História Little Death - Eleven

Bom mesmo é sentir a bochecha doendo de tanto sorrir

e a barriga doendo de tanto gargalhar.

– Debora Souza

- Oh. – disse Gabe olhando diretamente para Castiel e Dean que conversavam animadamente de baixo da sombra da grande árvore que se projetava de maneira extensa.

Os dois garotos conversavam como se fossem grandes amigos e que se conhecessem a anos, mas na verdade aquela era sua primeira conversa, e ambos já possuíam grandes coisas em comum.

- Meu. – falou Charlie, com a boca em um largo sorriso de surpresa.

- Deus. – completou o loirinho, e os dois alternavam o olhar entre os dois garotos, ainda não acreditando naquela cena.

Castiel Novak, o moreno de olhos azuis que sempre andava de cabeça baixa, e se mantinha no fundo da sala, e fazia de tudo para não ser notado, agora gargalhava junto com Dean Winchester.

Eles não sabiam muito bem o que sentir ao ver aquela imagem, eram diversos pensamentos que se passavam na cabeça dos dois, porém, seus cérebros conseguiam apenas trabalhar em favor de fazer com que aqueles dois ficassem juntos.

Ok, talvez fosse um sentimento um tanto quando precipitado, mas o que eles podiam fazer se o verde e o azul se misturavam de forma tão linda e singela como uma dança lenta e suave que fazia com que qualquer um amasse.

- Você está vendo o que eu estou vendo? – a ruiva perguntou para o baixinho que possuíam os grandes olhos amendoados brilhando para os amigos.

- Se eu estou vendo o melhor shipp de todos os tempos, então sim. – respondeu, virando-se para Charlie.

- Gabe! Gabe! Olha aquilo! – Lie deu leves batidas no braço do menor, que agora mantinha uma expressão estupefata.

- Eles estão dividindo o mesmo fone! – exclamou de forma tão alta e alegre que algumas pessoas que passavam por ali, os olharam de forma torta, mas não era como se eles fossem ligar para cada pessoa que os olhassem daquela forma.

E até mesmo Dean e Castiel olharam na direção deles, confusos pelo grito inesperado e de fato conhecido, tanto Charlie como Gabe se jogaram atrás de uma moita alta que lhes cobria o corpo e o rosto, fazendo com que nenhum dos outros dois pudessem vê-los.

- Eles estão compartilhando cera. – a ruiva não pode evitar o comentário nojento, e aquilo fez o loirinho fazer uma careta um tanto quanto engraçada.

- Ai meu Deus, Char olha aquilo. – ele apontou na direção dos dois, Dean gargalhava como uma criança feliz por ter ganhado seu doce e Castiel havia colocado a mão sob seu ombro largo.

Os dois amigos não conseguiram se conter de emoção, Gabriel pegou seu celular e retirou inúmeras fotos de inúmeros momentos do futuro casal 20 daquela escola sem graça.

A verdade era que Charlie e Gabriel poderiam ficar ali vendo o moreno e o loiro interagirem durante horas, e mais horas até que suas vistas se cansassem o que parecia algo muito distante já que eles se apaixonaram por um casal que ainda não era um casal.

Bom, ainda.

Foi apenas quando Meg chegou silenciosamente atrás deles que suas atenções se voltaram para a garota morena de porte baixo e bochechas altas, a mesma possuía uma expressão de cinismo e confusão, seu olhar já denunciava que ela sabia que eles estavam aprontando alguma.

- O que é que vocês dois estão fazendo aqui? – sua voz pretenciosa ao ver os dois amigos sucumbidos pelas folhas.

Os amigos levaram um susto com a menina, se sobressaltando com o som da sua voz de forma tão repentina. Viraram para encara-la, assustados com a mão no coração e os olhos arregalados. E uma chuva de xingamento caiu sobre Meg quando os dois começavam a se recuperar do impacto.

- Mas que caralho, você não é Lúcifer mas pareceu o capeta agora. – entoou Gabriel, deixando seu pirulito cair no chão.

- Sua vadia, você quer me matar de susto me diz que prefere o Gandalf branco, mas não faz isso comigo não. – a voz da ruiva soou de forma mais aguda do que o esperado.

Meg limitou apenas a rolar os olhos, dando um sorriso mínimo, quase que imperceptível.

- Me diz logo o que vocês estão fazendo escondidos atrás dessa moita? – aquela frase havia soado de forma muito estranha.

Charlie e Gabe se entreolharam risonhos e deram pequenas palminhas, puxaram a morena mais para a frente, fazendo com que a mesma tombasse e caísse de joelhos na relva verdejante. Sua face possuía uma careta engraçada, e os três riram com aquilo.

- Mas o que diabos vocês dois estão fazendo?

- Vem cá! – exclamou o menor. – Olhe ali. – pediu, apontando diretamente para o Novak e o Winchester que continuavam com uma conversa animada.

- Ah meu Deus. – bradou agitada pela cena a qual via.

Dean agora havia pegado na mão de Castiel, fazendo-a como uma espécie de microfone, ele provavelmente cantava uma das músicas dançantes que o moreno ouvia em playlist aleatória, e bom, Meg sabia disso melhor que ninguém, já que era o maior alvo do mesmo.

- Eles são lindos juntos. – falou, sorrindo de orelha a orelha.

- Eles são perfeitos. – confirmou, Gabriel.

- Eles são tipo a Blair e o Chuck. – disse a ruiva, com brilho nos olhos.

- Eles são tipo a Kat e o Patrick. – afirmou, Meg.

- Eles estão mais pra Connor e Oliver. – o loiro interferiu.

- Mas o Connor e o Oliver são tão pornô, e eles são tão fofos. – disse, Lie.

- E daí. – deu de ombros. – Pornô também é fofo.

As duas garotas se entreolharam risonhas, depois olharam para Gabriel que ainda mantinha sua atenção total para os dois amigos. As garotas se olharam mais uma vez e explodiram em risadas histerias, e Gabe as encarou com a sobrancelha arqueada.

- Vocês duas não entendem nada de pornô gay. – retrucou, gesticulando com as mãos.

E mais uma vez as garotas explodiram em gargalhadas altas, suas barrigas doíam devido a falta de ar. Dos seus olhos, caiam lágrimas de pura diversão e suas faces estavam tão vermelhas como tomates.

- Gabe, você está dizendo para duas lesbicas que elas não entendem nada de pornô gay? – a morena perguntou de forma quase obvia, e o menor as olhou com a testa franzina parando para refletir para aquela frase.

- Sim. – o sarcasmo era explicito no seu tom de voz.

- Idiota. – Charlie deu um leve soco no braço do mesmo, que deu um leve sorriso.

- Então, qual é o plano? – a morena indagou, virando-se para frente para encarar Castiel e Dean que continuavam rindo sobre alguma coisa aleatória que o moreno devia ter falado, eles conheciam o Novak bem o suficiente para compreender suas ironias e brincadeiras idiotas, e claro seu senso de humor singular.

- Que plano? – Lie retrucou, confusa.

- O plano pra a gente juntar Destiel. – ela respondeu com um olhar perverso preso nos amigos, que sorriam em aprovação.

A partir dali o plano Destiel entraria em execução. 

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