História Lírio - Wrong

*Principe* 

-Inferno!- Bati na mesa e joguei os papéis no chão. -Malditos sulistas! 
-Tenha calma, Alteza.- Sebastiam aconselhou.
-Não vou travar uma guerra com eles, isso é ridículo.- Falei.
-Creio que não vamos conseguir atravessar a barreira sem luta.- A voz de Sebastiam continuava calma. 
-Eles são poderosos, ainda mais no seu território, não vou correr risco de dizimar meu exército. Eles não podem tomar Isisleia, não vou deixar isso acontecer.- Levantei da cadeira -Onde diabos está meu pai?-
-Viajando para negócios, ele me garantiu que estaria aqui para a celebração do Beltane.- 
-Preciso de ar.-Declarei 
Sebastiam não falou nada quando cruzei a sala e sai para os corredores, já tinha passado a noite inteira preso naquele escritório tentando um acordo com o Grã-líder do sul, para tentar algo que pudesse parar essa guerra idiota. Merda de traidores.
Algumas das competidores se aproximaram de mim mas eu dispensei educadamente cada uma, não estava com cabeça para conversa, precisava pensar. 
Selei meu cavalo e entrei na floresta, só queria que meus pensamentos ficassem claros, mas eu não tinha ideia do que fazer. 
Vi a sombra de algo perto do lago, cheguei mas perto. Não era algo, era alguém. 
Sua égua estava amarrava em uma árvore e comia distraidamente um tufo de grama, ela estava deitada nas flores, seu cabelo negro brilhando na luz do sol. 
Desci do cavalo e caminhei até lá devagar, por um momento só fiquei olhando para ela. Sua pele era branca e tinha bochechas rosadas, sua boca cereja fazia um leve contraste com sua roupa vinho de montaria, seus olhos estavam fechados e seu peito subia e descia tranquilamente. 
-Por que não vem até aqui, Alteza?- Ela perguntou sem abrir os olhos, pulei de susto.
-An...como sabia que eu estava aqui?-
-Só sabia.- Respondeu calmante, e ali, deitada naquela grama, parecia até algo angelical. 
Limpei a garganta 
-Desculpe, não queria incomodar.- 
Ela franziu o cenho mas não abriu os olhos 
-Você parece tenso.- 
-Que?- Perguntei surpreso 
Ela abriu os olhos, quase fiquei sem fôlego. Eles eram verdes, mas um verde diferente, nunca nunca vi nada igual, quase cintilava. 
-Eu tenho experiência com isso, as vezes sei o que as pessoas estão sentindo só de ouvir sua voz.- 
-Incrível.- 
Ela sorriu 
-Então acertei, Alteza?- 
Me joguei na grama ao seu lado.
-Talvez.- 
Ficamos em silêncio por um longo tempo, e eu estava grato por isso, mesmo não conseguindo pensar, ainda me sentia relaxado. 
Ela levantou subitamente e limpou a roupa com as mãos, prendeu seu cabelo em um coque e saiu andando sem dizer mais nada, eu fiquei a olhando partir. 
*Aelin* 
Droga! Por que diabos ele tinha que ir para o mesmo lugar que eu? Só pode ser brincadeira. 
Enquanto eu galopava para o castelo, percebi que tinha feito besteira, não podia ser legal com ele, nunca. 
Me obriguei a parar de pensar nisso e continuei galopando sentindo o vento beijando meu rosto, a sensação era tão boa, quase como estar em casa de novo. 
Meu treino hoje como esperado foi um fiasco, só tinha amanhã para treinar, caso não conseguisse, bom, eu seria eliminada.  
Mas também me obriguei a pensar nisso amanhã, amanhã era o dia do Beltane, a festa seria a noite, portanto tinha o dia inteiro para praticar. 
O que não me saia da cabeça era o meu sonho da noite passada, era tão vivido que eu estremecia só de relembrar tudo de novo. 
Alguém bateu na porta e eu gritei para que entrasse. Minha mãe colocou a cabeça na porta. 
-Preciso de sua ajuda.- Falei para ela e me xinguei logo depois por minha voz ter me traído, tinha soado quase desesperada.