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História Link - Boas ou segundas intenções?


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 6 - Boas ou segundas intenções?


Fanfic / Fanfiction Link - Boas ou segundas intenções?

Quando eu acordei, Jungkook já tinha se levantado e arrumado sua cama. A janela estava um pouco aberta e entrava um ventinho agradável que mexia a cortina.

Levantei e fui fazer minhas higienes, passando uma dificuldade enorme para tomar banho e não molhar o braço machucado, pois, e enfermeira indicou um jeito específico de higienizar o local e eu tinha que trocar o curativo pelo menos duas vezes por dia, tal coisa eu faria após o banho.

Vesti meu roupão e me sentei na cama, pensando em como eu faria para vestir a roupa com uma mão só. Depois de muito pensar e depois de muita dificuldade, consegui vestir minha cueca e uma calça qualquer.

– Agora falta a blusa... – Suspirei e me sentei na cama de novo.

– Olha, já acordou. – Jungkook entrou de repente no quarto.

– É, estou aqui pensando como vou fazer para vestir essa blusa.

– Deixa eu te ajudar. – O moreno deixou uma sacola em cima da sua cama e andou até a mim.

– Não precisa. – Eu disse, mas fui ignorado.

– Deixe eu colocar em você. – Jeon ajeitou a blusa e a passou pela minha cabeça, depois enfiando meu braço bom na manga direita e depois com todo o cuidado do mundo, passando meu braço machucado pela manga esquerda. – Pronto. Doeu? – Disse num tom de zombaria.

– Cala a boca. – Xinguei.

Comecei a tirar o curativo do braço, para limpar, mas parece que Jungkook resolveu me adotar hoje.

– Deixa que eu faço isso. – O mais novo se sentou na cama e pegou meu braço, tirando todo aquele curativo, esparadrapo, gaze e tudo mais o que tinha ali, deixando meu machucado exposto.

– Isso ficou horrível. Vai deixar cicatriz e vai doer pelo resto da vida. – Reclamei.

– O meu também está assim, Tae, não se preocupe.

– Mas o seu não vai doer pro resto da vida. Eu desloquei o braço, agora eu vou custar a lutar com o braço esquerdo de novo...

Jungkook se levantou, pegou os produtos de higiene e mais coisas para um curativo novo.

– Deixa seu braço quieto, você ainda não pode mexer com ele. – O garoto ordenou, enquanto limpava meu machucado.

– Isso dó muito...

– Para de reclamar.

– Eu estou falando sério. Isso está doendo demais.

– Eu sei que dói, mas temos que limpar, né? – Eu reclamava de tudo, mas ele não tirava sua atenção do meu braço nem um minuto, e limpava com muito cuidado para não me machucar.

Apesar de todo o cuidado do Jungkook, ao limpar meu machucado, não tinha como aquilo doer menos. Um pedaço do braço arrancou por causa da flechada e o machucado estava fundo, então, não tinha jeito de segurar as lágrimas.

– Deixa de ser fresco. – Ele brincou comigo e tentou me fazer rir, sem sucesso.

– Eu vou jogar esse sabão no seu olho, se você me chamar de fresco de novo. E se você chorar, eu ainda chuto a sua bunda. – Xinguei, mas só recebi gargalhadas de volta.

– Ficou a cicatriz né? – Comentei, quando vi a marca que eu fiz com a espada na sua bochecha esquerda.

Jungkook me olhou confuso, mas quando eu passei o dedo por cima, ele entendeu o que eu estava falando.

– Sim, ficou a cicatriz. – Ele sorriu. – Serve para me lembrar de nunca abraçar um ômega por trás.

– Serve para te lembrar de nunca fazer gracinha comigo. – Corrigi.

– Isso. Tenho que ter cuidado com você. Eu tenho medo de você, Taehyung.

– Bom mesmo. – Sorri.

Decidi ficar calado até ele terminar todo o seu serviço. Depois de uns 30 minutos, já estava tudo limpinho e um novo curativo já estava prontinho, evitando que meu braço tivesse contato com qualquer tipo de sujeira.

Um ato inesperado do Jeon, me fez assustar e ficar confuso ao mesmo tempo: ele beijou meu braço e sussurrou que ele ia ficar melhor bem rápido.

– Obrigado. – Sussurrei e fitei seus olhos.

– Quando precisar de ajuda, Tae, me chama. Para com essa teimosia de que não posso encostar em você. Se fizer um esforço errado, você pode atrasar a recuperação do seu braço.

– Tudo bem... – Encarei o curativo envergonhado.

– AAAAAH – Ele gritou e eu dei um pulinho de susto.

– Seu filho da mãe, se gritar no meu ouvido de novo...

– Cala a boca, Taehyung. – Ele se levantou e pegou a sacola em cima da sua cama. – Tenho uma coisa para você. – Jungkook voltou para perto de mim e tirou de dentro da sacola, uma embalagem da........ Alice Table.

– ALICE TABLE? – Gritei. – Jungkook?

– Abre logo e para de gritar, deixa de ser doido, alguém pode ouvir.

Puxei a orelhinha da embalagem, e a mesma abriu, revelando um bolo de chocolate com morangos.

– Jungkook, como você conseguiu isso? Você é louco?

– Come logo. Quero saber se está bom. – Ele abriu um sorriso lindo.

Peguei a colherzinha e tirei um pedaço enorme do bolo, sentindo aquele gosto nostálgico que eu tanto amava.

– Nossa... é de fato da Alice Table. – Apertei os olhos, quando senti que ia chorar.

– O que foi, Tae, não gostou?

– Você não sabe, Jeon, mas quem toma conta da parte da sobremesa da Alice Table, é minha mãe. Foi ela quem fez esse bolo. – Não consegui segurar e deixei algumas lágrimas rolarem, logo passando a mão por cima, para enxugar. – Desculpe.

– Então quer dizer que aquela moça gentil da loja é sua mãe?

– Jungkook... como você viu a minha mãe?

– Como está o bolo? – Ele tentou mudar de assunto.

– Jeon?

– Taehyung, eu não vi sua mãe. O bolo está bom?

– Está. – Consegui sorrir. – Você não me convenceu e eu quero saber dessa história direito.

– Tae, curte o bolo e deixa isso para lá.

– Posso saber com qual intenção você comprou esse bolo? – Perguntei, semicerrando os olhos e esticando a colher para que ele pudesse provar um pedaço. – Você tinha boas ou segundas intenções?

– Intenção nenhuma. – Ele disse de boca cheia. – Você queria um bolo da Alice Table e eu te trouxe um.

– Seu lábio está sujo. – Comentei, apontando para o mesmo.

– Está olhando para os meus lábios, Tae?

– Não sou cego e o sujo está grande. Qualquer um veria isso aí.

– Limpa para mim? – Ele pediu com um sorriso travesso.

– Limpo, vem cá, vou meter a mão a sua cara e o sujo vai sair rapidinho.

– Que delicado. – Jungkook sorriu. – Me dá mais um pedaço?

– Você é muito folgado, mas eu não vou te xingar por isso, porque você conseguiu um bolo para mim.

Terminamos de comer o bolo e eu fiquei sentado na minha cama, vendo Jungkook organizar algumas coisas dele.

– Tem umas coisas aqui que eu vou jogar fora. – Ele comentou.

– Quais coisas?

– Essas pinturas que eu fiz da minha família... eles são uns idiotas e eu não quero nada que me faça lembrar deles.

– Você pinta? – Perguntei incrédulo.

– Já te falei, Taehyung, eu faço muitas coisas. E uma delas é pintar... veja. – Jeon esticou o braço com algumas pinturas para que eu pudesse ver.

Incrivelmente, ele tinha um traço muito bom. Tinham desenhos incríveis de paisagem, pessoas, animais...

– Esse cachorro, era seu?

– Era. Foi o único que sentiu minha falta, quando eu fui embora.

– Não diga isso. Aposto que não é bem assim...

– Você não sabe de nada. – Ele disse friamente e pegou as pinturas de volta, guardando-as numa pasta preta. – Enquanto não podemos lutar, eu posso te ensinar a pintar, se quiser.

– Eu adoraria. – Disse animado.

– Pelo menos você pode fazer isso com apenas uma mão. – Jungkook sorriu e se sentou do meu lado. – Vamos andar pelo alojamento? Não aguento mais ficar nesse quarto.

– Pode ir. Eu fico aqui sozinho.

– Eu quero que você vá comigo. – O moreno me olhou e sorriu de lado. – Eu não conheço nada aqui, nem ninguém. Preciso de companhia.

– Interesseiro. – Disse brincalhão e concordei em acompanha-lo.

**

Enquanto andávamos pelo alojamento, eu fui mostrando cada lugar, para que o garoto passasse a se familiarizar com o ambiente. O apresentei o lugar de treinar com água, o lugar de treino com fogo, o do ar, o da terra, do da invisibilidade, o do campo de força, o da levitação, o que controla as coisas da natureza, enfim, todos os lugares que podia, eu mostrei.

Jungkook me levou para um lugarzinho alto, perto do qual estava a bandeira do treino no dia anterior. Andamos por mais algumas árvores e enfim, chegamos num ambiente totalmente novo para mim, que dava uma vista incrível da cidade.

– Dá para ver o lado de fora por aqui?.. – Perguntei bem animado.

– Aham. – Jeon sorriu e sentou na terra, me convidando para sentar junto a ele.

– Que saudade que eu sinto desse lugar. – Confessei.

– O que você faria se pudesse sair? – O moreno me perguntou.

– Nem sei. Antes, eu comeria um bolo de chocolate com morangos, mas agora eu não sei. – Sorri soprado. – E você?

– Eu comeria algodão doce.

– Algodão doce? – Comecei a rir e ele me acompanhou.

– Não sei porque está rindo, você ia comer um bolo.

– Estou achando engraçado que nós estamos mais preocupados com comida, do que com as pessoas.

– Eu não tenho interesse em ver ninguém lá fora. – Jungkook ficou sério.

– Eu tenho. – Sussurrei e abaixei a cabeça.

– Você tem alguém lá? – Ele me fitou com os olhos negros. – É por isso que não podemos chegar perto de você?

– Eu não tenho ninguém. – Admiti. – E agora eu devo deixar você encostar em mim, né? Trato é trato. – Sorri.

Jeon sorriu e balançou a cabeça negativamente.

– Não precisa, Tae. Eu não consegui o bolo com a intenção de encostar em você.

– Mas eu sou um homem de palavras. Se eu disse que deixaria, agora eu tenho que deixar.

– Por que você não gosta de contato físico? – Ele perguntou e eu engoli em seco. – Se... não quiser falar, não tem problema. Eu só queria saber com o que estou lidando.

Fiquei calado por um tempo, até que resolvi falar:

– Eu sempre fui uma pessoa sociável demais, adorava brincar com as pessoas, abraçar, beijar, vivia sorrindo para todo mundo. Quando eu era pequeno, meus tios morreram num acidente, o que fez com que meu pais adotassem meu primo, que tinha mais ou menos a minha idade e era um alfa. Fomos criados como irmãos, mas nós sabíamos que não éramos irmãos. Nós brincávamos o dia inteiro, ele me protegia dos colegas doidos do colégio, eu adorava subir nas costas dele, enquanto ele saía correndo comigo no colo, e as brincadeiras sempre eram assim, já que ele sempre foi maior e mais forte que eu. – Respirei fundo e continuei. – Quando crescemos, ele começou a me olhar de um jeito diferente, começou a insistir demais nessa coisa de ficar me abraçando, ele brigava com outros alfas que olhavam para mim, ele começou a ter sentimento de posse sobre mim, dizia que nunca me machucaria, que me protegeria de todos e que ninguém chegaria perto de mim. – Cutuquei uma pedrinha que estava no chão. – Certo dia, ele me empurrou num canto e disse que como eu gostava de contato com todo mundo, eu deveria ter um especial com ele. Aí ele me agarrou e me beijou a força, e essa não foi a última vez, ele fez outras vezes também, e se eu tentasse me afastar dele, ele rosnava e me ameaçava.

Jungkook me encarava com as bochechas avermelhadas e com os olhos arregalados.

– Um dia, meus pais haviam saído, e eu fiquei em casa fazendo trabalho do colégio, quando ele chegou e entrou no meu quarto, me jogando com violência em cima da cama e me agarrando. – Lembrar daquela cena fez meu coração apertar. – Eu não sei como, te juro, eu não lembro o que eu fiz, mas eu tirei ele de cima de mim e me levantei da cama, aí ele veio atrás de mim, me jogou no chão e começou a me bater. Ele me dava chutes, socos, jogava tudo o que ele via pela frente, em mim. Eu quase morri, quebrei vários ossos, fiquei internado por muito tempo, correndo risco de vida. Depois disso, eu não deixei mais ninguém encostar em mim e não cheguei perto de outro alfa, nunca mais... Resumindo, meu primeiro beijo e os demais foram com o traste do meu primo, nem foi um beijo de verdade e a peste ainda quase me matou dentro do meu próprio quarto.

– E seus pais não faziam nada?

– Eu acho que eles tinham medo dele. Ele virou uma pessoa muito violenta e irresponsável... saía de casa e ficava sumido por dias, voltava estranho, pedia desculpas e depois fazia de novo...

– Ele fazia isso quando algum de vocês estava no cio?

– Não. Nenhum de nós dois nunca tínhamos entrado no cio. No dia que ele entrou, ele foi fazer graça com um ômega marcado, e o alfa do ômega, o matou. Meus pais me contaram isso na carta que me enviaram.

– Se eu te conhecesse, eu não deixaria ele fazer isso com você.

– Deixaria sim. Você não ia gostar de mim.

– Ah Taehyung, você não sabe de nada. – Jeon pigarreou. – Você não sabe como que eu gostaria que nós fôssemos amigos. Eu te acho incrível, mas você é estranho e me ameaça de morte todos os dias. Eu sou um alfa, mas eu tenho medo de você. – Ele sorriu e balançou a cabeça.

– Jungkook, se você não tentar fazer alguma coisa de ruim comigo, eu não vou te matar.

– Minha família era um pouco diferente. Eles eram super acolhedores, doces, amáveis, faziam de tudo para agradar a todos e eu os amava mais que tudo nessa vida. Quando eu ganhei a marca, acho que eles começaram a ter medo de mim, mas a convivência melhorou um pouco quando eu percebi que não tinha poder nenhum. – Jungkook sorriu sarcástico. – Quando eu terminei os estudos, eles me mandaram para esse lugar como se eu fosse um objeto, sem me perguntarem se eu queria vir, sem me perguntarem qual era a minha vontade... eu fiquei muito chateado com isso, e quando eu vi que teria que lidar com um ômega folgado, eu quis colocar fogo nesse lugar.

– Ainda bem que você não fez isso. – Respondi e o outro sorriu.

– O diretor mandou eu tomar cuidado com você, foi por isso que eu preferi ficar quieto no meu canto e não te provocar. – Ele confessou. – Você me mataria se eu fizesse isso?

– Eu atiraria uma flecha em você, mas ia depender dela, querer te matar, ou não. – Comecei a rir. – Mas eu ia ajuda-la, ia mirar bem no seu coração.

– Então a resposta é sim.

– É.

– Vocês podem matar uns aos outros aqui?

– Não. Por isso eu atiraria uma flecha em você, ao invés de usar minha espada. Ninguém saberia que fui eu.

– E se descobrissem?

– A maior punição aqui dentro, é ficar sem os poderes. O diretor é a única pessoa capaz de fazer isso, mas ele iria tirar o quê de mim? – O olhei perverso.

– Bom saber disso. – Ele sorriu e me cutucou.

– Não me cutuca.

– Agora eu posso. – Ele cutucou de novo. – Agora eu possoooo... – Jeon sorria e cantarolava, enquanto me cutucava e eu lhe dava uns tapas com a mão direita.

Ficamos sentados conversando mais um bom tempo sobre as coisas da vida, combinamos de não espalhar nossos segredos para ninguém – aquela conversa ficaria só entre nós – e ficamos fazendo planos engraçados para quando nós conseguíssemos sair dali.

Já estava começando a esfriar, então eu pedi para que voltássemos para a casa, já que eu sentia muito frio e Jungkook aceitou de bom grado.

**

Na hora do jantar, convidei o moreno para se sentar à mesa junto comigo, com Yoongi, e os alfas, que conforme as horas passavam, eles se mostravam serem muito legais e engraçados.

Foi um momento de jantar muito agradável, parece que Jungkook também gostou do pessoal e eu pude ver, que ali poderia nascer uma grande amizade...

Terminamos de comer, e voltamos para o quarto, porque eu precisava de tomar outro banho e trocar o curativo do braço.

Terminei meu banho e enquanto vestia roupa, Jeon foi tomar o dele. Custei a me vestir de novo e quando comecei a tirar os curativos, ele saiu do banheiro, esfregando a toalha nos cabelos molhados.

– Deixa que eu faço isso, Taehyung.

– Eu posso fazer isso.

– Tae? – O moreno se aproximou de mim. – Senta e deixa que eu mesmo faço isso.

Resolvi obedecer, porque não ia fazer sentido nenhum eu ficar insistindo nesse assunto, sabendo que eu precisaria de ajuda.

Jungkook mais uma vez foi extremamente cuidadoso com meu machucado, e dessa vez, ele ficava puxando assunto para tentar me distrair e eu não sentir tanta dor.

– Posso te perguntar uma coisa? – Ele perguntou, enquanto guardava as coisas que usou no meu braço.

– Pode.

– Você se importa se eu puxar minha cama para o lado da sua? Eu fiquei com uma dorzinha chata por dormir na mesma posição a noite inteira.

– Por que dormiu na mesma posição?

– Porque eu não queria mexer e te atrapalhar.

– E por que não foi para a sua cama? – Insisti.

– Porque você podia precisar de mim, e se eu tivesse do seu lado, poderia te ajudar mais rápido.

– Dorme na sua cama mesmo, Jeon. É melhor cada um dormir na sua.

– E se você tiver outra crise?

– Eu levanto e vou chorar no banheiro.

– Por que vai chorar no banheiro se eu posso te ajudar?

– Ah, tá bom, Jungkook. Pode trazer sua cama.

O mais novo deu um sorriso alegre e arrastou sua cama até a minha.

– Cama de casal, agora. – Ele brincou.

– Corrigindo, uma cama encostada na outra. Nada de casal. – Falei sério.

– Cama de casal, sim. – Ele insistiu e me cutucou.

– Garoto, você está me provocando.

– Estou? – Mais uma cutucada.

– Eu vou te bater, Jungkook. – Xinguei e lhe dei uns tapas na cabeça.

– Então bate, Tae, bate direito. – Suas cutucadas se transformaram em cócegas e eu não suportava cócegas, caí na cama e comecei a gargalhar igual a uma criança.

– Não fuja de mim. – Ele sentou em cima de mim e continuou as cócegas.

– P-Para, J-Jeon. – Já me faltava ar.

O moreno impulsionou seu corpo sobre o meu e ficou me encarando.

– Você sabe sorrir? Que lindo. – Ele sussurrou e eu senti seu nariz tocar o meu.

Ele estava quase me beijando, quando meu celular recebeu uma mensagem nova, o que fez ele suspirar e se levantar de cima de mim.

– Jungkook, apaga essa luz, eu quero dormir. – Mandei.

– Tá.

Jeon voltou para a nossa cama improvisada e se aconchegou debaixo das cobertas, também. Ficamos um pouco em silêncio, até que eu resolvi falar alguma coisa.

– Se você pudesse escolher, qual poder você gostaria de ter?

– Eu queria poder ler sua mente.

– Pra que?

– Porque você é confuso e eu não te entendo.

– Não precisa me entender. – Sorri soprado.

– Mas eu gostaria de entender você.

– Por quê?

– Por nada. – Ele respondeu simples e voltamos a ficar em silêncio.

Virei na direção dele e fiquei o encarando.

– Você ia me beijar? – Perguntei.

– Eu ia, e você, ia me beijar? – Jeon respondeu, e se virou para mim.

– Talvez... – Confessei.

– Então, como eu te trouxe um bolo, eu posso encostar em você, certo?

– Sim.

– Posso encostar agora, então?

– Depende. O que você vai fazer?

– Eu quero fazer uma coisa que já tentei fazer três vezes e ainda não consegui. – Claro que eu sabia do que ele estava falando, mas fiquei sem palavras e não sabia o que responder. – Vou interpretar esse silêncio como um sim.

Jungkook se virou para cima de mim e me beijou, beijou de verdade dessa vez, enfiou a língua devagar dentro da minha boca e começou a acariciar meu rosto. Eu não pensei em tirá-lo dali, mas eu não sabia o que fazer, fiquei totalmente estático.

– Me beija, Tae? Deixa eu te mostrar como é um beijo de verdade? – Ele sussurrou com os lábios roçando nos meus.

– Eu não sei o que fazer... – Cochichei.

– Me beija. Simples assim. – O moreno abaixou o rosto de novo e selou nossos lábios com mais força.

Passei a língua de leve sobre a boca alheia, e ele me deu passagem imediata, aprofundando o beijo e deitando confortavelmente por cima de mim.

Direcionei minha mão direita para os fios negros de Jungkook e entrelacei meus dedos no mesmo, dando leves puxões.

– Aprendeu rapidinho. – Ele sussurrou e começamos a rir entre o beijo.

– Você sabe acabar com o clima. – Brinquei, enquanto ainda acariciava os cabelos dele.

– Você tem um gosto bom. – Ele sorriu.

– Você também. – Assumi.

– Então me beija de novo?

-  Não, deixa de ser abusado.

– O que eu preciso fazer para ganhar outro beijo? Trazer mais bolo?

– Não. Não tem que fazer nada. Me deixe dormir.

– Eu deixo você dormir, mas me responde uma coisa, você gostou de saber como é um beijo de verdade?

– Gostei, Jungkook. Você beija bem. Está satisfeito?

– Muito. – Ele me deu um selinho e saiu de cima de mim, me puxando para perto de si e me aninhando no seu peito.

– Seu cheiro me incomoda. – Falei de brincadeira.

– Então prende a respiração.

– Idiota. – Não consegui ficar sério e comecei a rir.

– Você que é. Marrentinho. – Ele sussurrou perto da minha cabeça e começou a me fazer cafuné.

Me aconcheguei no seu peito e fiquei ali, até esquentar e dormir.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


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