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História Não Ignore O Item 13 - 07.1


Escrita por: Namjoonie30cm

Notas do Autor


Então, eu sinto que devo desculpas a vocês e eu não me orgulho disso. Passar tanto tempo sem postar é meio que uma falta de respeito ? mas espero que compreendam. Foram momentos difíceis e, agora, estamos passando por um pior ainda, mas é em meio a toda essa loucura que finalmente encontrei forças para voltar… então aqui estou eu.

Espero que possam perdoar as minhas merdas e vamos de capítulo novo.

Se formos seguir a timeline da série, estamos no episódio Secrets da segunda temporada (acredito que seja o ep 6) e é um episódio cheio de interações e nenhuma ação, porém importante pra cacete. Então desculpem o capítulo muito provavelmente chato com nenhuma ação e cheio de interações, ele é importante para cacete e ficou grande para cacete também, então acabei dividindo em três.

Por favor, apoiem a história comentando, nenês. É a única coisa que me dá forças para continuar.

Boa leitura!

Capítulo 8 - 07.1


Aquilo não parecia apenas um maldito pesadelo, ela conseguia sentir o corpo de sua irmã gelado contra o seu, conseguia sentir a menina tremendo e sentir o próprio corpo trêmulo.

Lana gemeu baixinho dolorosamente, Hannah estava apertando-a com muita força. A mais velha pediu desculpas baixinho quando percebeu o que estava fazendo, mas não soltou totalmente a criança. Aquele contato mandava mensagens calmas a seu cérebro garantindo que ainda tinha algo e que poderia ficar tudo bem.

Mas será que ficaria?

Em menos de uma semana um micróbio do caralho havia surgido do nada e levado quase metade da população - um vírus mortal que em poucas horas matava os infectados e se espalhava com uma rapidez assustadora.

Pelos jornais televisivos era possível ver imagens de corpos empilhados sendo queimados, pois a cada minuto surgiam mais mortos, não estavam tendo tempo para enterrar, as famílias dos falecidos sequer podiam velar seus entes queridos, pois o risco de infecção era alto demais. Mesmo que houvesse, para aqueles corpos aparentemente não havia um “descanse em paz”, pois todos se levantavam novamente e aquilo conseguiu ser mais assustador que o medo daquele vírus letal.

Eles voltavam com olhos nublados e uma fome insaciável. Não importava se cortassem os membros, queimassem ou atirassem no corpo todo, eles continuavam andando, famintos por carne humana. Aquele vírus estava transformando todos que Hannah um dia conheceu em fodidos canibais imortais. Era pior que todos os filmes de terror que ela já havia visto, pois era real demais.

Era tão real que estava consumindo a racionalidade de Hannah, pois nos últimos três dias ele havia chego em sua casa. Metade de sua família havia morrido e ela não sabia o que fazer.

Deveria colocar uma bala em sua cabeça e na de seus irmãos como seu pai havia dito para fazerem?

Será que esse seria o mais certo? Com certeza evitaria muita coisa. Sua irmã não precisaria jamais olhar pela janela e ver a chacina que haviam feito em sua rua. Seu irmão não dormiria mais com medo de alguma coisa finalmente entrar na casa deles e devorá-los durante o sono. Aquelas imagens horríveis não estaria mais em suas cabeças, não havia medo. Não haveria mais nada, provavelmente, apenas paz. Mas seria justo ela desistir e entregar os pontos desse jeito e, pior, agir como seu próprio pai e tentar tomar essa decisão pelos mais novos. Será que deveria tirar a vida daqueles que mal sabiam ainda o que era realmente viver?

Deveria ignorar tudo que havia aprendido com sua mãe sobre lutar todas as suas batalhas com a cabeça erguida e se deixar ir um pouco mais rápido como se tudo o que viveram, todos os anos lutando naquela sociedade infeliz, todos os sonhos e planos, toda a vida não fosse nada?

Parecia mais fácil. Soava quase ridícula essa ideia de jogar tanto esforço e trabalho para continuar em frente - e para onde? Onde estava esse frente? O que ela deveria fazer agora? - se no fim os mortos levantarem de seu descanso numa fúria infernal necessitados por vida que já não os pertencia.

Olhando pela janela ela poderia ver o caos se instalando no bairro em que cresceu. Na esquina, a filha da senhora Jenks estava se alimentando de uma carcaça qualquer junto dos filhos de seus vizinhos, os Thompsons. Do outro lado da rua, restos de pessoas que cresceram ao seu redor, gente as quais ela ia às festas de aniversário, ria e se divertia com aquelas pessoas, mas agora apenas parecia que a morte havia feito uma última piada com seu humor grotesco ao se apresentar vestindo rostos que um dia estiveram vivos.

Item 7 – Energia alternativa

Sabe aquela vontade de ser menos poluente em prol de uma causa nobre? Digamos que o apocalipse é uma boa hora para sermos todos hippies felizes em ajudar o planeta. Mesmo que, em teoria, a humanidade não tenha mais um futuro que precise preservar.

Em algum momento bem no começo de toda essa loucura que vai se instalar no planeta, as usinas e indústrias irão parar de funcionar, as hidrelétricas irão fechar (afinal, quem diabos irá continuar trabalhando com vários mortos-vivos caminhando por aí?). Então que tal começarmos a pesquisar mais a fundo métodos de energia alternativa e integrarmos eles em nossa vida?

Placas solares e turbinas eólicas são boas alternativas para você poder fabricar sua própria energia e não ter que desistir daquele sonzinho que você tanto adora, até mesmo recarregar as baterias do seu mp3, quem sabe manter um ventilador para as noites mais quentes. As opções são infinitas para você não ser obrigado a viver de lanternas e lamparinas que mais hora ou menos hora também podem perder a função. A alimentação ficará mais complicada, isso já foi discutido antes e sem a possibilidade de eletrodomésticos como a geladeira e freezers, que ajudam a manter os alimentos em condições ideais para consumo, necessitam de energia. 

Caso não consiga ou siga todos os itens, ao fim dessa lista um de nós não estará mais vivo.

PDV Narrador

Por mais estranho que isso possa parecer, foi durante uma aula de artes em seu ensino médio que Hannah percebeu pela primeira vez sobre como o ser humano é, biologicamente falando, um animal fraco na cadeia alimentar.

 - O ser humano é um animal extremamente peculiar - foram essas palavras que sua professora disse para a turma. - Não possui uma couraça forte o suficiente para defesa como alguns lagartos. Não possui garras grandes e bem afiadas como alguns felinos. A visão no escuro é péssima assim como os demais animais diurnos. Comparado aos outros predadores, o humano é lento numa corrida e seria predado com facilidade.

Ouvir o quanto seu corpo era frágil o quanto era fraca e estaria exposta numa situação de risco fez Hannah se remexer na carteira naquele dia. A professora Linda não queria deixar ninguém mal com aquela aula, só estava tentando explicar que, em suma, é um milagre que a espécie tenha se mantido durante tanto tempo na terra. E que isso se explicava pela capacidade assustadora de adaptação às mais diferentes situações e desenvolvimento tecnológico.

Ninguém da turma pensou naquele momento que essa ideia seria colocada a prova poucos anos depois quando os mortos voltassem à vida, mas agora tudo o que sua professora tinha lhe dito era cristalino.

Quando Hannah lutava contra outro morto-vivo, sua pele cedia fácil aosdentes e seus músculos não eram fortes o suficiente para carregar muito peso; quando estava cansada, ela não conseguia correr rápido o suficiente e seus pulmões sempre doeriam pelo esforço; quando não tinha suas facas em mãos, suas mãos nuas não eram capazes de abrir crânios nem fazer mais estrago que arrancar um pouco de pele grudenta.

E Linda estava certa, somos presas fáceis e a única forma de compensar o corpo frágil é usando da sua capacidade de adaptação.

Então ela fez isso. Acostumou-se com o cheiro de sangue e do metal. Aprendeu a passar por situações que em sua outra vida jamais pensou que passaria e quando seu irmão levou um tiro e ela teve que enfiar seu dedo num buraco no ombro dele, ela também se adaptou àquela situação desligando todas as emoções e agindo em piloto automático em nome da sobrevivência.

E naquela madrugada quando saiu da barraca do Dixon imaginou o que faria para se adaptar naquele novo cenário.

Por hora, o que pode fazer era fugir. Então Hannah engatinhou até a entrada da pequena barraca lentamente, um esforço claramente idiota se considerasse que mesmo que batesse pandeiro na cabeça daquele homem ele não conseguiria escapar do véu de inconsciência que o cansaço e excesso de medicação das últimas horas havia imposto.

Ela espreitou pela fenda que abriu entre os tecidos da barraca e teve que forçar a visão na escuridão da noite. Odiava esse horário, sua visão sempre ficava fragilizada pela baixa iluminação e aquilo só servia para auxiliar o inimigo e criar paranoias não poder ver o que estava a espreita.

Além disso, tudo começou de noite.

Sua visão ficou embaçada e os olhos lacrimejaram ao forçar a visão. Tentou observar ao redor da própria barraca e manteve-se o mais calada possível a fim de identificar qualquer som que viesse a surgir: havia o ronco de Daryl às suas costas, assim como o de outras pessoas a poucos metros à sua esquerda e direita, onde estavam as barracas de alguns dos companheiros do Caçador e os soares de outras criaturas da noite. Sem grunhidos. Sem passos arrastados. Mas ela sabia melhor, sabia que aquilo não significava segurança.

Esperou mais um pouco. Não viu nada entre os troncos de árvores e barracas, tampouco viu movimentos próximos a casa da fazenda. Saiu devagar da barraca, olhava bem no chão tentando não pisar em nada que gerasse sons altos, pois não estava com muita vontade de acordar alguém e explicar o que estava fazendo por ali àquela hora e tampouco sentia-se confiante estando em campo tão aberto com tantas árvores em volta.

Hannah deu alguns passos em direção a casa da fazenda e iniciou uma corrida até a varanda. Estava para entrar pela porta da frente quando sussurros irritados vindos da lateral da casa chamaram sua atenção, aquilo soava como a discussão.

Sem conseguir resistir, seu passos leves em direção a briga sussurrada, parando pouco antes de virar a esquina e tentou forçar seus ouvidos a ouvir melhor.

-… isso é loucura!

- Tem que ficar quieto. Meu pai está tentando ajudar eles e eu estou tentando ajudar você. - um som seco soou e Hannah pensou que aquilo poderia ter sido um soco. Parecia Maggie falando, mas ela não tinha muita certeza. - Se você contar sequer sei o que seus amigos podem fazer e, se tentarem fazer alguma coisa, com certeza serão expulsos da fazenda. Prometa-me que não vai contar para ninguém.

- Maggie, eu não posso pr-

- Glenn, - o tom de Maggie tornou-se mais incisivo, duro. Com aquele tom, até mesmo Hannah se sentiria encurralada. - Prometa que não vai contar. Prometa, Glenn.

- Tud-tudo bem. - uma pausa. - eu prometo.

- Obrigada. - um suspiro cansado. Mais uma pausa. - Eu vou entrar agora. Melhor você ir para…

- Então nós não vamos…?

- Vai dormir, Glenn.

Hannah se distanciou e entrou na casa antes que eles percebessem ela espreitando.

 Não é como se pudesse esperar outra coisa a não ser confusão quando joga quase vinte pessoas isoladas numa fazenda, mas queria evitar uma pelo menos por hora. Para si já era suficiente Shane a marcando e aquele problema, assim como os outros que percebeu existirem por ali, não era da sua conta.

Ela pode evitar ficar mais tempo do que deveria naquela varanda, mas não pode evitar tentar encontrar sentido nas coisas que havia escutado, sem sucesso. Era uma briga de casal ou… algo maior?

Tinham dezoito pessoas naquele espaço, obviamente todas tinham segredos importantes guardados - como aquele que Hershel e Maggie, e agora Glenn, estavam compartilhando -, mas será que todos estes eram pessoais demais para não significar uma ameaça à segurança?

Hannah entrou no quarto emprestado por Hershel. Os olhos acostumados à sua própria paranoia logo buscaram seus irmãos, dormindo juntos pacificamente na cama daquele jeito nem pareciam ser a razão de todo seu estresse.

Mais por costume que desconfiança, Hannah checou suas coisas e tudo parecia no lugar que ela havia deixado antes se seguir para a varanda: suas mochilas empilhadas próximo a parede, uma toalha estendida na cadeira, seus irmãos estavam dormindo tranquilamente no colchão... e ela. Estavam seguros por enquanto.

Por enquanto.

Nada naquele mundo era permanente. Agora eles tinham um teto, uma cama - era uma cama. Uma de verdade que tinha molas que faziam barulho e tudo mais. Fazia quanto tempo que eles não dormiam em uma cama como aquela? -, água encanada e comida até que estivessem prontos para partir. Ela sabia que a respeito disso Hershel não estava mentindo, ela.simplesmente sentia a sinceridade do velho senhor. A propriedade era dele e eles eram convidados. Ponto.

Mas mesmo assim havia algo estranho no ar. Não sabia dizer se era apenas coisa da sua cabeça, afinal suas últimas experiências estando com um grupo tão grande não foram de um todo agradáveis e a ideia de estar tão próxima e relaxar perto de pessoas que não conhecia a fazia sentir arrepios.

Haviam passado por muito para arriscar todo o plano tão fácil assim. Aquelas pessoas eram adultos armados que a encaravam como uma estranha no ninho e Hannah mais do que ninguém sabia que numa situação estressante como aquela as chances de se deixar levar pelo medo do desconhecido muitas vezes dominava suas ações. 

E isso sempre fazia cenários idiotas dominarem sua mente. A maioria envolvia algum problema envolvendo alguém ameaçando seus irmãos. Droga, ela quebraria ossos se alguém tentasse riscar um dedo naqueles dois.

Mas aquilo era uma possibilidade, apenas mais uma possibilidade no meio do tantas outras e no fim tudo que lhe restava era pensar muito bem em seus próximos passos, afinal ela tinha um objetivo a alcançar.

Encostou-se na parede ao lado da janela, uma movimentação do lado de fora chamou sua atenção. Glenn estava indo até o velho trailer estacionado poucos metros dali com algo embaixo de seu braço e uma lanterna iluminando seus pés. Ele parou a poucos passos do trailer e olhou para a casa trás, encarando algo que Hannah não soube dizer o que era. Tal cena só serviu para aguçar a curiosidade da morena.

Ele está encarando a casa ou… é outra coisa?

 A resposta que saciaria sua curiosidade não viria naquele momento, então para Hannah só sobraram as dúvidas e dúzias de planos que muitas vezes acabavam em um probleminha incômodo: esta noite ela abriu uma porta que poderia significar a completa perda de seu controle.

E atravessar essa porta é justamente o único ato idiota que ela não poderia se permitir cometer.

(...)

O frio da noite e o piar próximo de uma coruja pareciam deixar os pensamentos de Hannah cada vez mais obscuros e a mulher com mais sono.

Os minutos se passaram, ela ouviu Maggie entrando na casa e indo se deitar. Ouviu mais animais noturnos e seus bocejos tantas vezes que àquela altura seu maxilar doía. Acabou deitando ao lado de seus irmãos no que prometeu ser um cochilo rápido.

Mesmo que não houvesse nenhuma movimentação suspeita, qualquer coisa poderia acontecer; Seth poderia precisar dela ou Lana, mas descansar só um pouquinho não poderia fazer mal.

Aquilo só enganou a si mesma. Ainda estava no início da madrugada quando se deitou, mas o Sol já se fazia presente quando acordou com Hershel batendo na porta com todos os seus “bom dia” e “dormiram bem?”.

Grogue pelo sono e incomodada com a luz - por que diabos ela não fechou as cortinas antes de deitar? -, Hannah se escondeu embaixo dos lençóis enquanto ouvia Hershel se mover pelo quarto para checar o estado de saúde de Seth.

- Ele acordou durante a noite? - perguntou o homem enquanto checava a pressão do rapaz.

Hannah puxou um pouco o lençol para encarar Hershel. Seth deveria ter acordado?

- Não. - o homem lhe lançou um olhar. - Isso é preocupante?

- Ele perdeu um bocado de sangue antes e depois da bala ter sido extraída. O corpo dele precisa desse descanso, mas acho que mais uma bolsa de soro não vai fazer mal.

Hannah não respondeu nada. Não havia o que dizer quando era visível em seu rosto que até mesmo o sono e o Sol incômodo haviam sido esquecidos por hora.

- Não faça essa cara de preocupação, ele está bem. O corpo dele só precisa de descanso. - disse concentrado em suas mãos trabalhando para trocar as ataduras que estavam cobrindo o torso superior de seu irmão. - E você talvez precise de um pouco de trabalho manual para distrair sua mente. Vá até a geladeira e pegue uma bolsa de soro, sim? Venha me ajudar a trocar isso tudo e em seguida vamos tomar um pouco de ar matinal.

Pouco tempo depois as ataduras de Seth, assim como a bolsa de soro conectada ao cateter no braço dele, terem sido trocados, Lana acordou completamente animada para sair e conhecer uma fazenda de verdade onde tinham cavalos e vacas de verdade. Hannah entendia a animação da pequena espoleta, mas não compartilhava da mesma. A cama era muito confortável pra sequer considerar sair dela, mas nem só de sonecas vive o homem.

Levou Hannah para o banheiro com mudas de roupas para as duas e poucos minutos depois estavam acompanhando Hershel para o lado de fora da casa, deixando para trás um Seth ainda inconsciente.

Não adiantaria sentar ao lado dele e ficar cutucando o menino no nariz para ter certeza se estava respirando, pois, como Hershel disse, só restava esperar.

- Você quer que eu… colha cenouras? - Hannah lançou um olhar cético a Hershel. - Essa é a sua ideia de trabalho manual? Nada de ordenhar, tirar água do poço ou algo assim?

Quando Hershel a deu espaço para se preparar para o dia e pediu que ela o encontrasse nos fundos da casa em frente aquele céu lilás pelo nascer do Sol recente com direito a folhagem das árvores ao redor farfalhando com o vento e os passarinhos pulando pelos galhos, ela imaginou todos os cenários possíveis, menos o velho homem tentando convencê-la a brincar de fazendeira.

- Devem ter coelhinhos ali. Vamos logo, vamoooosss. - tal como era comum da idade, qualquer coisa que envolvesse novidade deixava Lana energética e ela sairia pulando se não fosse a mão de Hannah firmemente colada a dela.

- Sua coluna é bem mais jovem que a minha. Bons ossos aguentam ficar tanto tempo abaixados.- estendeu a cesta que Hannah pegou, ainda incerta. - Eu vou ordenhar as vacas com Jimmy e a água não precisa ser retirada do poço desde que temos encanamento justamente para isso. Após terminar de tirar as cenouras, leve-as para Patrícia. Ela vai precisar para o almoço. - e saiu com seu chapéu marrom e bengala a tiracolo.

- Tudo bem. - olhou para Lana: - Acredito que hoje é o nosso dia de bancar a Family Farm, não é, neném?

- O que é Family Farm? - perguntou e de deixou ser guiada pela irmã ainda com as mãos dadas. 

- Um joguinho idiota que eu sou… que eu era viciada. - desconversou para a pequena esperando que aquilo saciasse a curiosidade infantil. - Vamos, temos cenouras para pegar.

- Será que a gente vai ver algum cuelho?

- Deus, eu espero que sim. Seria bom um ensopado de coelhos agora.

- Hannah! Não pode tumer cuelhos. Eles são tão fofinhos. - Hannah lançou um olhar para sua irmãzinha, a dicção questionável dela impedia que a mais velha a levasse a sério.

- E gostosos. - irritou, sabendo que isso faria aquele bico fofo surgir nos lábios de Lana. - Tem gosto de galinha, sabia?

- Eca, Hannah! - brigou, fazendo Hannah gargalhar. - Você é má.

- Vem, vamos pegar cenouras e ver se encontramos alguns cuelhos fofinhos pro almoço.

Por mais idiota que parecesse parar para colher cenouras em meio a uma espécie de apocalipse, Hershel parecia saber que era certo em colocá-las para fazer algo tão simples após momentos tão tensos do dia anterior. Fazia um tempo desde que apenas andavam por estradas e florestas, foi uma novidade feliz alguma coisa diferente para fazerem, mesmo que essa tarefa fosse coletar cenouras para o almoço.

Quando chegaram ao campo destinado ao plantio, elas não encontraram nenhum coelho perto das cenouras como a pequena Lana havia imaginado. Mas sim verde para todo lado e em diversas formas diferentes, o que as fez aralisar confusas.

- Hannah? - Lana chamou.

- Hm?

- Quais são as cenouras?

Ah… isso é uma ótima pergunta.

Veja bem, Hannah não era uma garota burra e devia isso em parte a quantidade considerável de auxílio que recebeu de sua mãe, uma biomédica genial.

Hannah se dava muito bem com números, acontecimentos históricos e tecnologia em geral, além disso, foi facilmente uma das alunas mais aplicadas de sua turma em todos os anos em que estudou. Mas trabalhos do campo não estavam dentro de suas habilidades, tampouco manejo de alimentos. Sinceramente, o mais perto que ela chegou de cenouras era através de bolos e aquelas que já vinham bem embaladas em agrotóxico e plástico do supermercado.

Ela sabia que cenouras ficavam na terra com ramos para fora e isso era tudo, mas haviam muitas coisas enterradas por ali com ramos verdes para fora.

- Eu, sei lá, talvez sejam essas aqui. Venha, vamos começar. - puxou o mais próximo da terra com um pouco de dificuldade, tendo até mesmo que cavar um pouco para conseguir arrancar a raiz. - Puts, isso é um rabanete. Ok, todas as que parecerem com isso são rabanetes. Por que não tentamos aquele ali?

Tão rápido quanto havia ido, Hershel voltou com Jimmy e alguns baldes de leite e uma cesta cheia de ovos. O pobre fazendeiro quase teve um ataque ao ver a bagunça que as irmãs haviam feito em sua pequena hortinha pisando nas alfaces e puxando as batatas e os rabanetes ao invés das cenouras. Um desastre.

- Pegamos as cenouras, tio! - Lana falou animada, mostrando em suas mãos sujinhas de terra duas cenouras fininhas; as primeiras que haviam encontrado.

- Estou vendo. Pelo visto teremos ensopado pro almoço já que pegaram alguns rabanetes e batatas também. - o velho homem olhou questionador para Hannah que riu sem graça.

Olhando em volta, alguns vegetais haviam sido estragados em sua pequena aventura. Mas as cenouras haviam sido encontradas, era isso o que importava.

- Hannah, posde vir aqui por um minuto? - Hershel chamou e entregou seu balde de leite para Jimmy levar até a cozinha.

- Fique aqui, viu mocinha? - Lana assentiu dando pouca importância pra irmã, estava mais focada em puxar cenouras da terra. - Sim, senhor? 

- Andei pensando sobre algumas coisas e algo ficou martelando na minha cabeça. Vocês pareciam perdidos quando chegaram, possuem uma casa? Um lugar seguro? - Hannah quase riu da pergunta. Ele não poderia estar falando sério, poderia?

Viviam uma época em que lugar nenhum era seguro com aquelas coisas espalhadas por todo canto e o desespero tomando de conta da mente dos que estavam vivos.

Antes de dizer qualquer besteira, ela se aquietou e observou bem Hershel e foi ali olhando pra o velhinho de chapéu e bengala que ela entendeu o que ele queria dizer com lugar seguro.

Hershel tinha os cabelos brancos, as bochechas coradas e os olhos azuis vívidos. Mesmo que usasse naquele momento uma bengala para se mover sua postura era aceitável, era visível que ele exalava saúde - ao contrário do que poderia ser visto em si mesma e em qualquer pessoa do grupo do Rick. Hershel não parecia ter passado fome e tampouco tinha os ombros caídos ou aquele olhar perdido de quem já viu o inferno na Terra.

E não apenas Hershel. As filhas dele, a sua cozinheira, até mesmo a fazenda como um todo tinha a estrutura inteira, nada que indicasse que grupos daquelas coisas já passaram por ali. Aquele local protegido parecia perdido no tempo momentos antes da tragédia acontecer.

Ele provavelmente não sabia como estava a vida fora da fazenda. Hannah gostaria que ele nunca soubesse.

- O senhor diz, como sua fazenda? - perguntou apenas para ter certeza e recebeu um aceno afirmativo. - Eu… na verdade, não. Estamos na estrada, às vezes paramos uma noite ou duas em algum lugar, sabe? Para descansar um pouco. Acho que quando Seth melhorar vamos para a costa, talvez conseguiremos ir para uma ilha, ouvi falar que isso era uma possibilidade.

- Bom, o grupo do Rick estava indo para o Fort Benning. Disseram que por lá as coisas estão mais tranquilas em relação a tudo isso. - ele retirou o chapéu de sua cabeça. Com a bengalinha de lado só faltava o ramo de mato na boca para ele parecer verdadeiro fazendeiro de livros infantis. - Mas de qualquer forma, ele também mencionou que as coisas na estrada não são muito seguras. - pelo tom dele, Hershel estava sondando, buscando a resposta para uma pergunta ainda não formulada.

- De fato. É difícil por lá. Difícil demais. Muitas daquelas coisas, muitos ladrões e pouca comida ou segurança. Mas não temos outra alternativa, não é mesmo? - deu um sorriso triste. Não era como se ela tivesse qualquer outra alternativa. - É natural do humano se adaptar e sobreviver. Então é o que estamos fazendo.

As palavras da menina calaram fundo em Hershel e ele pareceu pensar por um momento com os lábios crispados.

- Estou oferecendo a você o mesmo acordo que ofereci a Rick: se seguirem minhas regras, desde que esta é a minha casa, não me causem problemas e tampouco destruam completamente a minha horta, 

- Eu juro que não foi por querer.

- Vocês podem ficar por aqui. Acredito que Beth gostou de ter alguém da idade dela, vai fazer bem para todos nós.

Hannah olhou para Hershel, desvuou o olhar para a casa e voltou a encarar Hershel.

- Eu… uau. Tipo, uau mesmo. Tipo… uau. Eu não sei o que dizer. Isso é sério mesmo?

- Pelo o que Rick falou, lá fora está uma loucura e aqui vocês terão segurança. - Voltou o chapéu a sua própria cabeça. - Veja bem, estou fazendo isso porque é o certo, como cristão, estender a mão àqueles que precisam de ajuda. Sou pai há quase trinta anos, Hannah. Sei que é uma responsabilidade grande e difícil de lidar, principalmente em tempos tão complicados.

- Você… está certo. - e como estava. As noites sem dormir por saber que a segurança daqueles que eram seus protegidos, a ansiedade e a fome por não ter o suficiente para todos pesava mais a cada dia. Às vezes Hannah não sabia como seus pais haviam conseguido não enlouquecer durante tanto tempo. - Eu sequer sei como agradecer, senhor Greene.

 - Agradeça levando tudo a Patrícia quando terminarem.

- Tudo bem, senhor Hershel. Mas… meu irmão, bom, nós tínhamos planos. Não posso garantir que vamos realmente aceitar a proposta. - o velho piscou confuso. Grimes estava desesperado por aquela chance, o que fazia Hannah pensar em negar? - Eu agradeço, sério. De coração. Mas tenho que conversar com ele antes.

- Entendo. De qualquer forma, as portas da minha casa estão abertas para vocês. - saiu, levando sua bengalinha e cesta de ovos.

Hannah não sabe quanto tempo ficou ali parada vendo a porta fechada após a passagem de Hershel pensando no leque de possibilidades que estava aberto bem a frente de seus olhos.

- O que ele disse? - curiosa, Lana cutucou o braço de sua irmã.

- O que? - Hannah perguntou a sua irmã que a olhou confusa. - Ah, sim. Ele… Deus. Eu preciso falar com Seth.

(...)

A cozinha da fazenda não era o maior espaço da casa. Havia uma mesa bem no centro que ocupava boa parte do local, uma pia com uma grande janela grande ocupava a parede e dava uma vista panorâmica para toda parte de trás da propriedade, alguns eletrodomésticos em bom estado de conservação e muitos utensílios de cozinha espalhados dentro e fora do armário organizadamente.

Era cheio, isso não haviam dúvidas, mas organizado. Hannah olhou em volta e parou uns poucos segundos com o olhar na geladeira onde tinham fotos dos Greene seguras por ímãs. Em todas haviam pessoas sorrindo felizes. Hannah não viu algumas daquelas pessoas pela fazenda.

- As cenouras e tomates estão aqui. E acho que alguns quilos de terra também.- disse à Patrícia que estava de costas para ela passando um café na pia da cozinha.

- Deus! - Patrícia soltou uma risadinha quando viu que era apenas as irmãs. - Que susto, menina.

- Desculpe, não tive a intenção.

- Tudo bem, querida. Eu que estava um pouco sonolenta ainda e não percebi sua aproximação. Olá, Lana, tudo bem com vocês?

Tuto bom. Você ta fazento o que?

- Estou preparando o café da manhã, querida. - Patrícia respondeu, e estendeu uma colher a Beth, que estava quebrando alguns ovos em uma frigideira.

- Posso ajudar, tia? - Lana perguntou fazendo sua melhor voz fofa. - Por favorzinho? - Hannah semicerrou os olhos para sua irmã; safada manipuladora.

Patrícia trocou olhares com a filha mais nova de Hershel e em seguida se virou para as irmãs, fez uma careta para a terra que estava nos sapatos delas e agora também em todo o chão.

- Ah, é que eu já terminei por aqui… - os olhos de Lana passaram a lacrimejar e seus lábios se curvaram para baixo automaticamente. - Mas eu já ia começar a preparar o pão para o almoço. Acredito que posso precisar de uma mãozinha sim. - sorriu tentando reforçar a amenização para a careta que a menina estava fazendo.

Hannah revirou os olhos. Às vezes era tinha dúvidas sobre o quão inocente Lana era, pois a menina parecia saber todas as manhas e caminhos pra conseguir o que queria - principalmente quando se tratava de chantagem emocional, ah, nisso aquela baixinha era especialista.

Hannah piscou com Patrícia pegando bacias e colocando sobre a mesa e quando abriu novamente os olhos, estava com seus dedos grudados em massa de pão e com os fios rebeldes de seu cabelo colando-se no seu pescoço e testa.

Hannah não gastou tempo tentando entender como havia parado naquela situação. Piscou e engoliu a vontade de berrar, achava que aquilo havia parado, mas pelo visto as noites insônia estavam vindo para cobrar.

De qualquer modo, não havia muito o que fazer agora a respeito disso, então só lhe restou continuar. Ao contrário do que imaginou, sovar massa de pão era muito relaxante, mesmo com seus conhecimentos questionáveis em culinária que estavam sendo compensados pela paciência da cozinheira loira.

Patrícia era uma mulher de aparência triste - provavelmente pela sua perda tão recente -, e muito disposta a ajudar quem necessitasse. Aquela mulher tinha uma calma incrível, sempre usava um tom de voz calmo e pacífico enquanto conversava com as irmãs ensinando o passo a passo de como fazer o pão de alho que seria servido no almoço e um bolo de cenoura que provavelmente ficaria para o lanche da tarde.

Não foi preciso ficarem muito tempo na cozinha para começarem a ver sorrisos surgindo no rosto de Patrícia cada vez que falava com Lana, por vezes acariciando os cabelos presos da menina, ás vezes só ajudando-a a mexer direito a massa do bolo que elas estavam fazendo. Ver que a conversa entre a senhora e sua irmãzinha parecia deixar a mulher mais animada fazia Hannah tirar sua mente de todas as preocupações que lhe afligiam, principalmente aquelas que fazia ver todos ali como ameaças em potencial.

Talvez ela estivesse paranoica demais nos últimos tempos. 

E imaginar o que teriam para comer praticamente a fazia salivar em antecipação, era impossível não ficar feliz quando se teria pão de alho pro almoço.

- Mas nada foi pior que a Beth achando que menstruar significava que ela estava com uma doença terminal. - opa, quando haviam chego a esse tópico?

Olhou em volta em busca de sua irmã apenas para encontrá-la no colo de Beth. Piscou confusa, Lana era uma manipuladora manhosa que pesava bastante, mas pelo visto havia encontrado a única pessoa no mundo que não parecia se cansar de carregar seu peso de um lado para o outro.

O bolo já estava no forno e Patrícia estava dobrando a massa que Hannah antes sovava numa forma.

- Não é justo você sair contando isso para todos, Patty. - Beth reclamou o que apenas arrancou mais risadas de Hannah. - Pare de rir, eu era uma criança.

- Do que estamos rindo? - Maggie perguntou adentrando a cozinha. Sua intenção inicial era apenas pegar um pouco de café para começar bem o dia, mas as risadas a deixaram curiosa. 

- Da primeira menstruação de Beth. - Hannah explicou, pois era a única parte que havia pego da conversa.

- De quando ela queimou os lençóis sujos e passou horas chorando escondida porque não queria morrer na nossa frente?

- Vocês são horríveis. - Beth resmungou. - Não preste atenção no que elas estão falando, querida. - disse para Lana que, pela carinha, com certeza ignoraria o aviso.

- Você deveria ter visto, Hannah. - Patrícia continuou, uma das mãos tocou o braço da mesma para puxar sua atenção. - Depois disso, a Maggie quem passou horas chorando escondida.

- Patrícia…

- O primeiro beijo dela foi atrás do celeiro. O safado do filho dos Jones tentou enfiar a mão debaixo das saias dela e o Hershel viu tudo e-

- Tudo bem, tudo bem! Não precisamos de mais detalhes. - Maggie interrompeu, tão vermelha quanto a xícara de café que tinha nas mãos.

- Era para a Lana estar ouvindo essas coisas?

- Mas essa é a minha favorita, Maggie. - Beth reclamou, pedindo para Patrícia terminar de contar a história, ansiosa pela parte que ela falava sobre a Beth desesperada por achar que a irmã havia ficado grávida. 

Imaginar a cena fez Hannah rir quando Patrícia soltou mais uma das pérolas sobre os anos de juventude das meninas da fazenda.

Maggie tentou jogar farinha na senhora loira, mas falhou miseravelmente, acertando no lugar as costas de Beth que estava abaixada enquanto tentava colocar o pão de alho no forno.

Fingindo irritação, Beth deixou Lana no chão para pegar um pano molhado e tacou em sua irmã. Maggie não teve muito esforço para desviar e jogar água no rosto de Beth em retaliação, o que arrancou um.olhar de choque da loira. Tanto Hannah como Patrícia preferiram ignorar as duas, era uma briga infantil como uma das muitas que Hannah estaria tendo com Seth se agora ele não estivesse...

Sacudiu a cabeça para pôr as ideias no lugar e voltou a lavar suas mãos. Seth estava bem, só estava se recuperando.

Hannah virou rapidamente o rosto para espirrar, Patrícia lhe desejou saúde e se retirou da cozinha com a desculpa de que as galinhas não iriam se alimentar sozinhas.

Maggie finalmente saiu da cozinha quando Beth ameaçou deixar as vasilhas do almoço para ela e foi até a pia limpar a bagunça que haviam feito na preparação do bolo e do pão.

- Onde você pensa que vai? - Hannah perguntou vendo Lana tentando escapar de cozinha.

- Eu vou ver o tio Hershel, duh. - Sem ter muito o que fazer, Hannah se sentou a mesa e observou Lana correr para fora da cozinha.

Aquele momento sentada a mesa da cozinha dos Greene observando a massa branca no forno lembrou-lhe da sua própria mãe fazendo pães durante os feriados quando iam visitar a avó deles que moravam no Kansas.

Hannah nem conseguia imaginar o que havia acontecido à senhora frágil que lhe dava abraços quentinhos nos natais e havia aprendido a usar a internet para manter contato com a família.

Pendurou as mãos nos ombros doloridos e apertou os músculos para tirar a tensão. Aquilo não era momento para pensar em senhoras amáveis e indefesas. Se dependesse dela, momento nenhum seria.

Seu olhar desviou rapidamente para a janela. Talvez sua coisa favorita esteja se tornando ver a bela paisagem que era a fazenda dos Greene. Agora que o Sol estava forte e firme no céu da manhã, os campos que tremulavam com a brisa haviam adquirido um tom amarelado de grama seca que fazia par com o céu índigo.

Distraída com a paisagem, Hannah quase não percebeu uma figura que se tornava cada vez mais pequena para si enquanto caminhava para longe da casa, mas o vestido amarelo desbotado e o carrinho de mão destoava da paisagem.

Patrícia seguia com um carrinho de mão coberto com um pano grosseiro até o celeiro, mesmo naquela distância, podia notar que a mulher estava tão rígida que os ombros quase tocavam o pescoço.

As sobrancelhas de Hannah se uniram quando seu cérebro lento pela privação de sono ia juntando as informações tentando encontrar significados para o que a mulher estava fazendo. Onde diabos a Patrícia estava indo? As galinhas ficavam do outro lado da propriedade.

- Beth? - a morena elevou os olhos para Jimmy, que estava na porta da cozinha. - Você viu a Patrícia?

- Ela foi alimentar as galinhas. - disse em tom solene, muito diferente daquele que estava usando minutos antes. Beth estava na pia bem em frente às janelas, ela também havia visto a Patrícia indo na direção errada, então por que estava falando aquilo?

- Ah - ele fez uma careta. - é que Rick e os outros já estão saindo para as aulas de tiro. Hershel deixou vocês irem também?

- Deixou sim. Você pode ir chamar ela? Eu tenho que olhar o forno antes de sair. - disse Beth apontando para o fogão.

- Claro. - e saiu da cozinha.

Hannah ficou tão quieta quanto podia ainda observando as janelas como se nem estivesse ali. Pela visão periférica, viu Beth retirar o pão já assado do forno e pô-lo em cima da mesa, ao lado do bolo laranja.

Jimmy passou pelas janelas, estava indo em direção ao celeiro.

Olhando para o bolo e o pão em cima da mesa, Hannah sequer notou Beth se despedindo e tampouco saindo da cozinha.

Finalmente as sinapses em seu cérebro funcionaram como deveriam e ela se lembrou de algo interessante: Lori havia saído mais cedo com Carl para alimentar as galinhas.

Desconfiada, Haanah piscou e voltou a olhar pela janela e Jimmy a Patrícia estavam voltando. Agora, sem o pano cobrindo o carrinho vazio.

- Vão praticar tiro, hum? - Hannah estendeu a mão para uma sua xícara de café e tomou um gole generoso.

- O que vamos fazer agora, hein? - Lana surgiu na porta da cozinha com o rosto suado e o cabelo, antes num rabo de cavalo organizando, agora era uma bagunça de fios emaranhados.

- Acho que é hora de darmos uma voltinha lá fora. O que acha, amorzinho? - lançou um olhar para sua irmã que claramente dizia que as duas iriam aprontar.



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