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História Link - O meu ômega


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 8 - O meu ômega


Fanfic / Fanfiction Link - O meu ômega

Eu saí tão decepcionado daquele quarto, que eu não sabia para onde ir e nem o que fazer. Uma confusão de sentimentos corria pela minha cabeça e eu só conseguia pensar no Jungkook dizendo que não ia mais me tocar, virando de costas para mim e usando sua voz de alfa, para me fazer ficar com medo. Eu não devia ter ficado tão abalado com tal atitude, mas eu fiquei e agora eu não sei o que eu faço.

Saí correndo pela casa, com o intuito de ir para o lado de fora e andar até o dia amanhecer, mas fui cortado dos meus pensamentos, quando encontro Yoongi, Jimin e Namjoon sentados no sofá, conversando.

– O que aconteceu, Tae? – Yoongi deu um salto do sofá e veio até a mim.

– Ele é um idiota, Min. Um idiota.  – Gritei.

– Ele quem? – O loiro me abraçou. – Fica calmo.

– Deixa eu dormir com você? – Pedi. – Eu não vou voltar para aquele quarto hoje.

– Se você quiser dormir lá, pode. Mas você sabe que o Hyungwon ronca a noite inteira.

– Não tem problema. Ainda vai ser melhor que o meu.

– Rm, rm – Jimin pigarreou. – Se não se importam, podem passar a noite no meu quarto e do Hoseok.

– Taehyung não vai querer, ele não gosta de alfas. – Namjoon se manifestou sorrindo.

– Eu fico em qualquer lugar, desde que o Jungkook não esteja junto. – Admiti.

– Então vamos. – Jimin sorriu. – Podemos fazer umas brincadeiras, conversar até tarde...

– Posso chamar o Jin? – Nam perguntou. – Ele é amigo, seria bom se estivesse junto.

– Pode chamar. – O ruivo se levantou do sofá e saiu andando até o seu quarto, sendo acompanhado por todos nós.

Chegamos no quarto e encontramos Hoseok, que estava deitado na sua cama, mexendo no celular. Quando ele nos viu, se levantou depressa.

– Temos uma festinha do pijama e não me avisaram? – O ruivo mais velho sorriu e veio me cumprimentar. – Não te vi hoje em refeição nenhuma, Tae.

– É, eu comi fora de hora. – Menti e me lembrei do dia que tive com o moreno.

Ajeitamos um lugarzinho aconchegante no quarto e sentamos no chão, afim de começar a conversar e deixar o tempo passar.

Pouco tempo depois, Jin chega no quarto com pipocas e refrigerante.

– Já que vamos ficar conversando, vamos comer e beber. – Ele sorriu e se sentou do lado do Namjoon.

– Agora que estamos todos aqui... – Yoongi começou. – Conte o que aconteceu, Tae.

– Ah eu já te falei, ele é um idiota.

– Disso eu já sei. Mas quero saber quais motivos fizeram você pensar assim. – Ele continuou.

– Ele é um atrevido e um mimadinho, você já sabe disso. Aí ele invade o meu quarto, toma conta da metade do meu espaço, faz eu perder meu tempo de ensiná-lo as coisas, fica fazendo curativo no meu braço, dando um de bom amiguinho, briga comigo, faz coisas legais para mim, me faz confiar nele, me agarra e depois se afasta. – Comecei a falar baixo e terminei gritando.

Todos no quarto me encaravam confusos, exceto Namjoon e Yoongi, que me encaravam sorridentes.

– Ele te agarrou? – O moreno perguntou.

– Sim. – Admiti.

– E você deixou? – Agora foi a vez do loiro perguntar.

– Da primeira vez, eu fiquei sem reação.

– Da primeira vez? – Todos disseram em uníssono.

– É.

– Então quer dizer que vocês já se beijaram e foi um beijo em que ambas as partes estavam interessadas? – Jin se levantou e sentou perto de mim.

– É.

– Ai meus deuses. – Yoongi gargalhou. – Taehyung está apaixonado por um alfa..

– O que? Não. – Levantei meus dedos e fiquei fazendo sinal negativo. – Eu não.

– Sim, você está. – Jin sorriu e passou a brincar com meu cabelo.

– Não me toque. – Pedi.

– Jin, o Tae não gosta de alfas. Quer dizer, não gostava. – Namjoon disse e começou a gargalhar.

– Não, não é isso. Eu gosto de vocês, eu só... – Argh, eu não conseguia falar nada. Jin estava fazendo carinho em mim e eu estava gostando, mas algo de repente me chamou atenção. Senti o cheiro de um ômega muito, mas muito próximo de mim. – O que é isso? – Perguntei, encarando o de cabelos rosados.

– Isso o que? – Ele sorria.

– Esse cheiro... você é um ômega? – Cheguei bem perto dele e o cheirei.

– O que? – Yoongi gritou e mais uma vez, todos ficaram confusos, menos...Namjoon. Isso explica muita coisa.

– Sim, eu sou ômega. – Jin gargalhou. – Ficou surpreso?

– Para, que merda é essa? – Jimin disse com a boca cheia de pipoca.

– Você achou que eu só conseguia criar campos de força? Não, não, eu consigo disfarces também.

– Como assim? – Insisti.

– Bem, eu achei que aqui moravam um bando de loucos, aí eu disfarcei meu cheiro, para evitar que fizessem gracinhas comigo. Todos acham que eu sou um alfa, mas eu não sou.

– Graças aos deuses, um ômega a mais. – Brinquei.

– Eu posso disfarçar seu cheiro também, quer que eu faça isso? – Ele ofereceu. – Se Jungkook te procurar, ele não vai achar.

– Sim, por favor. – Sorri com a ideia.

Jin se ajeitou atrás de mim – para que eu ficasse sentado entre as pernas dele – e me abraçou. Ficamos ali por um bom tempo daquele jeito e claro que eu não podia reclamar, já que eu estava adorando aquele abraço quentinho do mais velho. Vez ou outra, eu via Namjoon encarando nós dois e sorrindo de lado, não sei se era ciúmes ou se ele estava achando graça o fato de eu deixar alguém me abraçar.

Nós conversamos, fizemos algumas brincadeiras e jogamos alguns jogos de tabuleiro que os gêmeos tinham.

Eram aproximadamente quatro da manhã, quando resolvemos dormir. Ajeitamos umas cobertas, alguns travesseiros e dormimos todos no chão. Jimin dormiu Junto com Yoongi, Jin dormiu comigo, Hoseok ficou numa ponta e Namjoon na outra, ambos sozinhos.

**

Acordei com um pouco de dor nas costas, por ter dormido no chão. Jin ainda estava abraçado comigo e eu não podia estar mais tranquilo por não ter tido crise de ansiedade. Me soltei dos braços do outro aos poucos e consegui ficar de pé, caminhando lentamente para não acordar ninguém.

Caminhei a passos lentos até o meu quarto e antes de abrir a porta, pude constatar que Jungkook estava lá dentro, e claro que meu coração foi a mil. Quando virei a maçaneta e adentrei no quarto, eu fiquei bastante decepcionado com o que vi: Jungkook havia separado as camas. Sentei na minha cama e fiquei pensando em como seria daqui pra frente, será que voltamos à estaca zero? Será que agora Jeon passaria a me ignorar? Me sentei direito, apoiando minhas costas na parede e dobrei os joelhos, abraçando-os e escondendo meu rosto ali.

Jungkook estava tomando banho, então eu me senti um pouco mais aliviado por não dar de cara com ele. Já que o moreno me deixou sair ontem, significa que ele não ficaria no meu pé e talvez isso fosse bom.

 Uns dez minutos depois, ouvi a porta do banheiro ser aberta e ouvi alguns passos, que pararam no meio do caminho. Levantei minha cabeça rápido e desci da cama, afim de ir ao banheiro e tomar meu banho. Quando passei ao lado do moreno, ele me agarrou pelo braço.

– Onde você estava? – Ele perguntou sério.

– Por aí. – Soltei meu braço dele, mas o alfa o segurou de novo.

– Que cheiro é esse? – Ele me empurrou na parede e começou a me cheirar. – Você estava com outro alfa? – Jeon me perguntou e eu fiquei calado. – Então foi isso? Você me largou aqui para ficar com outro alfa? Você dormiu com outro alfa? – Jungkook alterou seu tom de voz e eu o empurrei, entrando correndo no banheiro e trancando a porta.

Sentei do lado de dentro do cômodo e fiquei encostado na porta. Eu tremia, suava frio e meu coração batia muito, mas muito rápido. Eu sentia uma mistura de raiva, de tristeza, de desejo... eu queria gritar, queria bater no Jungkook, queria dizer que ele era um mimado ridículo, mas a única coisa que eu consegui fazer, foi chorar. Abracei meus joelhos mais uma vez e escondi o rosto, tentando abafar o choro.

– Taehyung? – Ele chamou calmo. – Abre a porta? – Ouvi duas batidas de leve. – Tae, conversa comigo?

Levantei do chão e fui tomar meu banho, pelo menos, eu poderia chorar e ele não iria escutar.

Terminei meu banho, enrolei na toalha e chequei para ver se tinha vestígios de choro, e graças aos deuses não tinha. Abri a porta do banheiro e fui pegar uma peça de roupa.

– Tae, não precisa de me contar onde você estava, mas por favor, não some de novo. Depois que você saiu e não voltou, eu fiquei até tarde andando por aí e procurando por você, mas não achei nenhum rastro seu.

– Você procurou porque quis. – Falei simples. – Não mandei você ir atrás de mim.

– Não fica com raiva de mim, por favor? – Ele falava calmo.

– Você realmente quer se afastar de mim, não é? – Apontei para as duas camas.

– Não, eu não quero. Mas eu também não quero machucar você e não quero que você fique junto com outros alfas.

– Rá, vai sonhando viu. – Sorri irônico.

– Por favor, Tae?

– Jungkook, não enche.

– Eu só quero conversar com você.

– Jeon? – Comecei a falar. – Você é como todos os alfas, mas infelizmente, você fez uma coisa que realmente me deixou chateado. – Respirei fundo e continuei. – Você chegou aqui, mostrando seu jeitinho mimado de alfa, aí depois que eu te ameacei, você ficou quieto. Mas aí, aos poucos você foi voltando a conversar comigo, tentando ser meu amiguinho, cuidou do meu braço, cuidou de mim, me fez confiar em você, me fez te contar uma coisa que nem o Yoongi sabe, trouxe bolo para mim, me tira do alojamento e me dá um dia incrível. Só que aí, eu só te peço para me entender, e o que você faz? Me dá as costas, me ignora e ainda tenta usar sua voz de alfa comigo.

– Tae, eu fiz isso por você. Você sabe que se eu não conseguisse me controlar, a gente teria feito sexo contra a sua vontade. Isso seria estupro e se eu fizesse isso, eu seria capaz de fugir daqui, de tanta vergonha que eu ficaria.

– Nós não teríamos feito sexo. – Insisti.

– Você sabe que teríamos. E esses beijos que a gente dá... isso não está certo. Você não gosta de mim, não gosta de alfas, e eu sinto como se estivesse forçando a barra.

– Tudo o que fizemos até hoje, foi com meu consentimento. Se você me beijou, foi porque eu deixei, se nós quase transamos, foi porque eu deixei, foi porque eu quis.

– Taehyung?

– Eu não sei se você reparou, mas eu nunca entrei no cio e eu sou virgem. Eu quase fui estuprado pelo meu próprio primo e eu tenho medo de que aquilo tudo se repita. Eu tenho medo. – Confessei. – Mas o que você faz perante a isso? Desiste de mim e ainda tenta me controlar com essa merda dessa presença de alfa que você tem.

– Você acha que conseguiria se entregar a mim? – O moreno se levantou e veio para perto de mim.

– Não. – Falei seco. – Eu não faria isso com você. Você não tem mentalidade o suficiente e eu prefiro que você fique longe de mim.

– Tudo bem. – Ele levantou os braços. – Talvez seja melhor isso mesmo. Cada um fica na sua e não temos problemas.

O moreno disse e ficou me encarando, esperando alguma resposta, mas eu simplesmente vesti minha roupa e saí do quarto, decidido a ensinar Minzy a tocar outros instrumentos, até que minha cabeça tenha outro foco que não seja Jeon Jungkook.

**

Os dias se passavam, eu ensinava Minzy a tocar, Jungkook me ignorava, eu o ignorava, eu grudava no Jin e muitas pessoas ficavam nos encarando, pensando que éramos um casal.

Na noite de Natal, todos se reuniram em volta da fogueira e ficamos ali cantando, tocando, dançando, comendo, comemorando o aniversário do pessoal de dezembro e acima de tudo, se divertindo. Confesso que esse Natal foi divertido, depois que fiz amizade com os novatos e virei super amigo do Jin, eu fiquei mais tranquilo e um pouco feliz.

Vez ou outra, eu procurava pelo moreno, que me encarava o tempo todo, sem tentar disfarçar, mas então, Jin me abraçava e ele saía de perto, com a cara fechada.

Pouco depois das três horas da manhã, eu resolvi ir deitar. Aquilo ali estava bastante divertido, mas eu já estava cansado e com sono. Despedi dos hyungs e fui em direção ao meu quarto. Quando cheguei no mesmo, encontrei Jungkook sentado na cama tocando violão e chorando, mas ele tentou disfarçar e eu fingi que não vi nada, afinal, eu não podia cair nos encantos dele de novo. Ajeitei minha cama e deitei, quando olhei de lado, o mais novo estava me encarando com os olhos vermelhos.

– O que foi? – Falei sério. – Nunca me viu, não?

Jungkook simplesmente desviou o olhar e colocou o violão sobre a cama, logo se levantando, apagando a luz e indo tomar banho. Virei para o cantinho e fechei os olhos, para tentar dormir... sem sucesso. Pouco depois, o moreno saiu do banheiro e eu fingi que estava dormindo, de repente, senti Jeon me cobrir até o pescoço e acariciar meus cabelos.

– Feliz Natal, marrentinho. – Ele sussurrou e deu um beijo no canto da minha boca. – Eu sei que seu alfa vai detestar isso, mas eu não ligo. – Kookie se calou e dessa vez, ele me deu um selinho rápido, que me fez arrepiar todo.

Atrevido.

Jungkook saiu de perto de mim e foi se deitar.

**

Na manhã seguinte, – dia 25 de dezembro – eu levantei bem cedo e fui matar a saudade dos meus arcos e flechas. Claro que eu ainda não podia treinar igual eu treinava, mas um tiro ou dois, eu arriscaria. Peguei o arco coreano – meu preferido – e dei exatamente cinco tiros, sentindo uma dorzinha no cotovelo esquerdo, por conta do esforço. Definitivamente, eu não estava preparado para treinar.

Resolvi então, pegar as telas de pintura que eu usava para brincar com o Jungkook. Entre uma e outra, achei uma que me trazia boas lembranças.

“Jeon e eu estávamos na arena de treino. Mas ao invés de treinar com armas, resolvemos treinar com pintura. O moreno gostava de me passar desafios, num dia o desafio era pintar uma flor, no outro era um animal, no outro era uma fruta e por aí vai. Nesse dia em específico, o desafio era fazer uma pintura dele.

Jungkook sentou no chão e fez um biquinho para mim, ficando com um rostinho muito engraçado e tirando várias gargalhadas de mim. Claro que eu não concordei em pintar aquela palhaçada, então ele se sentou num banquinho e me olhou de lado. Com muita dificuldade, eu comecei a pintá-lo, fiz a base do seu rosto, dos seus cabelos, da sua boca, e ainda fiz aquela marquinha que ele ganhou na bochecha, no dia em que eu o machuquei com a espada.”

Eu não tinha conseguido terminar o desenho, porque naquele dia, Minzy apareceu e começou a brincar com a gente.

Olhei para o cantinho e vi que tinha uns potes de tinta e nossos pincéis ainda estavam lá, então eu decidi tentar termina-lo, já que agora só faltava colorir.

Passei longos momentos terminando de pintar o Jungkook. Quando faltava só a parte da camisa, senti uma presença forte de um alfa, será que era ele?

Não. Definitivamente não era ele.

– Mas que milagre é esse? – Baekhyun se aproximou com os braços abertos e sorrindo abertamente. – Você está sem aquele seu alfa nojento?

– Ele não é meu alfa. – Limitei-me a dizer.

– Não? – Ele gargalhou. – Que estranho. Ele não larga de você. Bem, foi o que eu pensei.

– O que você quer, Baek? – Continuei com os olhos focados na pintura.

– Eu quero você, Taehyung. Eu quero sua atenção, eu quero que você seja apenas meu, eu quero que você volte a odiar aquele alfa e que você dê o seu amor para mim.

– Eu não dou amor a ninguém. E pode esquecer, você não me terá. – Respondi sem olhar para ele.

– Mas que droga você está fazendo? – O moreno virou de uma vez a tela e viu a pintura do Jungkook. – Eu não acredito. – Ele disse incrédulo. – Esquece ele, meu amor, fica comigo?

– Não. Quantas vezes eu vou ter que dizer? Não, Baekhyun, não. Eu te odeio, você tentou me matar, você tentou matar nós dois e eu quero distância de você. – Gritei.

– Olha aqui. – O alfa se aproximou de mim e me empurrou na parede, apertando o meu pescoço. – Você nunca mais fala assim comigo, ouviu? – Eu via a raiva nos olhos dele e ele apertava meu pescoço cada vez mais. – OUVIU? – Perguntou mais uma vez, me sacudindo e batendo minha cabeça na parede.

– M-Me s-solta? – Eu tentava apertar a mão do outro, mas eu já estava sem forças. Sentia meus pulmões se contraírem em busca de ar e meus olhos lacrimejavam. – Baek?

– Você é um IDIOTA. – O alfa me puxou da parede e me jogou com força no chão, me fazendo cair sobre o braço quase recuperado.

Comecei a tossir e a gemer para tentar respirar.

– Olha o que eu faço com essa merdinha que você pintou. – Baekhyun pegou a tela e rasgou a mesma em vários pedaços.

– Não... – Levantei uma mão, na esperança de que ele me ouvisse, mas já era tarde, já estava tudo rasgado e ele jogou os pedaços em cima de mim.

– Então você gosta dele, né? – O mais velho agachou e segurou minha cabeça, a sacudindo. – GOSTA?

– Baek? – Eu ainda tentava falar, mas a falta de ar não deixava.

– Que nojo de você. – Ele cuspiu as palavras e me deu um tapa forte no rosto. – É isso que você merece. – Ele disse e voltou a bater em mim, tapas que viraram socos na barriga e depois chutes.

Quanto mais ele batia, mais eu tossia e mais sangue saía da minha boca.

Aquilo tudo está acontecendo de novo... e eu vou morrer... eu vou morrer pelas mãos de um alfa que me queria para ele...

Esse foi meu último pensamento até eu ouvir uma gritaria e ouvir um rosnado alto.

– Solta o meu ômega, ou eu mato você. – Jungkook falou alto, mas Baek apenas riu.

O mais novo avançou para cima do outro e começou a bater nele de uma forma que eu nunca vi antes, Baekhyun tentava se levantar, mas Jeon o jogava no chão e batia nele de novo.

Ele havia perdido o controle...

Jin chegou correndo perto de mim e verificou meu estado, tendo a certeza de que eu só poderia sair dali com ajuda médica.

Eu estava fraco, sentia dor no corpo inteiro e não conseguia respirar direito. A última coisa que eu vi e ouvi, antes de ficar inconsciente, foi a imagem da Minzy correndo até a mim e sussurrando: Eu não vou deixar você morrer.

JUNGKOOK ON

Depois que eu bati muito, mas muito naquele canalha, eu o agarrei pelos cabelos e saí arrastando ele pelo alojamento. Várias pessoas tentaram chegar perto de mim, mas eu apenas os olhava e rosnava, então eles recuavam, e isso aconteceu com vários alfas.

Entrei pela casa, ainda arrastando Baekhyun -  sem me preocupar que essa atitude causaria vários danos ao corpo do mais velho – caminhei até a sala do diretor e a abri com um chute na porta, o que fez o outro pular de susto da sua cadeira.

– Mas o que significa isso? – Ele veio até a mim.

– O negócio é o seguinte: – Comecei falando e joguei o moreno desmaiado perto dele. – Esse imbecil, já tentou matar o Taehyung duas vezes. Na primeira vez, eu estava junto e quase morri também. É por causa dele que estamos sem treinar, é por causa dele que o Tae machucou o braço. Eu sei que o hyung vai brigar comigo por ter te contado, mas eu não ligo. – Respirei fundo e tirei a franja da testa. – Nesse momento, o Kim está indo para a enfermaria de novo, porque esse merda bateu tanto nele, que ele não conseguia nem respirar. Eu só vim aqui te dar um recado: dê um jeito nesse cara, porque se você não der, eu trago ele de volta para essa sala, sem vida.

Dei as costas e saí dali, sem me importar com os gritos do diretor.

Eu só queria e só precisava achar o meu ômega.

**

– Você não pode vê-lo desse jeito. – Namjoon me impediu de entrar no quarto da enfermaria.

– Eu preciso vê-lo. – Insisti.

– Não assim. Você vai assustá-lo.

– O que tem de errado? Só porque tem sangue do Baekhyun na minha roupa? Ele não liga para isso.

– Jungkook? – Nam tirou o celular do bolso e me mostrou meu reflexo. – Entendeu o porquê?

– O QUE É ISSO? – Fiquei perplexo ao perceber que meus olhos estavam vermelhos.

– Eu achei que você já tinha visto isso. – Ele comentou.

– Que merda é essa? – Insisti.

– Você realmente não sabe?

– Não. – Falei e voltei a encarar meu reflexo.

– Você é um alfa lúpus. O único do alojamento.

– Você está brincando?

– Não. Até agora ninguém se descobriu ser lúpus. – Ele apontou para mim. – Só você. Foi por isso que conseguiu bater no Baek tão fácil. Você é mais forte que todos nós.

– Quando que meus olhos voltarão ao normal?

– Quando você ficar calmo. – Ele sorriu. – O Tae está bem e vai pro quarto hoje ainda.

– Como? Ele estava tão machucado.

– Minzy, meu caro. Ela salvou a vida dele.

– A Minzy?

– Eu. – Ouvi a voz fininha dela e olhei de lado, vendo a garota vindo de mãos dadas com o alfa do Tae.

Não, espera. Ele não tem cheiro de alfa.

– Como você fez isso? – Perguntei para ela. – Na verdade, como vocês dois fizeram isso? – Apontei para o não alfa e para a Minzy.

– Eu apenas disfarcei meu cheiro. – Jin respondeu de imediato. – Sim, eu sou um ômega. E não, eu não namoro o Taehyung. – Ele sorriu perverso.

– E eu não sei. Apenas fiz. – A pequena alfa deu de ombros e abriu uma bolsinha que ela trazia pendurada nos mesmos. – Tae estava fazendo isso, mas o garoto mau estragou. – Ela me entregou um amontoado de papel rasgado e pelo que estava em cima, eu pude ver que era a minha pintura.

– Ainda está molhado? – Perguntei confuso.

– Ele terminou de pintar, Kookie. – Ela colocou as mãozinhas para trás e ficou balançando de um lado para o outro.  – Por isso o garoto bateu nele. Nós podíamos montar e colar, o que acha?

– E colocar num quadro muito bonito, não é? – Agachei e brinquei com as pontinhas dos cabelos dela.

– É. Ele ficaria muito feliz. – Ela disse animada e sorriu.

– Então vamos. – Estiquei os braços e peguei a pequena no colo.

– Posso fazer uma coisa, Kookie? – Ela pediu.

– Sim. – Respondi, mesmo sem saber o que ela queria.

A pequena alfa passou as mãos para o meu rosto e me fez encarar os olhos dela. Aos poucos, eu comecei a me sentir mais tranquilo, como se um peso fosse tirado das minhas costas.

– O que você fez? – Perguntei assustado.

– Te acalmou. – Namjoon disse simples e abraçou Jin por trás. – Você não está mais com os olhos vermelhos. – Ele sorriu. – E antes que você pergunte, sim, Jin e eu estamos namorando.

– Nossa, que surpresa. – Gargalhei junto com a Minzy.

– Vamos logo, Kookie. Nós precisamos montar o quadro antes que ele acorde. – A mais nova dizia bastante animada, então eu resolvi satisfazer seu desejo.

**

Pouco tempo depois, Minzy e eu tínhamos conseguido colar todo o quadro, com tanto cuidado, que nem parecia que estava rasgado.

O diretor nos forneceu uma moldura de um quadro velho que ele tinha, e nós colocamos o quadro na mesma, pendurando-o na parede, para esperar o ômega voltar para o quarto.

– Faça um para ele também. – Ela me disse. – Ou faça um de vocês dois.

– Eu faço um apenas dele. – Sorri de lado. – Ele não gosta de mim e se eu fizer um de nós dois, ele vai me bater.

– Não vai não, Jungkook. Ele gosta de você.

– Não gosta. – Insisti.

– Ele gosta de você do mesmo jeito que você gosta dele. – Ela cochichou e depois deu uma gargalhada.

– Você é uma mocinha muito esperta. – Passei meu dedo no queixo dela. – Mas nesse quesito, você errou.

– Se você soubesse o que eu vejo e o que eu ouço na mente das pessoas, você jamais iria duvidar do que eu digo. – Ela disse séria e eu me assustei.

De repente ela saiu de um transe e encarou o quadro, sorridente.

– Espero que ele goste. – A pequena disse.

– Eu também, Minzy. – Agachei e a abracei. – Eu também.

Eu realmente esperava que ele gostasse, eu só não sabia se queria que ele gostasse do quadro, ou de mim.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


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