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História Lithium - Eu não quero me curar - Uma pequena distração...


Escrita por: _sweetsurvivor

Capítulo 10 - Uma pequena distração...


LAUREN POV:


- Lauren, acorda!

- Camila?

- Nossa, como você consegue dormir assim? - perguntou, rindo.

Olhei ao redor e vi que estava sentada na cadeira ao lado dela, no quarto do hospital, e ela está deitada de lado na maca, me olhando.

"Foi tudo um sonho?"

Olhei imediatamente meus pulsos, procurando pelas marcas que ela havia deixado em mim. Mas estavam normais. E nada doía como antes.

Suspirei aliviada e passei as mãos pelo meu cabelo.

- Laur, você tá bem? - perguntou Camila, se sentando de lado na maca, com suas pernas balançando no ar, me olhando preocupada.

- Eu... acho que tive um pesadelo... espera...do que você me chamou? - perguntei, a olhando.

- De Laur... desculpa, doutora, é que... eu reparei que você me chamou de Camz recentemente...

- Você...reparou? - senti minhas bochechas queimando.

- Uhum... você está se sentindo bem? Está vermelha... - fiquei mais vermelha ainda por ela ter reparado - Oh meu Deus, você parece com febre!!! - disse, levantando da maca e se inclinando na minha frente, colocando sua mão por cima da minha testa. - nossa, você está quente!

- Camila!!!!!! Eu... - tentei levantar imediatamente mas acabei tropeçando em seu pé e caí por cima dela, ambas deitadas na maca.

Ela me olhava no fundo dos olhos e seu rosto estava extremamente perto do meu. Meus braços estavam esticados e minhas mãos espalmadas uma de cada lado de sua cabeça, e onde ver uma mexa do meu cabelo caída no canto de seu rosto. Meu coração disparou, meu corpo inteiro ficou quente e eu senti como se tivesse acabado de descer monstruosamente rápido em uma montanha russa, então estava paralisada.

- Eu...eu...

Ela deixou escapar uma risada sapeca e inocente, então colocou minha mexa caída no canto de seu rosto atrás da minha orelha delicadamente. Nesse momento, pude ver seus olhos castanhos se desviarem dos meus e irem de encontro com meus lábios. Obviamente e quase involuntariamente, os meus procuraram os dela, e eu me amaldiçoei repetidamente em minha mente por ter decidido olhar pra algo que eu havia acabado de descobrir como minha maior tentação...

Me aproximei alguns milímetros de seus lábios e ela parecia sem reação, mas mantinha sua mão em meu rosto depois de ter colocado meu cabelo atrás da minha orelha. Me aproximei mais e assim que senti seu hálito fresco e quente muito perto dos meus lábios, meus olhos se fecharam automaticamente.

"Droga... Dinah que me perdoe, mas eu vou beijar essa garota."

Antes que fizesse outro movimento, senti a mão de Camila descer até minha nuca e de repente eu fui puxada pra frente, mas não encontrei os lábios de Camila. Ao invés disso, a ouvi sussurrando em meu ouvido:

- Nosso tempo vai acabar, doutora Jauregui.

Então abri os olhos rapidamente, e quando percebi, estava sentada na minha cama, com vários e vários livros e anotações espalhadas pela minha cama.

- Onde eu...mas o quê...

Tentei me recompor e me situar.

"Ok, Lauren. Você chegou, começou a estudar mais o caso da Camila e pegou no sono. Foi só um sonho."

Senti um aperto no meu coração ao ler uma das minhas anotações com a fala da outra personalidade da Camila:

Nosso tempo está cada vez mais perto de acabar.

"Droga... a parte ruim não foi sonho. Eu realmente preciso pensar em como vou conseguir salvar a Camila dela mesma..."

De repente, ouvi um barulho diferente. Olhei ao redor do meu quarto e a porta do banheiro estava meio aberta.

- Mas o quê??

Me levantei e caminhei cuidadosa e silenciosamente até a porta do banheiro e a medida que fui me aproximando, ouvi o barulho do chuveiro ligado.

Meu coração disparou absurdamente. Abri a porta e entrei no banheiro, porém o vapor no box só permitia que eu visse um corpo feminino de costas e um cabelo negro jogado na frente de um dos ombros.

Abri o box do banheiro delicadamente, pra não assustar ninguém.

- Camila????

- Não... mas é alguém com quem eu deva me preocupar amor? - disse Lucy, se virando de frente pra mim e sorrindo.

- QUE PORRA QUE VOCÊ TA FAZENDO AQUI???!?!?!?!?!

- Ei, ei... calma ta bom? Eu tenho a chave...esqueceu?

- EU FALEI PRA VOCÊ IR EMBORA, LUCY! ACABOU TUDO ENTRE A GENTE! - tremia de raiva de lembrar o que ela fez comigo.

- Lauren...

- EU NÃO QUERO TE OUVIR! VOCÊ TEM 10 MINUTOS PRA SAIR DAQUI.

Bati a porta do banheiro com força e sentei na cama.

"Não acredito nisso."

Depois de 3 minutos ouvi o chuveiro desligar. Olhei ao redor, todas aquelas anotações e o nome da Camila praticamente em todos os lugares. Meus olhos encheram de lágrimas e minha cabeça estava uma bagunça enorme.

"Como vou ajudar a Camila? Como vou resolver esse caso?...e esse sonho que eu tive... como vou conseguir controlar esses sentimentos que estou desenvolvendo por ela? Ela é minha paciente, jamais poderemos ter nada... E agora, com a Lucy aqui... devo continuar tratando ela desse jeito? Mas eu... eu ainda tenho sentimentos por ela... apesar de tudo o que ela fez..."

Recolhi e guardei minhas anotações e fui até a cozinha beber um pouco de água. Fiquei apoiada no balcão da cozinha, olhando pela janela, tentando respirar um pouco e me recompor de toda essa bagunça mental.

Logo ouvi o barulho de passos com salto alto descendo as escadas. Fechei os olhos com força, me forçando a não chorar com a presença dela. Ainda era tão difícil perdoar e apagar da minha mente o que ela havia feito comigo.

- Lauren, eu sei que você não quer nem olhar na minha cara, mas eu preciso conversar com você.

- Não temos nada pra conversar. Vai embora. - disse, apertando meus punhos por cima do balcão, ainda de costas pra ela.

- Por favor, pare com essa atitude infantil. Você sabe que uma hora ou outra precisaremos ajustar as coisas entre nós.

- Não, não precisaremos. Sabe por quê?? - me virei de frente pra ela e me aproximei, respirando fundo pra me manter forte. - Por que nada entre nós será ajustado. Não existe "nós" agora, Lucy, acabou, você entendeu??

Ela me encarou de um jeito que sempre fazia quando estava prestes a me deixar sem palavras, como sabia fazer com facilidade, desde o começo do nosso namoro...

- Então fala que não me ama.

Eu congelei naquela hora. Droga, eu a odeio tanto. Ela conhece meus sentimentos, ela sabe o efeito que tem em mim. Esse efeito que eu desejava com todas as forças que desaparecesse.

- Eu não sinto mais nada por você. Vai embora. - disse, fraca.

- Não, Lauren Jauregui. Eu quero que você me diga que não me ama. - disse, se aproximando mais ainda, e eu recuava lentamente.

- Acabou... não temos...mais nada uma com a outra...

- Então diga.

- Eu...

- Diga, Lauren. Diga que não me ama e eu vou embora por aquela maldita porta e não volto nunca mais.

Eu já havia recuado tanto que estava encostada naquele balcão, com suas mãos apoiadas uma de cada lado do meu braço, me encarando profundamente.

"Depois de tudo o que passamos... de todo o rempo que ficamos juntas... apesar de ela ter feito o que ela fez... eu...simplesmente não consigo dizer isso pra ela..."

- Eu... eu não...

De repente, ela deu um pequeno sorriso de canto, segurou minha nuca e me puxou para um beijo.

Meu corpo estava tenso. Eu queria dizer não, eu queria que ela fosse embora, mas eu simplesmente não podia. No fundo, eu sentia sua falta, e ultimamente estava me sentindo mais sozinha do que nunca.

Nosso beijo foi ficando cada vez mais urgente e logo ela pediu passagem com a língua e eu cedi, sentindo meu corpo esquentar inteiro. Ela mordeu meu lábio para me provocar e sussurrou no meu ouvido:

- Me fode, Lauren.

Aquilo foi o meu limite. Eu perdi completamente a cabeça, afinal, já fazia algum tempo que eu... enfim, e por mais que a gente brigasse muito, sempre fomos incríveis juntas na cama.

A peguei pela cintura e inverti nossas posições, colocando ela em cima da pia e beijando, mordiscando e dando pequenos cupões em seu pescoço, apertando suas coxas ao mesmo tempo.

Imeditamente tirei sua blusa, levando minhas mãos até o fecho de seu sutiã e o abrindo. Ela mesma jogou ele pro lado, puxando meu cabelo pra trás em seguida e passou sua língua lentamente pela extensão do meu pescoço até o início do maxilar.

- Porra... - disse, sentindo minha calcinha molhada.

- Eu sei que você sente minha falta. - ela disse, tirando minha blusa e apertando meus seios.

- Você sente a minha.

Abri seu shorts e coloquei minha mão por dentro, passando meus dedos por cima de sua intimidade e sorri ao sentir o quanto ela já estava molhada também.

- Não disse?!

- Cala a boca, Lauren! - disse, me puxando novamente pra um beijo.

Afastei sua calcinha para o lado enquanto distribuía beijos pela sua clavícula, enquanto minha outra mão massageava um dos seus seios ao mesmo tempo. Ela resmungou e eu entendi perfeitamente o que ela queria. Toquei sua intimidade lentamente, brincando diversas vezes com a ponta do meu dedo em sua entrada, ameaçando colocá-lo dentro dela.

- ME FODE AGORA, LAUREN!!!

Ela arranhou minhas costas e eu atendi seus pedidos, colocando não só um, mas dois dedos dentro dela, o mais fundo que alcançava. Depois comecei a chupar seus seios, tirando e colocando meus dedos dentro dela, e ela rebolava em meus dedos igual louca, gemendo meu nome.

De repente, tirei meus dedos de dentro dela e ela resmungou, mas imediatamente tirei seu shorts e sua calcinha e abri suas pernas, distribuindo beijos pela sua barriga.

- Laurennn...rápido...

Logo passei minha língua por toda a sua intimidade, principalmente ao redor de seu clitóris, e ela se contorcia cada vez que eu a chupava ali. Coloquei novamente meus dedos dentro dela, estocando cada vez mais fundo e rápido, chupando sua intimidade.

De repente, ela praticamente me empurrou, desceu do balcão, começou a me beijar loucamente e me fez deitar no chão da cozinha. Então ela tirou minha calça e minha calcinha ao mesmo tempo, completamente louca, se encaixou no meio das minhas pernas e soltei um gemido ao sentir sua intimidade em contato com a minha. Logo ela começou a rebolar em cima de mim, fazendo movimentos cada vez mais rápidos. Eu a segurei pela cintura, estimulando ainda mais que ela rebolasse seu quadril. Logo fechei os olhos, ofegante, e depois de um ritmo ainda mais rápido, pude sentir que nós duas havíamos alcançado o orgasmo juntas.

Então ela deitou do meu lado, as duas muito ofegantes. Meu coração estava super disparado, minhas pernas tremiam. Nos olhamos e começamos a rir loucamente.

- Não acredito que fizemos isso...

- Tá arrependida, Jauregui? - perguntou, com seu olhar provocador.

A olhei nos olhos e suspirei, pensando que com aquela transa praticamente havia dito que daria mais uma chance pra nós.

- Não me faça ficar... - sussurrei, virando de lado e acariciando seu rosto.

Ela colou nossos lábios e nos beijamos lentamente por um tempo, ali mesmo. Depois afastei o beijo e me levantei, colocando minha roupa de novo. Ela fez o mesmo, ambas em silêncio.

- Então... nós voltamos? - ela perguntou, sem graça.

- Não, foi só uma transa de despedida. - disse, rindo.

Então ela começou a rir e deu um pequeno soco no meu braço.

- Idiota!

- E você é louca.

- Eu to falando sério, Jauregui! Me responde, você sabe que eu sou ansiosa. - e realmente, ela era.

Eu me aproximei e a abracei pela cintura.

- Vamos com calma, ok?

Ela suspirou incomodada, aparentemente insatisfeita. Mas logo depositou um beijo no canto da minha boca.

- Tudo bem. Eu sei que você precisa de tempo, mas eu prometo que você pode confiar em mim de novo. E eu não vou desistir de você, Jauregui.

Sorri forçada e segurei seu queixo, me aproximando para mais um beijo, mas então meu celular começou a tocar no meu quarto.

- Nem pense nisso...

- Eu tenho que atender, pode ser do hospital!

- Arghhh...

Subi correndo até meu quarto, onde achei meu celular tocando em cima da cama.

- Doutora Jauregui, pois não?

- Doutora, me perdoe por minha interrupção, mas os pais da paciente Camila Cabello ligaram e solicitaram o seu retorno urgente. - disse uma das enfermeiras.

"Camila..."

- Aconteceu alguma coisa com a Camila????????

- Não, não, a paciente Cabello está bem. Apenas os pais precisam de uma confirmação dos horários fixos para visitas.

Suspirei aliviada.

- Ah, certo, certo. Por gentileza, me passe o número deles que ligarei daqui mesmo.

- Claro, estou com o número em mãos. Pode anotar?

- Pode falar...

Peguei rapidamente um papel e uma caneta e anotei os números informados.

- Muito obrigada, ligarei imediatamente.

- Obrigada pela atenção, doutora.

- Ah...saí rapidamente daí e me esqueci... por gentileza, gostaria de solicitar uma equipe de enfermeiras observando a Camila...quer dizer... a paciente Cabello de meia em meia hora, tudo bem?

- Claro doutora, solicitarei imediatamente.

- Muito obrigada.

Desliguei o celular e suspirei ao discar o número do pai de Camila.

"Eu não sei se posso autorizar mais visitas com a outra personalidade de Camila fora do controle...poderia ser um risco para os familiares e amigoa e até mesmo pra ela própria..."

- Então é essa a tal de Camila? Uma paciente? - perguntou Lucy, entrando no meu quarto subitamente, me assustando.

- Ai, por quê você tem que andar tão silenciosa pela casa??

- Pra pegar você de surpresa, amor. - disse, me abraçando por trás e beijando minha nuca. - mas então, o que tem de mais com essa daí? Outra suicida?

- Não... é um outro caso...

- Uhum, e por quê você achou que existiria a possibilidade de ela estar na sua casa, nua, tomando banho?

"Droga... eu amo essa mulher, mas a odeio as vezes por perceber tão rápido algumas coisas..."

- Ãhn... eu... quer dizer... o caso é complicado...

- Você foi ameaçada? - ela perguntou, me virando de frente pra ela.

"Sim"

- Claro que não! Olha, é complicado ta bom? Eu tenho muito o que pensar sobre esse caso.

Ela me olhou nos olhos como se buscasse as respostas pras suas dúvidas, mas desviou o olhar e me soltou.

- Bom... o que vamos fazer agora? Quer que eu faça uma massagem em você? - perguntou, com um olhar malicioso.

- Tentador, mas agora não. - sentei na cama e peguei de novo as anotações sobre a Camila - agora preciso fazer algo importante.

Liguei para o pai da Camila, sentindo meu coração disparado ao imaginar a sua reação quando eu disser que eles não poderão visitá-la mais, pelo menos, por enquanto.

- Alô?

- Boa tarde, senhor Alejandro. Aqui quem fala é a doutora Jauregui, psiquiatra da sua filha, Camila Cabello.

- Ah, olá doutora!! Obrigado por ligar. Procurei pela senhorita no hospital por telefone mas me informaram que já havia ido embora...

- Sim, sim, estou de folga hoje, mas depois que foram embora passei mais algum tempo com sua filha.

- Ah que bom! E como ela está? Não vai precisar mais ficar tanto tempo né?? Parecia tão bem...

Suspirei.

"Odeio essa parte"

- Olha... a Camila está bem, estamos dando o nosso melhor para cuidar dela. Mas creio que não será possível que ela saia tão rapidamente do hospital.

- COMO ASSIM? O QUE DESCOBRIRAM??

- Na verdade a Camila ainda está em análise, mas a hipótese diagnótica é de que ela possuí um transtorno de personalidade grave.

- Como assim doutora??

- Olha, é complicado de explicar, mas resumindo... a Camila possuí duas personalidades pelo o que pudemos observar e uma é independente na outra, no sentido de que quando uma adormece, a outra desperta, e tudo o que a que está ativa faz ou fala, a outra não sabe.

- Meu Deus... mas tem cura né???

Suspirei.

- Talvez ela precisa de medicações e sessões de terapia...

- E aí ela vai ficar boa???

- É complicado... precisamos analisar tudo com muita calma antes de começarmos com um tratamento interventivo...

- Doutora Lauren... sinto preocupação em seu tom de voz. De qualquer forma, minha mulher confiou nossa filha em suas mãos e eu confio na escolha dela. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em nos falar. Faremos tudo por nossa filha.

"Será que devo contar o que a segunda personalidade de Camila pretende fazer? Apesar que isso só traria mais preocupação e eu ainda preciso investigar melhor tudo..."

- Obrigada, podem confiar de que estou dando o meu melhor pela senhorita Cabello.

- Somos gratos por isso.

- Agora... sobre as visitas...

- Ah sim, ia perguntar exatamente sobre isso... Queremos estar totalmente presentes no acompanhamento da nossa filha pois sentimos que nosso apoio e principalmente a presença da irmã dela a ajudará. Quando poderemos visitá-la novamente?

"Como eu posso garantir que eles a visitem sem que a segunda personalidade de Camila se manifeste?"

- Eu concordo com tudo o que o senhor disse. De fato, as visitas constantes são sempre uma boa motivação e fonte de esperança para o tratamento de Camila. Mas como compromisso ético, devo informar que a segunda personalidade de Camila é um tanto...hostil... então a permanência de vocês com ela seria inviável sem que ocorra algum tipo de...supervisão.

- Então alguém vai acompanhar a gente em TODAS as visitas?? Mas é uma tremenda falta de privacidade...

- Eu entendo perfeitamente, mas infelizmente não posso arriscar. A não ser que... - de repente, tive uma ideia - vocês se sintam um pouco mais a vontade se eu mesma acompanhar as visitas, sem interrupções, apenas como medida de segurança.

- Ah, com você acompanhando não teria tanto problema acho... afinal, a Camila parece confiar em você.

- Então por vocês...tudo bem?

- Sim!!

- Certo... então precisarei conversar primeiro com a Camila sobre essa questão - o que vai ser o mais difícil - e em seguida entrarei em contato com vocês para autorizar as visitas 3 vezes por semana, por 1 hora.

- Claro! Então estarei aguardando seu retorno, doutora...

- Pode me chamar de Lauren.

- ...certo, então estarei aguardando seu retorno, Lauren. Muito obrigado.

- Eu que agradeço. Até amanhã.

- Até.


Desliguei o telefone e sentei aliviada na cama.

"É...acho que tomei a melhor decisão."

- Resolvido, amor? - perguntou Lucy, massageando minhas costas, e eu fechei os olhos.

- Uhum...

"Droga... aquilo estava tão bom..."

- Por quê você não relaxa agora, deixa pra lá esse trabalho todo e aproveita comigo hoje? Deixa eu me redimir com você...

"Eu não deveria... mas acho que mereço...e pelo menos, isso vai tirar um pouco Camila da minha cabeça..."


- Tudo bem.



CAMILA POV:



- Senhorita Cabello? Consegue me ouvir?

Abri meus olhos com dificuldade, sentindo minha cabeça latejar.

- Eu... onde eu...

- Você está no hospital psiquiátrico. Está se sentindo bem? Desculpe te acordar, mas temos ordem de te monitorar de meia em meia hora.

- o quê? Por quê? Onde está a doutora Lauren?? - perguntei, olhando ao redor.

"O que aconteceu? Ela estava aqui..."

- A Doutora Jauregui foi embora pois teve licença hoje, mas creio que amanhã mesmo ela estará de volta para ver você. Como está se sentindo?

- eu... acho que desmaiei antes de... bem...não sei...estou com um pouco de dor de cabeça agora...

- Certo. Tem alergia a algum medicamento?

- Não...

- Ótimo. Vou buscar um para sua dor de cabeça e já volto ok?

- Obrigada...


Assim que ela saiu da sala, tentei me sentar um pouco na cama, absurdamente confusa.

"A última coisa que eu me lembro foi que Lauren estava em sua mesa e eu me levantei...por que não estava me sentindo muito bem, então me senti fraca e caí, mas ela me segurou em seus braços e... não me lembro de mais nada."

Olhei para o lado e peguei meu celular. Respondi algumas mensagens de algumas das minhas amigas me contando sobre as novidades na dança e tudo mais e confesso que fiquei ainda mais deprimida, então me levantei, coloquei o celular de lado e me aproximei da janela que dava de frente pra um jardim muito bonito.

"Será que eu posso ir lá?"

Suspirei e então vi uma marca de uma mão no vidro da janela. Recuei um pouco, me sentindo estranha. Me aproximei novamente e coloquei minha mão delicadamente por cima daquela marca, e vi que era perfeitamente do mesmo tamanho.

"Mas eu...nunca me levantei e coloquei a mão aqui..."

Me afastei novamente, com as mãos no rosto.

" Ah não... será que foi minha...outra...personalidade?"

Olhei o curativo na minha mão e meu coração apertou. Senti um medo surreal, sentei na cama e esfreguei as mãos pelo meu rosto.

- Calma, Camila. Não precisa disso. Está tudo bem...não deve ter acontecido nada...

"Mas por quê a Lauren não está aqui? Droga onde estou com a cabeça...óbvio que ela só foi descansar...o que você esperava, Camila? Um bilhete? Pelo amor né...seja adulta."

Mas então olhei para meu celular e lembrei que havia anotado seu número...

"Talvez se eu..."

- COM LICENÇA, PODERIA POR GENTILEZA ME DIZER O QUE ACONTECEU AQUI???

Me assustei com a porta abrindo bruscamente e a doutora Jane entrando, aparentemente furiosa e fechando a porta atrás dela.

- Eu... como assim???

Ela me encarou por um tempo, então puxou a cadeira onde Lauren estava sentada antes e sentou na minha frente, jogando os cabelos pro lado.

- Olha, eu sei que a Lauren estava aqui antes então queira fazer o favor de me contar o que houve antes de ela ir embora.

- Desculpe, doutora Jane, eu não sei do quê você está falando... eu não sei o motivo de ela ter ido embora, mas acho que foi pra descansar...ela estava de licença hoje, não estava?

Ela revisou os olhos.

- É...estava... Antes de ela ir embora, o que ela te falou?

Suspirei ao lembrar de Lauren me segurando em seus braços enquanto eu perdia lentamente os sentidos... lembro que ela estava dizendo algo mas não consegui ouvir e a última coisa que vi foram seus olhos verdes...

-...Camila?

- Ah... eu... na verdade doutora, ela não disse nada por que eu desmaiei.

- Como assim??

- Eu não sei...simplesmente desmaiei...e quando acordei ela já não estava mais aqui... - disse, me sentindo um pouco triste.

- Você desmaiou?? Está se sentindo bem?

- Eu estou sim... - disse, desviando o olhar. - Doutora...por quê perguntou sobre a Lauren?

- Bem...é que eu...na verdade é que ela foi embora meio estranha.

- Meio estranha?? Como assim??

"Ai meu Deus...eu devo ter feito alguma coisa...ou pior...minha outra personalidade..."

- Na verdade, acho que ela só estava com pressa pra...descansar... e deve estar dormindo, por isso não atende minhas ligações... - disse, sem graça - mas está tudo bem. De qualquer maneira, obrigada. Amanhã ela deve estar de volta. Adeus, senhorita Cabello.

Então fiquei observando a doutora Jane sair sem graça e apressada do meu quarto, o que me deixou ainda mais confusa.

"Será que... eu machuquei ela? Ou será que ela e a doutora Jane têm um...caso?"

Senti uma pontada no coração.

"Por quê estou me perguntando esse tipo de coisa?? Que droga...tem algo errado comigo... "

Peguei meu celular novamente e observei o número que havia salvo de Lauren...

"Talvez se..."

Abri as mensagens, disquei seu número novamente...

"Acho que...não vai ter nada demais se eu...mandar uma mensagem..."


Hey, tudo bem? É a Camila Cabello...Você... deixou teu número comigo e... bem... só quero saber se você está bem :)


Apertei o enviar e deitei na maca de novo, com o celular em mãos.



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