriga, tinham duas em especial, que não podiam nem chegar perto de mim, que ele abria a boca.

Minzy e Minhyuk.

Eles criaram laços tão intensos com o meu filhote, que ele morria de ciúmes dos dois com qualquer pessoa que fosse; e eu já sentia que isso daria um enorme trabalho no futuro.

Fazê-los ajudar na organização do quarto foi complicado, porque por mais que Taekook ainda fosse um bebê, ele era muito esperto para a idade dele e sabia que ali tinha coisa. Então, enquanto eu e o Minhyuk brincávamos com ele, Minzy e Jungkook escolhiam coisas do quartinho; e depois, Minzy trocava de lugar com o irmão e eu com o Kookie, deixando os dois com meu filhote e indo escolher mais coisas do quarto.

Por fim, Wheein ganhou um quartinho bege com rosa, que ao meu ver, ficou tão lindo quanto o do irmãozinho dela.

**

Quando finalmente nós fomos fazer o sorteio do nome, tivemos a sorte de sortearmos o Wheein, um nome lindo, que eu sabia que combinaria muito com ela. Luhan e Baek, sortearam o Taemin.

Em meio àquela bagunça, nós tivemos a honra de descobrir novidades sobre os outros casais que realmente nos deixaram muito felizes.

MinHo se casaria com a Shin-hye, porque a mesma estava grávida de gêmeos. Ainda era difícil de ver barriga, porque além dela usar mais roupas largas, eles descobriram há pouco tempo; mas com o ultrassom, foi possível verificar a presença de dois bebezinhos.

Hoseok finalmente criou coragem e pediu Jinhong em casamento, o que acabou resultando numa comemoração extra, e o ômega engravidou.

Yoongi... quando eu descobri, eu quase morri de rir da cara dele, mas ele também estava grávido, e seus hormônios estavam à flor da pele, já que o mesmo estava com um mau humor super evidente.

Kisu marcou a BorA, mas ambos já estavam noivos.

Então, finalmente nós estávamos formando uma bela e imensa família feliz.

****

[Um mês depois]

Eu estava dormindo, e senti uma dor forte na barriga, que me fez acordar de susto. Com isso, eu fiquei mais uns cinco minutos acordado, e nada aconteceu.

– Wheein, deixa o papai dormir, porque hoje ele trabalhou muito. – Acariciei minha barriga e fechei os olhos para dormir de novo; mas outra dor se fez presente e eu soltei um gemido fraco, que foi o suficiente para acordar o Jungkook.

– Amor, o que foi? – Ele disse, já se sentando na cama e acendendo o abajur.

– Eu acho que a Wheein está nascendo. – Murmurei.

– Ai meus deuses!

– Jungkook, fica calmo, as contrações começaram agora, então dá tempo de levar o Taetaezinho para algum lugar e depois irmos para a maternidade.

– Dá última vez não foi bem assim. – Ele disse desesperado, enquanto já trocava de roupa. – Você precisa de ajuda para se trocar?

– Não, vá pegar o Taekook e deixa que eu me visto.

– As bolsas já estão prontas, não estão? – Jeon me encarou com os olhos arregalados.

– A minha e a da Wheein, sim, mas eu não arrumei a do filhote.

– Eu vou ligar para minha mãe e pedir ela pra ficar com ele. Enquanto isso, eu arrumo a malinha dele.

– Liga para a minha, amor. A sua chegou ontem de viagem e deve estar cansada.

– Tá, tanto faz. – Ele saiu correndo e eu fui pegar uma roupa confortável para me vestir.

Rapidamente, eu consegui trocar de roupa e já separei as bolsas que estavam arrumadas.

– Já está pronto? – Kookie voltou correndo e segurou meu rosto. – Você está bem?

– Sim para as duas perguntas. – Sorri, disfarçando outra contração. – Vamos levar o bebê?

– Sua mãe falou que ela já está vindo pra cá. Ela achou melhor ela vir, do que nós tirarmos ele da cama e ir pro frio.

– Tudo bem. – Sorri fraco e mordi o lábio, sentindo outra dor.

– Para de fingir que não está doendo, eu sei quando você sente dor.

– Amor, está doendo. – Respirei fundo. – Mas não está insuportável, então, relaxa, tá?

– Vai nascer, amor... – Seus olhos marejaram e ele selou nossos lábios com ternura. – Eu te amo.

– Eu também amo você. – Murmurei. – Quem venham as noites sem dormir e a falta de tempo para pentear os cabelos.

– Estaremos esperando ansiosos.

****

Quando eu acordei, nós já estávamos no quarto, e mais uma vez, eu pude ver Jungkook com a nossa filhinha no colo, enquanto a mesma dormia.

Diferente do nascimento do Taekook, que eu pude vê-lo pouco antes de cair no sono; quando Wheein nasceu, eu já estava desacordado sob efeito da anestesia, então, a minha filha era um segredo para mim.

Eu via Jungkook com o pacotinho cor-de-rosa no colo, enquanto cantarolava uma música para a mesma se manter quietinha; e o moreno nem notou que eu estava acordado.

– Bom dia, meus amores. – Murmurei, captando a atenção do alfa, que sorriu terno e veio até a mim, para me entregar a nossa bebê.

– Bom dia, meu amor. – Ele me deu um beijo na testa. – Olha a Wheein como é linda.

– Uau! – Falei um pouco alto demais. – Ela é a cara do Taekook.

– É sim. – O alfa sorriu bobo e acariciou a bochecha da filha.

– Por falar em Taekook, como será que ele está? – Perguntei, ao que encarava a nossa pequena ômega.

– Ele está bem. Já liguei pra sua mãe e ela me disse que ele acordou cedo, comeu a frutinha, tomou suco de laranja e estava brincando com o ursão.

– Como será que ele vai reagir com a chegada da Wheein?

– Ah amor, ele vai sentir ciúmes, porque antes ele era o príncipe da casa, né? Mas é só a gente fazer tudo com jeitinho, que ele ficará bem, eu aposto que eles serão muito amigos.

– Ele também é só um bebê, certo? É fácil fazer com que ele se acostume.

– É sim. Ele vai se acostumar. – Kookie sorriu e me deu um selinho.

– Ehh, minha filhota. – Dei um beijinho na testa da pequena. – Seja bem-vinda ao nosso mundo.

****

Finalmente chegamos em casa, e enquanto eu entrava com meu pacotinho cor-de-rosa, Jungkook foi até o cercadinho e pegou o Taekook no colo, para apresenta-lo para a irmãzinha.

Nossos amigos e nossos pais já tinham nos visitado no hospital, mas preferiram não levar o meu bebê lá, para que ele pudesse ter o primeiro contato com a irmã, quando nós já estivéssemos em casa; evitando que ele ficasse triste por ir embora do hospital e deixar seus papais para trás.

Minha mãe estava arrumando a casa, e passando todas as roupinhas da Wheein, para que tudo estivesse prontinho quando ela chegasse; então, ela nem nos deu muita atenção.

– Ei amor do papai. – Sorri para o meu sapequinha que vinha no colo do Jungkook, segurando um bonequinho do Yoshi.

– Papai. – Ele falou com aquela vozinha doce que acalmava meus dias.

– Ei, meu anjinho, olha quem veio te ver. – Me aproximei deles e mostrei a Wheein dormindo para ele.

– Quem é? – Seu dedinho curtinho e fofo, apontou para a pequena e seus olhos demonstravam curiosidade.

– É a sua irmãzinha. – Kookie falou firme, e esperou qualquer atitude birrenta vinda do mesmo, mas ele não fez nada, apenas ficou encarando a ômega.

– Como ela chama? – Taekook fez um biquinho que ele costumava fazer e continuou encarando a pequena.

– Wheein. – Murmurei. – Você gostou dela?

– Ela é de vedadi?

– É, meu amor! – Jungkook gargalhou baixinho. – Você quer segurar ela um pouquinho? – Taekook pareceu meio relutante no início, mas depois ele assentiu e sorriu de maneira fofa.

“Amor, ele é muito pequeno.” – Pensei, tentando chamar a atenção do Jungkook.

“Ele tem que ver que é mais forte que ela, e que ela precisa dele. Assim, não vai ter crise de ciúme.” – Ele me respondeu, convicto do que dizia.

– Pronto, sente-se aqui, que seu papai Tae vai coloca-la no seu colo. – Meu alfa colocou meu bebê sentado no sofá e fez sinal para que eu colocasse a Wheein no colo dele, e assim eu fiz.

– Toma, filho. – Ajeitei os bracinhos dele e a coloquei no seu colo, vendo que cena mais linda os meus dois filhotes ali no sofá.

– Ela é muito pequenininha. – Taekook cheirou a irmã e sorriu. – Ela palece com o Sehun!

– É, bebê, ela é igual ao Sehun. Você gosta dele, não gosta? – Perguntei.

– Aham. Ele é meu abiguinho.

– Então, filhote. – Jungkook agachou na frente do filho e o fez olhar nos seus olhos. – Ela é um bebezinho, pequenininha, e meiguinha igual ao Sehun; e como você é mais forte, nós vamos precisar da sua ajuda para cuidar dela, pode ser?

– Aham.

– Ela vai precisar do irmaozão, garotão e fortão dela. – Brinquei. – Porque você já é um rapaz, certo?

– Eu sou fóti.

– Isso mesmo, só quem é forte assim, poderá carregar ela e cuidar dela. – Kookie deu um beijo no filho e sorriu. – Nós vamos ficar com ela no colo por esses dias, porque ela não sabe andar, mas depois nós vamos precisar que você a ensine a andar, tudo bem?

– Tá bom, papai.

– Vai ensinar a andar, a comer, a jogar vídeo game, a falar, a brincar de esconder... – Brinquei e o vi arregalar os olhos.

– Isso tudo?

– Isso tudo. – Jungkook levantou as mãos. – Quem disse que vida de alfa é fácil? Você vai ter que ser o herói dela.

– Ah, tá bom. – Taekook mexeu os bracinhos, como se estivesse fazendo a Wheein dormir. – Não deve ser tão difícil né?

****

– PAPAAAAAAAAAAI? – Enquanto eu comia, ouvi meu filhote gritar, e eu levantei correndo para ver o que estava acontecendo.

– O que foi? – Eu e Jungkook – que estava tomando banho e saiu enrolado na toalha – falamos em uníssono.

– Ela messeu! – Ele apontou para a irmã, deitada no carrinho e arregalou os olhos. – Ela fez calinha de solo e messeu aqui!

– Calma, amor. – Respirei fundo, me sentindo aliviado. – Ela vai mexer mesmo.

– Mas...

– Não, garotão, os bebês mexem mesmo. – Kookie o pegou no colo. – Ela é igual a nós, só é pequenininha.

– Ela vai cholar, papai! – Ele fez uma careta. – Puqê ela chola igual ao Sehun?

– Como assim, amor? – Ri soprado e peguei Wheein que já tinha começado a resmungar no carrinho.

– Ela chola baxinho e fica fazendo biquinho, axim, ó. – Taekook fez uma careta adorável e um bico extremamente fofo.

– O Sehun chora assim porque é um manhoso. – Kookie gargalhou. – Mas você também faz bico, viu, rapaz. Não vem com essa história esfarrapada, não.

– Eu não faço, nada. – Taekook mostrou a língua para o Jungkook e o mesmo deu uma mordida no braço do filho. – Pala, seu bobo! Papai, o meu papai me modeu!

– Jungkook, não começa, por favor. – Suspirei.

– Linguarudo. – Jeon mostrou a língua para o Taekook, que fez o mesmo.

– Vocês são duas crianças. – Ri soprado. – Filhote, não sei se você quer saber, mas seu papai Kookie também faz bico às vezes.

– AAAA eu sabia. – Meu pequeno gargalhou e apertou as bochechas do pai.

– Seu papai Tae também faz, seu bobão. – Jungkook se vingou e meu bebê arregalou os olhos para mim.

– Mas o papai Tae é igual ao Sehun e a Wheein. Ele pode fazer biquinho.

– E eu não posso não? – Kookie pareceu ofendido e o meu filhote negou com a cabeça. – E por que eu não posso?

– Puquê um alfa tem que ser fóti.

– Se ferrou! – Gargalhei. – Seu filho te coloca no chinelo, Jungkook. – Continuei gargalhando, e desviei meu olhar da cara de “vencido” do alfa, para minha filhota mamando. – Que bom que você ainda não entende essas coisas minha filha. A família aqui é complicada mas todos se amam, viu?

– Amam mesmo. – Kookie se aproximou e selou nossos lábios.

– Nhaa que nozo, palem com isso. – Taekook fez uma careta e apertou nossas bochechas.

– AAAAAH EU TE BEIJO TAMBÉM, QUER VER? – Jungkook passou a encher nosso bebê de beijinhos, e o mesmo gargalhava de maneira fofa, pedindo para o pai parar com aquilo, porque fazia cócegas.

Eu achei muita graça na cena, e acima de tudo, eu estava feliz por ele entender que nós éramos uma família, e não é porque chegou um bebê novo, que ele seria deixado de lado.

Uma família, linda e preciosa.

[Dez meses depois]

– O que foi, Biscoitinho? – Minzy chegou perto do Taekook, que estava chorando num cantinho da sala.

Eu olhava a cena extremamente atento com o que iria acontecer.

Minzy e Minhyuk estavam brincando com a Wheein, e o meu filhote ficava querendo atenção só para ele, o que obviamente era impossível, já que a atenção tinha que ser dividida para os dois. Taekook deixa que a irmã fique comigo e com o Jungkook pelo tempo que for, mas quando o assunto é sobre os gêmeos, a história muda completamente de figura.

Ele não fazia pirraça, mas guardava mágoa.

– Você é uma boba! – Ele cruzou os braços e fez um biquinho. – Você e o Minó. – Mesmo depois de ter crescido, meu bebê ainda chamava os gêmeos de Mizi e Minó.

– Mas o que foi que nós fizemos? – Ela se sentou no chão e o puxou para o colo dela. – Fala, Biscoitinho, o que foi que nós fizemos?

– Ah, vocês, vocês agola só blincam com a Wheein e não gotam mais de mim... – Ele fez um beicinho e começou a chorar de um jeito de cortar o coração.

Do outro lado da sala, minha pequena ouviu o choro do irmão e começou a chorar também, meio desesperada e procurando por ele.

– Não chora, Trufinha. – Minhyuk venceu seu medo de pegar bebês e a segurou. – Não chora, não chora... – Ele começou a cantar.

Sim, para os gêmeos, meus bebês eram comidas deliciosas.

Biscoitinho e Trufinha.

– O que está acontecendo? – Jungkook se aproximou de mim e segurou minha cintura, vendo seus dois bebês chorando.

– Calma, mas repara bem. – Murmurei. – Taekook está com ciúmes, porque os gêmeos não dão atenção só para ele. A Minzy foi conversar com ele e o Minhyuk está definitivamente vencendo seu medo de pegar bebês, já que dessa vez, Wheein saiu do chão sem ninguém pegar ela e colocar no colo dele.

– E por que a Wheein está chorando?

– Porque ouviu Taekook chorar. Ela não gosta que ele chora, do mesmo jeito que ele detesta com todas as forças vê-la chorando.

– É verdade. Mas você não acha melhor a gente intervir?

– Não, espere. – Abracei o alfa. – Taekook tem que entender que os gêmeos não são dele, e o Minhyuk tem que vencer esse medo. Ele é louco para pegá-los, mas não tem muita coragem... olha como a Minzy age.

– Biscoitinho? – Ela chamou calma, mas meu bebê ainda chorava e coçava os olhinhos. – Biscoitinho, olha para mim?

– Você é uma boba! – Ele começou a soluçar e escondeu o rostinho no peito da garota.

– Taetatezinho, você tem que entender que todos somos amigos, agora. Nós somos os três alfas da Wheein, e temos que cuidar dela. Ela é pequenininha e frágil, nós temos que brincar com ela também.

– Mas eu não quelo!

– Imagina só como seria se ela visse só nós três brincando e não déssemos atenção para ela? Ia ser triste do mesmo jeito que seria, se fizéssemos isso com você.

– Mas você é a minha dinda!

– Eu sou a dinda dos dois. – Ela secou as lágrimas dele. – Olha só como ela está triste por te ver chorando? – Minzy apontou para minha filhota, que vinha engatinhando com Minhyuk no seu encalço.

Wheein se aproximou deles e se apoiou na Minzy para ficar de pé.

– Tegu? – Ela falou baixinho e ele parou de chorar na hora, fazendo todos nós ficarmos calados e perplexos ao ouvir a primeira palavra da minha pequena.

– Ela falou meu nome? – Ele arregalou os olhos e sorriu, com o rostinho inchado pelo choro.

– Sim, biscoitinho, ela falou seu nome! – Minhyuk pegou as mãozinhas da Wheein e a ensinou a bater palmas. – Olha que linda! A Trufinha falou o nome do Biscoitinho!

– Olha, só Taekook! – Minzy o balançou no colo e fez ele gargalhar. – Ela falou seu nome! A primeira palavra dela, foi seu nome!

– Que lindo, amor! – Falei bobo, chamando a atenção dele. – Ela falou seu nome primeiro porque ela te ama!

– Olha papai, ela falou meu nome!

– Eu vi meu anjo!

– Que lindo, Taetaezinho. – Jungkook mexeu nos cabelinhos dele. – Lembra que eu te disse que você tinha que ser o alfa dela?

– Lembo. – Ele falou baixinho.

– Então, e você está fazendo isso tão bem, que ela quis falar seu nome primeiro.

– Ei, Wheein, você me ama?

– Tegu. – Ela falou baixinho de novo.

– Eu acho que ama. – Taekook ficou sorridente, mostrando seus dentinhos fofos e nos fazendo morrer de amores.

Minzy direcionou o olhar para mim e piscou o olho direito. Eu sorri e a agradeci mentalmente pelo que ela e seu irmão faziam pelos meus bebês.

[Alguns dias depois]

Eu estava brincando com os meus bebês, e de longe, eu pude reparar que Jungkook estava com a cara amarrada, mexendo no celular.

– Amor, vem brincar com a gente? – Chamei.

– Não, depois eu vou. – Ele disse simples e não falou mais nada.

– Papa. – Wheein, que depois de muita insistência, passou a nos chamar de papai, subiu na minha barriga e ficou fazendo gracinha comigo.

– Eu também quelo subir no seu colo, papai. – Taekook sorriu de maneira fofa e veio subir em mim.

Dei graças por estar deitado no chão.

– Kookie, vem me ajudar? – Brinquei, mas ele fingiu que não me ouviu e eu sabia bem o que estava acontecendo. – Filhote, fique aqui com sua irmã, que eu já volto, tudo bem?

– Tá bom. – Meu pequeno falou baixinho e ajudou a irmã a ficar de pé. – Vem comigo, bebê? – Ele ficou tentando ajudá-la a andar.

– Amor? – Caminhei até meu alfa, que continuava mexendo no celular. – Benzinho, o que foi? – Me sentei ao seu lado e ele franziu o cenho, ao que me encarava com cara de bravo.

– Aah, agora você está me vendo?

– Amor...

– Então agora eu sou o seu amor, também?

– Você sempre foi o meu amor, seu bobo. – Ri da sua cara de ciumento. – Vem brincar com a gente?

– Olha, então quer dizer que agora eu faço parte dessa família?

– Eu não acredito que você vai brigar porque está com ciúmes dos seus filhos. – Cruzei os braços.

– Eu estou brigando? – Ele voltou a olhar para o celular.

– Jungkook, são nossos filhos. – Falei como se fosse óbvio. – Alguém tem que cuidar deles, né?

– Você quer dizer que eu não cuido?

– Não. Eu quero dizer que eles não podem ficar sozinhos enquanto nós dois ficamos por conta um do outro. Nossa família é composta de quatro pessoas agora, amor. Não somos mais só eu e você.

– E isso faz com que você se esqueça da minha existência, né?

– Não é bem assim...

– Taehyung, já tem uns quatro dias que você mal conversa comigo, não me dá um beijo, não me abraça, quando eu te chamo pra gente assistir a um filme, você inventa uma desculpa...

– Não é desculpa, Jungkook! – O interrompi. – Como assim você me chama para assistir filme, meia hora antes do horário de janta das crianças? Se eu começo a ver filme e paro no meio, você acha ruim...

– Mas e os beijos? E o nosso momento, que não temos mais? Parece que você é o único pai que eles têm.

– Você sabe que não é assim. – Segurei seu rosto e o fiz olhar para mim. – Eles te amam, Kookie. Eu te amo. – Acariciei seus cabelos. – Me perdoe por te deixar em “segundo plano”. – Fiz aspas com as mãos. – Mas se você interagir mais com a gente, talvez você não fique tão sozinho, você não acha?

Ele suspirou fundo e encarou nossos bebês que vinham na nossa direção, com Taekook ajudando a Wheein a andar.

Cena mais fofa.

– Deixa de ser bobo. – O abracei e beijei sua bochecha. – Olha que coisa mais linda. – Apontei para nossos pequenos e sorri terno.

– Papa. – Wheein sorriu de maneira fofa e mostrou os dentinhos salientes igual aos do Kookie.

– Ei, Coelhinha do papai. – Ele falou baixinho e acariciou os cabelos da pequena, quando eles finalmente nos alcançaram.

– Ela quelia te ver. – Taekook sorriu.

– E eu queria ver vocês dois. – Jungkook pegou os dois no colo e começou a brincar com eles.

– Papai? – Meu filhote o chamou. – Eu tinhamo.

– Eu também te amo, meu amor. – O alfa sorriu bobo e me encarou, de maneira culpada. – Desculpa. – Sussurrou para mim e eu apenas assenti.

– E eu, você não ama, não? – Fingi estar chateado.

– Eu amo, papai. De montão. – Taekook me deu os bracinhos e eu o peguei, enchendo-o de beijos.

– Eu também quero um beijo. – Jungkook murmurou e antes que ele insistisse, eu me inclinei e selei nossos lábios.

– Nheca. – Wheein reclamou e nós começamos a gargalhar.

– Não é possível. – Encarei a pequena que tinha um biquinho fofo nos lábios.

– Que nozo. – Taekook também fez um bico.

– Vocês são muito chatos, deixa a gente beijar! – Kookie me puxou e me beijou de novo, fazendo os dois se levantarem dos nossos colos e ficarem apertando nossas bochechas.

– Pala, papai. – Meu Biscoitinho reclamou, enquanto a Wheein apenas resmungava coisas desconexas.

Nosso beijo estava um desastre total, cheio de risadas e apertões dos dois; mas para falar a verdade, aquele foi o melhor beijo da minha vida.

Foi o beijo onde estávamos nós quatro, bem felizes.

[Dois meses depois]

E hoje era a festinha de aniversário da minha pequena Wheein. Todos os nossos convidados já tinham chegado, e como parece ser um ritual da nossa família, quando a Coelhinha já estava quase pronta, ela fez aquele cocô de sujar até o pescoço.

– Jungkook, quando o Taekook fez isso, eu limpei tudo, agora é sua vez.

– Ah você está brincando, não está? – Ele franziu o cenho e fez uma carinha de dó, que quase me convenceu.

– Eu vou descer, cumprimentar o pessoal e ver se está todo mundo servido, direitinho. Enquanto isso, dê um banho nela e coloque a fantasia da Minnie.

– Tae não me deixe aqui com esse tanto de cocô?

– Eu sei que você dá conta. – Sorri e lhe dei um selinho.

– Amor? Me ajuda?

– Jungkook, dessa vez eu realmente preciso descer. Não vi ninguém ainda, você já recebeu todo mundo.

– Aaaah, tá bom.

– Obrigado meu anjo, eu te amo. – Peguei meu celular e saí do quarto.

Eu sabia que ele daria conta, porque se não tivessem 100% de certeza disso, eu não o deixaria encarregado desse trabalho. Jungkook tem apenas medo de se sujar, mas que ele sabe limpar tudo direitinho, ele sabe.

Eu desci as escadas, e encontrei meus amigos na sala, conversando com o Taekook que estava no cercadinho junto com o Sehun e com o loirinho fofo do Taemin, aquele alfa danadinho.

– Ei gente, como vão? – Me aproximei deles.

– Ei, Tae. – Jin sorriu. – Cadê a pequetita?

– Está lá em cima com o Jungkook, porque sabe aquela sina do cocô que ronda a minha família? Pois é. – Gargalhei e eles me acompanharam.

– Eu posso ajudar o papai? – Taekook pediu.

– Pode, bebê.

– Mas o Sehun pode ir junto?

– Nem pensar! – Jin riu de nervoso. – O tanto que você sobe e desce essa escada, o Sehun já teria caído. Ele é muito desastrado.

– Eu posso! – Taemin sorriu e Taekook semicerrou os olhos.

– Você não vai ver minha maninha pelada. – Ele fez um bico e cruzou os braços.

– Ah, mas o Sehun pode? – Luhan gargalhou.

– Ele pode. – Meu filhote levantou as sobrancelhas. – Mas se ele não vai subi comigo, eu também num vô.

– Eta ciúme, em. – Yoongi gargalhou. – O Sehun pode ver porque ele é ômega, mas o Taemin não pode ficar sozinho com ele.

– Vocês já entenderam, né? – Me aproximei do Jin e sorri abertamente. – É, Jin, sei não, em... – Ri alto e todos me acompanharam.

– Eu faço gosto. – O ômega sorriu e encarou o filho que o olhava com um sorriso tímido nos lábios. – Não é bebê, o papai faz gosto disso.

– Eu também faço. – Umedeci os lábios. – Yoon, cadê a Soyoung?

– Adivinha. – Ele revirou os olhos e no mesmo momento, eu pude ouvir umas risadas exageradas do Jimin com o Hoseok.

– Provavelmente ela está com o Jimin na cama elástica, enquanto o Hoseok está fazendo o mesmo com a EunJi.

– Acertou em cheio! – Jinhong começou a rir. – O Hobi pirou com aquela cama elástica desde a hora que ele colocou os pés aqui.

– E deixa eu adivinhar mais uma coisa. – Ri soprado. – A Soyoung, como alfa, está achando o máximo, e a EunJi como ômega está com medo?

– Por incrível que pareça, não. – Hong balançou a cabeça negativamente. – Ela é ômega, mas é uma peste.

– É porque elas puxaram o gênio dos pais delas, porque elas são muito atentadas, nossa!

– Eu entendo.

– ACABAMOS! – Jungkook falou lá no alto da escada, e surgiu com a nossa pequena Wheein vestida de Minnie, com laços enormes no cabelinho e com a pulseirinha que MinHo também havia lhe dado – assim como deu uma para cada bebê.

– AAAAh que linda! – Taemin saiu do cercadinho e ficou no pé da escada chamando ela.

– OOO Luhan? – Jungkook franziu o cenho e encarou o ômega, que mordia o lábio, para não rir. – Você coloca freio nesse alfa seu, viu.

– EEh, Jungkook, eu acho que...

– Não acha nada. – Ele fez um bico a abraçou a pequena, enquanto descia a escada.

– Jungkook, deixa de ser feio e coloque ela no chão. – Cruzei os braços.

– Tae?

– Amor, eles são apenas bebês. – Eu tirei a Wheein do colo do alfa e a coloquei perto do Taemin.

– Temi. – Ela sussurrou e abraçou ele.

– Eu não acredito nisso! – Kookie respirou fundo e eu ouvi um rosnado infantil vindo de perto do cercadinho.

– Mas o que... – Fui cortado da minha fala, quando Taekook surgiu ao lado da irmã e a tirou do abraço que a mesma dava em Taemin.

– Ela é minha! – Ele falou sério e o loirinho semicerrou os olhos.

– Pala! – Wheein reclamou e se soltou do irmão.

– OPA! – Falei mais alto e chamei a atenção dos três. – Se começarem a brigar...

– Dicupa! – Taekook falou rápido, sabendo que se eu o deixasse de castigo, ele ficaria sem as pelúcias do Yoshi.

– Acho bom pararem com isso. – Luhan pegou Taemin. – Eu vou leva-lo lá fora, antes que dê briga. – Falou divertido, olhando para o Jungkook que encarava a filha com um olhar abismado.

– Vamos todos lá pra fora. – Falei rápido. – A festa é lá fora, vamos! – Segurei as mãos do Jungkook e nós saímos.

Como eu havia imaginado, Jimin e Hoseok estavam na cama elástica com suas bebês, enquanto Minzy e Minhyuk estavam na piscina de bolinha. Junto com eles, estavam Kyung, o bebezinho ômega do Kisu e da BorA; Jiwon, o beta da Ji Yoon e do Kwon; Helene, a beta da Jéssica e do Kris; e as gêmeas ômegas do MinHo e da Shin-hye, Min Rin e Soo-Min.

A festinha da minha filha estava tão lindinha, toda rosa com bolinha branca, e eu estava apaixonado com cada enfeite.

– Ei gente. – Cumprimentei os meninos que estavam sentados próximos uns dos outros.

– Ei, Taetae. – Baek sorriu. – Luhan me contou que rolou um probleminha á dentro, né.

– Do jeito que eu estou vendo, isso está longe de ser um probleminha. – Jungkook falou sério. – Está mais para um problemão.

– Dramático. – Abracei meu alfa. – Eles são bebês, amor.

– O Taekook rosnou. – Jin gargalhou.

– Está brincando? – Baek gargalhou.

– É sério, ele rosnou. – Revirei os olhos.

– Não faça essa cara. – Jungkook franziu o cenho. – Ele está protegendo a irmã.

– Kookie? – Namjoon sorriu abertamente. – Eles são bebês!

– Tudo bem, viu Namjoon. – Jeon sorriu perversamente e eu já sabia que viria bomba. – O Sehun está nos braços do meu filho, tá? Ah, e agora você tem duas irmãzinhas ômegas, certo? Entendi.

– O Sehun só é amigo do Taetaezinho. – O loiro pigarreou e se mexeu desconfortavelmente na cadeira. – Não é, Jin?

– É sim, amor. Só amigo. – Jin abraçou seu alfa e começou a rir escondido dele, piscando para mim.

– E as gêmeas, meu pai dá conta do recado, né pai?

– Com certeza! – MinHo levantou as sobrancelhas e riu do filho ciumento.

Nós sabíamos que ele seria um pai tranquilo com as meninas.

– Bem, eu vou cumprimentar o restante do pessoal. – Ri soprado. – Vem amor. – Puxei o Jungkook, antes que ele se juntasse com o Namjoon e com o Baek e começassem a discutir assuntos de sogros ali.

– Tae, como você pode estar agindo tão naturalmente assim, com isso? Olha lá... – Ele disse manhoso e apontou para o Taemin que estava de mãos dadas com a Wheein, fugindo do Taekook que corria atrás deles, de mãos dadas com Sehun.

– Benzinho, vem aqui. – O levei até um cantinho, e fiquei de frente para ele. – Amor, eles são bebês. Taetaezinho é apaixonado com o Sehun, porque eles têm quase a mesma idade; e o mesmo acontece entre o Taemin com a Wheein. Eles não estão disputando nada relacionado a namoro, não. Deixa de ser bobo, não tem nada a ver.

– Mas...

– Kookie, eles são bebês. – Insisti. – Wheein e Taemin tem dois anos, Taekook e Sehun têm quatro. Nosso filhote está com ciúmes da irmã, porque na cabeça dele, ela é só dele e pronto. Não tem nada a ver.

– E você não acha que essa proximidade toda, no futuro não poderá se transformar em algo?

– Agora você disse certo. No futuro... daqui há uns dez anos ou mais. Aí, nessa época, nós poderemos chamar os meninos e conversar com eles, caaaaaso algo aconteça, mas até lá, deixe isso quieto. São apenas crianças que se gostam. Imagina que horrível se eles ficassem brigando?

– É verdade. – Kookie sorriu. – Pelos menos um cuida do outro, né?

– Exatamente. – Passei minhas mãos para seu rosto e sorri. – Não tem nada a ver. Nós somos uma família e tudo não passa de amizade.

– Você tem razão. – Ele me abraçou e selou nossos lábios, quando um síncrono “eeeeecccaaaa” foi berrado ao nosso lado, feito por todas as crianças que estavam naquela festa.

– Pestes! – Jungkook brincou. – Foi Taekook que ensinou isso para vocês, não foi, seu sem vergonha.

Meu filhote gargalhou e saiu correndo, com seu pai ao seu encalço, tentando pegá-lo.

– Eu vou te pegar, menino.

– Eu amo o Taetaezinho. – Sehun falou de maneira fofa e sorriu para mim.

– Ele também te ama. – Afaguei os cabelos do pequeno e também sorri.

– Gente, eu sei onde podemos roubar docinhos. – Taekook passou correndo de volta e os meninos o acompanharam, gritando que queria docinho.

Bem, eles são crianças, nós somos uma família e temos uma amizade bem forte.

Isso eu não menti para o Jungkook.

Mas...

Ele não precisa saber dessa declaração de amor e nem precisa saber que eu acredito que essa amizade toda pode se transformar em amor, futuramente.

Até então, nós somos uma família e tudo não passa de amizade.

[Seis anos depois]

– Paaai! – Taekook apareceu correndo no nosso quarto e pulou em cima de nós.

– O que aconteceu, meu filho? – O encarei e vi que o mesmo estampava um sorriso enorme no rosto.

– O que foi? – Jungkook resmungou.

– Olhem! – Ele levantou o braço esquerdo e nos mostrou ela.

A marca.

A lua que se estampou no seu braço, demonstrando que o mesmo ganharia seus poderem em breve, ou não, se puxasse os pais.

– Taekook! – Eu e Jungkook falamos em uníssono, sorrindo abertamente. – Parabéns, bebê!

– Eu não sou um bebê, já faz uma semana que fiz dez anos. – Ele fez um bico.

– E qual será o seu poder? – Perguntei.

– Eu não sei. – Ele respirou fundo. – Mas eu me sinto diferente... como se... o clima se adaptasse ao que eu quisesse. Se eu reclamo do frio, meu quarto esquenta, e vice-versa.

– Será que você vai controlar o tempo? – Jungkook perguntou.

– Eu não faço ideia. – Taekook sorriu e mordeu o lábio. – Mas se for... ficarei feliz.

– Que bom, amor.

– Aah, vou contar para o Sehun! – E assim ele saiu correndo do quarto, fazendo Jungkook me olhar de lado.

– Aí tem coisa. – Ele falou sério.

– Você quem está dizendo. – O abracei. – Nosso bebê ganhou a marca.

– Que orgulho.

[Dois anos depois]

– Papais! – Wheein chegou na sala e se jogou no nosso colo, sorrindo de uma maneira bem fofa. – Eu amo vocês!

– O que você aprontou? – Perguntei, já imaginando o que seria dessa vez.

– WHEEEEEEEEEIN! EU VOU TE MATAR! – Taekook berrou do segundo andar, e logo apareceu no pé da escada. – GAROTAAA!

– O que foi? – Jungkook perguntou, tentando acalmar o filho que deixava sua presença ser extremamente sentida, mas incrivelmente, isso não influenciava a irmã. – O que aconteceu?

A pergunta era idiota, vendo que o meu filho estava com o rosto lotado de Chantilly. Jungkook segurou para não rir, mas se conteve.

– Eu não fiz nada, Taekook, eu estava aqui com os papais. – Ela deu de ombros e me abraçou.

– Wheein. – Ele respirou fundo e cerrou os punhos. – Quando você for dormir, tranque o seu quarto, porque se você deixar uma gretinha, eu vou entrar lá e cortar o seu cabelo igual de homem.

– E o que você entende por cabelo de homem, se o seu namorado tem cabelo grande e você também?

– Meu cabelo não é grande, peste.

– É sim!

– Não é!

– Chega! – Falei mais alto, mas isso só serviu para que minha filha saísse do meu colo e fosse para frente do irmão.

– Se você cortar o meu, eu corto o seu.

– O seu bate na bunda e o meu no pescoço, quem vai sofrer mais?

– Não sei quem vai sofrer mais, mas você reparou que não negou que o Sehun é seu namorado?

– Aah, e você, que vive trocando mensagens com o Taemin? Seu namoradinho.

– O QUE? – Junkook fez sua presença ser sentida, e aí sim, sua filha estremeceu. – QUE HISTÓRIA É ESSA?

– É isso mesmo pai, ela vive agarrada com o Taemin no colégio.

– Eu vou ter que passar a te levar e a te buscar na escola, garota? – Kook fechou a cara.

– Chega vocês três!

– Papai? – Wheein falou manhosa.

– EU DISSE, CHEGA! VÁ PARA O QUARTO, OS DOIS!

– AAAAH, eu te odeio, Taekook!

– Eu também te odeio, peste!

– MAS EU ODEIO MAIS! – Minha filha gritou e no mesmo momento, eu pude ver seus cabelos começarem a ficarem ruivos, enquanto o do Taekook ficava azul.

O clima começou a oscilar, e ficava frio demais ou quente demais.

– Olha seu braço! – Taekook apontou para a irmã, que havia acabado de ganhar a marca.

– Parem de fazer isso com o tempo, por favor? – Pedi.

Taekook já tinha um certo controle sobre seu poder, mas Wheein acabou de descobrir que tinha o mesmo.

– Eu tenho o mesmo poder que você! – Ela disse animada e correu para os braços do irmão.

– Igualzinho, peste! – Taetaezinho gargalhou e abraçou a irmã. – Agora eu posso congelar seu quarto e você pode revidar.

– E se continuarem com essas ideias erradas o MinHo vai tirar os poderes dos dois. – Falei sério.

– Desculpa, papai! – Taekook falou sorrindo.

– Eu vou contar para o Taemin. – Wheein subiu correndo.

– E eu vou contar para o Sehun.

– MAS... – Jungkook começou a falar, mas eu o interrompi com um beijo.

– Eles cresceram, amor. – Falei sério. – Eles precisam de companhia. Wheein não vai ser sua Coelhinha bebê para sempre. Ela precisa de um alfa, assim como Taekook precisa de um ômega.

– Ela briga tanto com o Taemin... – Ele disse manhoso. – Eu achei que ela o odiasse.

– Essa história é bem familiar. – Sussurrei e lhe dei outro beijo. – Talvez não seja ódio. – Mais um selinho. – E sim, amor.

– Você sempre terá uma desculpa para me provar que está certo, não é? – Ele se deu por vencido e eu assenti. – Mas isso não significa que eu irei dá-la de bandeja para aquele loiro pervertido.

– Ele não é pervertido. – Falei sério. – Taemin é um amor.

– Aham... sei. – Ele me beijou, mas ficou encarando a escada.

– Me beije direito, por favor? – Sentei no sofá e o puxei para cima de mim. – Deixe seus filhos com as paixonites deles e cuide do seu ômega que quer carinho.

– Hum, eu vou te dar carinho, então. – Kookie deitou em cima de mim e tomou meus lábios para si, iniciando um beijo intenso.

– Pelo amor dos deuses. – Wheein passou pela sala, sendo seguida por Taekook. – Vou me retirar para não ver essa pornografia.

– EI! – Jungkook gritou. – Para começar, onde você pensa que está indo, e segundo, como você sabe o que pornografia? – Já foi se levantando de mim, me fazendo revirar os olhos. – Volte aqui!

– Ah, eu mereço... – Resmunguei para mim mesmo.

[Três anos depois]

TAEKOOK ON

Eu estava andando pelos corredores do colégio, querendo matar alguém, porque o Sehun desapareceu e não me deu sinal de vida. Já liguei, mandei mensagem e ele não tinha respondido. Meu estresse era tanto, que eu imaginei que não tinha como piorar, mas piorou.

– Taemin, meu pai vai comer meu fígado. – Ouvi minha irmã sussurrar no corredor ao lado, e se estava acontecendo algo que fizesse meu pai comer o fígado dela, com certeza isso faria com que eu também comesse.

– Wheein... pelo menos uma vez, deixa eu te bei...

– Mas que porra está acontecendo aqui? – Apareci bufando no corredor e fiz os dois darem pulinhos, assustados – Sai de perto da minha irmã. – Falei para o loiro que estava encostado no armário ao lado da mesma.

– Taekook, não aconteceu nada! – Ela me encarou com os olhos arregalados.

– Não aconteceu porque eu cheguei a tempo.

– Não foi. – Ela insistiu.

– Tae, eu nunca fiz nada com a sua irmã. – Taemin revirou os olhos.

– Cala sua boca. – Apontei para ele. – Agora, você. – Apontei para minha irmã. – O papai vai ficar sabendo.

– Sabendo de quê, Taekook? Eu não fiz nada!

– Vocês são crianças. – Falei sério.

– Para! Eu tenho dois anos e menos que você.

– Gente, aquele não é o Sehun? – Taemin saiu correndo e apoiou na janela do corredor, vendo que o ômega estava sendo encurralado por outros alfas do lado de fora. – Sehun! – Ele gritou e saiu correndo, com Wheein e eu saindo correndo atrás.

Nós saímos do prédio e corremos até os alfas. Taemin já enfiou um soco na cara de um deles, e Wheein pulou nas costas de outro, agarrando-lhe pelo pescoço e o enforcando.

Graças à academia do meu pai, todos sabíamos lutar, e bater naqueles alfas, seria a coisa mais fácil do mundo.

– Que gracinha, o namoradinho veio salvar a princesa indefesa.

– Tae? – Sehun choramingou e eu vi que ele estava chorando e com um machucado perto da boca.

– Eu vou acabar com você, seu verme. – Corri até o alfa, mas o mesmo se teletransportou e foi para longe de mim. – AAAAH, VOCÊ ESTÁ COM MEDO DE MIM? – Gritei. – Pois bem.

Eu caminhei até o carro extremamente caro do outro e passei as mãos sobre o mesmo, do capô até o porta malas, transformando o automóvel numa escultura de gelo em formato de carro.

– Pare! – O alfa voltou e tentou se aproximar de mim, mas Sehun o paralisou, e Taemin o fez levitar, com a mente.

– Olha como seu carro agora se transformou em gelo. – Gargalhei. – E agora, o que um garoto do terceiro ano, que se acha, vai fazer com uma escultura de gelo na garagem?

– Que escultura? – Wheein sorriu perversamente e encostou o dedo indicador no que antes era um carro, e esquentou a temperatura ali, fazendo a escultura derreter, e ir se transformando numa mera poça de água no chão.

– Eu odeio vocês! Meu carro! Eu vou pegar vocês! – O alfa ficou nos ameaçando, e tentando descer, mas sem sucesso.

– Experimenta mexer com a gente de novo. – Falei sério. – Da próxima vez, é você que vai virar uma poça de água. – Sorri de forma sarcástica e fui ajudar o Sehun, que ainda estava caído no chão. – Você está bem? – Perguntei, ao que sentia me coração apertar por vê-lo daquele jeito.

– Estou.

– Por que você não se defendeu, marmota? – Wheein perguntou, enquanto pegava o material do outro que estava espalhado ali.

– Eles todos fizeram a presença deles ser sentida e eu fiquei com medo. – Respondeu baixinho.

– Tudo bem, vamos. – O segurei pela cintura e o ajudei a ficar de pé. – Eu vou cuidar do seu machucado.

Agora aquele alfa sabe. Ele não pode se meter com a gente, porque se meter, ele vai arranjar uma briga enorme.

Eu e a Wheein controlamos a temperatura. De uma forma ou de outra, herdamos o gelo e o calor dos nossos pais. Nós aumentamos e diminuímos a temperatura das coisas, e conseguimos fazer o clima esfriar ou esquentar.

Frio e calor, é com a gente mesmo.

Taemin e Sehun têm o poder da telecinese, ou seja, eles controlam as coisas com a mente.

As gêmeas do MinHo ficavam invisíveis.

As primas Soyoung e Jung EunJi, puxaram os poderes dos pais, assim, as mesmas controlam o fogo, e também adaptaram o estilo ruivo.

Kyung, o filho do Kisu com a BorA, herdou um pouco dos dois pais. Kisu tinha poder, mas BorA não; então, ele não tinha um poder destes que você mexe a mão e controla algo, mas a mente dele, puxou bastante a do Kisu, assim, o garoto é um gênio, extremamente inteligente e que é capaz de construir qualquer coisa; com isso a casa do mesmo tinha uns três robôs, que faziam tudo o que o garoto queria. Não chegava a ser um super poder, mas que ele era bem mais além do que os garotos normais, ah isso ele era.

Helene controlava a água, e seus olhos azuis lhe caíam bem; parecia com seu poder.

Já Jiwon controlava o ar, fazendo-o transformar em pequenos redemoinhos, criando ventos e até mesmo vácuo. Um dia, um menino as sala dele foi fazer gracinha com a Helene, a chamando de esquisita pela cor dos olhos, e Jiwon tirou todo o oxigênio de perto do garoto, fazendo-o respirar apenas gás carbônico e desmaiar.

Foi heroico.

E é notável que eles se amam.

Então, sabendo de tudo isso, é bom que tenham cuidado com a gente.

Porque mexeu com um, mexeu com todos.

****

– Sente-se aqui. – Falei para Sehun, o colocando sentado na minha cama.

Fui até meu armário, peguei minha maleta de primeiros socorros e voltei para perto do ômega.

– Por que você não atendia minhas ligações? – Perguntei sério. – Eu fiquei preocupado.

– Me desculpe. – Sehun murmurou.

– Então, não vai me falar o motivo? – Coloquei algodão com sabão na boca dele, onde estava machucado.

– Eu tinha saído para te fazer uma surpresa.

– Surpresa? – Franzi o cenho e encarei o ômega, confuso.

– Eu queria te comprar aqueles bombons que você viu na loja ontem. Mas se eu atendesse suas ligações, você não me deixaria ir até lá... só que no meio do caminho, aqueles alfas me pegaram e roubaram os bombons.

– E adiantou ir escondido de mim? – Perguntei sério e ele acenou negativamente.

– Me desculpe. – O ômega falou baixinho e eu senti meu coração apertar.

– Ei, não fique assim. – Levantei seu rosto e o fiz olhar em meus olhos. – Obrigado por querer me fazer uma surpresa.

– Mas não deu certo. – Sehun começou a chorar, e aquilo definitivamente acabava comigo.

– Não chore, por favor? – Segurei seu rosto com as duas mãos e me aproximei. – Eu não suporto te ver chorando. – Sussurrei. – E você chora demais. Já pensou no quão doloroso isso é para mim?

– Taekook, não fale essas coisas? – Ele pediu.

– Por quê?

– Porque quando você fala assim... – Suspirou. – Eu até acho que eu realmente sou importante para você.

– E você apenas acha? – Franzi o cenho. – Como que você pode apenas achar uma coisa dessas? Sehun, pelos deuses! – Me levantei da cama e baguncei meu cabelo.

– Taekook, não fique bravo comigo?

– Eu não estou bravo com você. – Falei sério e voltei a me sentar. – Sehun, olha nos meus olhos e me diz uma coisa.

– Que coisa?

– Você ainda não percebeu que eu te amo?

– Eu... – Ele engoliu em seco, como se estivesse com medo de admitir.

– Se não percebeu, eu vou te mostrar, então. – Segurei a nuca do ômega e selei nossos lábios, fazendo-o suspirar.

Eu sempre quis beijar o Sehun, mas nunca tive coragem por pensar que ele não gostava de mim, mas agora, foda-se tudo.

Eu queria esse ômega para mim.

Mais do que tudo.

– Eu também te amo, Taekook. – Ele murmurou entre o beijo.

– Você será meu. – Sussurrei.

– Eu já sou seu. – As mãos pequenas do ômega acariciaram meu rosto. – Eu sempre fui. Mas tem um problema.

– Qual?

– O meu pai. – Ele sussurrou.

– Eu peço a permissão dele para namorar você, isto é, se me quiser.

– Eu quero muito. – Sehun me abraçou forte. – Eu sempre gostei de você, Taekook.

– Eu também sempre gostei de você, Hunie. – O puxei para mais um beijo.

Depois de experimentar aqueles lábios, eu não pararia mais.

Eu precisava do Sehun para me sentir completo.

[Um ano depois]

WHEEIN ON

– Taemin, me dá um sossego! – Entrei no meu quarto, mas o alfa veio atrás de mim.

– Wheein, por que você fica de conversinha com aquele Hanguk o tempo todo?

– Porque ele é meu amigo? – Respondi de maneira óbvia. – E você já ocupa seu tempo demais com aquela Hyeri. – Dei de ombros.

– Para, Wheein, eu só converso com ela quando você me deixa de lado.

– Então eu vou te deixar de lado agora, pode ir embora! Você é muito chato e eu não te suporto.

– Eu sei que você está mentindo. – Ele cruzou os braços.

– Sai do meu quarto, ou eu chamo meu pai. Você precisa aprender a não bater nos outros, só por estarem conversando comigo.

– Mas...

– SAI! – Gritei e ele obedeceu, mas eu sabia, que para tê-lo de volta ia demorar bastante, porque se tem uma coisa que Taemin guarda, essa coisa é rancor.

Ele saiu do meu quarto extremamente frustrado e eu estava muito brava com ele. De repente, senti a presença deum alfa, e achei que ele tinha voltado, mas era só o meu irmão.

– O que aconteceu? – Ele apoiou na porta e cruzou os braços.

– Esse Taemin é um babaca. Ele me irrita, bate nos outros por minha causa... ele é um mané.

– Eu não vou deixar ele chegar perto de você de novo. – Taekook entrou no quarto e me abraçou. – Para começar, ele nem devia estar dentro do seu quarto.

– Eu sei. – Respondi séria. – Mas e você, por que está com essa cara? – Eu sabia quando meu irmão estava triste, só de passar perto dele.

– Ah, Cenourinha... – Ele sai do abraço e se jogou na minha cama, logo tampando os olhos. – O Sehun terminou comigo.

– Por quê? – Ajoelhei na cama e passeia fazer carinho nos seus cabelos.

– Porque eu sou um idiota.

– O que aconteceu?

– Nós brigamos. Ele foi na sorveteria com um amigo, eu fiquei a tarde toda ligando para ele e ele não me atendia... aí eu fui até a casa do tio Jin e do tio Nam, e quando ele chegou, eu xinguei ele de todas as formas possíveis...

– Aí ele te chamou de ciumento, de estressado, de exagerado, disse que o relacionamento de vocês é baseado em crise de ciúmes... acertei?

– Como você sabe? – Ele já disse com os olhos marejados. – Ele disse que eu não confio nele e que se for assim, ele quer distância de mim...

– O amigo é um alfa? – Perguntei.

– Não. – Taekook passou a chorar desesperadamente. – Eu sou um idiota.

– Não chora? – Meus olhos marejaram. – Eu não gosto de te ver chorando.

Meu irmão passou o braço pela minha cintura e me puxou para me deitar ao seu lado. Eu o abracei e passei a chorar junto a ele. Sempre foi assim, se ele chora, eu também choro.

Nós brigamos, batemos um no outro, mas dividimos sentimentos como ninguém.

Na verdade...

– Taekook? – Ouvimos a voz da Minzy no corredor.

– Às vezes, essa ligação que eu tenho com a Minzy, me atrapalha.

– Biscoitinho? – Ela entrou correndo no quarto. – O que foi?

– Cadê a Trufinha? – Minhyuk entrou logo atrás da irmã e veio me abraçar. – Por que você está chorando?

– Eu choro quando ele chora, e vocês sabem disso. – Falei de um jeito manhoso.

– Você quer conversar? – A Minzy segurava as mãos do meu irmão e ele apenas assentiu. – Vamos para o seu quarto. – Ela pegou o Taekook e o tirou dali.

– Eu tento dizer para ela que não precisa disso tudo, mas quando ela sente que ele está triste, ela precisa vir correndo. – Minhyuk sorriu.

– Até parece que você não faz o mesmo. – O puxei para se deitar comigo.

– Eu faço mesmo. Como hoje... eu sinto que você não está feliz, o que aconteceu?

– Sabe o Taemin?

– Sei. – Ele riu soprado e me abraçou. – O que tem ele?

– Então... – E aí eu comecei a contar a história dele batendo no meu colega e me deixando de lado por causa da outra garota.

Falei os mínimos detalhes e acabei deixando algumas lágrimas escapulirem, já que eu sei que sentiria falta daquela peste.

– Você gosta dele... por que não assume?

– Eu não sei se gosto.

– Você gosta. – Insistiu.

– Meu pai me mataria se eu dissesse que gosto dele.

– Seu pai não pode te prender para sempre. Você está crescendo...

– Taekook também não aprova.

– Não é questão de aprovar. Ele gosta do Taemin, mas você é a princesinha dele, né...

– Eu sou a cenourinha. – Gargalhei baixo. – Ele me chama de Cenourinha, porque eu tenho dentinhos de coelho. Puxei os dentes do papai Jeon e ele puxou o sorriso do papai Tae.

– E você chama ele de quê?

– Tirando o “peste”?

– Sim.

– Chamo de maninho, de herói, Biscoitinho, meu doce...

– E quanto ao Taemin, de que você gostaria de chama-lo?

– Dindo, independente do que eu vir a ser do Taemin, ele sempre será a praga, porque ele é muito chato. – Ri soprado.

– Isso é só até você aprender a chama-lo de amor.

– Não sei se quero chama-lo assim.

– Você quer.

– Como sabe?

– Está estampado nos seus olhos.

– Eu posso conviver com isso. – Falei mais para mim, do que para o Minhyuk. – Eu posso viver sem um alfa.

– Se é o que diz...

[Uma semana depois]

TAEKOOK ON

Todos os meus tios e meus avós vieram aqui para casa, para fazerem um churrasco. Eles chegaram cedo, mas acabaram deixando os filhos aqui e saindo para comprarem as coisas.

Wheein está fugindo do Taemin e se trancou no quarto. O alfa fica conversando com as primas ruivas Soyoung e EunJi, e com Kyung.

As gêmeas Min Rin e Soo-Min ficam pulando corda no quintal, junto com Helene e Jiwon.

E sobra o Sehun, que está na sala da minha casa, sentado sozinho, olhando para os meninos brincando lá fora.

Eu tentei mandar mensagens para ele, mas o mesmo não me respondeu, o que me deixou muito chateado e pensativo a respeito de puxar conversa ou não.

Eu sei que ele não queria falar comigo, mas acabei criando coragem e saindo do quarto, para falar com ele. Desci as escadas e vi o ômega no sofá, de cabeça baixa e cantarolando uma música triste.

– Sehun? – Chamei, quando me aproximei e ele apenas parou de cantar. – Posso conversar com você?

– O que você quer?

– Te pedir desculpas por ter sido um idiota. – Me sentei ao seu lado. – Me perdoe, Hunie?

– Você não confia em mim, Taekook. Por que eu te perdoaria?

– A questão não é confiar. – Falei sério. – A questão é ficar preocupado com você, ficar te ligando, com medo de ter acontecido algo e você não me atender. Eu deixei o ciúme falar mais alto, mas eu fico preocupado com você.

– Você disse que um ômega não pode ficar com outro e que isso chega a ser nojento. – Ele me encarou com os olhos marejados. – Você achou que eu estava ficando com ele.

– Sehun, eu te amo. – Falei sério. – Eu estava nervoso, falei isso da boca pra fora. – Me aproximei mais e peguei sua mão. – Eu sei que você nunca me trairia e muito menos ficaria com um ômega. Tirando a parte da preocupação, tudo o que eu disse foi da boca pra fora. Eu me preocupo, Hunie e não me perdoaria se acontecesse algo com você.

– Você é um idiota. – Ele disse no meio do choro.

– Eu sei. – Me aproximei mais e segurei seu queixo, fazendo-o olhar para mim. – Volta para mim? Por favor, Sehun, eu sinto tanto a sua falta.

– Tae...

– Sinto falta de você, dos seus beijos, dos seus carinhos, do seu cheiro, do seu toque... É sério que você não me quer mais e que prefere ficar longe de mim?

– Não. – Ele sussurrou.

– Eu te quero tanto... – Suspirei e acariciei seu rosto, afim de limpar as lágrimas que ali desciam. – Posso te beijar?

Sehun selou nossos lábios com precisão e acariciou minha nuca, puxando os cabelos de leve e me fazendo arrepiar.

– Eu te amo. – Sussurrou entre o beijo.

– Também amo você.

[Um ano depois]

WHEEIN ON

Era, finalmente, o meu aniversário de 15 anos. Ao invés de fazer uma festa, nós iríamos jantar num restaurante que a minha família inteira gostava. Um típico italiano no centro da cidade.

Esse restaurante era mais antigo, mas marcou a família, quando meu vovô MinHo reservou o lugar pouco depois da sua inauguração, para comemorarem seu namoro com a vovó Shin.

Eu estava feliz, porque todos estariam reunidos ali por mim, e desde que me entendo por mim, eu fico feliz nessas datas comemorativas, por ver que minha família inteira se reúne por minha causa.

Eu me sinto importante, e é assim que me fazem sentir.

Depois de colocar uma roupa bem bonitinha, que o Taekook me deu de presente, eu comecei a passar a maquiagem, mas alguém bateu na porta e me interrompeu dos meus serviços.

– Entra! – Falei mais alto, pensando que podia ser meu irmão, um dos meus pais, ou o Minhyuk. Mas eu não podia estar mais enganada.

– Wheein? – A voz de Taemin soou, assim que a porta foi aberta, e sem entender o porquê – ou entendendo até demais -, meu coração disparou e eu olhei desesperada para a porta.

Ele estava com uma calça preta, um Nike branco, uma camisa da mesma cor do tênis e jaqueta de couro. Seus fios loiros estavam penteados num topete e nas mãos, ele trazia um buquê de flores e uma caixa de presente.

Ele estava simplesmente lindo.

– Posso entrar? – Perguntou.

– Ah, sim. – Me levantei rápido e fui recebe-lo. – Entra! – Sorri meio sem graça, já que desde a nossa última briga, que foi a mais ou menos um ano, nossa amizade mudou muito e acabamos por nos afastar; isso obviamente não me fez odiá-lo, mas ao vê-lo tão lindo assim, eu cheguei à conclusão de que eu estou mais apaixonada por ele.

– Posso te dar um abraço? – Ele falou sério, pouco depois de fechar a porta a trás de si.

Eu gostaria de ressaltar que ele não deveria ter fechado a porta, porque se o Taekook ou meu papai Jeon soubessem que estávamos no quarto com a porta fechada, eles apareceriam ali com espadas, arcos e flechas, declarando guerra; mas a única coisa que fiz, foi sorrir.

Taemin colocou as flores e o presente em cima da cama e se aproximou devagar, passando os braços pela minha cintura e me dando um abraço apertado, que me fez parar de respirar.

– Eu sinto a sua falta. – Ele sussurrou no meu ouvido, e instantaneamente, meus pelos dos braços se arrepiaram.

– Eu também sinto a sua. – Retribuí o abraço e o senti colar mais nossos corpos.

Eu estava ficando nervosa.

– Você está linda, Wheein. – Suas mãos afagaram minhas costas.

– Você também está, Taemin. – Confidenciei.

– Eu quero saber uma coisa.

– Que coisa?

– Você vai continuar me ignorando como anda fazendo há um ano?

– Não. – Falei com sinceridade. – Não sei nem como consegui te ignorar por tanto tempo.

– Você me ignorou porque eu deixei. – Ele riu de forma convencida, com os lábios ainda colados na minha orelha.

– Deixa de ser abusado. – Também sorri.

– Tá, então, eu vou te dar seu presente. – Ele desfez o abraço e eu quis puxá-lo de volta, mas não o fiz. – Eu vi essas flores na floricultura e realmente achei que combinavam com você. Já está fazendo 15 anos, então é bonito ganhar flores.

– Obrigada. – Sorri envergonhada, e pequei o buquê de rosas vermelhas na sua mão.

– Agora, sobre o presente, eu realmente espero que goste. – Ele segurou a caixinha e riu de lado. – Meus pais já encarregaram de te comprar um presente digno de 15 anos; já eu... eu quis te dar algo que eu penso que pudesse ter algum valor sentimental para você.

– E o que é? – Mordi os lábios em expectativa.

– Veja você mesma. – Taemin me entregou a caixa, e rapidamente eu desfiz o laço e abri a tampa, encontrando um álbum enfeitado à mão, com todas, digo todas as fotografias que nós temos juntos, desde que nascemos. Tinha de tudo ali. Tinha o dia em que roubamos o chocolate do Taekook e nos lambuzamos por inteiro, tinha foto do meu aniversário de um ano, tinha do aniversário dele, de nós dois no parquinho, na academia do papai Tae, treinando nossos poderes com o vovô MinHo...

– Tae... eu amei, sério. – Ri soprado, deixando uma lágrima escapulir.

– E ainda tem esse. – Ele retirou do fundo da caixa, um porta-retratos vazio, mas lindo. O porta-retratos mais lindo que eu já vi. – Está vazio, porque... bem, dando um pequeno spoiler do presente dos meus pais, que será uma câmera fotográfica... – Falou de maneira divertida e eu arregalei os olhos, afinal, eu amava fotografia. – Esse porta-retratos é para você tirar foto de um momento especial, colocar aqui e deixa-lo sobre sua escrivaninha.

– E precisa ser uma foto nossa? – Perguntei divertida.

– No porta-retratos, você coloca a foto que quiser... mas tem como aumentar esse álbum, sabe? Colocar mais fotos nas folhas em branco... eu ficaria feliz se você o fizesse.

– Eu farei. – Sorri envergonhada, e deixei os presentes sobe minha cama, para abraça-lo mais uma vez. – Me desculpe por ter sido uma idiota com você.

– Você não foi.

– Fui sim, Taemin. Você também foi, claro, mas eu acho que não precisava de me afastar por tanto tempo.

– E então? – Ele se afastou e fitou meus olhos, bem de perto. – Valeu a pena ter se afastado? Foi bom para você?

– Não. – Murmurei e ele sorriu de lado.

– Me doía tanto ter que te ver todo dia, mas não poder chegar perto.

– Você podia ter chegado.

– Não podia porque você não ia deixar. – Taemin passou a acariciar meu queixo. – Esse álbum é um pedido de desculpas por ter sido tão idiota com você. Todos os nossos momentos juntos e felizes que tivemos, e que foram jogados no lixo por causa dos meus ciúmes.

– Foram jogados no lixo? – Levantei as sobrancelhas.

– Foram, não foram?

– Eu não joguei nada no lixo, e você parece que também não. – Olhei de lado para o álbum de fotos e ele sorriu soprado, ao encarar o ponto que eu observava.

– É... então parece que nada foi jogado no lixo. – Comentou.

– Nada. – Respondi séria e virei o rosto para encará-lo. Taemin fez o mesmo que eu e nossos rostos ficaram a milímetros de distância.

Seus olhos se focaram nos meus, e aquele arrepio percorreu meu corpo mais uma vez, me fazendo morder o lábio inferior, meio envergonhada.

– Eu te amo. – O alfa sussurrou para mim e passou a acariciar meu rosto.

– Tae? – Engoli em seco.

– Eu estou falando sério. – Ele se aproximou mais e fez a ponta dos nossos lábios se tocarem. Eu não o afastei e simplesmente fechei os olhos, deixando claro que eu permitia que ele enfim me beijasse.

Taemin selou nossos lábios com delicadeza e deu um beijo estalado, antes de fazer menção em se afastar e eu puxá-lo de volta.

Nós iniciamos um beijo lento, já que eu não tinha experiência alguma com beijo e ele parecia que não queria avançar meu espaço. Era um beijo meio desajeitado, mas eu confesso que estava gostando até demais. Eu realmente gostava do Taemin.

O loiro parou o beijo e mordeu o lábio, meio pensativo.

– O que foi? – Murmurei. – Foi tão ruim assim?

– Não, é que... é melhor pararmos por aqui.

– Por quê? – Perguntei inocente e ele apenas sorriu de maneira perversa. – Que nojo de você, Taemin.

– Wheein, eu sou um homem e quando o contato é muito gostoso, certas coisas acontecem! Não me julgue!

– Pare de gritar, imbecil! Quero só ver se meu papai Kookie ou o Taekook aparecerem por aqui e ouvirem isso. – Respirei fundo. – Ah que vergonha... você é um tosco.

– Eu não posso fazer nada se você me exc...

– Cala a boca. – Sorri envergonhada e tampei o rosto. – Então quer dizer que o contato foi gostoso? – Voltei a encará-lo, querendo saber o que ele achou do meu primeiro beijo.

– Foi tão bom, que eu quero mais.

– Nem pensar! Pra você ficar desse jeito? – Apontei para sua ereção.

– Não vai acontecer isso sempre, Wheein. Mas eu tinha tanta vontade de fazer isso, que a reação aqui foi meio exaltada.

– Você não presta. – Ri soprado. – Mas eu devo confessar que também tenho sentimentos fortes por você. – Assumi e o vi sorrir abertamente.

– Trufinha, namora comigo? – Eu arregalei os olhos.

– Você está louco? Me beija uma vez e quer namorar comigo?

– Na verdade, eu quero namorar você, desde o dia em que aprendi a pronunciar seu nome.

– Não, Taemin!

– Você está me rejeitando?

– E meu pai? E meu irmão?

– Eu estou pedindo para você. Se caso você aceitar, eu peço permissão para eles. Para o Minhyuk também, já que ele já deve até saber desse beijo que rolou aqui.

– Mas...

– Tudo bem, se não me quer, eu posso conviver com isso.

– Não, não é isso! É que...

– Que?

– Ah Taemin, eu quero, mas não sei como falar.

– Sim ou não, Wheein! Qual a dificuldade disso?

– Ah caramba! – Cocei a cabeça e sorri de nervoso.

– Ah garota, você é muito complicada! Pelos deuses! Sim ou não?

– Tá. Sim. É eu acho que é sim.

– Acha? – Ele franziu a sobrancelha.

– Para de dificultar para mim? – Fiz um bico, o que fez o alfa gargalhar e me abraçar.

– Eu estou brincando com você, peste.

– Agora você tem que pedir meus pais. – Falei sério. – E o Taekook e o dindo.

– Tá, vamos lá. – Ele pegou minha mão e me puxou para fora do meu quarto.

****

TAEHYUNG ON

Eu estava muito feliz.

Nossa menininha estava completando 15 anos, era muito esperta e inteligente; um verdadeiro orgulho para os papais.

Taekook estava lá, todo apaixonado com o Sehun, fazendo tudo o que o ômega queria, só para agradá-lo, dando um ótimo exemplo de alfa.

Jungkook estava meio bravo no início da noite, porque ele imaginou que a princesinha dele nunca cresceria; mas esses pensamentos foram cortados quando Taemin pediu nossa permissão para namorar a Wheein.

Claro que nós deixamos, até porquê, aqueles dois se amam e não é de hoje; mas meu alfa ficou tão nervoso, que depois de permitir e etc, ele foi para o quarto e chorou igual a uma criança. Eu disse que não era pra tanto, e que a Wheein já era crescida, e que nós deveríamos prezar pela felicidade deles.

Depois de chorar muito no meu colo, ele entendeu que o Taemin era um bom alfa, amigo da família, e que sempre fez a nossa pequena feliz. O que obviamente era verdade.

Então nossa noite começou com esse pedido de namoro; depois nos reunimos e viemos para o restaurante italiano, escolhido pelo MinHo, afim de comemorarmos o aniversário da nossa filhota com um super rodízio de pizzas deliciosas.

Nós fizemos um brinde, comemorando as nossas lembranças nossas memórias, nossas uniões, e todas as felicidades que levaremos para a vida.

Quando eu paro para pensar no que eu tinha há anos atrás, antes de entrar naquele alojamento, eu me lembro de ter meus pais e meu primo idiota. Depois eu fui para o alojamento, conheci meus amigos, conheci o Jungkook, que se tornou o amor da minha vida; ganhei uma família nova, maior, cheia de carinhos e amores.

Todas aquelas pessoas eram imensamente especiais para mim. Cada sorriso, cada abraço, cada palavra de carinho que era trocada ali, me fazia sentir a pessoa mais feliz do mundo.

Não existem palavras, em qualquer idioma que for, que sejam suficientes para que eu possa expressar o tamanho da minha felicidade; o tamanho do amor que eu sinto quando estamos todos juntos.

Não há amor maior e mais sincero nesse mundo.

– Eu te amo. – Jungkook sussurrou no meu ouvido. – Obrigado por estar sempre comigo e ser essa pessoa maravilhosa que você é.

– Eu também te amo. – Respondi no mesmo tom. – E obrigado por nunca ter desistido de mim e ter me mostrado que você é a pessoa mais preciosa desse mundo.

O alfa se inclinou, me deu um selinho e depois beijou a marca, me fazendo arrepiar.

– EI, O QUE ACHAM DE FAZERMOR NEVAR? – Taekook falou animado.

– Seria ótimo! – Wheein sorriu abertamente. – Meu primeiro aniversário com neve e eu adoraria fotografar isto!

– Então vamos! – Meu – para sempre – filhote se levantou e nós fomos atrás dele.

Taekook começou a  mover as mãos no ar, criando os floquinhos de neve, enquanto a Wheein controlava o clima, para não esfriar muito e nos fazer morrer de frio.

Cada floquinho foi caindo, enfeitando aquela praça maravilhosa, e fazendo as crianças gritarem de alegria, já que neve, não era uma coisa muito comum na cidade.

Estava tudo perfeito.

Não tinha como ficar mais lindo.

Jungkook me abraçou por trás e escondeu o rosto no meu pescoço, dando um beijo ali, ao que observávamos a alegria de todos.

Era contagiante, era mágico, era único.

Não havia nada tão perfeito, não havia ninguém como nós.

Nós éramos a maior e mais linda família.

Era o Link que nos unia e fazia cada emoção atingir o coração de cada um.

A emoção que nós levaríamos para a vida e mais além.


Notas Finais


Então, finalmente o último extra e eu espero muito que vocês tenham gostado.
Eu tinha muita coisa para falar, mas acabei esquecendo, aff kkkkk
Como pediram, o Taekook ficou com o Sehun UAUAHAU
Enfim, muitíssimo obrigada pelo carinho imenso de vocês, nunca imaginei que eu conseguiria fazer tanta gente gostar tanto dessa fic! Vocês são incríveis!!

Enfim, é isso!!
Um beijão e até as próximas fics!!! <3


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