História Little Angel - Capítulo Único

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07 de Outubro ㅡ 2001

 Coréia do Sul

     Seus pés corriam tão rápidos que podia sentir estar voando, mas na verdade, qual era a sensação de voar? De poder sentir o vento lhe acariciar o rosto, e a sensação de borboletas no estômago junto daquele medinho de “...e se eu cair? ”  Logo quando ia aumentar o ritmo da corrida foi tirado de seus pensamentos ao ouvir a voz doce atrás de si. 

– “Hunnie-ah... vai mais devagar, eu não consigo te acompanhar... “ – era Yixing um garotinho de apenas 10 anos, mas ainda assim pequenino. – “Você tem pernas muito velozes para quem só tem 8 anos. ” – O loiro à sua frente apenas continuou a correr sem olhar para trás. O motivo da correria? Eles apenas estavam brincando pelo parquinho, coisa de criança. Mas foi só ouvir um baque que o loirinho parou e olhou para trás vendo o amiguinho caído no chão e chorando, mesmo que o som de seu choro fosse baixinho as lágrimas grossas caiam rapidamente por seu rosto. 

Ligeiramente correu até o amigo se agachando e o abraçando, o mais velho entre os dois se agarrou no braço do loiro e depois de alguns minutos se acalmou. – “Me desculpe, não queria que se machucasse Xing...” – disse o maior deles, com certa preocupação contida em sua voz, levou a mão calmamente na cabeça do menor lhe deixando um singelo carinho fazendo o pequeno em seus braços o apertar ainda mais, e sorrir largo deixando á mostra suas adoráveis covinhas fundas e levantar as pressas começando a correr com a mesma energia de antes, como se não tivesse acabado de cair no chão. O menino loiro apenas olhou para o menor, admirando o sorriso angelical que se instalou por seus lábios, porque era isso que Sehun via no menor. Um anjo, com a alma mais pura que podia existir no ser humano naqueles tempos. 

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     O mundo em que viviam era regado de impurezas e pecados, pelo menos era assim que ao passar dos anos Sehun via a Terra se transformar e as pessoas ao seu redor caiam junto dela para algo obscuro e incontrolável. Diferente do que muitos vê em jornais e revistas, o mundo perfeitinho e intocável, abençoado por Deus e seja lá á mais quem. O fato era que somente Sehun via o mal em cada pessoa que conhecia e se aproximava de si. Não era certo sua perspectiva de ver as pessoas, visto que muitas se aproximavam de si apenas para amizades e o maior não fazia questão de ser nem um pouco gentil ou carinhoso. Somente à quem merecia.

Muitos se perguntavam o motivo do jovem de apenas 20 anos ter se tornado algo tão frio e julgador, quando em sua infância era o garotinho mais amável de toda a vizinhança junto aos amigos. Mas talvez tenha sido exatamente isso que o fez mudar. Crescer, crescer mudou completamente a existência de Oh Sehun. Pelo menos era isso que todos e até mesmo o próprio Oh acreditava ser. 

Mas o seu real motivo de mudar estava a quase á milhas de distância de si, talvez um amor de infância tenha sido a real culpa para Sehun se torna amargurado e infeliz com a própria existência. 

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12 de Abrilㅡ2005 

21:41 

     Seus pés corriam tão rápido que podia sentir que estava voando, mas estavam apenas tentando fugir da realidade em qual o colocaram. Era seu décimo segundo aniversário e ele queria apenas fugir, fugir para os braços do seu maior refúgio. 

Sehun podia parecer sempre forte, intocável, impassível e feliz. Mas por dentro era delicado assim como uma rosa. E naquele momento ele parecia até mesmo mais frágil que uma simples flor. 

Seus pés alcançaram o vasto campo verde, passou o antebraço por seu rosto, secando as lágrimas que insistiam em cair. Olhou para todos os lados a procura de seu anjo. Anjo. 

Porque era isso que o menor era para si, seu anjo, sua calmaria em dias temerosos como àqueles. 

Ouvia uma movimentação na mata e seu coração começou a bater rápido pensando que tivesse sido encontrado, mas após ver o corpo do pequeno amigo e sua face preocupada, correu para seus braços, se aninhando neles, recebendo os cuidados do menor e mais velho que si. 

– “Eles brigaram de novo Xing, e a culpa é toda minha...”

Antes que pudesse dizer mais uma palavra para se culpar, foi pontualmente calado ao sentir o menor levantar seu rosto coberto por lágrimas e selar seus lábios. Um pequeno e simples encostar de lábios. Mas que fizeram o rebuliço dentro do mais novo sessar. 

。。。。

     A lembrança ainda o assombrava assim como os dias em que teve que ficar sozinho, crescer sozinho, sem aquele que amava. Sim, Sehun amava aquele chinês de sorriso com covinhas que mais parecia um anjo. Agora como os anos tinham passado, e ele próprio havia mudado, a primeira mudança foi sair do pequeno vilarejo em que morava se afastar de seus progenitores que mais o impediam de ser realmente feliz – isso na cabeça dele –; Foi então morar no centro da grande Seoul, as luzes pacatas da cidade o enchiam de alegria, pois eram como as estrelas que costumava olhar do pequeno esconderijo junto ao amigo. 

Mesmo depois de anos, se via pensando no chinês de sorriso de covinhas e seu olhar calmo e cativante, ele era alguém que se cativava rápido, se apegava depressa demais e consequentemente não se esquecia, fazia com que sua presença fosse notada com pequenos gestos de carinho, mesmo que sendo reservado e quieto. Ele era algo que Oh Sehun queria reencontrar. E logo encontraria se o destino resolvesse brinca com eles. 

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     O avião pousou no horário previsto para sua chegada, o jovem moreno pegou suas malas e foi seguindo para a saída do aeroporto, estendeu a mão para um táxi e logo adentrou o mesmo, dando o enderenço do apartamento em que se hospedou. Havia voltado apenas para encontrar a única pessoa que mais amou. Não tinha o endereço do outro, só sabia que este estava na capital. Suspirou um pouco frustrado e desceu do veículo seguindo para dentro do edifício no qual se hospedou, pegando a chave de seu quarto e adentrando o mesmo.

Deixou as malas em um canto qualquer e seguiu para o banheiro indo tomar um banho e para logo mais ir tirar um cochilo, a viagem tinha sido longa e por isso estava demasiadamente cansado. Na manhã seguinte iria começar suas buscas por Oh Sehun, não sabia se ele continuava com o mesmo número ou onde morava, somente sentia seu coração disparar ao lembra do mais novo. Queria logo o encontrar para desfazer aquele mal-entendido do passado. Pensava que Sehun o odiava e de fato o mais novo sentia algo, estava magoado com o repentino desaparecimento do seu primeiro amor. 

。。。。

     Na manhã seguinte como tinha planejado, havia contratado um táxi para o levar em diversos lugares da grande cidade que tinha conhecimento através de amigos antigos e que ainda eram próximos a ele e principalmente à Oh Sehun. Havia passado na cafetaria que o mais novo adorava frequentar, por sorte uma gentil adolescente que trabalha no local havia lhe dado algumas informações sobre o loiro. Riu baixinho ao saber que o mais novo costumava a pedir, Bubble Tea. Seu gosto desde criança não havia mudado pelo jeito. Porém, infelizmente a moça não tinha conhecimentos de onde era a residência do Oh. Só podia lhe dizer que o mesmo gostava muito de ler e sempre ia a uma biblioteca próxima. 

O chinês decidiu seguir viagem, comprando para si e ao motorista que o acompanhava dois expressos e alguns bolinhos doces de chocolate polvilhados de açúcar, sendo este seu doce preferido desde muito pequeno. Havia chegado na biblioteca que o mais novo costumava frequentar – com muita frequência ; disse a jovem de mais cedo, pois sempre o via entrando com um livro diferente enquanto tomava seu lanche. 

Yixing seguiu para a administração do local, e sentada numa confortável poltrona jazia uma senhora de no máximo 70 anos, ela lia um livro de receitas caseiras. Se aproximou sorrateiramente se curvando educadamente e sentando na cadeira disposta à sua frente

– Olá... eu procuro uma pessoa, e sei que ela costuma vir muitas vezes aqui, a senhora teria como me ajudar? – Perguntou carinhosamente como falava com sua avó materna 

A senhora levantou os olhos sobre a figura de covinha em sua frente, e acenou, perguntando o nome da pessoa na qual desejava procurar. 

– Oh Sehun... o conhece? 

– Sehunnie? Como não poderia? Um jovem escritor como ele é o que precisamos nos dias de hoje. Ele me lembra muito meu filho.... – a mulher comentou com ar sonhador – Sehunnie parece ser forte, uma barreira indestrutível, mas se o conhecer bem e depositar sua total confiança nele, ele se torna um gentil cavalheiro. Sehun vem aqui quase todos os dias ler algo para ampliar seus conhecimentos, é um rapaz muito sonhador...

E assim por quase uma hora, a senhora continuou a dizer sobre a personalidade forte do loiro, o jovem de covinhas ouvia abobado tudo o que está dizia. Seu Sehun havia se tornado um grande homem, esperava que quando o encontrasse, pudesse ter a chance de falar o que guardava por anos. 

– Você me teria o endereço de Sehun? Eu quero muito o encontrar.

– Eu posso ver nos seus olhos meu rapaz, Sehun é muito importante para você, não é?

– Sim ele é.... – no mesmo instante corou sorrindo tímido

– Ah meu jovem eu entendo, aqui está o endereço – a mesma entregou um pequeno papel com algo escrito e sorriu cumplice ao chinês – Faça nosso pequeno Sehunnie feliz...

E antes que pudesse agradecer viu a mulher sorrir de canto. O que anda acontecendo com essas senhoras de hoje em dia? 

– Ah... muito obrigado, eu farei o possível – se curvou mais uma vez, saindo do grande local e voltando para o carro. Seu estômago roncava por isso decidiu ir a um restaurante primeiro. Saborear de uma boa refeição coreana como à muito tempo não fazia. 

。。。。

     Depois de um tempo voltou a seguir viagem, entregou o endereço ao motorista e logo ele parou em um prédio vistoso. Desceu do carro e seguiu para dentro do edifício, suas mãos suavam e constantemente as esfregava uma na outra, estava nervoso, talvez muito mais que nervoso, ansioso, com o coração a mercê de sair pela boca. Respirou profundamente antes de seguir para o elevador, preferia não avisa a portaria do prédio. 

Entrando no cubículo metálico, apertou o botão para o andar do mais novo, será que o receberia bem? O que iria dizer? Como deveria agir? Por isso tremia tanto, ele sentia aquelas famosas borboletinhas na boca do estômago fazendo a maior festa, e sentia que podia se junta á elas a qualquer momento, pois estaria reencontrando o grande amor de sua vida, e claro que já tivera outros relacionamentos, o mais longo que tivera foi com um jovem de bochechas salientes e jeito adorável, todos diziam o quanto formavam um casal bonito, porém os sonhos de ambos eram diferentes, isso os fez se separarem mesmo que agora eram bons amigos. Mas em todos os quesitos, o Oh permanecia em sua cabeça. E agora a única coisa que os separavam era a porta branca do apartamento. 

Lentamente o chinês foi se aproximando e com uma coragem até então desconhecida tocou a campainha. Ouviu de quase imediato um “Espere” sendo gritado e alguns latidos. Vivi pra cá, cachorro mal criando pra lá, algumas coisas indo ao chão e provavelmente o dono muito irado. Pois este venho se aproximando da porta á reclamações por não ter sido avisado de visitas. Yixing a todo custo tentava segurar a risada, Sehun continuava sendo o mesmo menino atrapalhado algumas vezes e isso fez com que seu nervosismo diminuísse. Mas assim que ouviu a tranca da porta sendo virada e um rapaz estupidamente lindo e moreno! Lhe olhando com certa surpresa evidente em seu olhar, as famosas borboletas fizeram ainda mais festa. Era Sehun! O reconheceria em qualquer lugar, com aquela carranca no rosto. Era Oh Sehun! 

Era seu  Oh Sehun! 

E com apenas uma toalha cobrindo suas regiões íntimas e as madeixas escuras molhadas assim como o torso nu exposto salpicado por gotículas de água. Seus olhos passearem por todo o corpo e quando seus olhos se cruzaram com os do mais novo a timidez atacou para ambos.

Sehun estava perplexo, não acreditava que a sua frente estava Zhang Yixing, o cara que foi seu primeiro amor na infância e o deixou. Seu amigo, o melhor naquela época. Devido a saudade que sentia do mais velho depois de anos, iria logo o puxar para um abraço, mas uma presença maligna e molhada os interrompeu se enfiando entre os dois parados na porta e ficou a pular por atenção nas pernas do recém-chegado. Sehun encarou o cãozinho que havia adotado a poucos meses e revirou os olhos á tamanha traição. 

– Peste... – mostrou a língua ao animal que latiu para o dono e logo foi se enroscando em suas pernas – Falso...

– Você não deveria ser mais amável com seu animalzinho? – Yixing se pronunciou vendo a cena um tanto cômica a sua frente. 

O moreno voltou a o encarar e em meio a tropeços nas palavras abriu a porta para o chinês, o convidando para entra no apartamento, estava ligeiramente bem arrumado, porém havia algumas pegadas caninas por todo o piso da sala.

 – Pode... er – Sehun começou levando a mão a nuca coçando num claro sinal de que estava envergonhado – Eu vou lá vesti uma roupa... pode ficar à vontade – disse rapidamente enquanto ia desaparecendo pelo corredor, indo atordoado para o quarto vesti uma roupa. 

Enquanto o mais novo se vestia, o chinês havia esperado na sala com o cãozinho de estimação de Sehun, ficava observando o cômodo e notado que havia mesmo muitos livros. Haviam três prateleiras cheias de livros e algumas figuras de ação de  animes que reconhecia. – Gostou? – Levantou no susto quando o mais novo disse próximo a si, nem havia o visto voltar. 

Ouviu uma risadinha sapeca do mesmo e o olhou com indignação – Você me assustou... – levou a mão até o peito olhando para o maior já vestido, podia ser bobeira mais parecia que ele havia se vestido apenas para impressionar o mais velho. E de fato ele havia. E conseguindo aliás.

Repentinamente Sehun se aproximou e enlaçou o menor num abraço forte, quase quebra ossos. – Você não mudou nada Xing... – o olhou pousando as mãos nas bochechas do mesmo olhando os olhinhos cor de chocolate que possuíam um brilho genuíno. 

– S-Sehun...

– Eu sentia tanta a sua falta, por anos... eu não parei de pensa em você, eu pensava que havia perdido você pra sempre, porque você sumiu? Porque tinha me deixado? – O maior falava agora com a voz um pouco chorosa. Como aquela criança frágil de anos atrás. 

– Sehun-ah... eu não queria, me desculpa. Mas foi tão de repente, num dia você estava comigo e teve aquele beijo, e no outro eu vi minha mãe conversando com algum homem e á oferecendo bastante dinheiro... e então já estávamos na china. – O menor proferiu com a voz calma, levando a mão ao rosto do jovem e o acariciando. – Mas você sempre esteve aqui – pegou a mão do coreano e a colocou sobre seu órgão vital que batia de forma desregulada. 

O maior sorriu com as frases finais do menor e voltou a o apertar em seus braços. – Sehun eu senti sua falta, eu devia ter voltado antes, mas eu não sabia como achar você, sua criança estupida por quê se afastou tanto? 

O baixinho batia no peito de Sehun enquanto o mesmo tentava se defender, o chinês sempre foi mais fraco que o moreno mas conseguia o derrubar sem usa nenhum golpe. O Oh o puxou e colou seus corpos, prendendo os pulsos do menor para trás o monopolizando e levando a destra ao rosto jovem o trazendo para si e repentinamente colando os lábios aos alheios, primeiro num selar calmo, ingênuo, como o primeiro beijo de ambos alguns anos atrás.

Mas logo o maior impulsionou a língua para dentro da cavidade bucal do menor, criando o ritmo que queria – inquieto como era – e ousado, pois num curto período de tempo o pequeno chinês já estava sendo pressionado no sofá tendo o corpo maior e forte acima do seu, parecia que aquela pequena criança havia crescido e ficado extremamente gostoso. 

Sehun sugava, mordia e lambia os lábios do chinês, dominava completamente o beijo e o menor, que parecia ficar em seu completo domínio embaixo de si. Deixava todos seus desejos se aflorarem, que ficaram trancados à anos. E o menor se deliciava por completo com aquelas atitudes. 

– Eu te amo Xing.... Eu te amei por todos esses anos – proferiu baixo rente aos lábios do menor, que sorriu largo deixando suas covinhas a mostra, surpreso pela confissão tão repentina vindo do Oh. 

- Eu te amo Oh Sehun, e eu quero ser capaz de te amar um pouquinho mais a cada dia – revelou dando inúmeros selares nos lábios pequeninos do maior, que pareciam atrativos demais para não serem saboreados outra vez.

– Então que acha de começamos já? Aqui no sofá, podemos matar as saudades, nossos desejos que foram trancados – sussurrou, começando a distribui uma série de selares pelo pescoço branquinho do chinês e subindo para os lábios convidativos. 

E eles começariam a se amar assim, dia após dia, mas não seria ali, naquele sofá pequeno que dava pra dá uns amasso  quentes.

Não enquanto o anfitrião da casa desse comida ao cãozinho que implorava por carinho.

FIM.