1. Spirit Fanfics >
  2. Lírio >
  3. Paraíso sombrio

História Lírio - Paraíso sombrio


Escrita por: Maiakl

Notas do Autor


Desculpem a demora e o tamanho, o próximo vai ser enorme.

Capítulo 18 - Paraíso sombrio


Fanfic / Fanfiction Lírio - Paraíso sombrio

—Isso foi um erro.— Falamos em uníssono.
—Olha, se você quer fingir que isso não aconteceu, que seja.— Disse me enrolando com um lençol. 
Cassian coçou a cabeça e colocou o travesseiro no rosto. 
Suspirei e sai do quarto. 
                            •
Escuridão, só tinha um fio de luz que iluminava a fenda pequena no corredor, desesperada, exasperada, machucada, sai pegando nas paredes e me concentrando em não ceder. Minha pele ardia, meu vestido estava tão coberto de sangue que era difícil me movimentar, meu cabelo, meu rosto, sangue. Tudo coberto de sangue.
Por favor, por favor... repetia sem parar como uma prece silenciosa.
Senti a madeira áspera nas minhas mãos e vi a insígnia de coroa na porta, minhas mãos tremiam quando a empurrei.  
Corri até a cama onde estava um corpo dilacerado, seus olhos azuis drenados de vida, pedi para que olhasse para mim, ele não fez. 
Deixei minhas pernas baterem no chão e me ajoelhei ao seu lado.
—Me perdoe, Jules, me perdoe por falhar com você.— Gritei em meio aos soluços. 

 Acordei zonza, depois que o sonho se passou na minha cabeça de novo, de novo e de novo, arranquei as cobertas ainda desorientada e corri para o banheiro. 
Joguei água no rosto.
Respire, respire, respire...
Jules vai morrer, e a culpa é sua. 
Minha culpa. 
 Bati a mão em punho no espelho, que se estilhaçou no chão. 
Alguém apareceu e segurou minhas mãos.
—Se acalme.
—Preciso ir para casa!—Engasguei com as lágrimas. 
Quando consegui me acalmar o suficiente para contar a Cassian o acontecido ele me olhou prestativo. 
—Sinto cheiro de morte, algo vai acontecer.— Cass me puxou para um abraço e eu coloquei a cabaça no seu ombro. —Minhas fontes indicam que uma festa acontecerá hoje na corte da primavera, nossa chance de entrar lá, e tenho certeza, que os inimigos também pensam o mesmo. 
Tremi e deixei que ele me embalasse. 
 
JULES 
Meu pai está furioso, ele não aceita que ninguém vá contra suas ordens. 
O que você fez, Aelin? 
Passei dias a procurando, já se passou semanas, nada dela, nem um sinal de fumaça. 
Sua mãe ficou tão desesperada que se ajoelhou aos pés do meu pai e lhe pediu perdão pela sua filha, para que ele não a enforcasse quando encontrasse. Meu pai, claro, não deu ouvidos. Cego por seu próprio orgulho. 
Eu estava uma pilha de nervos, Archie aparentemente também, nenhum de nós gostou do seu sumiço. 
Minha cabeça já está insuportável, dor, dor, dor. Pesadelos que não tinham mais um fim, cochilos sangrentos e noites inquietas. 
Coloquei minhas costas nuas na parede de pedra fria e fechei os olhos. 
Sai cambaleando até a cama e me encolhi em posição fetal. Uma, duas, três, quatro respirações. 
Alguém bateu na porta, não respondi, não conseguia. 
Ela se abriu devagarinho e um corpo se sentou na cama medindo minha temperatura.  
—Está queimando.— Archie sussurrou e forçou algo na minha garganta, engoli e fiz uma careta. 
—Falei para o seu pai que você não ia participar da festa por uma indisposição, ele quase me atirou pela janela mas expliquei seu estado e ele de mal gosto aceitou.
Procurei sua mão e dei um aperto fraco de agradecimento, dobrar meu pai era quase impossível, e saber que seu futuro rei está doente é quase inaceitável.  
Quando Archie fechou a porta eu continuei, meu único foco para não apagar era minha respiração entrecortada. Continuei a contar.
Uma, duas, três, quatro, cinco...

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...