Na mesma semana que Camilla aceitou namorar comigo comprei o teste de gravidez. Eu estava morrendo de medo, eu não podia ter feito isso com ela, Cam é uma menina, não pode ter um filho agora, já era difícil o suficiente fazer ela estudar na atual circunstância, uma criança iria acabar de vez com minhas esperanças dela ser alguém na vida que não seja mãe e dona de casa. Eu gosto muito dela, ela é linda, irreverente, as vezes parece ser mais velha do que realmente é, as vezes parece uma criança de 5 anos mas eu continuo querendo Camis ao meu lado.
Voltei ao apartamento com as mãos tremendo mais que quem tem mal de parkinson, deixei a sacolinha com o teste em cima da minha cama, ela estava no banheiro, e fui para a sala. Enquanto esperando ouvi a porta ser aberta e após alguns segundos fechada novamente, foram os piores minutos da minha vida.
Entrou na sala uma criatura que de morena bronzeada foi para amarela, os dedos finos estavam pousados sobre a barriga. Puta merda.
Juro que vi a sombra de uma lágrima no seu rosto.
- Cam... -minha voz quase não saiu-
- Jhow...
- E aí?
- Você já sabe.
- Puta que pariu! Eu sou um merda mesmo! Por que não me cuidei!? Puta merda, o que vamos fazer, caralho!? Você quer ter ou quer abortar?
Ela veio até mim devagar e me entregou o teste, olhei para completar meu desespero e ué...negativo?
Como assim negativo?
- Camis... Aqui mostra apenas um tracinho. Um tracinho quer dizer que só tem uma pessoa, você está sozinha, não tem nada aí!
Olhei para ela e ela estava rindo muito, chorando de rir. Desgraçada.
- Camilla, o que você fez!? Filha da puta!
- Eu tenho útero infantil, Johnny, eu não posso ter filhos! -disse em meio ás gargalhadas- Só queria ver sua reação.
- Não acredito que você fez isso comigo, Camilla!
- Você está bravo?
- O que acha, porra!? Quase me matou do coração! Você é louca!
- Calma, foi só uma brincadeira, desde que percebi seu medo já pensei nisso. Thaeme ia me ajudar, ia me levar para um suposto exame de sangue mas você comprou o teste antes então não deu.
Me aproximei dela, eu estava com tanta raiva, como ela faz isso comigo? E se eu tivesse um infarto?
- Me diga uma coisa, se você estivesse mesmo, o que iria fazer?
- Abortar. Mas não pense nisso, nunca vai poder acontecer e eu gosto muito de saber disso.
Respirei fundo e enfiei uma mão por baixo de seu cabelo, segurando com força e puxando levemente para baixo.
- Você é uma vadiazinha, Camilla.
Ela sorriu para mim e mordeu o lábio inferior.
- Gosta disso? Não dá nem pra te ofender...
- Você não consegue ficar bravo comigo.
- É verdade? Você não engravida mesmo?
- Sim, senhor, é verdade.
- Então podemos fazer de qualquer jeito?
- Do jeito que quiser.
Ela sorriu de lado, arqueando apenas uma sobrancelha.
- Podemos começar agora?
- Com toda certeza, tio Johnny.
Cam preferiu estudar a noite, depois do que fizemos essa manhã dormimos um pouco, quando acordei ela não estava em casa e em cima da minha cama havia um bilhete escrito "Fui para a Thaeme, volto mais tarde", dei de ombros e saí para almoçar, estava morto de fome, essa garota apesar da pouca idade me cansa mais que todas as mulheres que já fiquei. E me faz mais feliz que qualquer uma delas.
Aproveitei para ir ao centro da cidade e comprar algumas coisas, quando voltei ela já estava lá novamente, cumprimentei com um beijo rápido e Cam veio atrás de mim saltitando.
- Jhow, preciso te contar uma coisa.
- Ah Deus, o que é?
- É que sabe, eu não quero ficar aqui, eu vou morar com a Thaeme, e eu consegui um emprego.
- Oi!? Como assim!?
- Ah, sabe, eu não me sinto confortável ficando aqui, eu gosto muito de você mas eu não quero viver com você, principalmente com você me sustentando.
Ah, Camilla sempre auto suficiente demais...
- Tudo bem. -Não, não estava tudo bem-
- Ficou chateado?
- Gosto de você comigo.
- Eu sei, Jhow, mas eu sou sua.
Foi a primeira vez que ela disse isso desse jeito, eu entendo que não posso apressá-la a demonstrar alguma afeição por mim, Camilla passou por muita coisa ruim na vida sendo tão jovem, imagino como deve ser a cabeça dela. Mas droga, vai ficar tão vazio sem ela.
- Vou começar semana que vem e então já vou para a casa de Thaeme.
- Se é assim que você quer, tudo bem...
- Não fique assim... Eu te amo, senhor Depp.
Sorri como um adolescente, finalmente ela conseguiu.
- Eu te amo, Camis.
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